- ZACH? - saí correndo em sua direção. O rapaz restava acorrentado, bem machucado, sem nenhuma roupa. Ele me viu e começou a chorar, minha primeira reação foi tentar quebrar as algemas e correntes, mas elas não quebravam. - Calma, Zach, calma. Eu vou tirar você daqui.
A real é que eu estava em choque, em choque por 1: eu e todo o resto pensávamos que ele estava morto, 2: eu sabia exatamente quem tinha o prendido aqui e porque.
- Amélia, Amélia - disse com sua voz rouca - Sabi que se um dia alguém me encontrasse seria você. - voltou a chorar, e minhas lagrimás se juntaram as dele. O abracei. Parece que para ele foi bem vindo, pois mesmo com os braços presos enterrou seu rosto no meu pescoço.
- E-eu vou ajudar você, eu vou te tirar daqui, só não sei como - falei após diversas tentativas de magias com a minha varinha serem inuteis.
- Você vai achar um jeito, eu tenho certeza, mas precisa sair daqui, antes que ele te veja.
- Ele, ele quem? Abraxas? - Ele assentiu. Ouvimos passos. Me escondi atrás de uma pilastra. Com varinhas em mãos.
- QUEM ESTEVE AQUI? - perguntou o velho nojento.
- N-ninguém - respondeu Warren com a voz tremula.
- ME RESPONDA. Então porque a porta estava aberta?
- E-EU JURO, S-SENHOR. E-EU NÃO SEI.
Ele começou a procurar por todos os lugares, em pouco tempo me acharia ali, então tomei uma decisão.
- Petrificus totalus - exclamei, e o velho Malfoy caiu no chão - SEU MONSTRO, SEU VERME - despejei diversos chutes - COMO EU ABRO AQUELAS CORRENTES? - ele não respondia, não conseguia responder. - Agora você vai ver seu velho imundo, porco - cuspi nele. Alcancei um outro conjunto de algemas e o prendi na viga. Peguei sua varinha do chão e a quebrei.
- AMOR - disse Draco entrando no local, ele parecia tão chocado quanto eu, rapidamente entendeu a situação e foi ajudar Warren. O garoto parecia ainda mais assustado com a presença de Draco. Mas loiro já tinha passado por isso, e sabia como era sofrer assim. - A-aqui c-cara, veste isso - ajudou ele a vestir uma bermuda cinza. Depois se dirigiu ao velho paralisado e deu um soco. - NÃO BASTOU FAZER ISSO COMIGO NÃO? - enquanto eu permitia Draco ter sua vingança, fui acalentar Warren.
Como suas mãos ainda estavam presas, encostei sua cabeça em meu peito e tampei seus ouvidos, ele não merecia ouvir aquilo. Fiquei afirmando para ele que tudo daria certo, e eu tenho certeza, certeza que ele podia ouvir as batidas rápidas do meu coração, até eu mesma ouvia. Olhei para o lado, e o monstro estava banhado de sangue. Draco se aproximou de nós, com os nós dos dedos inxados, de tanto socar.
- Temos que achar um jeito de sair daqui.
- Temos que falar para seus pais Draco, precisamos. - ele assentiu e saiu correndo do local. - Eu to aqui Zach, você vai ficar bem. - ele ainda chorava. - Pera, já sei, Relachio - tentei com a minha varinha, mas ela não funcionava, a taquei para longe - RELACHIO - com as minhas próprias mãos, uma chama azul passou por nós e arrebentou as correntes. No instante seguinte Warren pulou em cima de mim, me abraçando, e disse com sua voz rouca:
- Obrigado, obrigado - eu o abracei de volta.
- Está tudo bem, você está bem agora. Vem, vamos lá para cima. Você precisa descançar. - ele estava tremendo, e enquanto subi as escadas, Narcisa apareceu no corredor tirando sua venda de dormir.
- Que gritaria é essa? - olhou para ele assustada - Q-quem é vo
- Agora não Cissa. Acorde Lucius e vá para o calabouço. Temos uma longa noite pela frente. - o encaminhei para o quarto de Draco. - Olha você pode tomar um banho, vou deixar umas roupas separadas para você - enchi a banheira - Eu trago uma comida daqui a pouco.
- O-obrigado, o-obrigado, Amélia. - me abraçou de novo.
- Vai ficar tudo bem, e-eu já volto okay? Toma seu banho e deita na cama, ela é bem boa juro - fechei a porta do quarto e saí correndo para a cozinha - Milo?
- Aqui senhora - disse erguendo as mãozinhas sorrindo.
- O que está fazendo acordada essa hora? - avistei um outro elfo envergonhado atrás dela - Ah danada, enfim, pode preparar uma janta, sobremesa, bebida, tudo do bom e do melhor, por favor?
- Sim senhorita, é para já, esse é meu namorado, Mila, ele vai ajudar.
- Prazer te conhecer Mila - ele assentiu envergonhado - Bom, pode levar no quarto do Draco, por favor?
- Claro senhora. - Saí correndo dali e voltei para o calabouço. Abraxas estava completamente deformado, de tantos socos que Lucius dava nele. Me aproximei de Draco.
- Amor - disse tremendo e me abraçando de lado - C-contei tudo. - ele começou a chorar - Se eu tivesse contado antes, talvez Zachary não teria passado por isso - o acalentei.
- Não pode se culpar. Não pode carregar uma culpa que não é sua. A culpa é toda dele - apontei para Abraxas.
- MEU FILINHO? COMO OUSA? COMO EU NUNCA SOUBE DISSO - disse Narcisa chorando. - AGORA VOCÊ VAI VER SEU VELHO IMUNDO. - deu um chute nas bolas dele.
- Quem vota em uma morte lenta? - perguntou Lucius. Todos levantamos a mão - Algum palpite? - eu cochichei no ouvido de Draco "sectumsempra". E saí do comodo. Ao subir as escadas, pude ouvir os gritos do velho, vai ter o fim que merece. Monstro. Fui para minha penteadeira e peguei um objeto, um objeto dele. Bati na porta do quarto preto.
- Entra.
- Está melhor? - sentei ao seu lado na cama enquanto ele comia sopa.
- Não comia algo tão bom a dias - disse sorrindo. - Obrigado.
- Não precisa me agradecer, Zach - fiz carinho no cabelo molhado dele - Se te faz sentir melhor, os pais de Draco estão o torturando - ele me analisou um pouco.
- É, acho que me faz sentir melhor sim.
- Prefere descansar, ou contar para mim, como em um segundo você estava morto em meus braços e no outro acorrentado lá em baixo.
- Contar, prefiro te falar. Quando rabicho me acertou com avada, eu estava em forma de pássaro. E-eu sou um animago.
- Eu tinha sacado - falei meio sorrindo.
- Ele me matou como um animago. Não consigo mais me tranformar. E-eu estava vivo, ouvi tudo o que diziam, só não conseguia corresponder.
- Coma - ele assentiu.
- Então fui arrastado. E apaguei. Acho que uns dias depois acordei já acorrentado. Quanto tempo passou? E-eu não sei.
- Zach - falei tremendo - Já fazem dois anos, d-dois anos desde, desde que você "morreu". - ele me olhou assustado. - Sua irmã e mãe se mudaram, não deram notícias para ninguém, Voldemort o matou naquela mesma noite. - ele voltou a chorar - Vem aqui - deitei a cabeça no meu colo e fiz carinho, depois de dois anos sofrendo ele merecia amor. - Pode ficar com a gente, até localizarmos sua família. - ele balançou a cabeça em sim. - Mas tem muita coisa que você precisa saber - contei para ele tudo, tudo que ocorreu nos últimos dois anos.
- S-sabe, Amélia. A única coisa que me mantinha de pé, era acreditar que talvez um dia. Um dia. Eu possa ver seu rosto novamente. Seu sorriso. Seu cabelo. E quando ele me marcou com isso - levantou a camisa e mostrou uma queimadura "A", mesma que Draco tinha - É eu, sei pode parecer estupido, mas lá no fundo eu pensava que era para você - comecei a respirar pesado. - Obrigado por me dar a chance de viver novamente. - e dormiu.
Me permiti chorar, coitado dele.
Mais tarde naquela magrugada fria e sombria, Narcisa me avisou que Abraxas estava morto. Todos decidimos que ele não havia direito a um enterro digno. Então ele foi queimado. Em praça pública, com uma estaca enfiada no rabo e uma placa dizendo "ESTUPRADOR". Estava de noite, então os poucos que passavam ali viram. Com certeza Rita Skeeter publicaria algo no jornal sobre isso.
N.A: EU FUI RELEER ESSE CAPÍTULO DEPOIS DE 2 ANOS QUE EU ESCREVI, EU NÃO LEMBRAVA QUE ZACHARY WARREN TAVA VIVOKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK