Kara Danvers P.O.V.
Eu estava em casa, na minha casa, imediatamente quando percebi isso senti o vazio e o medo de não ter a Lena ao meu lado, estar em casa me ainda pode ser meio assustador, o barulho no quarto só fez piorar tudo, obrigo a mim mesma ver o que tinha sido aquilo, me deparo com a porta do quarto arrombada.
- Você voltou? -Mike, estava com as mãos cheias de sangue a Lena caída no chão com um corte enorme no pescoço. - É bom que esteja pronta pra fazer companhia a ela!
- NÃO! NÃO MIKE! SOCORRO! -Me debato rápido tentando me soltar do Mike que apertava meu pescoço.
- Kara.. -Pude ouvir a voz da Lena longe. - Kara.. Kara!
- LENA! -Abri os olhos ofegante e vejo aqueles olhos verdes me fitando com preocupação.. - Lena... Você.. você tá bem! Você tá aqui.
- Estou Kara.. eu não vou a lugar nenhum. - Ela me abraçou pela cintura, o carinho que senti naquele abraço era tão incomparável. - Você teve pesadelos?
- Tive.. ele.. ele. Estava em casa, ela tinha matado você Lena, ele não pode te machucar. -Senti todo meu medo e desespero voltar com esse pensamento, comecei a falar muito rápido. - Lena.. ele vai me machucar! Eu.. eu preciso.. eu não posso ficar..
- Ei.. sei.. psiuu, eu estou aqui... Vem aqui deita aqui.. -Lena se arrumou na cama e logo deitei em seu peito ela me abraçou e com uma mão massageando meu couro cabeludo. - Ele não vai te machucar, nem a mim..
- Foi horrível Lena.. foi horrível ver você daquele jeito. -Senti minhas lágrimas caírem no pescoço da Lena. - Eu.. eu tô com medo, muito medo.
- Não precisa ter medo, eu vou te proteger de tudo, dele e de qualquer coisa.
- Lena.. não vai, fica e me abraça.
- Eu vou ficar aqui, não vou a lugar nenhum.
- Eu gosto quando me abraça, eu.. eu.. gosto. -Pensei em dizer que me sentia amada, mas achei melhor não.
- Não quer um leite?
- Não.. eu quero você..
Lena deu uma risada beijando minha testa. - ham.. bom.. podemos resolver isso..
- Não foi isso que eu quis dizer sua mente poluída.
- Eu sei.. mas foi engraçado..
Um silêncio se formou, Lena desenhava círculos com os dedos nas minhas costas e me fazia cafuné, eu descansei minha mão no seu pescoço quente, nos braços dela o mundo podia acabar, eu não me importaria, me sentia tão segura.
- Sabia que você e linda até dormindo. -Lena sussurrou, podia sentir aquele olhar dela.
- Se eu estivesse dormindo...
Pude sentir o coração da Lena disparar no peito abaixo de mim, abri os olhos e sorri ao ver o quão vermelha ela estava.
- Você tá vermelha! -Falei rindo olhando ela tão de perto, era ainda mais linda, sem maquiagem, sem óculos.. só ela.
- Dorme Kara! Ou eu vou pra minha cama. -Ameaçou se levantar.
- Não! Não não não, fica. -Coloquei as mãos nos seus ombros e a deitei de novo, percebi que tinha ficado exatamente acima dela, os olhos dela iluminados apenas pelo abajur eram ainda mais mágicos, vi eles desviarem dos meus pros meus lábios, o coração dela acelerou mais, o meu não foi diferente.
- Boa noite Kara. -Ela voltou a me olhar nos olhos e deitei em seu peito mais uma vez.
- Boa noite Lena.
•°•°•°•°•
Acordei sentindo o sol no meu rosto, sentindo aquele colchão incrivelmente confortável e gigante, Lena já tinha acordado, mesmo sendo sábado ela acordava cedo. Levando pegando as moletas do lado da cama, vou até o banheiro faço minha higiene me dirijo até a cozinha, a Lena estava dançando por toda a cozinha com fones de ouvidos tão altos que eu podia ouvir a música mesmo ela cantando desafinada Slumber party.
- Me and your girlfriend playin dress up at my house! I gave your.. -Ela girou num passo de uma coreografia e me viu na porta, suas bochechas coraram como tomates, eu levantei as mãos em sinal de inocência. - Há quanto tempo você está aí?
- Não tinha uma coisa menos clichê pra me perguntar?
- Não acredito que me viu dançar. -Ela colocou as mãos no rosto com vergonha.
- Você dança bem mas deveria fazer umas aulas de canto. -Falei rindo pegando uma maçã na mesa.
- Você certamente canta bem..
- Bom... Eu diria que dou pro gasto.
- Vamos descobrir isso depois, agora você tem que comer!
Na mesa tinha uma sopa de espinafre que estava com uma cara ótima, se eu não odiasse espinafre, mas como quebraram cinco ossos meus tenho que comer coisas ricas em cálcio.
- Eu sei que não gosta então como recompensa eu comprei donuts, pra assistir o documentário que você quiser!
- Hum.. você não joga limpo!
- I am a Luthor! (Eu sou uma Luthor)-Meu deus que sotaque sexy... quer dizer.. perfeito.
- Obrigada por me mostrar que seu sotaque é divino.
- Ce n'est pas que ça (Não é só isso)
- Você fala francês também?
- Sim! Te espero na sala!
Comi toda aquela sopa e até que não estava tão ruim, fui me juntar a Lena pra assistir e nunca vi ela tão concentrada na vida num documentário.
Sentei ao seu lado, ela estava vendo um caso criminal, a indignação dela com a injustiça era no mínimo intrigante, falava de um homem que casou por dinheiro e matou a esposa.
•°•°•°•
Acordei a noite com muita sede levantei pra pegar água, era pouco mais de meia noite, a luz do escritório da Lena ainda estava acesa, passei pelo corredor me escorando, fui sem as moletas, quando cheguei na cozinha, coloquei muito apoio no pé machucado, acabei me desequilibrando e caí no chão da cozinha, gemi com a dor no pé, por sorte não caí feio.
- Kara! O que você tava fazendo? - Lena sentou do meu lado olhando cada pedaço de mim querendo ver se tinha me machucado. - Não me assusta assim! Porque levantou?
- Eu.. eu queria água.
- Sem moletas? Caralho Kara! Podia ter me pedido! -Ela levantou colocando uma mão nas minhas costas e outra na parte de trás das minhas coxas e me levou no colo até a cama. - Não pode andar por aí assim ainda!
- Desculpa Lena.. eu só queria água.
- Você me chama! -Ela foi até a cozinha e voltou com um copo de água e uma compressa de gelo. - Você já vai poder andar livre mas se desobedecer vai ter que ficar mais tempo com esse gesso!
- Eu não queria te incomodar. -Me sentia uma criança levando bronca dos pais, mas era isso que eu merecia.
- Você não me incomoda. -Lena baixou o tom de voz e colocou a compressa no meu joelho. - Você nunca incomoda, quando precisar.. -Ela se aproximou de mim colocando meu cabelo atrás da orelha. - Você só precisa me chamar, eu vou estar sempre pra você quando quiser ok?
- Ok. -falei fazendo beicinho.
- Não faz esse bico! Eu vou terminar umas coisas da L-corp, quer que eu venha dormir aqui?
- Mrmm
Depois de um tempo tirei a compressa do joelho e deitei pra dormir, quando acordei senti aqueles braços quentes ao meu redor, aquela respiração quente no meu pescoço, Lena e eu estávamos de conchinha, senti arrepios por todo meu corpo quando senti nossas pernas entrelaçadas, era tão bom mas sentia pânico também.. o calor no meio das minhas pernas fez meu estômago encher de borboletas, minha cabeça se distraiu de tudo isso quando senti a Lena se espreguiçando, fingi que ainda estava dormindo.
Ela beijou meu ombro pescoço e bochecha antes de sentar na cama, acho que começou a mexer no celular, dava pra ouvir as motivações chegando.
- Kara.. kara.. acorda. Já são dez da manhã Kara.
- Hrum.. Lena me deixa dormir.
- Não! Você tem que ir no hospital hoje tirar o gesso.
Não respondi nada ainda estava com sono, ela me deixou de barriga pra cima e sentou no meu quadril com um joelho de cada lado, sono? Eu não estava com sono?
- Acorda! Você tem que ir lá hoje! E também temos que dizer que você caiu.
- Lenaaa! -Falei birrenta esfregando os olhos. - Deixa pra amanhã! Hoje é domingo.
- Eu sei que a cama é muito confortável, mas você tem que ir hoje.
- A cama é o de menos..
Será que ela entendeu?
- Anda, se não você vai tomar banho frio!
- Tô indo!
Tomei banho, Lena me ajudou bastante desde o hospital até no banho, no começo eu mal podia levantar da cama e ela que me ajudava sempre, depois de uma semana ela aprendeu a me pegar no colo com facilidade, tomamos café, Lena adorava comida saudável, ela come sem esforço brócolis, espinafre ou qualquer outra salada isso é uma das coisas que somos exatamente ao contrário, fomos até o hospital, não fazia muito tempo que estava longe dali, eu tinha feito amizade com muitos médicos de lá.
- Oi doutora Torres! -Lena.
- Oi meninas.. como então?
- Andamos bem! -Lena.
- Eu nem tanto assim.. -Falei apontando pro pé engessado rindo.
- Mas logo vai estar! -Torres.
- Obrigada doutora! -Eu.
- Bom vamos até uma sala pra tirar esse gesso?
- Ela caiu ontem tentando andar sem as moletas! -Lena.
- Ihh, vamos ver como está então..
Ela me levou pra fazer um novo raio X e falou que podia tirar o gesso, porém três dias de repouso e eu podia voltar a CatCo, fomos tira o gesso, algumas pessoas no hospital perguntaram se éramos um casal eu ria e negava, Lena ficava vermelha como um pimentão.
•°•°•°•
- Você vai parar pra quê? -Perguntei pra Lena que tinha parado o carro numa eu que nunca tinha ido. - Lena!?
- Fica aqui... Eu vou pegar uma coisa que.. que eu planejo faz tempo.
Ela demorou uma eternidade e voltou com um cachorro um husky siberiano filhote, olhos azuis e pelagem branca e com partes pretas.
- Da um oi pro Kall.. -Lena.
- Onwt que fofinho! Oi Kall.. que lindo..
- Os olhos dele são da cor dos seus..
- Você não existe sabia.
Chegamos na casa da Lena, antes passamos em um pet shop e a Lena comprou tudo pra aquele cachorro, até um produto pra mal hálito!
Nem eu uso isso e o cachorro tem um que custa os olhos da cara.
Lena ficou brincando com o Kall enquanto eu olhava comendo cookies e vendo aquela bola chegar perto daqueles vasos caros.
- Vocês vão quebrar esses vasos! -Falei quando a bola bater na mesa de centro.
- Não tem problema se quebrar. -Ela sentou do meu lado um pouco ofegante.
- Ah é.. eu quase esqueci que você é bilionária.. -Falei irônica.
- É um dos meus charmes de ser um Luthor.
- Hum... você tem muitos charmes então?
- É o que dizem.. -Desviei meu olhar pra seus lábios carnudos com aquele batom tão vermelho. - Você tá com a boca suja! -Ela esfregou o polegar no meu lábio inferior tirando um pouco do chocolate das gotas do cookie que tinha ficado, depois levou o dedo a boca me olhando.
- Pronto? -Perguntei com a voz rouca, ela apenas assentiu, eu fui indo mais pra perto dela olhando seus lábios, senti sua respiração na minha bochecha e fechei os olhos...
O celular dela toca DO NADA, ela rapidamente sai do transe que estávamos e atende o celular.
- Alô! -Acho que não foi só eu que não gostei daquela chamada pelo tom de voz dela..
- Eu resolvi isso sexta, apenas fale com minha secretária, ela saberá o que fazer! Passar bem..
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