Oieh pessoal, aproveitem esse capítulo, pq o próximo pode não ser o que vcs esperam hahahahah.🌚🤧
E desculpem o tamanho dos capítulos, não consigo fazer mais pequeno. ✊🏻
Boa leitura. 💓🤪
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Pov Lauren
— Cam? – O gritei da cozinha.
— Espera aí. – Respondeu.
— Cam é sério, vem rápido. – Gritei outra vez e ele apareceu.
— Amor, olha aqui, tá bom? Eu tô mexendo faz tempo. – Apontei pro molho na panela.
— Deixa eu ver. – Analisou. – Tá fervendo, pode desligar. – Girou o botão do fogão.
— Experimenta, tô com medo de estar salgado. – Levei a colher com um pouco de molho próximo a sua boca.
— Humm no ponto. – Sorriu.
— Sério? – Perguntei animada.
— Sim!! – Abraçou minha cintura.
— Será que vai ficar bom? – O olhei apreensiva.
— Vai. – Ele riu e me deu um selinho.
— Como você tem tanta certeza?
— Porque o molho está bom.
— Mas pode ficar ruim quando eu misturar tudo. – Gesticulei.
— Mas você é cuidadosa, seguiu a receita certinha e se ficar ruim eu vou mentir que está bom. – Ri ao ouvir.
— Não vale amor, você tem que dizer a verdade. – Puxei sua camisa e lhe dei outro selinho. — A Alice terminou a lição?
— Sim, foi guardar os cadernos.
— A chama para pôr a mesa, ela gosta. – Passei a mão em seu braço.
— Vou chamar. – Coloquei o macarrão pra escorrer e logo os dois chegaram na cozinha.
— Eu tô com fome, mamãe. – Alice falou meiga e sorri.
— Ajuda o daddy a pôr a mesa, já vamos jantar. – Os dois fizeram o que eu pedi e coloquei o macarrão na travessa. O deixei em cima da mesa e fiz o mesmo com a salada.
— O cheiro e a cara estão bons. – Cam falou se servindo.
— Eu quero com muito molho. – Alice apontou e a servi.
— Prometem que vão falar a verdade? – Os olhei com o garfo na mão.
— Não! – Cam respondeu e nós rimos, comemos e logo ele falou.
— Ficou delicioso. – Enrolava mais macarrão no garfo.
— É pra falar a verdade. – O olhei.
— Daddy a tia Lauren é a melhor cozinheira, né? – Ri ao ouvir.
— Gostou mesmo? – Sorri pra ela.
— Simm!!! – Falou alto.
Como eu adorava estar com eles, me sentia completa e feliz, cozinhar parecia impossível pra mim, mas foi tão prazeroso fazer isso para os dois. Eram minha família, eram as pessoas que eu buscava pra minha vida. Minhas companhias e não via a hora de estar pra sempre com eles. Jantamos conversando sobre a tarefa de Alice e sobre nosso trabalho. Eu amei ver que eles realmente tinham gostado da minha comida.
— Minha barriga cresceu. – Alice levantou a blusa e mostrou.
— Assim que eu gosto, de te ver com a barriguinha cheia. – Ri.
— Vai explodir. – Cam brincou com ela.
— Vem aqui limpar essa boca. – A chamei e ela veio até minha cadeira. Limpei a sujeira de molho em seu rosto. — Pronto. – Beijei sua testa e ela quis sentar no meu colo.
— Eu quero sorvete. – Pediu.
— Não, já está tarde pra tomar gelado. – Cam respondeu.
— Mas eu quero tia Lo, pede pro Daddy deixar. – Fez drama.
— Ele já disse não. Você já tá muito cheia, olha o tamanho dessa barriguinha. – Passei a mão na sua barriga e ela resmungou.
— Eu estou com vontade. – Continuou resmungando.
— Amor, a tia já te disse que não é não. E o daddy já falou que não. – A olhei.
— Ahh tia. – Me abraçou choramingando.
— Vai escovar os dentinhos e para de drama mocinha. – Beijei seu nariz.
— Tá bomm. – Foi reclamando. Cam e eu largamos as louças e fomos pro sofá ver tv. Alice voltou e deitou no colo do pai, ele acariciou seus cabelos até fazê-la dormir.
— Daqui a pouco eu preciso ir. – Beijei o ombro dele.
— Vamos para o meu quarto um pouquinho. – Falou em meu ouvido.
— Vamos. – Sorri e levantei. O esperei na cama enquanto ele levou Alice pro quarto dela.
— Adoro ver você na minha cama. – Cam subiu e encostou na cabeceira.
— Eu também adoro estar aqui. – Sentei em seu colo e nos abraçamos. — Você me deixa tão feliz Cam. – Sussurrei depois de deitar a cabeça em seu ombro.
— Por que, o que eu fiz? – Sorriu mexendo no meu cabelo.
— Só de estar perto de você eu fico assim- Acariciei sua nuca.
— Eu te entendo, porque sinto exatamente o mesmo. – Cochichou no meu ouvido e o olhei sorrindo.
— Lindo. – Rocei o nariz pelo dele e lhe dei um selinho.
— Você que é linda, é perfeita. – Puxou meu lábio inferior e nos beijamos, o abracei com força. — Tão cheirosa. – Roçou os lábios por meu pescoço e me arrepiei.
— Assim faz cócegas. – Gargalhei puxando seu cabelo quando ele passou a roçar a barba em mim.
— Não resisto. – Respondeu e mordeu meu ombro. — Noite passada eu sonhei com você. – Ele segurou meu rosto.
— Que tipo de sonho? – Ri.
— Não é o que você está pensando pervertida. – Apertou meu rosto com uma mão só e me deu um selinho.
— Não? Estou surpresa. – Ele riu.
— Sonhei que você decidiu ir embora comigo e quando chegamos seu visto foi negado.
— E aí? – Segurei seus braços.
— E aí fomos apenas eu e a Alice. Na hora que o avião iria decolar eu acordei.
— Sério? Isso foi um pesadelo. – Reclamei.
— Foi. – Ele riu.
— Não ri. – Segurei seu rosto. — Prefiro quando você sonha com outras coisas. – Falei rindo e beijando seu pescoço.
— Eu sei o que você prefere. – Cameron virou por cima de mim na cama. Segurou meu pescoço com uma mão e prendeu meus dois braços acima da cabeça com a outra, me deixando imóvel.
— Vai fazer o que? Me torturar? – Sussurrei tentando me mexer.
— Você vai fazer só o que eu mandar. – Falou firme e mordeu meu seio por cima da blusa.
— Ah. – Me contorci para me soltar.
— Se não obedecer vai ser pior. – Mordeu o outro seio.
— Eu sempre obedeço, sempre faço o que você quer. – Falei maliciosa e o olhei, seus olhos castanhos me encararam com desejo e Cam avançou meus lábios com pressa.
Começamos a nos beijar, mas logo meu celular atrapalhou. Ele devorava minha boca e se esfregava em mim, ignorando o toque irritante, mas isso não durou muito, o barulho insistente ecoava pelo quarto, tirando totalmente nossa concentração.
— Seu celular. – Me soltou e saiu de cima de mim.
— Deixa, vem aqui. – Puxei seus braços.
— É o Brad, Lauren. – Se soltou de mim. Peguei o aparelho e depois de ver as horas percebi o quanto já estava tarde.
— Desculpe, Cam. Eu preciso ir, já está mais tarde que o horário de sempre. – Arrumei meu cabelo.
— Tudo bem. – Respondeu indiferente e levantou da cama.
— Não fica chateado amor. – Fui até ele e o abracei.
— Melhor você ir Lauren. – Me soltou e fomos em silêncio até o carro. Como sempre ele esperou eu entrar e eu estava triste por deixá-lo assim.
— Vem aqui – O chamei com o dedo e ele se aproximou da janela.
— Oi?
— Te amo, tá? – Passei a mão por sua barba.
— Boa noite. – Ele beijou minha testa e saiu andando para dentro de casa. Me senti péssima por não ter sua resposta e o chamei.
— Cameron? – Ele simplesmente fechou o portão sem responder ao meu chamado e eu tive que ir embora.
****
Pov Cameron
Os dias foram se passando e agora tínhamos uma nova rotina. Laur saia da escola e trazia Alice pra casa. Passava a noite com a gente e ia embora quando dava o horário de seu "curso". Entretanto as coisas estavam mais difíceis, pois Brad passou a querer dar e receber atenção, por isso ficava regulando os horários de Lauren e diversas vezes ela precisou ir embora mais cedo de casa para que ele não a buscasse de surpresa no lugar que fingia estar. Eu já não aguentava mais essa situação e nos últimos dias as discussões sobre isso estavam sendo constantes. Lo chegou com Alice que veio correndo me abraçar.
— Daddy, a mamãe trouxe coisas para o jantar. – Falou sorridente e ajudei Lauren com as sacolas.
— Hum, o que você trouxe? – Sorri levando pra cozinha, aproveitamos que Alice tinha ido guardar as mochilas e nos beijamos rapidamente.
— Trouxe frango, sorvete, salada. – Foi falando animada. — Tem vinho, trouxe pra você. – Procurou nas sacolas. – Aqui. – Sorriu me dando a garrafa.
— Obrigado amor. – A abracei. — Vou abrir pra gente. – Falei.
— Tem uns aperitivos aqui também. – Mostrou.
— Vou preparar pra gente. – Avisei.
— Vamos fazer a comida primeiro, a Alice está com fome. – Concordei.
Enquanto eu guardava tudo, o celular dela tocou. Ela atendeu e era Brad, cruzei os braços e fiquei esperando ela desligar. Quando isso aconteceu, Lauren já estava irritada.
— Eu vou ter que ir. – Reclamou.
— Como assim? Você disse que ia ficar até tarde. – A encarei.
— Não vai dar mais. – Respirou fundo.
— E o jantar? – Falei sério.
— O Brad levou gente lá pra casa sem me avisar e estão me esperando. – Gesticulou brava.
— Fazer o que né, Lauren. – Respondi irônico.
— Você sabe como é, Cam. – Falou nervosa.
— Eu sei Lauren, sei muito bem como é. – Falei sério.
— Por que está falando assim?
— Esquece, Lauren. – Balancei a cabeça.
— Desculpa amor, eu vou tentar dar um jeito de tentar voltar. – Segurou meus braços e me afastei. — Cam? – Me olhou sem entender.
— Não precisa voltar. – Retruquei.
— Nossa, por que? – Perguntou chateada.
— Lauren, não dá pra continuar assim. Você diz que vai se separar desde que começamos a ficar juntos. Não dá mais. – Falei firme.
— O que você está querendo dizer? – Seus olhos verdes marejaram.
— Que você tem que se decidir sobre o que você quer! – Continuei sério.
— Eu achei que estivesse bem claro pra você o que eu quero. – Apontou.
— Você põe isso à prova cada vez que mantém esse casamento. Se você soubesse mesmo o que quer, já teria escolhido. – Falei chateado.
— Cameron, por favor, para de falar assim, você sabe que é você quem eu amo. – Tentou se aproximar de novo.
— Então separa, Lauren! Eu quero você completa. – A encarei.
— Eu não posso falar da gente. – Respondeu.
— Você tem mil motivos para se separar, você não precisa falar da gente. A gente continua em segredo, mas você tem que se separar. – Ela balançou a cabeça.
— Eu não posso fazer isso agora, Cam. Eu tenho medo.
— Então eu não posso mais continuar com você. – Engoli seco e ela ficou em silêncio com os olhos derramando lágrimas.
— Cam, não tem que ser assim. – Falou chorando e seu telefone tocou outra vez. — Eu já estou indo, Brad! – Gritou e logo desligou de novo.
— É melhor você ir. – Apontei.
— Eu não vou conseguir ir brigada com você, por favor Cam. – Respirei fundo.
— Não é só uma briga, Lauren. Acabou! Eu gosto muito de você para te ter pela metade. – Falei sério.
— Então você está terminando comigo? – Limpou os olhos.
— Estou Lauren. – A encarei.
— É tão simples para você terminar comigo Cameron? – Perguntou com a voz embargada.
— Eu não conseguiria fazer isso com vc, mas vc fala de um jeito tão fácil, simplesmente está me descartando. – Gesticulou.
— Eu não estou te descartando, vou estar sempre aqui Lauren, mas assim não dá. Você precisa estar livre primeiro. – Falei calmo e ela me agarrou.
— Não faz assim, Cam. Antes dessa porcaria de ligação a gente estava bem. – Soltei seus braços de mim.
— Você não entende e eu tô cansado de explicar. – Retruquei.
— O que eu não entendo? – Perguntou.
— Vou te dar um exemplo, você não gosta nem que eu fale com a sua irmã. O que acharia de me ver e logo depois te deixar pra ir ficar dormir com ela? Se coloca no meu lugar. – Ela riu irônica.
— A situação é totalmente diferente, Cameron! Você sabia da situação! – Me encarou.
— E agora eu não quero mais essa situação. – Falei sério.
— Eu não acredito que você está fazendo isso comigo. – Passou as mãos pelo cabelo.
— Eu só quero ter você pra mim Lauren, sem ficar preocupado com o que tá acontecendo na sua casa, sem pensar que você pode estar sendo maltratada ou sei lá fazendo o que com o meu irmão. – A afastei de mim.
— Por que isso agora? Eu já disse que não durmo com ele se é isso que você quer saber. – Falou alto.
— O problema não é esse. – Retruquei.
— Então é qual? – Abriu os braços.
— Eu cansei, Laur! Cansei dessa situação que eu te peço há meses para mudar. – Respondi bravo.
— Eu vou mudar, só tô te pedindo um tempo, por favor. – Segurou meu rosto.
— Eu queria acreditar, mas não consigo mais. – A olhei sério.
— Cam, eu tô prometendo...
— Eu espero, já disse que espero, mas só vamos continuar juntos quando você estiver separada. – Soltei suas mãos do meu rosto.
— Eu não consigo ficar sem você amor, por favor. – Chorou.
— Eu também não consigo, Lauren! E não é fácil tomar essa decisão. – Respondi chateado.
— Então por que você está me dispensando?Eu só estou te pedindo um tempo pra resolver. – Falou nervosa.
— Eu já te dei esse tempo. – A olhei.
— Cameron, não faz isso com a gente, eu ligo pro Brad e falo que não vou pra casa agora, eu invento que estou na minha mãe, posso dormir aqui. – Gesticulou nervosa.
— Lauren, chega! Eu não quero mais desse jeito, nós só vamos ficar juntos outra vez quando você se decidir. Assim eu não quero mais. – Ela passou as mãos pelo rosto e me olhou, mas antes de responder Alice apareceu na cozinha e o clima estava tenso.
— Por que vocês ainda não estão fazendo o jantar? – Perguntou com o caderno na mão.
— A tia Lauren vai precisar ir embora, por isso, Wonderful. – Respondi.
— Não, tia. – Olhou triste pra Lauren e ela a pegou.
— Eu vou precisar ir, mas te vejo amanhã cedinho na escola, tá? – Beijou o nariz dela.
— Por favor, tia, eu tenho saudades. – Falou abraçando o pescoço de Lauren e fiquei triste de ver ela limpando as lágrimas para que Alice não percebesse ela chorando.
— Eu vou chorar e ficar muito triste se você ficar assim, a tia precisa ir. – Falou chateada.
— Não chora, tia. Eu prometo não chorar também. – As duas se abraçaram e Lauren a colocou no chão.
— Faz a lição com o daddy e come direitinho. Amanhã quando chegar na escola, passa na minha sala pra me dar bom dia. – Abraçou Alice outra vez.
— Tá bom, tia. – Sorriu.
— Você tem certeza, Cameron? – Limpou os olhos.
— Está decidido, Lauren... – A encarei.
— Isso é uma escolha sua, a gente não precisava. – A voz dela ficou embargada.
— Tia, o que foi? – Alice a olhou.
— Nada amor, já estou indo. – Disfarçou e antes de sair virou para trás. — Se você precisar de alguma coisa me liga... – Me olhou.
— Você também! – Respondi mas fiquei chateado por ela não dizer imediatamente que estava pronta para se separar, fiquei pensando seriamente se ela realmente iria ter coragem de pedir o divórcio.
Pov Lauren
Meu coração estava partido, era exatamente assim que me sentia. Meu estômago estava embrulhado e o nó em minha garganta ficava cada vez maior. Uma tristeza inundou meu peito depois dessa conversa. Me sentia sufocada só de me imaginar afastada de Cameron. Era inevitável as lágrimas escorrerem pelo meu rosto durante todo o caminho. Cheguei em casa e não consegui disfarçar o inchaço dos meus olhos e para meu alívio as visitas não estavam mais.
— Por que você demorou tanto? – Brad veio até a sala.
— Acabou a gasolina. – Menti.
— Por que não me ligou? – Veio até mim.
— Porque eu consegui ajuda. – Respondi.
— Lauren, o que foi? – Brad perguntou quando comecei a chorar. Sentei no braço do sofá e foi impossível me conter. — Lauren? Você está me deixando preocupado. – Me abraçou.
— Para. – O empurrei chorando.
— Lauren, o que houve?
— Eu odeio tudo. – Falei alto. — Era pra minha vida ser diferente. – Passei as mãos pelo meu rosto.
— A sua vida é perfeita Lauren. Não fala assim. – Colocou as mãos nos meus ombros.
— Você não sabe nada sobre a minha vida.
Levantei e fui pro quarto que era de Alice. Deitei na cama dela e fiquei lá no escuro por um bom tempo. Brad abriu a porta e ligou a luz. Veio com um copo de leite e sentou na beira da cama.
— Calma, toma isso pra se acalmar.
— Eu não quero. – Respondi.
— Lauren, eu sei que eu sou culpado pela sua tristeza. Mas eu quero te falar que estou disposto a mudar. Eu estou tentando, eu quero salvar nosso casamento porque eu te amo. – Puxou meu braço e sentei na cama.
— Eu não quero falar sobre isso. – Balancei a cabeça.
— Eu errei com você Lauren, fiz coisas que nunca deveria, mas você é a única coisa que eu tenho no mundo. Eu seria capaz de me matar se eu te perdesse por um erro meu.
Segurou meu rosto e me beijou. Retribui seu beijo e em seguida me afastei.
— Eu preciso descansar Brad. Obrigada e não fale sobre morte. Isso me assusta. – O abracei e me senti a pior pessoa do mundo.
Estava entre a cruz e a espada. Me lembrei da exigência de Cameron e no fundo eu sabia que ele tinha razão. Mas como eu poderia pedir o divórcio agora?
Brad saiu do quarto e não consegui dormir. Mesmo que isso fosse doer eu precisava escolher e eu realmente estava disposta a escolher minha felicidade com Cameron. Andei pela casa e senti falta do cheiro do nosso chá da madrugada. Sentei na cozinha e me lembrei das vezes que conversávamos e fazíamos amor ali. Peguei meu celular e não resisti, liguei pra ele e minha ficha caiu quando não fui atendida.
Mesmo com a demora para atender, insisti. E depois de longos momentos, Cam respondeu a chamada.
— Oi
— Oi Cam, te acordei? – Falei baixinho.
— Não, estou sem sono. – Respondeu.
— Cam... Nós terminamos mesmo? – Senti um nó na garganta e ele ficou em silêncio. —Entendi! – Falei mesmo sem a resposta.
— Lauren nada entre a gente vai terminar porque acima de tudo somos amigos.
— Eu não quero ser só sua amiga. A amizade é horrível quando oferecida para substituir o amor. – Falei brava.
— Então termina esse casamento, é a minha condição. – Falou bravo também.
— Você sabia desde o começo que não iria ser fácil e você dizia que não ia me pressionar. – Falei exaltada.
— É sério que você está me falando isso? Quanto tempo faz essa conversa? – Retrucou.
— Desculpa, eu não quero brigar, vamos conversar direito. – Falei mais calma.
— Eu vou desligar, Lauren. Não tem conversa. – Percebi sua voz mudar.
— Espera. – Pedi e ele ficou quieto. — Você deixou de me amar? – Perguntei com a voz embargada.
— Você sabe que não, é por te amar muito que eu estou te pedindo isso. – Limpei minhas lágrimas.
— Eu vou pedir o divórcio. Eu vou sair daqui porque eu também te amo muito e não quero te perder assim. Vou fazer isso o mais rápido possível. – Prometi.
— Eu confio em você. – Ele respondeu.
— Eu quero ficar só com você, nós somos tão felizes juntos. – Chorei ao terminar de falar.
— Não chora. – Sussurrou.
— Então não termina comigo. – Pedi.
— Você tem até o fim da semana pra resolver isso. – Falou sério.
— Tá bom, eu vou resolver. Eu vou criar coragem por você. – Respondi.
— Eu vou te esperar. – Sorri ao ouvir.
— Eu tô aqui na cozinha e estou sentindo tanto sua falta. – Reclamei.
— Eu também sinto muito sua falta, principalmente essas horas e nem consigo mais tomar chá sem você. – Sorri ao ouvir.
— Eu te amo muito, Cam. De um jeito que eu não sei explicar. Eu me sinto sufocada só de pensar em me afastar de você. Não desista da gente. – Pedi.
— Eu jamais vou desistir de você. Eu só quero uma vida sem ter que te dividir, eu também te amo muito Lauren, como nunca amei outra pessoa... Você sabe disso. – Meu coração se acalmou ao ouvir essas palavras. Ficamos quase uma hora conversando e fui dormir muito mais calma.
Acordei no sábado de manhã me sentindo mais leve, Brad já não estava na cama e me espreguicei. Peguei meu celular e sorri com a mensagem de Cam:
"Bom dia!!! Tem duas pessoas te esperando para almoçar aqui em casa."
Junto com a mensagem havia uma foto dele e de Alice. Sorri ao ver e a saudade de estar com eles invadiu meu peito, logo respondi:
"Essas duas pessoas são os meus amores!! Me esperem que logo chego. Amo vocês."
Suspirei ao mandar e levantei para me arrumar, mas logo Brad entrou no quarto.
— Que bom que você acordou! Trouxe pra você. – Colocou a bandeja com café da manhã na cama.
— Obrigada. – Sorri sem mostrar os dentes.
— Eu quero te levar em um lugar muito especial, se arruma. – Falou animado e na hora me lembrei de Cam.
— Eu não posso, Brad. Eu combinei de almoçar com a minha mãe. – Falei nervosa.
— Lauren é muito importante. Você precisa vir comigo. – Falou sério.
— Brad não dá. Você sabe como minha mãe é. – Reclamei.
— Eu ligo e falo com ela. Você precisa ir comigo, foi difícil conseguir um horário hoje.
— Não precisa ligar, vou tentar falar com ela. – Gesticulei.
— Ela vai entender se não vê-la hoje, se você não quer ir por esse motivo eu ligo. – Ele falou.
— Eu vou Brad. – Bufei. — Não demora pra se arrumar!!! Te espero lá embaixo.
Fiquei preocupada e com medo de não dar tempo de chegar para o almoço com Cam. Me arrumei rapidamente e depois de tomar café da manhã, sai com Brad. Chegamos em um lugar afastado da cidade, levamos uma hora até lá.
— Onde você está me levando? – Perguntei preocupada ao ver a hora.
— Já chegamos. – Parou em frente à uma grande casa. — Eu sei que você está triste porque a Alice não mora mais com a gente, eu conheço você! Por isso te trouxe aqui. – Apontou para casa. — É um orfanato, acho que chegou a hora da gente pensar em adoção e fiz essa surpresa. – Me olhou.
— Eu não acredito nisso Bradley! Você sequer me comunicou. Você nem sabe se é isso que eu quero. – Me irritei.
— Talvez dê certo, eu quero tentar tudo pela gente. – Segurou minha nuca. — Vou te provar que mudei. – Me deu um selinho e antes de responder uma freira bateu no vidro do carro. Brad se apresentou e descemos para ver as crianças.
Pov Cameron
Tentei ligar para Lauren várias vezes e ela não atendeu e nem respondeu minhas mensagens. Alice e eu almoçamos sozinhos.
— Daddy, a tia Lauren não gosta mais de mim igual a mamãe? – Alice perguntou triste e a peguei no colo.
— Filha, não fala isso. Claro que gosta, sua mãe também gosta. Todo mundo te ama. – A abracei.
— Ela prometeu que ia me vier todos os dias, eu tô com saudade. Queria entregar meu desenho pra ela. – Falou chateada.
— Vamos deixar guardado, quando ela vir a gente entrega. – Fiquei com dó de ver Alice triste e isso me fez ficar ainda mais chateado com Lauren.
— Vou ver meu filme. – Ela falou cabisbaixa e foi para frente da tv e em seguida Lauren me ligou.
— Cam, me perdoa. – Falou nervosa.
— Tá Lauren.
— Eu não consegui sair, o Brad queria ligar pra minha mãe porque eu disse que iria para a casa dela. – Se explicou.
— Você não me deve explicações, Lauren. – Respondi.
— Eu sei que você tem motivos pra...
— Lauren, está tudo bem. Vou desligar.
— Cam espera. – Desliguei.
Durante a noite eu e Alice fomos ao cinema e era impressionante como tudo lembrava Lauren. Ela me ligou várias vezes durante o filme e não atendi, quando saí havia uma mensagem:
"Cam, onde vocês estão? Eu fui na sua casa e não te encontrei. Por favor, fala comigo."
Respirei fundo e apenas respondi.
"Eu não quero mais contato com você Lauren. Tchau."
Depois da minha mensagem ela não respondeu mais. No domingo Alice tornou a ficar triste por estar com saudade de Lauren e para distraí-la sai para almoçar com Taylor e seus filhos. Lauren passou o dia todo sem entrar em contato comigo, mas antes de dormir li sua nova mensagem:
"Eu sei que você está magoado comigo, mas saiba que estou morrendo de saudades de você e da nossa Alice. Te amo!"
Joguei meu celular pro lado e peguei no sono.Na segunda de manhã deixei Alice na escola e nem desci do carro. Fui direto para o trabalho e quando passei pela sala de Brad pude ouvi-lo no telefone.
— Você não vai me atrapalhar, eu e minha mulher estamos voltando a nos entender – (...) — Eu amo a minha mulher, vagabundas como você eu uso pra matar a necessidade, mas amar eu só amo a Lauren – (...) — Isso não importa, nós fomos ao orfanato, vamos adotar uma criança.
"Voltando a nos entender"; "vamos adotar uma criança"
Essas frases ecoaram em minha cabeça e eu me senti traído. Trabalhei a manhã toda pensando no que ouvi e chateado com Lauren. Antes de sair precisei falar com Bradley.
— Brad você colocou na nota 57 mil em um equipamento que custa 18. Você não vai parar? – Falei irritado e antes de me responder ele começou a juntar umas coisas na mesa. Olhei e tinha várias fotos de garotas de calcinha e sutiã.
— O que é isso? – Olhei.
— Você sabe quando tá muito na necessidade a gente precisa de uma mãozinha. – Falou com deboche e balancei a cabeça.
— Não é isso. Você está envolvido em que? – Falei sério.
— Não se mete nas minhas coisas, isso não te diz respeito. – Ele levantou.
— Você vai ter problemas, Brad. – Apontei o dedo e ele ficou sem reação, em seguida sai para buscar Alice. Esperei vários minutos e ela não saiu no portão, com certeza estava com Lauren e tive que ir até a sala dela para buscá-la. Quando cheguei ela estava vendo os desenhos da Alice.
— Vamos Alice. – Falei sério.
— Espera daddy.
— Oi Cam. – Lauren levantou.
— Vamos agora, Alice. – Peguei sua mochila.
— Calma, pra que isso? – Lauren se aproximou ao perguntar e não respondi.
— Alice, vai lá no playground, quero falar coisas de adulto com o daddy. – Alice assentiu e saiu correndo.
— Lauren, dessa vez não tem o que falar. – A encarei.
— Cam, desculpa, eu não quis deixar vocês esperando sábado, eu fui na sua casa depois e você não estava. Eu pensei em ir ontem mas teve aquele almoço na sua mãe, achei que você fosse estar lá e também o Brad está vigiando meus passos. – Reclamou. — Mas agora eu posso ir com vocês pra casa.
— Não Lauren. Não dá mais. Você me pede pra não desistir da gente e sai pra adotar uma criança com o Brad? – Falei sério.
— Eu não saí pra adotar, nós só fomos em um orfanato, só visitar. – Gesticulou.
— Não importa. Você me fala que vai pedir o divórcio e o Brad fala que vocês estão se dando bem. Eu não quero mais.
— Não Cam. Você disse que confia em mim. Então confia em mim! – Falou alto.
— Eu não quero mais ser seu caso Lauren. – Reclamei.
— Você é o homem que amo, Cam. Você não é meu caso, caramba. – Me olhou.
— Você e o Brad estão se dando bem? – Levantei a sobrancelha.
— Ele melhorou, não tem mais aquelas grosserias, mas tudo entre nós acabou. – Respondeu.
— Se acabou, por que você ainda não pediu o divórcio? – Fiquei irritado.
— Porque não é tão simples.
— Nem uma resposta decente você me dá. – Ri irônico.
— Para de me tratar assim.
— Tá bom. Boa noite. – Ela segurou meu braço.
— Cam espera. – Me soltei.
— Sabe o que eu acho? Que você me usou como escape esse tempo todo. – Apontei o dedo.
— O que? – Ela perguntou alto.
— Quando tudo tava uma porcaria entre você e o Brad, você me usou pra se sentir menos sozinha. Agora que ele está na paz como você queria... – Gesticulei.
— Olha o que você está me falando, você acha que eu me arriscaria tanto pra te usar? Tudo que a gente passou você quer dizer que eu menti? Você não acredita mesmo no meu amor, não é Cam? – Falou alto.
— Você me faz parar de acreditar. – Apontei.
— Eu quero uma mulher que possa ser minha mulher e você não pode. – Falei nervoso.
— Eu não acredito que você está me falando tudo isso Cam. – Falou com a voz embargada.
— Não dá mais, Lauren. Por favor, não manda mensagem, não liga, não aparece na minha casa. Você pode ver a Alice aqui na escola, ela realmente sente muito a sua falta, mas entre nós é melhor fingir que nada aconteceu e você tenta reconstruir seu casamento que pelo visto você não vai abandonar. – Falei chateado.
— É tão fácil pra você terminar comigo quando te dá na telha... E ainda fingir que eu nada aconteceu. – Abriu os braços.
— Não. Não é. Mas é mais fácil do que ter que esperar você brigar com o Brad ou conseguir inventar uma desculpa boa para poder me encontrar.
— Cam, olha pra mim. – Agarrou meu pescoço.
— Para, não. – Empurrei sua cintura para me soltar. — Não dá mais! Acabou Lauren e dessa vez não tem volta. – Lauren passou a mão pelo rosto.
— Há dois dias atrás nós resolvemos tudo, você disse que confiava. – Me olhou.
— Há dois dias eu acreditava em você. Agora não adianta ligar, não adianta tentar me convencer com as coisas que você inventa. Acabou!
Quando terminei a frase, Lauren estava chorando, ela escondeu o rosto com as duas mãos e fiquei triste ao ouvir seus soluços. Precisava sair dali. Peguei as coisas de Alice e fui até o play buscá-la. Não deixei ela voltar para se despedir de Lauren e fomos embora.
Pov Lauren
Cam saiu e levou Alice e senti uma dor imensa, agora eu sabia que era definitivo e precisava fazer alguma coisa. Não queria e nem podia perdê-lo, ele e Alice eram minha família. Foram eles que me fizeram ser feliz, os melhores momentos que passei, eles estavam presentes. Fui pra casa disposta a terminar meu casamento. Dirigi pensando em tudo que falaria para Bradley. Mas assim que entrei em casa senti um cheiro delicioso de comida e ao ouvir a porta, Brad apareceu.
— Finalmente você chegou. – Pegou o buquê de rosas que estava escondido atrás de um móvel e trouxe para mim. — Surpresa meu amor. – Segurei as flores e senti um nó em minha garganta.
— Pra que isso? – Olhei as flores.
— Não gostou? Quero que veja o quanto você é importante pra mim. – Me abraçou e beijou meu pescoço.
— Obrigada. – Falei desapontada.
— Vem aqui. – Puxou minha mão e fomos para a sala de jantar. A mesa estava linda e enfeitada com velas. — Eu quero consertar todos os meus erros Lauren. – Puxou a cadeira pra mim.
— Brad... – Tentei falar.
— Depois a gente conversa, vamos aproveitar.
Mal consegui tocar na comida. Fiquei com dó de dizer o que vim dizer, sentia vontade de chorar, de sumir. O que havia acontecido com a minha vida? Não consegui beber o vinho que ele tanto insistiu e muito menos comer a sobremesa.
— Obrigada por tudo, mas eu vou subir, preciso tomar banho.
— Posso tomar com você? – Segurou minha mão.
— Não. – Levantei e saí em direção a escada.
— Lauren, eu sei que você ficou desse jeito desde que a Alice foi embora daqui. – Ele veio atrás e me virei. — Eu não quero te ver assim, vamos adotar aquela garotinha que se encantou por você no orfanato. Você pode amar ela igual aconteceu com a Alice. – Falou animado.
— Não. – Balancei a cabeça.
— Por que não? Você gostou dela. – Se aproximou.
— Porque eu quero me divorciar Bradley.
Tomei coragem e falei com a voz embargada.
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Que comece o dramaa hahahaha.👀🤧