Deixem a estrelinha pela última vez ❤️
(...)
Eu apreciava o sol se por da varanda do hotel. A torre Eiffel iluminada com o contraste do céu era a vista mais bonita que eu poderia imaginar.
Estávamos tirando um tempo para nossa família. De acordo com Scott promessa é dívida e nós prometemos que traríamos Alice para Paris.
Fiquei sentada na poltrona da varanda bebericando o meu machiatto quando senti meu celular vibrar sobre a mesa.
Atendi a chamada de vídeo de Angel e logo a voz dela surgiu:
- Hé mon amour, comment vas-tu?
Apertei os lábios segurando o riso.
- O que disse? - perguntei tentando não rir.
- Eu disse "Ei meu amor, como você está?". Estou treinando o meu francês. O que achou?
- Está ótimo. - Está péssimo! Mas eu não ia magoar os sentimentos da minha irmã.
Ela sorriu convencida.
- O que está fazendo? - perguntei olhando várias caixas empilhadas atrás dela.
- Organizando minhas coisas? - respondeu sarcástica como se não fosse óbvio. - Qual é, você sabe que vou me mudar para um apartamento melhor.
Assenti.
Ela colocou o celular apoiado em algum lugar e começou a andar pelo apartamento com pilhas de roupas.
- Não ficamos de fazer isso juntas? - eu disse com a sobrancelha arqueada enquanto ela abria uma caixa.
- Sim, mas eu resolvi adiantar. Quando vocês chegarem só teremos o trabalho de transportar as coisas ao invés de empacotar tudo. - ela fechou a caixa e pegou o celular olhando para mim, se sentando logo em seguida - Isso está sendo uma terapia para mim.
Franzo o cenho.
- O que houve? - a encaro.
Ela respirou profundamente e levantou.
- Vou mostrar. - ela caminhou e percebi que ela estava saindo do quarto. Quando ela chegou a sala, ela virou a câmera para a entrada. - Olha, veja com seus próprios olhos.
Tinha vasos de flores espalhados por toda a sala. Das mais variadas rosas, orquídeas e margaridas.
Ela virou a câmera novamente para si e eu a olhei assustada.
- Isso foi... - comecei a dizer.
- Sim. - suspirou - foi o Gustavo.
Assenti ainda surpresa.
- Cadê as tulipas brancas? - perguntei já que não vi nenhuma.
Ela riu mas sem um pingo de humor na voz.
- Ele não mandou. Da pra acreditar? Ele encheu o corredor de flores mas as únicas que eu gosto... Ele não mandou.
- Angel... - tentei dizer.
Ela balançou a cabeça.
- Tudo bem. Eu não quero falar sobre isso.
Assinto e deixo o assunto morrer. Começamos a conversar amenidades quando escutei o barulho da porta seguido de risadas animadas.
- Mamãe, chegamos! - Alice gritou.
- Mamãe? - Kevin chamou com sua voz meiga.
Respondi e logo eles foram até onde eu estava.
- Tia Angel, que saudades! - Alice exclamou quando viu que eu estava em uma vídeo chamada.
Angel semicerrou os olhos.
- Nos vimos tem dois dias, pequena.
Peguei meu filho no colo e ele logo engatou uma conversa com a tia.
Me virei quando ouvi passos e logo a figura do meu marido surgiu na porta, ele estava vestindo uma calça jeans de lavagem escura e uma camiseta polo. Ele sorriu assim que seus olhos se encontraram com os meus.
- Oi amor. - disse antes de depositar um beijo na minha testa.
- Como foi o passeio? - perguntei.
- Ótimo. - ele sorriu - Você deveria ter ido. Consegui mostrar vários pontos turísticos para as crianças. É claro que Kevin não entendeu nada, apesar de bater palmas para tudo. Susan e Alice me encheram de perguntas. - ele se sentou ao meu lado - Confesso que tive que pesquisar algumas respostas, mas não deixei meu celular no campo de visão delas.
Sorri, Scott era um bobo.
Ele ficou de levar as crianças e Susan para conhecer a cidade mas eu quis ficar no hotel, pelo menos por hoje mas eu já estava morrendo de saudades deles.
Susan veio conosco sobre muita relutância. Scott disse que era uma viagem de família e eu complementei deixando claro que ela fazia parte da nossa. Foi uma pena Angel não vir, ela está atolada com a mudança e com o trabalho, os preparativos para sua viagem estão a todo vapor então ela precisa deixar tudo pronto.
- Cunhado! - ela berrou do outro lado da tela quando viu Scott - Como está?
- Bem, Angel. E você?
Ela deu um giro mostrando todas as caixas.
- Estou bem. Bem acabada.
- Não ficamos de fazer tudo isso quando voltarmos? - ele perguntou confuso.
- Quis adiantar.
- Certo, quando chegarmos faremos sua mudança. - ele pegou o celular da mão de Alice que já estava sentada em seu colo - Alex vai ajudar na mudança.
Virei bruscamente para ele com o olhar incrédulo.
Oi? Como assim?
- Quê? - Angel perguntou, ela não estava muito diferente de mim. - Scott, não precisa!
- Serão três carros ao invés de dois. É claro que precisa. Você tem muita coisa! - ele diz em um tom acusatório.
Falou o bilionário.
- Eu? Que absurdo! - ela respira fundo e começa a contar até até cinco, todos nós rimos da cena - Ele não precisa vir.
- Relaxa cunhadinha, ele que se ofereceu. Agora precisamos ir, pense no Alex. E não se esqueça que amamos você, tchau.
Nos despedimos de Angel e depois fomos ficar com as crianças.
- Vamos sair essa noite.
Scott parou atrás de mim e aspirou o meu pescoço arrancando um baixo gemido de mim.
- Hm... E pra onde vamos? - indaguei .
-Vamos jantar.
Me virei para ele e apertei os seus braços.
- E as crianças?
- Vão ficar com a avó. Ela disse que poderia ficar com eles e nos deu a missão de fazer outro neto para ela.
Gargalhei. Susan e suas ideias.
(...)
Eu estava eufórica.
O restaurante em que estávamos ficava nada mais nada menos do que dentro da Torre Eiffel.
Assim que chegamos já havia um homem a nossa espera para sermos conduzidos até o elevador. A vista do elevador por si só já é maravilhosa, quando chegamos, Scott me direcionou a entrada. Fiquei encantada assim que entrei.
O restaurante tinha uma vista panorâmica da cidade mais bonita do mundo. Nos sentamos em uma mesa próxima ao vidro e pude apreciar as luzes da cidade que iluminavam Paris.
- Gostou? - me voltei para Scott e só então percebi que o homem não estava mais aqui.
- Muito. - falo com um sorriso nos lábios. - Como você conseguiu reservas aqui? Eu sei que devem ser feitas com antecedência.
Ele abre o sorriso presunçoso que tanto amo.
- Você fala como se eu já não tivesse planos de trazer a minha mulher a Paris. - ele olha a cartela de vinhos.
Logo outro homem aparece para anotar nossos pedidos.
- Já sabe o que vai pedir, amor? - me pergunta.
- Na verdade... - fecho a cartela e a coloco sobre a mesa. - Vou deixar meu marido escolher por mim.
Ele arqueia as sobrancelhas, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.
- Tem certeza?
- Me surpreenda. - lhe dou uma piscadela.
Ele fez nossos pedidos e quando a comida chegou tive que o parabenizar pelo bom gosto. A gastronomia daqui era impecável.
Encarei o lugar onde havia alguns casais dançando enquanto bebericava o meu vinho.
- Você quer dançar? - Scott me olhava em expectativa.
Assenti e logo fomos até onde os outros casais estavam.
Coloquei a mão em seus ombros enquanto ele apertava levemente a minha cintura e começamos a nos movimentar de um lado para o outro.
A próxima música a tocar tinha uma melodia suave. Fechei os meus olhos e deitei minha cabeça em seu peito, o deixando me guiar pelo salão.
Senti um beijo no topo da minha cabeça e quando abri os olhos, vi o lindo sorriso de Scott.
- Eu te amo. - ele disse com a voz rouca.
- Eu te amo ainda mais. - sorri.
Voltei a deitar a minha cabeça em seu peito enquanto dançávamos desfrutando desse momento mágico ao lado um do outro.
Eu tinha certeza de que tinha tomado a decisão certa o ao aceitá-lo em minha vida.
Scott me fazia feliz de uma forma única. Eu o amava com todas as minhas forças e era incrível saber que ele me amava na mesma intensidade.
Com ele construí uma família, com ele tive dois filhos maravilhosos e sabia que iria passar o resto dos meus dias dedicando meu amor a eles.
Percebi que os casais que aqui estavam tinham saído, encarei o meu marido.
- Eu acho que precisamos ir embora. - falou.
- É mesmo? - perguntei em tom de provocação.
Antes que ele pudesse responder, me inclinei e tomei sua boca com a minha. Seus lábios eram exigentes com os meus e logo sua lingua pedia passagem que eu prontamente dei.
Tivemos que nos afastar para respirar e eu sentia meu coração saltar no peito.
- O que acha de irmos para o hotel colocar o plano de Susan em prática? - Ele apertou a minha cintura me fazendo arrepiar.
Ele me encarava esperançoso, com um sorriso ladino em seus lábios.
- Eu acho uma ótima ideia. - falei com as mãos envolta do seu pescoço.
O seu sorriso se iluminou ainda mais, era evidente a sua cara de satisfação. Ele me deu um selinho rápido e assim que encerrou a conta, estava me arrastando para o hotel.
Por Deus, eu amo esse homem!
(...)
É galerinha, agora acabou.
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