A Bela e a quase Fera (Fanfic)

By regianecassiadasilva

14.6K 1K 350

Essa não é a história de um príncipe enfeitiçado por uma bruxa, muito menos de uma donzela presa por uma fera... More

Aviso importante
Um novo começo
Os irmãos Biersack
O Baile
Lembranças dolorosas
Estranhas sensações
A fazenda Biersack
Algodões e sorrisos
Agradável companhia
O jantar e a convidada
A tempestade
Sentimentos confusos
O beijo
A surpresa
Ameaça
O desaparecimento
Descoberta
Rosas vermelhas
Felizes para sempre
Agradecimentos

Decisões tomadas

657 50 13
By regianecassiadasilva

(Lily)

O dia estava calmo, o céu limpo e o clima fresco. Todos haviam se levantado cedo para começarem a trabalhar e eu estava me sentindo melhor após tomar uma grande quantidade de remédios no dia anterior. Tudo poderia ser perfeito naquela segunda-feira, apesar de não querer ir embora daquele lugar tão encantador.

"Cassidy tinha razão, gostaria de ficar aqui para sempre."

No entanto, não era um dia perfeito.

Me sentia triste e muito estúpida! Percebi que meus sentimentos foram desvalorizados e eu não passava de uma boba por pensar que algo pudesse ter acontecido ontem, talvez uma explicação dada por ele. Por um pequeno momento, considerei que o Sr. Andrew pudesse sentir algo por mim. Talvez em minha cabeça tola e cheia de imaginação, criei uma realidade na qual isso pudesse acontecer. Porém, era óbvio que não aconteceria.

Cheguei a pensar que, por ele ter sido tão amável comigo e ter dedicado seu tempo para me ensinar, talvez estivesse querendo fazer uma aproximação.

"Sou apenas uma garota boba sonhando com algo impossível."

Durante o tempo em que me perdi em sonhos bonitos, percebi que estava entregue a eles e que não teria mais volta. Eu havia me apaixonado por Andrew Biersack.

"Eu sou tão ridícula!"

Colson não dormiu na fazenda novamente, ontem já tarde da noite voltou para a cidade, visto que hoje de manhã teria de viajar para Boston. Foi bom passar a tarde com ele após sair do hospital. Com seu jeito educado e amigável, tem o poder de deixar o meu dia mais alegre. Uma pena tudo ter sido estragado pelo Sr. Andrew que não gostou de nossa demora. Mas, não entendo os seus motivos.

Suspirei ao pegar minha mala, já pronta e organizada, me despedindo do meu quarto. Foi muito agradável e confortável ficar ali.

Na cozinha, Celeste preparava o café e o Sr. Wallace veio até mim para pegar a mala de minhas mãos.

- Eu levo para você, Lily. Joe já chegou com o carro para levá-los embora, colocarei sua mala no porta-malas.

- Obrigada, Sr. Wallace.

- Querida, sentirei sua falta. Foi muito bom ter sua companhia aqui nesse final de semana. - Celeste me deu um abraço apertado e gostoso.

- Eu que agradeço, Celeste. Se não fosse por você acho que teria ficado perdida. Obrigada por tudo, pelo carinho e por ter me ajudado em tudo que precisei.

Senti meus olhos se enxerem de lágrimas.

- Não chore, logo você retornará para cá. - Eu tinha minhas dúvidas quanto a isso, mas não quis mencionar, pois ela parecia estar cheia de esperanças e seria rude da minha parte desmanchá-las. - Venha, vamos tomar café juntas. Bob?

- Sim, Mãe. - Apareceu na janela da cozinha ao ouvir sua mãe o chamar.

- Leve essa bandeja para o Sr. Biersack, ele está no escritório. Quero tomar café com a Lily, eles já estão quase saindo.

Eu achava fofo quando Bob ajudava a mãe com o serviço dela, mesmo sabendo que ele estava sempre cheio de trabalho.

- Está pensativa e triste, aconteceu algo? - Perguntou enquanto eu me servia com um pouco da salada de frutas.

- Não, eu estou bem. Só não gostaria de ir embora. - Eram meias verdades.

- Esse lugar é bom, não é? Eu gosto daqui. Fico feliz de o Sr. Andrew gostar do nosso trabalho, não me vejo procurando outro emprego, de maneira nenhuma. Wallace também gosta e sabendo que nosso filho está muito bem em sua profissão, me sinto a mulher mais realizada desse mundo.

- Espero um dia me encontrar na vida dessa maneira. - Bebi o café tentando disfarçar a melancolia que se apossou de mim.

- Tenho certeza que se encontrará.


***


Os pneus do carro luxuoso do Sr. Biersack patinaram um pouco no cascalho devido as estradas terem ficado ruins após a chuva. Me segurei na porta ao passo que o veículo balançava ao passar por buracos, tentando ao máximo não me aproximar tanto do homem sentado ao meu lado.

O Sr. Andrew se mantinha concentrado em seu celular e eu apenas queria que a viagem acabasse logo. Nem as belas paisagens eram capazes de me tranquilizar por estar ali, sentada ao lado do homem que havia entrado em meu coração.

Nenhuma palavra foi trocada entre nós e não recebi nenhuma explicação sobre o quase beijo. Aquele silêncio era torturante, porém, não podia questioná-lo com o Joe ali na frente escutando tudo e também acredito que não teria coragem para começar essa conversa.

E assim seguimos por mais de três horas. Quando chegamos a mansão, o Sr. Biersack entrou direto sem olhar para trás, sem olhar para mim.

Pedi ao Joe que deixasse minha mala ali mesmo, que eu a levaria até meu quarto. Durante todo o caminho eu só conseguia pensar em uma coisa.

"Não serei capaz de continuar trabalhando nessa mansão fingindo que nada aconteceu, que tudo estava bem e que eu não estava apaixonada por aquele homem."

- Lily, como assim quer ir embora? - Cassidy estava sentada em minha cama enquanto eu tirava a roupa suja da minha mala para lavar ainda hoje.

- Não posso ficar aqui! Ainda mais depois de tudo o que aconteceu nesse final de semana... e do que quase aconteceu. - Murmurei me sentindo fraca e patética ao pedir demissão.

- Não estou entendendo. - Ela se levantou para me pegar pela mão e me fazer sentar ao seu lado.

- Aí, Cassidy... eu me apaixonei pelo Sr. Andrew! - Confessei enquanto algumas lágrimas, que segurei durante toda aquela manhã, escorreram por meu rosto.

- Como isso foi acontecer, Lily?

- Na fazenda, conheci um novo Andrew Biersack. Um homem apaixonado pelas coisas simples da vida e que me permitiu conhecê-lo um pouco mais. Passamos alguns momentos juntos, apenas desfrutando daquele lugar incrível. Não sabia que estava completamente deslumbrada por ele até que... quase...

- Quase o que?

- Quase nos beijamos na noite de sábado.

- Deus! - Cassidy me olhava penalizada e assustada ao mesmo tempo, mas não vi nenhum julgamento em seu olhar, graças a isso fiquei mais tranquila.

- Eu não posso ficar aqui, ultrapassei todas as barreiras permitidas. Sou apenas uma empregada e ele... um milionário que se quiser alguém basta estalar os dedos. Minha ignorância sobre a vida não me deixou perceber que estava andando pelo caminho errado e agora... - Suspirei me sentindo derrotada. - Em momento algum ele falou algo sobre o que aconteceu, estou sendo ignorada e tratada como devo ser: como sua empregada.

- Venha cá, querida. - Seus braços me envolveram em um abraço carinhoso. - Não vou deixar que saia nesse estado. Descanse, lave suas roupas e pense com calma na decisão que está tomando.

- Não tenho escolha. Não conseguirei trabalhar fingindo que não sinto nada por ele.

- Bom, se quer mesmo ir embora espere para fazer isso amanhã. Quando estiver mais calma conversaremos, farei sua carta de recomendação e seu pagamento.

- Oh, Cassidy! Eu nem tenho para onde ir, vocês se tornaram minha única família. Por que fui tão tola? - Deixei minhas lágrimas molharem sua blusa me desmoronando em seus braços.

- Não podemos controlar os sentimentos, Lily. Não se culpe.

Minha vida era cheia de tragédia e lágrimas acompanhadas de muitas dores. Eu não tinha nenhum pertence valioso ou posses. As únicas coisas que tinha eram minhas duas malas com alguns poucos vestidos... e quem eu era, algo que sempre me esforcei para não mudar, me permiti ser quem sou de verdade. Porém, entreguei quem eu era aquele homem ao lhe abrir meu coração, o deixei entrar sem nem perceber e agora nem isso eu teria mais.


***


(Andrew)

- Algum problema, Cassidy? - Perguntei a mulher que estava parada na porta do meu quarto já fazia alguns minutos sem perceber que eu já havia notado sua presença.

- Senhor, a Lily me pediu demissão há poucos minutos e amanhã irá embora. - Falou sem rodeios enquanto entrava no quarto.

- Como? Por que?

- Me disse que algumas coisas aconteceram na fazenda e que não poderá ficar nesse emprego.

- Ela não pode ir embora! - Me exaltei após me afastar da porta da sacada, ainda digerindo o que ela disse.

- Por que não?

- Porque... porque preciso dela. Peter tirará férias daqui a duas semanas e pensei que a Lily poderia substituí-lo. - Disse rapidamente, quase atropelando às palavras.

- Apenas a quer para que trabalhe ao seu lado, no lugar do seu mordomo pessoal? - Perguntou desconfiada.

- O que quer dizer, Cassidy? O que a Lily te contou?

- Se me permite, Sr. Andrew, gostaria de conversar com o senhor, não mais como sua funcionária, mas como uma... mãe.

Não pensei que estava tão perdido até ouvi-la dizer isso. Desabei na cama e apontei o lugar ao meu lado para que se sentasse. Suas mãos brancas e com algumas manchas devido à idade, acariciaram as minhas e me senti amparado.

- Lily é uma jovem sonhadora, apaixonada pelas coisas pequenas e simples, com um coração enorme e uma vontade de aprender, porém, pode ser enganada com facilidade devido a sua inocência, podendo se deixar levar por alguém mal intencionado. Acredito, do fundo do meu coração, que você não seria esse alguém, mas, alguma coisa aconteceu nesses três dias que a fizeram se iludir e... - Como se procurasse pelas palavras corretas, disse pausadamente. - Se apaixonar.

Senti uma pontada no peito que me fez lembrar do covarde que fui no dia anterior.

- Andrew, me conte o que aconteceu.

Sem escolha e sabendo que eu era o errado em toda a situação, contei a ela tudo o que já havia falado ao Colson e assumi a culpa por ter quase beijado a Lily.

- Acho que me encantei com a beleza dela. Não a amo, mas Lily me faz pensar em minha mãe. Acho que apenas a quero por perto já que ninguém nunca me trouxe sentimentos tão vivos como ela fez nesses dois meses.

O olhar de Cassidy suavizou ao sorrir amavelmente antes de dizer:

- Quando você pensa em sua mãe, se lembra do amor dela. Acredito que quando olha para Lily, você se aproxima novamente do amor. Por isso acha que ela lembra sua mãe, é o mesmo amor, mas de formas e intensidades diferentes.

- Você está maluca, Cassidy! - Sorri de nervoso ao entender o que ela quis dizer.

"Eu a amava?"

- Estou? Não conseguirá negar para sempre, sei que sente algo por ela. Apesar de ter a tratado mal no início, após perceber esses sentimentos você mudou. Pensa que não notei? Apenas não quis mencionar isso. E depois de ouvir a Lily falar de um "novo Andrew" na fazenda, tive a certeza de seus sentimentos por ela. Você mostrou quem é de verdade, mostrou o que tem aqui dentro. - Colocou uma das mãos em meu coração que estava muito acelerado.

Me afastei e resolvi sair de lá antes que ela continuasse com aquele assunto.

- Andy! - Parei no mesmo instante ao ouvir meu apelido em um tom firme que somente minha mãe e Cassidy conseguiam usar para me repreender. - Você não precisa ser assim.

A mulher que me apoiou em toda minha infância e adolescência se aproximou.

- Você precisa falar com ela. Não deixe a garota com o coração dolorido sonhando com algo bonito sem saber que não é a única a sentir isso.

Não sabia se seria capaz de fazer aquilo. Já havia tentado e fracassei.

- Tudo bem, eu vou.

- Sei que parece assustador, mas saiba que seus sentimentos são recíprocos, mas Lily nunca passará da linha empregada e patrão, então se quer conquistá-la mostre a ela o verdadeiro Andy e não o Sr. Biersack. Peça a ela essa oportunidade e seja o homem que sua mãe teria orgulho de ver. Aquele homem que sempre esteve preso aqui dentro.

Sentindo o calor de sua mão novamente em meu peito, respirei fundo tentando reunir coragem para fazer o que eu deveria ter feito desde o começo.


***


Não, eu não fui falar com a Lily assim que Cassidy saiu do meu quarto no dia anterior. Algo mais forte do que eu, me impedia de dar esse passo.

"Covarde!"

Minha mente insistia em gritar, com toda a razão.

Fazia alguns minutos que estava olhando para o jardim, procurando pela garota loira e sorridente. Faltava poucos minutos para eu perdê-la de vez, para nunca mais ver seu olhar curioso e encantado.

Não demorou muito e lá estava ela, andando lentamente olhando ao seu redor, mas não tinha um sorriso no rosto. Carregava duas malas, que aparentavam estar pesadas e uma folha em uma das mãos.

Senti meu estômago revirar enquanto o ar passou a entrar com dificuldade em meus pulmões e um grande desespero se apossou do meu corpo. Eu estava tremendo de medo como um garotinho. Eu perdi minha mãe e agora perderia a Lily por burrice minha.

"Não posso deixar que ela vá!"

Corri desesperado, quase caindo na escada e ainda esbarrei em alguém, no entanto, minha mente estava tão focada na Lily que não sei em quem foi.

- Aonde vai? - Gritei à medida que andava a passos largos pelo jardim para impedi-la de entrar na mansão.

- Embora. - Disse firmemente. - Não posso continuar aqui depois do que... quase aconteceu. Passei de todos os limites permitidos, me desculpe Sr. Biersack.

- Lily... - Parei em frente a ela e fechei meus dedos com força em um punho, ao ver seu rosto contorcido em sofrimento.

- Aqui está minha carta de demissão e por favor me perdoe por todos os contratempos que causei ao senhor. - Fiquei encarando a folha sem conseguir me mover.

- Não quero que vá. - Sussurrei me sentindo desarmado.

- Como?

- Não quero que vá. - Falei com mais força e vigor após buscar por mais fôlego.

- Por que, Sr. Biersack?

- Porque você fez algo ressurgir dentro de mim, algo que eu acreditei que nunca mais veria. - Confessei. - Quero que fique, Lily! Quero ter a oportunidade de te conhecer, se me permitir. Fique, como minha hóspede...

- Não posso aceitar isso!

- Sei que a forma como agi com você, aqui na mansão, foi cruel. No entanto, me permita te mostrar quem eu sou de verdade, quero te mostrar a pessoa que enterrei dentro de mim há muito tempo.

- Sr. Biersack... - Confusa, tentou se afastar quando a peguei pelas mãos, deixando suas malas caírem no chão e a carta de demissão ser levada pelo vento.

- Andy, me chame de Andy. Fique, por favor! Por, pelo menos, uma semana... Me dê uma semana, é só o que te peço. Se você perceber que não é isso que quer, eu a deixo ir.

- Mas...

- Por favor, Lily. Me deixe reparar meus erros e meu mau comportamento, me deixe te mostrar o que tem aqui dentro. - Levei sua mão até meu coração para que sentisse o quanto eu estava desesperado.

- Eu não sou alguém importante, não tenho nem família ou algo de valor. Sou apenas uma garota simples. O que alguém como o senhor vai querer comigo?

- É essa garota simples que eu quero conhecer.

- Tem certeza que é isso que quer? - Falou com um olhar banhado em lágrimas.

- Mais que tudo na vida. - Senti um peso enorme sair de cima de mim.

Após pensar um pouco, Lily abriu um sorriso discreto e falou:

- Então... eu aceito.


........................


Notas da autora:

Ufa! Pensei que o Andy fosse amarelar outra vez. 🤭

Gostou do capítulo? Me conte o que achou.

Beijinhos.

Continue Reading

You'll Also Like

419K 32.1K 80
E SE EM UMA NOITE MUITO LOUCA VOCÊ ACABA TRANSANDO COM UM ESTRANHO E SIMPLESMENTE DESCOBRE QUE VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA DELE?!!
49K 5.3K 34
James Macbeth desde pequeno foi criado para ser um grande líder, não teve carinho ou mesmo amor de seus pais. James era um homem carinhoso e compreen...
7.5K 774 55
Minha Loba (Atualizada) Depois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de...
1.9M 146K 44
Strix é uma escola de submissas onde mafiosos investem para terem as suas. Emma foi criada na Strix e ensinada para se tornar uma, mas a garota não é...