I know places | OC

By nataliedallass

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Natalie Sun é uma comissária de vôo que decide largar sua vida em Dubai para realizar o sonho de morar em Nov... More

Prologue
01| Welcome to New York
02| New Girl
04| Enchanted
05| She falls asleep
06| The sweet scape
07| Girls Talk Boys
08 | Bad Behavior
09| Bad Blood
10| Coney Island
Avisos
11 | I scream, ice cream
12 | Rain came pouring down

03| See you again

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By nataliedallass

03| See you again

"I can't wait to see you again."

1 de maio de 2019. New York, New York.

Assim que pisou no hall da faculdade com seus scarpins caros, Natalie se deparou com uma imensidão de escolhas e oportunidades mas percebeu que tinha certa inclinação para fotografia. Tinha um site consideravelmente grande na internet onde postava fotografias de suas aventuras ao redor do mundo, queria eternizar os momentos e as pessoas da forma mais encantadora e profunda que pudesse. Por este motivo, achou sua escolha de curso a mais coerente.

Não tinha tantas fotos de sua adolescência, fora um período conturbado para a mulher, a irmã que tanto amava havia partido e levado consigo grande parte de Natalie. Mesmo no auge de seus 25 anos ainda não havia se acostumado com a dor recorrente que dilacerava seu peito cada vez que lembrava-se de Emma. 10 anos haviam se passado a dor ainda a consumia, foi durante período mais cru e doloroso de seu luto que decidiu deixar Los Angeles para trás já que tudo naquele estado a fazia lembrar da irmã. As flores coloridas no jardim, a casinha na árvore onde haviam passado longas noites escondidas dos pais pois estavam cheirando à bebida e cigarros, a sorveteria no fim da rua que costumavam frequentar no fim das aulas, o parque onde andavam de bicicleta, a praia onde tentaram ter aulas de Surf mas não conseguiram nada além de alguns hematomas e afogamentos.

Tudo pertencia a Emma e Natalie sentiu que precisava encontrar um lugar sem resquícios das lembranças de sua irmã. Juntou todos seus pertences dentro de seu carro e deixou um bilhete dizendo brevemente que amava seus familiares apesar das inúmeras diferenças, que passaria um tempo na casa de praia da família e que não queria ninguém indo visita-la.

Mas não foi isso que realmente fez.

Dirigiu em direção a casa do melhor amigo hippie na costa leste, que a ajudou sair do estado sem rastros, sabia que seus pais checariam cada fronteira. Eram controladores apesar de ausentes.

As fotografias faziam com que Emma permanecesse intacta em sua memória, seus detalhes delicados estavam eternizados na mente da irmã que tinha completa adoração pela mais velha.

Os pequenos pedaços de papel tão frágeis tinham o poder de eternizar pessoas e Natalie queria que cada pequena coisa fosse lembrada, desde o pôr do sol até a pessoa mais importante de sua vida. Em seu olhar, tudo havia um significado grandioso mesmo que ela ainda não entendesse a razão.

Seu nome fora chamado pela atendente de longos cabelos cacheados e logo caminhou com passos longos em sua direção tentando manter sua postura, sabia do principal motivo pela escolha de fotografia e tentou transparecer o máximo de tranquilidade que conseguia. A mulher sorriu gentilmente e pediu para que a morena a acompanhasse até uma das salas no enorme corredor, foi encaminhada até uma porta vermelha onde encontrou uma mulher loira sentada na mesa concentrada em alguns papéis sob sua mesa, ao perceber a presença de Natalie a tal mulher levantou-se e caminhou em sua direção com um pequeno sorriso no rosto

- Meu nome é Claire e creio que você seja Natalie, certo? - Perguntou estendendo a mão que logo fora apertada por Nat que assentiu. - Estou aqui para te ajudar, quero que você tenha certeza do curso que quer !

Natalie's p.o.v

A conversa com Claire fora curta porém produtiva, poderia experimentar todos cursos até que tivesse total certeza do que fazer mesmo tendo em mente que fotografia era minha paixão. Caso nada desse certo, retomaria minha faculdade de psicologia que fora trancada à alguns anos. Não tinha um plano C para ser executado. Minha única opção era fazer dar certo.

Caminhei lentamente pelas ruas movimentadas observando cada pequeno detalhe, um hábito que desenvolvi após tantas viagens e anos. Queria memorizar cada lugar que estive. Resquícios da antiga profissão ainda dominavam partes do meu subcomandante que ainda sentia que Nova Iorque desaparecia em poucos estantes e que o próximo destino estaria decidido. Nada era constante, nada era permanente, nada era importante.

Estava difícil me acostumar com a rotina mas confesso que era gostoso saber que todos os dias eu acordaria no mesmo lugar, cumprimentaria as mesmas pessoas e tomaria café no mesmo lugar.

Me perdi em pensamentos enquanto caminhava até meu bairro que não notei que já estava entrando em meu prédio. Os porteiros adoráveis como sempre me cumprimentaram com sorrisos largos em seus rostos, eram totalmente diferentes das pessoas que eu cruzava antes da mudança. Sempre apressadas e mergulhadas em seus celulares de última geração que ignoravam os sorrisos e os olhares cordiais oferecidos.

Assim que entrei em meu apartamento, meu celular apitou com uma mensagem de Amanda convidando-me para assistirmos um filme qualquer já que a mesma não teria aulas hoje, troquei minha roupa por uma saia rodada azul marinho e uma blusa vermelha que havia pegado de meu irmão quando o mesmo me visitou em Dubai.

Apertei a campainha de Amanda incansavelmente do mesmo jeito que menina fazia quando tinha pressa, ela não gostava do corredor pois ainda tinha calafrios ao se lembrar das gêmeas de O iluminado*.

—  Qual o seu problema? Eu estava ocupada! - gritou a menina ao abrir a porta enquanto fechava o botão de seu short.

—  Natalie! Natalie! Não posso ficar desprotegida em um corredor vazio, você já assistiu O Iluminado, certo? - Imitei a menina enquanto entrava em seu apartamento. Me joguei no sofá observando Amanda caminhar preguiçosamente em minha direção.

—  As vezes não acredito que você realmente tem 25 anos. Nat, eu tenho traumas. Não vem de graça que eu vou por vídeos de "extraterrestres" para você assistir! - Amanda esbravejou se jogando ao meu lado e fazendo aspas com as mãos ao se referir à criaturas não identificadas que me causavam calafrios.

— Você não ousaria! - rebati. Ela sabia do meu medo inexplicável e eu estava em total desvantagem pois moro sozinha.

— Paga pra ver.

— Te mato antes.

— Eu sou uma chef de cozinha, sou boa com facas.

— Eu sou brasileira. Temos jiu-jitsu

— Natalie, você não sabe lutar! Não blefe.

— Odeio esses adolescentes petulantes que se acham no direito de ameaçar adultos! No meu país eu já teria te descido a porrada.

— Você é só metade brasileira e cresceu em Los Angeles, cala a boca! - Amanda gritou logo após soltou uma gargalhada estrondosa. Não me segurei e acompanhei. Quando estávamos juntas o assunto mais sem graça se tornava um monólogo de humor. Amanda era pra cima e sempre estava com um sorriso no rosto, ela sempre demonstrou cuidado comigo por saber meu receio em novos relacionamentos. Ela era solitária e eu procurava por campainha, assim que nos juntamos a combinação fora perfeita, sentia que finalmente havia encontrado minha amiga de infância que na verdade não havia conhecido na infância porém nomeei assim pois tenho certeza que em outras vidas fomos melhores amigas de infância.

— Que filme você quer ver? - perguntei enquanto dedilhava o botão do controle e xeretava seu catálogo de filmes. Amanda que estava na cozinha preparando pipoca respondeu aos gritos que queria um musical. — Ok. Mamma mia, High school musical ou Hannah Montana? - Perguntei novamente

— Vamos começar por Mamma mia, depois High school musical e pra fechar Hannah Montana que é a melhor produção de Hollywood. - Entrou na sala carregando um pote enorme de pipoca e duas latas de refrigerante.

— Se você acha que eu vou assistir tudo isso tá enganada.

***

— Não acredito que assisti 2 filmes seguidos! Minha coluna não será a mesma nunca.

— Mas ainda falta Hannah Montana!

— Eu só vou assistir porque é o filme que marcou minha infância mas antes preciso ir ao banheiro- Me levantei do sofá enquanto me espreguiçava ouvindo as gargalhadas e murmúrios de Amanda que insistia em dizer que eu estava ficando velha.

Após 3 filmes, Amanda se retirou repentinamente para ir ao banheiro mas voltou com duas perucas loiras e dois microfones cor de rosa. A encarei confusa mesmo sabendo de suas intenções.

— Agora nos vamos fazer cosplay de Hannah Montana enquanto assistimos o show. Eu sei que você não tem nada melhor pra fazer então... - Amanda colou a peruca na minha cabeça e eu logo incorporei o espírito da minha popstar favorita, pulei no sofá empolgada soltando alguns gritinhos e menina riu da cena. — Natalie, você estava com dor na coluna, lembra?

Amanda deu play no concerto, cantávamos desastrosamente nossas músicas favoritas. Eu cresci assistindo o seriado e me trazia lembranças doces com a minha irmã. Algum tempo atrás eu jamais estaria empolgada nessa situação mas Amanda conseguia ressuscitar momentos que antes estavam adormecidos em memórias tristes e sem fim.

'Cause I felt this deep connection When you looked in my eyes. Now I can't wait to see you again

(Porque eu senti esse conexão profunda quando você olhou em meus olhos e agora não posso esperar para te ver de novo.)

Gritávamos enquanto pulávamos no sofá, batíamos nossos falsos cabelos loiros enquanto o som alto ecoava por todo apartamento, arrisco dizer que talvez por todo o andar.

Amanda apontou seu microfone rosa para minha boca quando o fim da música se aproximou e eu como uma boa fã esbravejei cada palavra.

The next time we hang out I will redmeer myself. My heart can't rest 'till that. I can't wait to see you again

(Da próxima vez que sairmos, eu vou me entregar. Meu coração não pode descansar até lá então mal posso esperar para vê-lo novamente.)

O barulho da porta sendo aberta ecoou pelo ambiente juntamente com o choque dos sapatos sociais contra o porcelanato. Parei imediatamente meu show particular junto com Amanda e me virei para encarar a silhueta que acabara de entrar na sala.

E foi bem naquele momento que tudo parou.

Um homem alto de olhos extremamente verdes me encarava com um olhar indecifrável, cada pelo do meu corpo se ouriçou ao notar o tamanho da beleza do homem. Sua presença era marcante e pude sentir o ar ficar pesado em meus pulmões, não estava acostumada a ter Deuses gregos me encarando diretamente.

Merda.

Eu ainda usava a maldita peruca loira. Tirei o apetrecho da minha cabeça rapidamente e ouvi a risada abafada de Amanda tomar conta do ambiente.

— Papai, essa é a Natalie.

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