❛ tmbbots ♡ ᵐʸᵍ + ʲʰˢ ᵃᵇᵒ ೃ

Bởi niggaforrlife

224K 21.2K 32.1K

Não há nada mais tentador para Jung Hoseok do que a pele branquinha e aparentemente macia do seu vizinho ômeg... Xem Thêm

prólogo
primeiro
segundo
terceiro
quarto
quinto
sexto
sétimo
oitavo
nono
décimo
décimo primeiro
décimo segundo
décimo terceiro
décimo quarto
décimo quinto
décimo sexto
décimo sétimo
décimo oitavo
décimo nono
vigésimo
vigésimo primeiro
vigésimo segundo
vigésimo terceiro
vigésimo quarto
vigésimo quinto
vigésimo sexto
especial 100k
vigésimo sétimo
vigésimo oitavo
vigésimo nono
trigésimo primeiro
trigésimo segundo
trigésimo terceiro

trigésimo

3.7K 270 549
Bởi niggaforrlife

olá! dessa vez demorei mais que o habitual, mas cá estou! me perdoem pela demora 🥺

e gente, por favor, leiam as notas finais!! tenho algo importante para conversar com vocês!

também não esqueçam de usar a #SOPEGATINHOS no twitter!

votem e comentem, isso me incentiva e ajuda no crescimento da fanfic 💜

30. End Point
終点

Dois dias tinham se passado desde que o cio de Hoseok começara, e por mais que tivesse sido absolutamente intenso, não estavam exaustos. Aquilo só fora possível graças a renovação da marca que Hoseok fizera instantes atrás; sabia que seria o fim do seu período, e justamente para poupar Yoongi do cansaço que o mordeu novamente, assim como fez durante o cio do ômega —  agora, o Min estava ressonando baixinho agarrado ao seu tronco, parecendo plenamente descansado e bem, mesmo que repleto de marcas pela derme branquinha.

Tomando todo o cuidado para não acordar seu namorado, Hoseok desvencilhou os bracinhos de Yoongi do seu tronco e colocou um travesseiro no lugar, sorrindo pequeno ao vê-lo afundar o rosto no tecido, farejando inconscientemente sua essência. Sempre que presenciava cenas como aquela, sentia que estava exatamente onde deveria estar – ao lado do seu primeiro e único amor. Yoongi era mesmo uma pessoa singular e alguém que Hoseok nunca pensara poder ter consigo, mas que tinha o tornado uma pessoa tão melhor que ele acreditava ter sido o destino quem o colocou em seu caminho. Nasceram para se amarem, e aquele sentimento era algo tão puramente forte e avassalador que nada no mundo teria a mesma equivalência.

Descendo as escadas enquanto se espreguiçava, o alfa suspirou pesadamente e sentou em um dos degraus, retirando o telefone da calça moletom que vestiu antes de sair do quarto, encarando o ecrã pela primeira vez desde que falara com sua mãe e sogra, dias atrás. Havia muitas mensagens de Juhong e Yongguk, algumas de Jeongguk e uma de Dawon, que era exatamente com quem Hoseok precisava conversar naquele momento; mesmo durante seu período, não conseguia tirar a imagem de Sungcheol pronto para atacar Yoongi da cabeça, e agora aqueles pensamentos estavam se intensificando a ponto dele não conseguir focar em outra coisa. Por isso queria conversar com a irmã, pedir conselhos, ter um norte do que deveria fazer naquela situação, pois tinha plena noção da gravidade das ações do alfa que um dia ousou chamar de amigo.

Bastaram três toques para que Dawon atendesse, soando um tanto curiosa por Hoseok tê-la ligado tão cedo.

Hobi, oi. Aconteceu algo?

Apenas estou precisando conversar contigo, noona. Você está ocupada? Tudo bem com vocês?

Estamos ótimas, maninho, e eu estou livre, pode falar. Você e o Yoongi...?

Não, não! Estamos bem. Melhores do que nunca, na verdade. — Disse, sorrindo pequeno. — Mas estou preocupado com ele. Tem umas coisas acontecendo e eu não sei o que fazer para protegê-lo disso tudo... Minha cabeça vai explodir.

Desembucha. O que está acontecendo com o gatinho?

Hoseok suspirou pesadamente antes de continuar.

— Ele vem sendo assediado. Você sabe, noona, eu mesmo fazia essa nojeira com ele antes de entender como se trata alguém com o mínimo de dignidade, então sinto mais raiva ainda por vê-lo passando por isso e não conseguir por um ponto final nessa história toda.

Fale com a mamãe, Hobi. Você sabe que ela pode colocá-lo na cadeia em dois tempos. — Com a voz amena, Dawon pontuou. — Nunca gostei dele e sempre te avisei que esse cara é doentio... Ele já era obcecado por você, e agora está obcecado pelo Yoongi.

Acho que a mamãe vai ser a primeira a questionar o Yoongi sobre ele. Quando meu cio começou e ela o trouxe até mim, Sungcheol apareceu querendo ir pra cima dele. Ela quem o afastou. — Suspirou. — O Yoongi é... Ele é bom demais. Não sei se concordaria com isso de cadeia.

Maninho, o Yoongi é bom, não burro. Tenho certeza de que ele não pensaria duas vezes antes de jogar um assediador nojento numa cela, principalmente quando se trata de alguém que assediou ele. O conheço tão pouco e mesmo assim sei que a primeira coisa que ele pensaria é que se o Sungcheol pode fazer isso com ele, também fará com outros ômegas. E nem todos tem alguém que os proteja, Hobi.

— Isso com certeza é algo que ele pensaria. — Riu soprado, suspirando logo depois. — Eu não entendo. Como ele tem coragem de aparecer aqui depois de tudo? Eu jurei que o deixaria imóvel numa cama de hospital, e ele ainda assim tem a audácia...

Você não é um cara briguento, Hoseok, então achei que já saberia disso... Seus punhos não podem resolver todos os problemas do mundo. — Clarificou. — Sei o quão incontroláveis ficam nossos instintos quando a segurança dos nossos ômegas está em questão, maninho, mas a única coisa capaz de pará-lo é uma cela. Você pode proteger o Yoongi e conseguir fazê-lo ficar longe, mas e os outros ômegas? Vai deixá-los a mercê de mais um assediador?

— Se eu pudesse, juro como acabava com a vida dele. Não teria o mínimo remorso em matá-lo. — Confessou entredentes, quase rosnando. — Ele não tem o direito de ser feliz. Pessoas como ele não tem salvação, Dawon... Ele nunca vai se arrepender das coisas que faz.

Apenas faça o que eu te disse, Hobi. Confie na inteligência absurda da dona Hyemi, você sabe que ela conseguirá sem fazer o mínimo esforço. — Reforçou, suspirando. Sabia bem como tudo aquilo era difícil. — Sujar as mãos com essa gente é quase que terapêutico, mas não vale a pena. Como você mesmo disse, ele não se arrependerá. Tudo o que você tem que fazer é jogá-lo numa cela e mostrar o inferno que o espera.

Precisamos de provas, Dawon. Como iremos colocá-lo na prisão sem provas? Além de quando meu cio começou, faz meses desde que ele ousou falar alguma merda para o Yoongi.

Hoseok, confie na mamãe. Ela viu com os próprios olhos, não viu?  Então apenas a deixe fazer o que sabe.

— Você tem razão. Vou conversar com o gatinho quando ele estiver recuperado... Temos que resolver isso de uma vez por todas. — Pontuou, ouvindo uma confirmação da irmã. — Obrigado por me ouvir, noona.

Não por isso, maninho. — Disse, risonha. — É sempre bom ter uma pontinha de contribuição em dar a um verme o que ele merece.

{...}

Quando Yoongi acordou, a primeira coisa que sentiu foi a falta do corpo quente de Hoseok ao seu lado.

O cio havia acabado e ele estava imensamente grato pela renovação da marca que seu namorado lembrara de fazer, caso contrário ele estaria moído de cansaço – ainda assim sentia algumas dorzinhas pelo corpo, mas sabia que aquilo apenas era resultado da sensibilidade exacerbada causada pelo pós-cio. Era muito bom em biologia na época da escola e ouvira diversas vezes sobre o quão intensos e cansativos poderiam ser os cios para casais recentemente atados, mas nunca imaginou que eram mesmo difíceis, que seus instintos se descontrolariam tanto.

Esteve consciente por alguns momentos durante aqueles dias, mas tudo ao redor silenciava quando Hoseok começava a expelir feromônios e esfregar o nariz em seu pescoço. Até mesmo agora sentia-se um pouco fora de órbita; o cheiro do Jung estava por toda parte, ele próprio cheirava ao alfa, mas ainda assim precisava, seu corpo pedia pela presença dele. Não percebeu quando um choramingo passou por sua garganta, e nem quando fez sua essência ficar mais forte – apenas se deu conta quando Hoseok apareceu na porta, com ruguinhas entre as sobrancelhas e um olhar curioso.

Um pouco confuso com a visão de Yoongi aninhando, se aproximou.

— Ei, amor. Tudo bem? — Disse, baixinho, sentando ao lado da bolinha de cobertores que Yoongi havia feito. — O que aconteceu, hum?

Arrastando-se até deitar a cabeça no colo de Hoseok e envolver os quadris com seus bracinhos, o ômega piscou graciosamente e deu um bocejo manhoso antes de olhar o namorado com um biquinho chateado.

— Você não estava aqui... Acordei sozinho.

— Ah, é mesmo... — Riu nasal, passando os dedos suavemente pelos fios rosinhas. — Jeongguk me avisou que você provavelmente ficaria assim.

— Assim como?

— Todo manhosinho. — O puxou para o sentar em seu colo, sorrindo pequeno enquanto Yoongi dispunha as pernas ao lado de seus quadris, o olhando nos olhos. — Eu deveria ter dosado meus feromônios. Desculpe, neném.

Yoongi soltou um muxoxo e se inclinou, roubando um selinho antes de afundar o rosto no pescoço de Hoseok. Seu corpo estava molenga e tudo o que precisava agora era sentir o cheirino gostoso de laranja que fluía do namorado, então foi rápido em envolver os bracinhos no tronco nu e mostrar que não pretendia sair dali.

— Por que estou assim? Não aconteceu no meu cio. Eu fiquei carente quando terminou, mas não tanto como agora...

— É culpa minha. Soltei feromônios demais e você estava sensível por isso, e juntando com nossas marcas... Foi um combo que te deixou molinho. O Guk disse que acabou acontecendo com o Tae também, então ele aprendeu com o tempo. Prometo que da próxima vez vou me controlar, gatinho. — Hoseok acariciou suavemente as bochechas de Yoongi antes de encará-lo, pensativo. — Amor, quero falar sobre algo com você.

Para ser sincero, Hoseok havia pensado em tratar de Sungcheol sozinho, sem contar para Yoongi sobre os planos de denunciá-lo, ao menos por hora. Obviamente o ômega precisaria saber em algum momento, afinal, ele quem deveria prestar queixa pelos abusos e assédios; se pudesse, o pouparia até mesmo daquilo. Porém, depois de pensar muito enquanto preparava algo para comerem, decidiu que não poderia esconder nada do namorado. Era algo importante demais para ser feito pelas costas de Yoongi, e Hoseok tinha certeza de que o ômega ficaria extremamente chateado se ele agisse escondido. Ademais, Hoseok não mentia para seu gatinho. Mentir era algo que não combinava com o relacionamento deles.

Yoongi, por sua vez, ficou um tanto confuso. Percebera que seu alfa estava pensativo e meio fora de órbita, além de sentir que algo estava o incomodando.

— Aconteceu alguma coisa? Eu percebi que você está meio aéreo. — Arrumou a postura, vendo Hoseok sorrir pequeno e suspirar. 

— Eu apenas... Tomei uma decisão. Pensei em algo, na verdade, porque quem deve tomar essa decisão é você. — Notando a feição confusa do namorado, prosseguiu. — Depois do que aconteceu quando meu cio começou, percebi que não podemos mais lidar com o Sungcheol como se ele fosse apenas um pequeno incômodo. Ele é um assediador, minha vida, e temos que tratá-lo como um.

Yoongi ponderou por um instante, tentando decifrar o que Hoseok queria dizer. Sabia muito bem que aquele assunto tinha martelado na cabeça do namorado desde que acontecera, mas não achou que ele estivesse tentando achar uma solução, mas sim que apenas que estava com raiva. 

— Você quer que eu o denuncie, não é?

Hoseok assentiu, crispando os lábios.

— Sim. Conversei com Dawon mais cedo e ela falou sobre isso... Que apenas uma cela iria pará-lo. Não quero mais te ver com medo, gatinho... Não quero que ele saia impune pelas coisas que te fez passar. — Suspirou. — Posso quebrá-lo no meio mil vezes, mas sinto que isso nunca o pararia. Ele está obcecado por você, e essa situação também me assusta.

— E mesmo que ele me deixasse em paz, algum outro ômega poderia virar vítima dele. Mas eu tenho medo, hyung... Se eu fizer a denúncia e não der em nada, ele com certeza virá atrás de mim ou pode fazer algo contra vocês, minha família... Não sabemos o quão perigoso ele é. — Encolheu-se, sentindo as mãos de Hoseok segurarem seu rosto e manterem seus olhos conectados. O alfa sorriu.

— No mesmo instante que você decidir fazer a denúncia, o destino dele estará traçado, amor. Ou você acha que minha mãe perderia um caso? Sua sogra é Jung Hyemi, oras! — Brincou, fazendo o baixinho rir. — E não se preocupe, gatinho, o Sungcheol é um covarde. Mesmo que sua denúncia não desse em nada, ele não teria coragem de dar a cara tapa. 

— Você acha que a Hyemi-ssi me ajudaria no processo?

— Lógico! Tenho certeza de que ela vai conversar com você sobre isso quando sairmos daqui. Ela ficou muito preocupada depois daquela noite. — Disse, colocando uma mechinha de cabelo para trás da orelha de Yoongi. — Está tudo bem pra você contar sobre tudo o que aconteceu na universidade? Posso ligar para minha mãe, contar tudo pra ela e pedir para que ela conte para a tia Yewon. Acho que assim ela vai ficar mais calma.

— Acho que sim. Só não queria que minha mãe tivesse que saber... Ela vai ficar super preocupada. Mas você tem razão, eu prefiro deixar isso nas mãos da sua mãe. Espero que a Hyemi-ssi consiga acalmá-la.

— Então não se preocupe, gatinho, vai dar tudo certo. Vou ligar pra ela quando você for tomar banho e então resolvemos essa parte, ok? — Viu o namorado assentir e o roubou um selinho. — Sabe... Minha mãe está sempre cuidando da tia Yewon. Eu acho fofo.

— Sim, elas se tornaram inseparáveis. — Riu, baixinho, passando a brincar com os dedos de Hoseok. — Estou orgulhoso de você, viu?

Confuso, Hoseok juntou as sobrancelhas.

— Ué, orgulhoso? — Questionou, vendo o namorado acenar positivamente enquanto sorria. — Mas por quê? Eu nem fiz nada.

— Fez sim. Desde que começamos a ter algo a mais, você me protegia com unhas e dentes e a primeira coisa que fazia sempre que via ou ficava sabendo sobre algo que fizeram contra mim, era ficar com raiva e violento. Eu entendo que é seu instinto de alfa e que sermos almas gêmeas só intensifica tudo, mas fiquei realmente orgulhoso disso que você fez hoje, Seok. — Os olhos brilhantes de Hoseok eram como duas bolinhas de galáxia, e ele estava tão adorável naquele momento que Yoongi não conseguiu conter uma risadinha. —  Você parou, pensou e pediu ajuda a sua irmã, depois esclareceu tudo comigo e pediu minha opinião. Não tiveram gritos, ninguém se machucou e você não precisou ser violento. Estou orgulhoso disso, de termos comunicação e nos entendermos bem. De você me compreender e saber que nem sempre os punhos são a solução.

Caramba, Hoseok gostava mesmo de quando Yoongi falava daquele jeitinho, com as palavras certas e a voz mansa, o sorrisinho doce e os olhos felinos. Gostava ainda mais de quando acertava e seu gatinho dizia estar orgulhoso de si, porque não havia nada nesse mundo que o fizesse mais feliz do que ver a admiração refletindo nos olhos rosados do seu ômega, que sempre brilhavam de um jeito tão único e etéreo. O corpo ficava mole, o coração acelerado e o sorriso congelava na boca, deixando sua felicidade muito mais que transparente.

E naquele momento não tinha sido diferente; tímido, Hoseok abaixou a cabeça e sorriu, grande, sentindo as bochechas esquentarem e o coração bater mais rápido. Também sentia a felicidade genuína de Yoongi pairando dentro de si, forte como se fosse um sentimento seu — e ah, cara, era tão bom quando aquela ligação de corpo e alma se fazia presente e eles se expunham um ao outro, mesmo que inconscientemente, usando daquela terna intimidade gostosinha.

— Gatinho, caramba... Não sei o que dizer... — Confessou, baixinho, envergonhado demais para levantar o rosto e mostrar a Yoongi suas bochechas rosadas.

O ômega gargalhou, jogando a cabeça para trás, achando tudo aquilo adorável demais. Os sentimentos quentinhos de Hoseok inundavam seu corpo pequeno e tudo o que ele queria era explodir o namorado em um abraço, porque nada era mais fofo que Jung Hoseok todo envergonhadinho por ter recebido elogios.

— Você parece um filhotinho! — Exclamou, juntando o rosto do alfa nas mãos e bicando os lábios amassados pelas bochechas. — Não precisa dizer nada, Hobi. Eu já senti tudo.

Hoseok sorriu mais uma vez, encantando o ômega ao expor seus olhos negros que brilhavam lindamente, demonstrando o quão feliz ele havia ficado apenas com aquelas palavras. Ele era mesmo um alfa muito sensível a sentimentos afetuosos, e Yoongi conseguira entender muito bem como lidar com a bolinha afetiva que era seu namorado, principalmente quando estava consigo.

Voltando a sentir-se tímido, Hoseok afundou o rosto na curvatura do ombro de Yoongi. O nariz passeou por aquela pele sensível ele mergulhou no cheiro do ômega, deixando um beijo delicado em sua marca que ali residia.E

— Obrigado, gatinho.

꒰ ˚₊‧♡‧₊˚ ꒱

Depois da manhã manhosa na casa de Hoseok, o casal decidiu que já estava na hora de darem as caras; Yoongi estava mesmo com saudade de Yeji, e precisava assegurar sua mãe de que estava bem, porque sabia o quão assustada ela havia ficado após o ver tão desesperado como naquela noite.

Eles foram para a casa de Yoongi pela tarde. Não havia ninguém na rua quando saíram, e Hoseok supôs que fosse pelo horário, já que eram quase duas da tarde — bastou Yoongi abrir a porta para que um cheiro muito bom de comida se espalhasse, mas obviamente não poderia ser obra de Yewon. A Min mais velha estava sentada no chão junto a Yeji, que curiosamente já olhava para a porta quando o irmão a abriu; a pequenininha correu para Yoongi assim que seus olhos miúdos o alcançaram, gritando sobre ter sentido muitas saudades. Hyemi apareceu logo depois, saindo da cozinha com um avental e sorriso estampado no rosto. Hoseok achou o ambiente estranhamente familiar, mas não teve muito tempo para pensar sobre, pois não demorou para se perder na fofura de Yeji, que chamava por si o olhando por trás do ombro do irmão.

— Yah! Estávamos esperando vocês desde manhã! — Yewon exclamou, fazendo bico. — Hoseok-ah, já estou ficando arrependida de ter entregado meu bebê para você. Isso é roubo! Como uma mãe pode ficar tanto tempo sem seu filhote?

Yoongi revirou os olhos e caminhou até a mãe, apenas para deixar um beijinho em sua testa. Sabia bem como ela era dramática, e agora percebera que Yeji estava indo no mesmo caminho; não conseguiu devolvê-la para a mãe, porque a menininha simplesmente o agarrou com toda força e ameçou chorar caso fosse tirada dali.

— Desculpe, sogrinha. Esqueci que não estamos em Seoul e que preciso dividir meu gatinho com você! — Brincou, vendo Yewon sorrir. — E pelo visto, terei de dividir com a Yeye também...

— Deixe de ser egoísta, garoto! Eu não te criei assim. — Hyemi brigou, resmungando. — Vocês estão bem? Não tiveram mais problemas?

— Estamos bem, Hyemi-ssi. Desculpe pela bagunça que eu estava naquele dia... 

— Que isso, Yoongi. Não há nada para desculpar. — Sorrindo simpática, a alfa disse. — Suponho que vocês estão cansados para conversar, então vamos comer, sim? O almoço já está pronto.

Em gritinhos estridentes, Yewon e Yeji comemoraram, sendo as primeiras a correr para a cozinha. Elas eram idênticas em personalidade — às vezes, Yewon parecia ser tão criança quanto a filha.

Hoseok afagou as costas de Yoongi, vendo que ele havia ficado tenso depois que sua mãe falou sobre conversar; era evidente que ele ainda estava com medo e apreensivo sobre a denúncia, mas Hoseok sabia que ele não desistiria. Yoongi era íntegro demais para deixar alguém como Sungcheol solto por aí, e isso era o que tranquilizava o Jung. Por fim, o almoço correu bem; Yeji falava muito sobre como foi ir a creche que havia começado a frequentar depois que Yoongi foi para Seoul — a pequenininha estava toda encantada pela escolinha, dizendo que agora já era grande o suficiente para ficar muitas horas sozinha e que também já sabia contar até vinte. Yoongi obviamente estava orgulhoso, mas seu coração babão ainda doía um pouquinho só de imaginar sua irmãzinha sozinha numa creche. Yewon também havia sido bem dramática quanto ao assunto, mas Hyemi ajudou a enxergar que aquele passo era importante para Yeji, porque ela precisava começar a entender o que era independência. No fim, Hyemi estava certa e agora Yewon não precisava se preocupar em contratar babás para Yeji sempre que precisava trabalhar.

Quando todos terminaram de comer, Hoseok foi convocado pela cunhada para brincar de massinha. Hyemi avisou que iria até em casa para se preparar pois iria trabalhar naquele dia, e Yewon fez o mesmo: disse que subiria para trocar de roupa, e como Yoongi não poderia perder a chance de ficar sozinho com a mãe, subiu junto a ômega. Ao chegarem no quarto, o baixinho recebeu uma mensagem de Jimin, onde o loiro avisava que estaria o esperando na frente de sua casa para conversarem um pouquinho; estava mesmo com saudade do amigo, então apenas disse que esperaria sua mãe sair para descer.

Yewon sorriu quando o filho fechou a porta e sentou na cama, olhando manhoso para ela.

— O que foi, hein, gatinho? — Zombou, sorrindo para o garoto. Yoongi corou.

— Mãe! — Exclamou, se encolhendo. — Não é nada, só queria ficar um poquinho contigo antes de você sair.

Vendo a manha do filho, Yewon se aproximou e deixou um beijinho em sua testa. Estava bem claro pra ela que Yoongi queria um pouquinho de colo, por isso não demorou para trocar de roupa; logo estava sentada ao lado de seu primogênito, puxando-o para deitar em seu colo. O pequeno ronronou, gostando demais da sensação de ter sua mãe ali, lhe dando carinho e o confortando com seu cheiro; tinha mesmo sentido falta daquilo, e por mais que tenha dormido agarradinho a ela algumas noites desde que chegou, sentia que naquele momento estava mais sensível e necessitado do conforto de sua mãe. Passaram-se muitos meses e muitas coisas aconteceram, e no fim do dia, ele também era um filhote que precisava de colo — principalmente depois de ter tomado a decisão de colocar alguém na cadeia.

— Decidi denunciar o Sungcheol. — Anunciou deppois de alguns segundos. Ele conseguiu ouvir quando Yewon prendeu a respiração.

— Oh... E quando você tomou essa decisão, filhote? — Amansou a voz, sendo cuidadosa para não deixar Yoongi mais nervoso do que já aparentava estar.

— Hoje de manhã. — Suspirou. — O Seok veio conversar comigo. Ele está preocupado e não quer mais me ver passar por essas situações... Eu também não aguento mais viver com medo de encontrá-lo pela universidade. Quero puní-lo do jeito certo, mas ainda tenho medo do que ele pode fazer com vocês, com meus amigos... 

— Yoongi... Filho, eu entendo muito bem seus medos e sei que sua cabecinha deve estar a mil. Entendo de verdade. Esse mundo não é nem um pouquinho justo com ômegas. Mas veja só... O que esse Sungcheol fez não tem perdão. Hoje pela manhã, quando a Hye me contou tudo, meu mundo caiu. Eu não fazia ideia do que você estava passando e tinha passado, então me culpei muito. Deixei você ir pra longe de mim, e aí isso aconteceu. Por mim, ele já estaria atrás das grades desde o momento que olhou para você. — Foi sincera, sentindo a voz falhar momentaneamente. — Ela também me contou sobre as atitudes do Hoseok com você no inicio de tudo, e eu me senti absurdamente mal por ter sido tão... Tão sem noção. Me desculpe por isso... Eu deveria ter enxergado além das minhas vontades de juntar vocês dois. 

Agora Yoongi quem prendeu o ar, genuinamente surpreso com o que sua mãe disse. Ela certamente havia errado bastante no começo, mas ele não esperava que Hyemi fosse apontar a Yewon as atitudes errôneas do próprio filho; além disso, já se fazia tanto tempo que ele mesmo tinha esquecido. Apesar de tudo, foi muito significativo para si que sua mãe se desculpasse pelo o que fez no passado.

— Sobre o Hoseok... Bom, eu realmente ficava desconfortável e odiava quando você me empurrava para ele, mas não se culpe tanto, mamãe. Você entendeu que estava errada e isso já basta, tudo bem? — Sorriu doce para a progenitora, observando-a suspirar. — E a denúncia... Eu realmente vou fazer, mas ainda estou meio assustado. A Hyemi-ssi provavelmente quer conversar comigo sobre isso e eu fico nervoso...

— Filhote, confie na Hye. Ela é ótima no que faz e adora você, tenho certeza que tudo correrá bem. Não tenha medo de nada, ok? Ele não vai mais mexer com você e muito menos conosco. — Sorrindo suave, a mulher o tranquilizou. — Agora levante! Tenho que trabalhar! Você pode ficar com sua irmã, certo?

— Sim, não se preocupe. Ela grudou no Hoseok e não vai soltá-lo nem tão cedo. — Riu, sendo acompanhado pela mãe. — Vamos, vou descer com você. O Jiminie está me esperando lá na rua.

Saindo juntos, os dois desceram as escadas e encontraram Hoseok e Yeji da mesma forma que estavam antes: enrolando massinhas e conversando avidamente sobre isso. A parte mais curiosa (e adorável) era que o alfa parecia realmente estar se divertindo, então Yoongi não pôde mesmo segurar uma risadinha; seu namorado parecia ser tão criança quando Yeji. Sua mãe foi até os dois para se despedir, e quando Yoongi viu o quão bem aqueles três se davam, sentiu o coração esquentar. Amava demais a atmosfera familiar que os envolvia sempre que Hoseok se infiltrava em sua família.

Também despedindo-se brevemente da mãe, Yoongi caminhou para perto do namorado e da irmã, vendo o alfa sorrir abertamente para si e inclinar a cabeça, pedindo beijo. Ele também sorriu e acatou o pedido, selando brevemente os lábios de Hoseok e percebendo que Yeji estava compenetrada demais em suas esculturas de massinha para sentir ciúmes da cena.

— O Jiminie me chamou pra conversar um pouquinho lá fora. Você vem? Eu deixo vocês dois correrem pela rua sem reclamar. 

— Nah, vou ficar aqui trabalhando meus dotes artísticos com minha parceira favorita. Vocês vão ficar aqui na frente, não é? — Perguntou, quase ronronando ao sentir Yoongi acariciar seu cabelo. — Fiquem aqui no seu gramado, por favor. Não esqueça que aquele desgraçado está em casa, gatinho... Me sinto mais seguro com você aqui, porque posso correr caso algo aconteça.

— Tudo bem, vamos ficar por aqui mesmo, não se preocupe. Ele não tentaria algo com o Jiminie por perto. — Respondeu, mesmo que não tivesse tanta certeza assim de suas palavras.

— Grite se acontecer alguma coisa, por favor. — Foi cauteloso mais uma vez, fazendo biquinho para receber mais um beijo. Yoongi sorriu e o deu. — Amo você.

— Amo você. — Mais um selinho. — Se comporte, Yeji. Não faça seu cunhado de boneco, tudo bem? 

A garotinha apenas acenou, não se dando o trabalho de tirar os olhos da massinha que modelava. Yoongi sabia muito bem que provavelmente encontraria um caos quando voltasse, mas não tinha nada que pudesse fazer; Hoseok era totalmente conivente com qualquer que fosse a coisa que Yeji quisesse fazer, no fim das contas.

Caminhando parra fora de casa, Yoongi sorriu quando avistou Namjoon e Jimin sentados na calçada, provavelmente o esperando. Ele achava realmente muito fofo o constraste de tamanho entre eles, porque Jimin era um pitico e Namjoon, bem... Ele era mesmo grande. Eram um casal que tinha uma dinâmica muito fofa e caseira, onde o Kim sempre tratava Jimin com um esmero imensurável, quase como se tivesse medo que ele quebrasse; e o ômega, tranquilo e adorável como era, sempre estava brincando com os dedos de Namjoon ou se pendurando em suas costas, o tempo todo completamente agarrado a ele. Eram realmente, realmente fofos.

— Oi, casal. — Yoongi exclamou, enfiando a cabeça entre as deles. Namjoon tomou um baita susto, Jimin sorriu abertamente.

— Gigi! — Num gritinho, o loiro se jogou em Yoongi e o derrubou de bunda no chão, ouvindo a risadinha gostosa do amigo em sua orelha. 

— Pela misericórdia, eu quase morri do coração... — Namjoon murmurou ainda com a mão no coração, tentando processar o mini infarto que teve. — Jimin, minha vida, cuidado com o Yoongi, ele acabou de voltar.

— Tudo bem, eu estou bem! Desculpe pelo susto, Namjoon hyung... — Sorriu, sentando no chão junto a Jimin, que permanecia grudado a si. 

— Vou te mandar a conta do hospital depois, Min Yoongi. Me aguarde! — Resmungou, brincalhão. — E cadê o Hoseok, hein? 

— Ah, ele está lá dentro com a Yeji. Estão super entretidos brincando de massinha. 

— Vou ficar com eles, então. Boa sorte com esse grude aí. 

E então o alfa entrou, deixando os dois pequenininhos sozinhos. Depois do Park ajudar o mais velho a levantar, ambos caminharam até o carro de Hosek, que por algum motivo estava estacionado ali, na frente da casa dos Min. Jimin havia feito drama durante todos esses dias, falando que Hoseok estava roubando seu tempo com Yoongi, já que eles tinham combinado de sair por Daegu apenas os dois; o loirinho estava mesmo levando a sério a ideia que teve de recuperar a amizade de infância que não tiveram, e bem no dia que iria contar sobre isso para Yoongi, Hoseok entrou no cio. Aquele ladrão de amigos!

Encostando-se no carro, Yoongi sorriu para o loiro.

— Não fique bravo com o Hobi, Jimin-ah... — Exclamou, risonho, vendo o biquinho nos lábios cheios do amigo. — Ele não fez de propósito.

— Aquele insuportável! Até os instintos dele agem para me irritar! — Murmurou, não conseguindo conter o riso. — Mas você tá bem, Gi? Fiquei tão preocupado quando acordamos com o rosnado da tia Hye! Eu e o Nam saímos correndo na mesma hora, mas felizmente vocês já estavam dentro de casa e o desgraçado nojento também tinha entrado. O Namjoon ficou muito bravo, ele quis voar no Sungcheol... E olha, eu bem que quis deixar! Ainda ajudaria!

Yoongi suspirou baixinho, meio surpreso por saber que Jimin e Namjoon tinham visto a cena. No momento que tudo aconteceu não pensou mesmo em outra coisa além de chegar até o alfa, então ainda estava meio envergonhado de ter sido tão imprudente.

— Estou bem, só fiquei meio assustado na hora. Eu não sabia que vocês tinham visto, Minie, desculpe se afetou o Namjoonie de alguma forma... Foi tudo tão confuso e forte que eu quase saí de casa sem pensar duas vezes, minha mãe quem me segurou e chamou a Hyemi-ssi para me levar até o Hobi. Nunca foi tão difícil segurar meus feromônios, parecia que eu iria explodir se não chegasse até ele.

— Tudo bem, Gi, não precisa se preocupar com isso. O Joonie é tranquilo por vida, e com essas coisas não é diferente. Nós só ficamos preocupados com você, sabe? Seu cheiro tava suuper forte pela rua, e aí a tia Hye e o Hobi rosnaram... Foi meio assustador, mas ainda bem que no fim nada de ruim aconteceu. — Sorriu pequenininho, influenciando Yoongi a fazer o mesmo. — Mas agora vamos falar de coisas legais! Ah! Gi, tem essa pracinha perto da loja de conveniência há uns dois quarteirões daqui, eu e os meninos sempre íamos lá pra comer mochi de morango com leite de banana! Nós dois podemos ir, né? Por favooor!

Mesmo que Yoongi quisesse negar, jamais conseguiria dizer não a carinha pidona de Jimin. Mochi de morango e leite de banana? Não eram coisas doces demais juntas? Fala sério... Quando era criança, vivia comendo essas besteiras junto a Taehyung e Jungkook, mas nunca faziam essas misturas loucas porque o Jeon fora uma criança sensível a coisas cheias de açúcar, mesmo que agora tivesse vício em miojo, o que não era lá muito melhor que doces. Pensando assim, achou que realmente seria legal ter essas experiências aparentemente bobinhas com Jimin; se arrependia muito de não ter sido amigo do loirinho quando eram crianças, principalmente depois de saber que ele sempre quis ser seu amigo porque, na infância, não teve amigos ômegas — ele também não era lá muito popular, então teria sido legal ter amigos além de Jeongguk e Taehyung, porque eles nem sempre podiam vir até sua casa e nem ele ir até a deles. No fim, não ouvir as pedrinhas de Hoseok em sua janela talvez fosse seu maior arrependimento.

Os dois continuaram ali conversando animadamente sobre os lugares que deveriam visitar juntos. A verdade é que Jimin queria sair com todos, mas seu irmão e Yongguk estavam fora do país, Taehyung, Jeongguk e Seokjin em outras cidades, então a solução que achou foi ir apenas com Yoongi, porque sabia que se levassem os namorados, as saídas virariam encontros cheios de melação e isso era tudo o que não queria. O rosado concordou; sabia muito bem que não conseguia desgrudar de Hoseok quando estavam juntos. Sendo assim, ficou combinado que visitariam mesmo a tal pracinha para comer mochi com leite de banana — Yoongi acabou abrindo o tópico sobre a quantidade de açúcar que havia nessa combinação, e isso foi suficiente para que Jimin lembrasse de todas as vezes que passaram mal após comerem a junção inusitada, e de como Hoseok ficava mil vezes mais elétrico com todo aquele açúcar no sangue; riram tanto daquilo que nem repararam quando mais alguém apareceu na rua.

Sungcheol nunca fora alguém que se controlava para não fazer alguma coisa. Sempre fez o que quis, principalmente por ter crescido sendo tratado como um príncipe pelo avô, que o mimou ao ponto de nunca o negar algo. Era egocêntrico e orgulhoso, não admitia derrota e se achava melhor que todos, então não gostou mesmo quando se mudou para aquela rua e viu que todos os garotos seguiam Hoseok como cachorrinhos; não era para ser ele ali? Em sua cabeça, não fazia o mínimo sentido alguém como o Jung ser tão queridinho entre a vizinhança e muito menos na universidade. Quando Yoongi apareceu também não foi diferente; depois que Hoseok contou aos amigos sobre o ômega bonito que não saía muito de casa, não entendeu o porquê dos garotos terem feito aquele acordo silencioso de deixá-lo livre para o ruivo apenas porque ele quem o tinha visto primeiro. Quem atacasse primeiro que ganhasse o prêmio, certo?  Era isso que pensava. Mas não, todos aqueles idiotas tinham que idolatrar Hoseok e agora passar a tratar Yoongi com todo aquele respeito estúpido, como se eles mesmos não quisessem tomá-lo do Jung por uma noite. Ele mesmo teria feito isso alguns dias atrás, se Hyemi não tivesse o impedido.

Estava tão obcecado pelo ômega que, desde que chegara na rua durante aquelas férias, passava a maioria do tempo na janela, esperando para que Yoongi saísse de casa e ele pudesse observá-lo como um perfeito maníaco. Justamente por isso que conseguiu ver quando o ômega saiu para conversar com Jimin; iria ficar apenas observando, mas depois de perceber que nem Namjoon e nem Hoseok estavam ali, decidiu olhar mais de perto, e aí saiu de casa.

Sua mente doentia era suficientemente esperta para que ele não se aproximasse tanto, pois assim os dois não sentiriam seu cheiro; ainda assim, o local onde estava dava uma boa visão dos ômegas. Conseguia ver perfeitamente as pernas branquinhas do Min aparecendo no shorts de lavagem clara, a blusa casual deixando a clavícula marcada a mostra e... uma marca na curvatura do pescoço. 

Uma marca.

Hoseok havia marcado Yoongi.

Uma raiva súbita e pura subiu por sua espinha depois que seus olhos alcançaram aquela marca no pescoço do Min. Hoseok não tinha o direito. Yoongi era para ser seu, de mais ninguém. Quem mais era digno de alguém tão estonteante como alquele ômega? Apenas ele poderia tirar proveito daquele corpo. Já havia sido consideravelmente inadmissível para si ver aqueles dois andando de mãos dadas pela universidade, como se fossem o casal mais feliz do mundo, além da maldita surra que havia levado de Hoseok no corredor... Eram humilhações demais para que ele engolisse quieto e não fizesse nada. Seus pensamentos estavam a mil e tudo o que seu corpo e mente diziam era que ele deveria tomar Yoongi de volta, recuperar o que era seu por direito. Assim, com isso em mente, rosnou baixinho e colocou as presas para fora.

Min Yoongi era seu.

Tudo aconteceu muito rápido, tanto que Jimin e Yoongi não tiveram tempo para raciocinar; em um momento estavam rindo e conversando e, no outro, o cheiro amargurado de amendoim invadia suas narinas e Sungcheol estava ali, os olhando como um maníaco e mostrando as presas. 

Jimin se prontificou para ficar na frente do amigo, mas o alfa foi mais rápido; o empurrou com força suficiente para derrubá-lo violentamente no chão, e distraído pelos gemidos de dor que o loiro soltava, Yoongi não foi capaz de se defender. Sungcheol agora tinha prendido seus braços atrás do corpo com uma mão e com a outra segurava sua cabeça para o lado, como se quisesse ter uma visão mais ampla de seu pescoço. Yoongi estava desesperadamente assustado — se estivesse certo, Sungcheol pretendia o marcar, e isso certamente não só o machucaria muito, como também a Hoseok. 

O choro angustiado saiu de sua garganta e molhou suas bochechas enquanto se debatia para tentar sair daquela situação, e ver Jimin tentando levantar para o ajudar e não conseguindo apenas o deixava mais desesperado. Sua garganta havia travado e ele mal respirava, não sabendo o que fazer; a risada de escárnio dele soou em seu ouvido e algo em si revirou profundamente, quase o fazendo vomitar. Foi quando a porta de sua casa abriu e de lá Hoseok saiu, parecendo tão desesperado quanto si.

Yoongi finalmente conseguiu gritar pelo namorado, criando forças de onde não tinha para sair dali e se salvar. Aquela altura, as pessoas já saíam de suas casas e os amigos de Hoseok corriam para tentar ajudar, mas aquilo apenas fez Sungcheol ficar com mais raiva — antes que Hoseok o alcançasse e tomasse Yoongi de si, tentou mordê-lo. Suas presas não fincaram na pele do ômega, mas a força foi suficiente para que um corte surgisse ali e o sangue passasse a escorrer; iria tentar de novo, mas seus braços foram segurados por trás e Yoongi agora já estava longe de si, pressionando o pescoço com uma das mãos enquanto se encolhia nos braços do Jung.

Descontrolado era a palavra certa para descrever o estado de Sungcheol no momento. Mesmo com Minseok e Jongin o segurando, ele continuava a rosnar e a tentar chegar até Yoongi, como um animal selvagem. Hoseok, que estava com todo o ódio reprimido dentro de si, deixou seu ômega nos braços de Yugyeom e foi para cima de Sungcheol, desferindo os socos mais fortes que já deu na vida; o estalo do nariz sendo quebrado ressou e as pessoas gritaram, assustadas demais para irem até lá separá-los. Namjoon, que estava com Jimin nos braços, gritava para que Hoseok parasse, pois sabia que ele mataria Sungcheol se continuasse naquele ritmo — os olhos assustadoramente negros do Jung e seu cheiro intenso diziam isso.  Minseok e Jongin tentaram se aproximar para tirar o ruivo de cima do Choi, mas a aura que ele exalava era tão forte que chegar mais perto parecia errado. Foi apenas quando Hyemi apareceu e o puxou que Hoseok parou com os socos, mas ainda rosnava e tinha uma feição assustadora. Já Sungcheol estava com o rosto manchado de sangue e praticamente desacordado, mas ainda tinha a audácia de tentar rosnar.

— Hoseok! O que aconteceu aqui?! Céus! — Foi para frente do filho, segurando o rosto dele nas mãos e tentando o controlar com seu aroma maternal. — Acalme-se, Hoseok! Você precisa se acalmar para cuidar do Yoongi.

A simples menção do nome de seu ômega foi suficiente para que ele retomasse a consciência, virando-se rapidamente para trás e vendo Yoongi ainda com a mão no pescoço, encolhido nos braços de Yugyeom e chorando. Correu até lá e delicadamente o pegou para si, sentindo em seu próprio corpo a dor forte que Yoongi provavelmente estava sentindo, já que os dentes de outro alfa rasgaram sua pele.

— Meu amor, v-você consegue falar? — Perguntou, vendo que Yoongi apenas chorava e se encolhia ainda mais. Foi cuidadoso ao tirar vagarosamente a mão do namorado de seu pescoço, vendo o corte razoavelmente grande ali, próximo a sua marca, sangrando. — Porra! Mãe, temos que levá-lo ao hospital! Rápido! — Buscando por Namjoon com os olhos, viu que Jimin também estava ferido. — Ele também se machucou?!

— Sim, esse desgraçado o empurrou com muita força, provavelmente o tornozelo torceu! — Namjoon exclamou, parecendo tão raivoso quanto Hoseok. — Temos que ser rápidos, não sabemos como o corpo do Yoongi vai reagir! Levem o Jimin com vocês, eu chamo a polícia e vou para a delegacia se for preciso.

— Namjoon, vá com ele, por favor. Eu fico e vou tratar de que ele não saia da prisão nem para receber atendimento médico. — Hyemi se pronunciou. Os olhos da alfa estavam igualmente negros, e não havia ninguém melhor para cuidar daquela situação do que ela. — Yoongi, filho, se alcame, certo? Vai ficar tudo bem. Seu alfa está com você e eu vou tratar deste pedaço de lixo aqui. Se concentre em melhorar e não pense mais em nada, ok?

Sentindo os aromas de seu alfa e da sogra o envolverem, Yoongi conseguiu engolir o choro e acenar com a cabeça, ainda que seu pescoço queimasse em dor. Não sabia como tudo aquilo tinha acontecido e pensava em muitas coisas ao mesmo tempo, por isso buscou o abraço de Hoseok para afundar o rosto e aspirar o aroma, a fim de se acalmar. Hoseok, vendo como o pequeno estava fragilizado e assustado, o agarrou e sentiu vontade de chorar; era justamente todo esse sofrimento que queria evitar, e agora tudo o que passava por sua cabeça era que se tivesse saído com Yoongi, nada disso teria acontecido. 

Os amigos de Hoseok se prontificaram em ajudar Hyemi com Sungcheol, fosse com força bruta ou com depoimentos. A alfa estava, no fundo, tão assustada e preocupada quanto o filho, mas tinha que se manter firme para as coisas não saírem ainda mais do controle — primeiro, cuidaria do criminoso que permanecia jogado no chão, imobilizado por Minseok e Jongin. Ajudou o filho a colocar Yoongi no carro e o deu instruções de ligar para Yewon durante o caminho, além de pedir a Yugyeom que fosse cuidar de Yeji, que felizmente não havia visto nada e permanecia dentro de casa. Quando Namjoon saiu com o carro em direção ao hospital, ela se virou para Sungcheol e o olhou de cima, expelindo feromônios tão fortes e ameaçadores que o alfa tremeu e parou de tentar se soltar.

— Você acabou de pagar sua passagem direto para o inferno. Esse é seu ponto final, Choi Sungcheol.

•••

oi!

o capítulo de hoje foi meio pesado, né? me desculpem por isso ):

mas bem, pessoal, preciso conversar com vocês. nos últimos tempos muitas pessoas comentaram por aqui e até vieram até mim para falar sobre a possibilidade de um livro físico de tmbbots. é claro que eu daria esse presente pra vocês se pudesse, mas não depende de mim, sabe? as editoras precisam saber da existência da fanfic e se interessarem por ela para que o livro físico seja feito, e pra isso acontecer eu preciso >muuito< da ajuda de vocês. caso seja do interesse, indiquem a fanfic para as editoras pelo twitter ou pelos formulários, outros canais de comunicação e etc. algumas pessoas já me deram essa força pelo twitter (sopinha, thali e uma amiga) e eu sou muuito grata por isso, muito mesmo! infelizmente não posso garantir nada, mas se vocês quiserem mesmo o livro e puderem me ajudar, vai ser incrível <3

enfim, esse é o recado que eu tinha para dar! fórmula do amor também será atualizada (hoje ou amanhã), então vão lá dar uma olhadinha! e me sigam no meu perfil para fics taekook caso tenham interesse! é a hobipoemsx  ♡

e aproveitando que já estou abusando na divulgação, vou falar também sobre o ig que criei para tentar vender capas! ainda não tive nenhuma encomenda (😭😭😭) mas meu portifólio está lá, com as capas que fiz para minhas próprias fanfics. vocês me acham por @/berrycoverss lá no instagram, mas se tiverem interesse podem falar comigo por aqui também! <3

até a próxima atualização, vidinhas! se cuidem! ♡




Đọc tiếp

Bạn Cũng Sẽ Thích

664K 32.4K 93
(1° temporada) 𝑬𝒍𝒂 𝒑𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒂 𝒆 𝒆𝒖 𝒇𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂𝒅𝒐, 𝑨 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒙𝒐 𝒆 𝒆𝒖 𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒆𝒏𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒓𝒐...
61.9K 8.1K 31
A vida de Harry muda depois que sua tia se viu obrigada a o escrever em uma atividade extra curricular aos 6 anos de idade. Olhando as opções ela esc...
1.1M 122K 60
Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
1.2M 63.7K 153
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...