Desde o Princípio - Livro 1...

Oleh LSOliveira80

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Pode o destino entrelaçar de tal forma três caminhos ao ponto deles se cruzarem, vida após vida, causando int... Lebih Banyak

Nota da Autora + Book Trailer e Aesthetics
Epígrafe
Coimbra, junho de 1849
Viarello, agosto de 1849
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Desde o Princípio - Andrógenos do século XXI
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Viarello, novembro de 1847
Coimbra, dezembro de 1847
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24

Capítulo 20

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Oleh LSOliveira80

Mantra

 ___ Você sabe que eu sou desapegada, mas isso já está indo longe demais! — Cathy disparou pelo corredor e encontrou a amiga de lingerie e robe enroscada em uma das banquetas, tomando um iogurte — Usar todo o meu creme e deixar o pote vazio? Sacanagem!

___ Bom dia, minha doce amiga!

___ Pelo menos me avisa para eu comprar outro!

___ Como sabe que fui eu?

___ A Nes tem a pele seca! — apontou para o rótulo, que dizia especificadamente "proteção para pele oleosa".

___ Eu trago outro hoje, eu juro!

Cathy abriu a lixeira de metal, jogando o potinho vazio dentro.

___ Dá para voltarmos para a manhã maravilhosa que eu estava experimentando, com todo o bom-humor que um dia inundado pelo sol me traz ao coração?

A jornalista abriu um sorriso.

___ Dá sim! E aí, o que mais aconteceu lá em baixo, depois que eu subi? — foi se servir de café.

___ Ah, o trivial: gente se jogando na piscina de roupa e tudo, gente passando mal, gente se agarrando!

___ É, nada fora do normal mesmo! — seu coração gelou um pouquinho quando sua mente ligou o "gente se agarrando" a atitude de Cida para com seu novo parceiro na noite anterior.

___ E ah, gente reclamando que levou um toco nada sutil! — comentou, com maldade na voz e como Cathy não perguntou, fez uma expressão de decepção, para chamar a atenção:

___ Nossa Linda, jura? — fingiu interesse forçado, rindo em seguida — E quem foi a pobre alma que teve suas expectativas despedaçadas dessa forma tão trágica?

___ Aff, você não quer saber não vou contar! — fez graça e mudou de assunto de propósito — A banda arrasou ontem! Todo mundo elogiou mais que o normal!

___ Foi 10 mesmo! — voltou para dentro da geladeira, servindo-se de um prato com frutas.

___ Eu, achei perfeito! Você, cantando melhor que nunca, o deus romano no violão... O que poderia ser melhor que isso? — levou uma das mãos a testa, como quem se testava para ver se estava febril — Ah, se fosse eu quem tivesse que trabalhar com aquela maravilha! Mas a Deusa não dá asas para as cobras... É eu sei!

___ Você é doente! — Cathy exclamou, completamente inconformada — E por que tinha que ter falado aquelas besteiras para ele? — acabou rindo, ao se lembrar da curiosidade dele sobre sua "castidade".

___ E ele não ligou nenhum pouco, pelo que eu vi! E para completar, nós ficamos sabendo que além de ser espetacular, ele está disponível!!!

Cathy ganhou uma expressão de quem duvidava muito daquilo.

___ Não ter uma namorada não significa que uma pessoa está disponível! — ela apontou a si própria.

___ Ah, você me entendeu! — Linda retrucou — Mas e aí, o que você falou quando ele te perguntou sobre a sua castidade?

___ A verdade, horas! Que eu simplesmente não sou de cair de amores! — Cathy, que tinha se sentado, encarou a amiga, se perguntando o que ela estava maquinando, naquela sua cabecinha doentia — Ele disse que esse pode ser o motivo dos boatos que rolam por aí, de que eu sou gay.

___ E tem toda razão! Seja lá quem for o imbecil que disse isso, só podia estar movido pela maior dor-de-cotovelo do século! — Linda a observou mordendo uma maçã verde.

___ Besteira, eu não nem aí!

___ Mas se explicou para ele, não explicou?

Cathy desdenhou da malícia na pergunta da amiga, levantando-se.

___ Linda ele é meu parceiro! — insistiu — Chegou agora e eu quero que ele se sinta confortável comigo, quero ter com ele a mesma intimidade que eu tinha com o Dre! Só isso!!! — tratou de deixar bem claro.

A estilista terminou o seu suco e óbvio, Cathy sabia que esse era motivo do silêncio — aquele assunto ainda não tinha acabado.

___ Tá legal, eu sei que o trabalho vem em primeiro lugar sempre, mas não é disso que eu estou falando!

___ Não tem mais nada para falar!

___ Você é cega? Tá precisando trocar as lentes ou algo assim?

Claro que falar nas lentes fez Cathy se lembrar de como a proximidade dele tinha lhe despertado uma sensação que só podia classificar como "anormal":

___ Não, não estou!

___ Não vai admitir, só de picuinha cominho, que o seu parceiro é o mau caminho inteirinho? Sério, porque aquilo não é só um pedaço, não mesmo!

Cathy gargalhou.

___ Você é impossível!

___ Impossível é ficar impassível diante daquilo tudo! Não, como é que a Deusa coloca no mundo um cara desses? Sério mesmo, como será que deve ser acordar pela manhã e andar por aí, sendo aquilo tudo e esfregando isso na cara das pessoas, assim como quem não quer nada?

___ Não, ele não esfrega na cara de ninguém, é um cara bem resolvido pelo que eu percebi.

___ Hum sei... — maliciou — E que mais você percebeu?

___ Que a Cida caiu matando em cima dele ontem? E metade da redação também?

___ É, e teve as suas expectativas despedaçadas de uma maneira bem trágica!

Cathy sorriu mais satisfeita, o fato não passando desapercebido por Linda.

___ Então quando eu subi ele me pediu pra segurar o elevador, disse que estava bastante cansado e que precisava dormir.

___ Jura que ele se explicou para você??? – Linda viu ainda mais evidências que poderiam sustentar a sua recém-criada tese.

___ Que é? O que é que tem demais ele me dizer que estava indo dormir??? — Cathy achou a insinuação totalmente sem sentido.

___ Não, seria perfeito demais! Será mesmo? — Linda estava ocupada demais em seus devaneios para responder.

___ Linda!!! — Cathy berrou, impaciente.

___ Será que ele não te seguiu? — deixou escapar suas conjecturas, mesmo sabendo que Cathy iria rechaçar a ideia — Será que ele não fez questão de dizer que estava indo dormir só pra você ter certeza de que ele não ficou interessado na Cida?

___ Ah não, isso já é absurdo demais, até pra você!!! — Cathy retirou as coisas de cima do balcão e saiu na direção do quarto.

Claro que Linda a seguiu.

___ , legal, foi só uma suposição, não precisa fazer a Mona inalcançável só por causa disso! — suspirou.

___ O cara veio para trabalhar comigo Linda, não pra se reproduzir sexualmente!

___ E quem está falando em reprodução? — jogou-se na cama, vendo Cathy entrar no closet — Eu simplesmente estou apontando que nós conhecemos um cara legal, que tem os mesmos interesses que você, que vai passar longas horas do seu lado, e que por um acaso, tem o corpo de um modelo de cuecas e o rosto de um deus mitológico!

___ Vai começar com a história do modelo de cuecas outra vez???

___ Bem a gente provavelmente vai ver ele na piscina ou na praia em breve, então, isso será facilmente confirmado!

___ Pobre do rapaz, mal sabe que é a picanha mais suculenta do açougue e vocês, as carnívoras!

Linda preferiu ignorar a pobre comparação.

___ Beleza bruta, natural, tem os traços mais perfeitos e o um corpo enxuto, que é pura genética, nem tanto academia não! E não precisa fazer tipo como o Bento ou aquele...

Kathy a olhou quando percebeu que ela se interrompeu. Era ridículo que Linda evitasse o nome como se ele fosse o próprio Voldemort, aquele que não pode ser nomeado!

___ Desculpa!

___ Tudo bem, "eu" nunca quis fazer de conta que o Miguel morreu. — enfatizou, jogando um conjunto de saia e blazer brancos sobre a cama.

___ Infelizmente, não é? — Linda implicou.

Cathy ficou um pouco pensativa, mas decidiu comentar:

___ Eu vi a moto ontem... Talvez tenha visto ele, também... Sei que está por perto, Linda! Foi solto!

___ E se ele quiser se vingar Cathy? Será que ele sabe que foi você quem ajudou a...

___ Acho que vamos descobrir em breve.

___ E você fala com essa calma?!? — Linda se surpreendeu com a atitude da amiga.

___ Estou fazendo muito esforço para isso! – concluiu, querendo encerrar o assunto, sem sucesso.

___ Eu sei, sei que você quer me crucificar quando eu digo isso, que acha que é tudo uma bobagem, mas... — tinha que insistir — Na iminência desse inevitável reencontro... Você quer mesmo estar sozinha quando isso acontecer?

Cathy a enviou o olhar de pouco caso que ela conhecia tão bem.

___ Não estou falando para você aceitar as investidas do Ferrari, pois eu bem sei que ele é o oposto do que eu imagino ser o seu tipo, mas, cara, deixe alguém se aproximar!!! — Linda praticamente implorava à amiga — Quantos caras legais você não dispensou por causa dessa sua cisma com os homens? Há quanto tempo não sabe o que é ter companhia, ficar com alguém???

___ Linda... — Cathy suspirou.

___ Vai querer que ele perceba que foi o único que conseguiu furar esse seu bloqueio???

___ Linda, eu sei que você e a Nes têm as melhores intenções do mundo quando dizem isso, mas, eu não acho que vá resolver as coisas assim! — ela sabia que Linda falava sério.

___ Quem está falando em resolver? Ninguém pode ter certeza do quão eficaz seria uma companhia masculina do seu lado quando ele voltar, e você acabou de afirmar, ele vai voltar! — enfatizou.

___ E envolver outra pessoa nisso? Deixar que alguém que, só tem boas intenções, entrar no meio de um fogo cruzado que nem vai saber existir?

___ Não doeria nenhum pouco você viver, simplesmente beijar na boca outra vez, ser feliz!

___ Eu sou feliz! — Cathy se resumiu a afirmar.

___ Mas, só pense, pelo amor da Deusa: não acha que ele continuar se sentindo um único privilegiado, só vai fazer aumentar a obsessão louca dele, por você?

Cathy não respondeu.

___ Cathy eu não perdi as minhas esperanças de te convencer e sei que ainda dá tempo de virar esse jogo, então, amiga amada, considere dizer "sim" quando a próxima oportunidade surgir! E que venha o fogo cruzado, se o novo cara se queimar, você passa pomadinha depois!!!

Cathy desdenhou da piscadinha maliciosa da amiga, parecendo instransponível em sua muralha de defesa. Mas sua mente sabia bem de quem era que ambas estavam falando, ainda que aquela conversa surreal beirasse o absurdo.

___ Sim, sim, é fácil, simples, repete comigo! — claro que o jeito mântrico com que Linda ergueu os braços, tentando fazer com Cathy um exercício mental fez a jornalista cair no riso — Sim!

Fazendo um gesto negativo de cabeça, Cathy permaneceu sorrindo, um sorriso de Monalisa, de quem sabia algo que ninguém mais sabia.

___ Linda, não se mudam vinte e três anos de experiência emocional em...

___ Vinte e três anos de repressão emocional, você quer dizer!

___ chega desses papos e me ajuda a passar uma boa maquiagem porque eu quero mostrar àquele pervertido do seu chefe, tudo o que ele nunca vai ter!

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quero a liberdade de ser quem eu sou, amar como eu amei o meu primeiro amor