RUN 🏁 !¡ BEAUANY

By JENNIE4NY

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Any Gabrielly é a pilota mais famosa no ramo do kart brasileiro. Ao se mudar do Brasil com destino a Los Ange... More

INTRODUÇÃO
ATENÇÃO
00 | PRÓLOGO
01 | O PRIMEIRO DIA
02 | O ESPETÁCULO
03 | ESTRESSE
04 | BEIJOS E ÁLCOOL
BÔNUS | RUÍNAS
05 | FRAQUEZAS
06 | MAIS QUE UM DIÁLOGO
07 | AMEAÇAS
08 | ALGO SOBRE PERDAS E DESEJOS
09 | PEÔNIAS E TÊNIS
10 | ESTACA ZERO
11 | O INÍCIO DO JOGO
BÔNUS | AMORES DIFERENTES
12 | O DIABO TEM OLHOS AZUIS
13 | MORANGOS E TENTAÇÕES
14 | BRINCANDO COM FOGO
15 | VERDADE OU DESAFIO
16 | ASSASSINO
17 | SENTENÇA DE MORTE
18 | COLECIONANDO PECADOS
19 | ABSTINÊNCIA
20 | EXPURGAR E PURIFICAR
BÔNUS | SINÔNIMOS DE PROBLEMA
21 | TENTANDO SER HONESTO
22 | LIBERDADE E CERTEZAS
23 | DOR CONSTANTE
23 | DOR CONSTANTE II
24 | PROCESSOS DE CURA
BÔNUS | O AMOR TUDO SUPORTA
25 | LUA NOVA
26 | PROMESSAS ARDENTES I
26 | PROMESSAS ARDENTES II
27 | JOGO DE CARTAS
28 | SEQUÊNCIA DE DESASTRES I
28 | SEQUÊNCIA DE DESASTRES II
CENA ESPECIAL | CHUVA
29 | APEX
CENA ESPECIAL | ANEL
30 | AMOR
31 | PECADO DA LUXÚRIA I
31 | PECADO DA LUXÚRIA II
32 | PESADELO
33 | VILÕES E MOCINHOS
BÔNUS | DUAS OPÇÕES
34 | CAIXA DE PANDORA I
34 | CAIXA DE PANDORA II
35 | HADES
36 | CONVERSAS
37 | O FIM

BÔNUS | A ÚLTIMA VEZ

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By JENNIE4NY

⚠︎ AVISO: Eu estou repostando RUN porque eu arquivei, mas não há nenhuma alteração nos capítulos, com exceção da adição de músicas e gifs de fotos. Leiam o outro aviso no meu perfil para melhor compreensão! <3

— JOALIN LOUKAMAA

Se você soubesse de todas as maneiras que eu tentei esquecer
Todos os dias que eu perdi deitada na minha cama
Se você soubesse que isso quebra cada pedacinho
Pedaço de mim cada vez que você sai

HELLO | Emily Burns

Era um horário qualquer entre às duas e às três da manhã, quando meu celular tocou e mesmo que eu tenha o alcançado ainda atordoada, devido à interrupção inesperada do meu sono, conhecia bem a voz do outro lado da linha.

— Joalin, eu estou aqui fora. Por favor, me deixa entrar, está tão' frio. — Heyoon disse assim que atendi a ligação, sem nem dar tempo para que eu perguntasse quem era.O seu tom revelava que ela estava chorando.

Em momentos como aquele, eu desejava ser egoísta o suficiente para deixá-la congelar lá fora. Mas como eu poderia dizer não a Heyoon? Como poderia fazer meu coração desacelerar ao saber que ela estava em frente a minha porta? Tudo que eu desejava era não me importar com a coreana que só lembrava de mim quando a esqueciam, mas não tinha jeito, eu era completamente rendida por ela.

— Estou indo, Yoon. — Respondi antes de desligar, ferindo o pouco que restava do meu ego. Idiota, idiota, idiota, mil vezes idiota.

Com a maior cautela possível, atravessei a casa e abri a porta, tirando vantagem do sono pesado dos meus pais. Lá estava Heyoon Jeong, um metro e cinquenta e cinco em um vestido de veludo azul, os saltos em uma das mãos, enquanto tentava se aquecer esfregando a outra no braço. A maquiagem borrada, devido às lágrimas recentes, partiu meu coração em mil pedaços. Eu odiava vê-la assim, mas odiava ainda mais o responsável por aquilo.

— Desculpa te acordar, eu não queria incomodar você, mas também não quero ir para casa assim. Eu só… — A garota diz entre soluços, sem conseguir terminar a frase, pois volta a chorar.

Talvez ela não soubesse, mas não havia fúria em meu peito que não sumisse completamente vendo-a se debulhar em lágrimas.

Ela não queria ir para casa e eu sabia o motivo, me deixando com ainda mais pena dela. Digamos que o lar de Heyoon não era o ambiente familiar mais perfeito do mundo, pelo contrário estava longe disso.

— Está tudo bem. — Seguro seu pequeno e delicado rosto nas minhas mãos em formato de concha e beijo o topo de sua cabeça.

Ao notar o quão frio seu corpo estava, me desfaço do moletom que eu vestia e coloco nela, como Heyoon fosse uma criança indefesa. Não me importo em ficar só com a regata branca. Quando se tratava de Jeong, eu nunca me importaria em dar tudo de mim e ficar sem nada e isso não era apenas sobre roupas.

Suponho ser por isso que eu não sabia exatamente como havia chegado a esse ponto, não sabia como eu tinha me apaixonado completamente pela pessoa que um dia foi minha melhor amiga, não sabia em que momento, nós havíamos decidido que dormir juntas era uma boa ideia.

Na verdade, eu e Heyoon sempre fomos próximas desde quando nos conhecemos, ainda bem pequenas. Éramos as únicas estrangeiras da escola — eu finlandesa e ela coreana — por isso, nos demos bem logo de cara. Foi assim que crescemos, com Yoon me ajudando a ir bem nas provas de matemática, indo à praia com a minha família no sábado e eu a igreja com a sua no domingo. Heyoon sabia que eu era diferente, mas contrariamente as outras pessoas, eu não tinha vergonha dela, porque ela me acolhia como ninguém. Foi para ela que eu contei a primeira vez que beijei uma garota, ela também foi a primeira a saber que eu não gostava de meninos, foi a primeira a me aceitar. Heyoon sempre seria a minha primeira garota de todas as coisas...

Nós tínhamos aquela amizade imbatível, que poderia durar anos e até décadas facilmente! Até o primeiro ano do ensino médio… Onde literalmente tudo mudou. Tudo bem que a adolescência muda a gente, os peitos e a bunda crescem, espinhas aparecem por toda parte, seu corpo se torna uma explosão de hormônio e toda essa putaria que chamam de puberdade.

Com Jeong não foi diferente. Caralho, ela ficou espetacular! Mas quem dera Yoon tivesse sido lapidada apenas na beleza… A minha amiga foi levada embora junto a nossa infância e quem roubou seu lugar foi uma desconhecida, mesquinha, metida a burra, no mais alto grau de futilidade. E, tudo isso por um loiro de olhos azuis…

Todavia, eu nunca conseguiria odiar Josh Beauchamp cem por cento, porque sua babaquice era o motivo principal de Heyoon ter vindo parar na minha cama pela primeira vez e eu era extremamente grata a ele por foder sua namorada. Esse era o único momento que eu não importava em ser egoísta, se aquele seria o único jeito de tê-la para mim, desejava que eles brigassem, que brigassem tão feio que ela viesse para ficar para sempre e não só por uma noite. Isso dilacerava meu peito, porque enquanto eu tinha pequenas doses dela, escondidas e rápidas, ele o tinha em sua mão, inteiramente e nem sequer fingia se importar. Então, eu o odiava, gostando só da pequena parcela que a magoava daquela maneira. Jamais me perdoaria por pensar somente em mim!

As horas na academia se tornavam recompensadas ao poder pegá-la no colo e levá-la até meu quarto, já tinha se tornado um costume tratá-la daquela forma. Meus olhos brilham sobre a coreana se aninhando em meus braços, enquanto fazemos o caminho até o cômodo.

— Vai me contar o que aconteceu? — Questiono assim que a coloco no chão do quarto, fechando a porta atrás de mim.

— Não é importante, Joalin. — Ela diz se desfazendo do meu moletom, visivelmente mais calma. É impossível não revirar os olhos com sua resposta, pois eu sabia que ela estava mentindo. Ela nunca me procuraria por saudades ou por amor, sempre teria um pretexto por trás.

— Me pergunto se além de bonita, minha cara se parece com a de uma burra. — Digo com escárnio, desviando o olhar de Heyoon, porque agora ela ameaçava tirar o vestido.

— Se sua cara tivesse qualquer semelhança com a de um animal, eu não ousaria sentar nela. — Heyoon revida, o jeito devasso exalando por cada poro dela, o suficiente para já esquentar meu corpo.

Sei sua intenção, sei cada exato detalhe que precedia o ato de ir para a cama com a garota.

— Não vou transar com você. — Asseguro, entretanto, a voz trêmula revelava que eu não aguentaria fazer jogo duro por tanto tempo.

— Tem certeza? — Ela finalmente tira o vestido e o atira em algum lugar do quarto.

Heyoon tinha um mapa de todos os meus pontos fracos e sabia como alcança-los facilmente, mas tão' fácil, que eu me perguntava se era possível outro ser humano ter o controle do corpo de outro daquela maneira ou se eu realmente era incompetente na missão de afastar a coreana.

— Porque eu posso dormir a noite inteira nua, nessa cama, mas e você? Tem certeza que aguenta? — Jeong provoca, a mão alcançando o fecho do sutiã e deixando-o cair pelos braços, descortinando os belos seios que faziam minha boca salivar.

Caralho. Eu queria xinga-la, colocá-la para fora da minha casa, deixá-la ir embora se tremendo de frio, mas, mais do que todas essas coisas, eu queria sua boca na minha, a sua pele queimando sobre mim, suas mãos me tateando… Como diabos alguém resistiria aquilo?

— Não sei porque ainda pergunta. — Foram as últimas palavras que saíram da minha boca antes que eu agarrasse sua nuca e beijasse seus lábios, de maneira necessitada.

Suas mãos deslizavam por minha cintura e logo fizeram o papel de tirar minha blusa. Era como se uma corrente elétrica direto dos dedos de Heyoon desse pequenos choques em minha pele. Eu não conseguia respirar claramente, porque de repente o ar era o elemento mais escasso ali dentro, como se houvesse apenas fogo e mais fogo, emanando de mim e Jeong.

Nossos olhos encontravam extremamente quentes, o tesão explícito neles. Livro-me da calça de moletom, porque agora ela não era mais necessária e a única coisa que eu desejava que estivesse sob mim, era a pele da coreana, como já havia dito.

Tomei a iniciativa de empurrá-la para cama, uma risada gostosa devido ao meu ímpeto, preenche o cômodo. Heyoon não era completamente passiva, mas eu gostava de ficar no comando e vê-la perder a postura para mim. 

Meu nariz percorre todo um caminho por seu pescoço, inalando seu cheiro o suficiente para me deixar desnorteada. Não volto a beija-la porque o desejo que eu sentia necessitava ser apaziguado imediatamente, também reconhecia que ela estava tão sedenta quanto eu. Assim, minha língua circunda sua auréola, Heyoon arqueia o corpo contra minha boca, uma lufada de ar saiu entre seus lábios, continuo os movimentos, só que agora roçava os dentes contra o bico rígido, sugando ao redor. Os meus dedos passeiam por sua barriga definida, no entanto, não tiro os olhos dos seus, seu rosto ganha um sorriso porque eu sei que é exatamente ali o ponto no qual Yoon sente cócegas.

Heyoon Jeong tinha um corpo escultural, ela com toda certeza era a mulher mais linda e gostosa que havia pisado sob a face da terra. Os traços asiáticos, eram seu charme principal, então vinha a boca, extremamente suculenta. Só Deus sabia o quanto aquela boca era a minha completa perdição. Logo abaixo, o torso impecável, como se tivesse sido esculpido pelo artista mais dedicado do mundo. Heyoon era extraordinária.

Tratei com atenção especial seu baixo ventre, onde distribui beijos. Os suspiros baixos e evidentemente impacientes quem vêm dela, eram música para os meus ouvidos. Agarrei a barra da calcinha e atirei o mais longe possível, partindo da premissa que pela manhã ela levaria mais do que 10 segundos para achá-la.

Eu queria lhe dizer algo, lhe elogiar, dizer que a amava… Mas Heyoon já sabia e já ouvira tudo aquilo, mesmo que não houvesse vindo de mim. Então, não importava não é mesmo? Ela queria que eu a fodesse e seria aquilo que eu faria.

Abri suas pernas, me posicionando entre elas e abraçando suas coxas grossas na sequência, meus lábios continuaram beijando a parte interna dali, sentindo o gosto e a textura de sua pele. Minha própria roupa íntima, revelava que eu não aguentaria as preliminares por tanto tempo…

Comecei lambendo sua virilha, passando a língua pelos grandes lábios umedecidos. Heyoon, que antes estava apoiada sobre os antebraços, havia deitado seu corpo na cama, apenas para se entregar a todo prazer que eu lhe dava.

Continuei, agora sugando seu clitóris, vendo que agora ela tocava os próprios seios, me deixando ainda mais excitada. Sorri e soprei sua buceta, passando a língua em sua entrada e ouvindo o gemido de protesto imediatamente. Aquilo não era suficiente para ela. 

Enquanto brincava com a língua em seu clitóris, roçando os dentes, vez ou outra, para então sugá-lo e repetir o processo, penetrei um dedo dentro da garota e senti seu interior quente e úmido me receber. Passei a me movimentar, o dedo levemente curvado para alcançar seu ponto sensível.

Introduzi mais um só para vê-la ficar insana! E ela estava, Heyoon gemia, apertava os próprios seios, arqueava o corpo na tentativa de sentir mais dos meus dedos e ainda forçava meu rosto contra si. A coreana atingiu seu ápice em minha boca, me fazendo quase gozar também. Continuei lambendo sua buceta, agora sensível, na intenção de não deixar uma gota sequer do seu prazer.

Heyoon se senta na cama, ainda ofegante pelo orgasmo recente, mas me puxa para perto, tomando meus dedos em sua mão, levando a boca. Mordo meus próprios lábios, me deliciando com a cena.

Jeong tenta diminuir ainda mais a distância entre nós, me puxando para seu colo. Uma das mãos apertando meu pescoço e a outra adentrando minha calcinha sem nenhum aviso prévio.

— Não sabia que você estava com tantas saudades. — Heyoon provoca contra meu ouvido, se referindo a minha umidade acentuada. As palavras fizeram meu sangue borbulhar.

Tombo a cabeça para trás quando ela abocanha meu seio esquerdo, só para em seguida enfiar dois dedos em minha buceta. Ela larga meu pescoço, pois agora tem que tampar minha boca, devido aos gemidos altos que ameaçam escapar pelos meus lábios. Heyoon usa o polegar para excitar meu clitóris, em movimentos circulares, o suficiente para que eu goze em sua mão, mais rápido do que o comum.

Eu amava Heyoon Jeong completamente e perdidamente. Amava tanto que doía, que arrancava o ar do meu peito, me deixando sem fôlego algum. Amava tanto ao ponto de sentir vontade de chorar ao foder com ela, ao ver ela gozando para mim, totalmente vulnerável. Eram naqueles minutos que Heyoon era minha e somente minha. Por isso não hesitei em dizer as três palavras que rodeavam minha mente há anos.

— Eu amo você. — Segurei seu rosto próximo ao meu, de modo que meu olhar estivesse fixo em suas pupilas dilatadas.

Meu coração batia descompassado, implorando por uma resposta que não veio e naquele segundo, eu me dei conta que jamais deveria ter dito. Aquela era apenas a confirmação de que o amor que eu sentia por ela nunca seria recíproco.

— Vamos dormir. — Ela falou finalmente, após engolir em seco, tirando minha mão de seu rosto, me despedaçado por inteira.

Heyoon me puxou pelo braço, de modo que meu corpo se deitasse sobre o seu. Fiquei ali, deitada em seu peito, até que sua respiração se tornasse pesada e eu soubesse que ela havia caído no sono.

Era um horário qualquer entre às duas e às três da manhã, quando eu decidi que não me sujeitaria mais aquilo. As pequenas doses de Heyoon nunca seriam suficientes, sempre iria ansiar por mais e estava evidente, que ela nunca poderia me dar esse mais.

Eu não a queria somente quando brigasse com o idiota de seu namorado, eu queria ser a sua namorada. Queria apresentá-la como minha namorada aos meus amigos, queria andar pela escola de mãos dadas com ela, queria fazer um coração para ela quando marcasse gol em um jogo qualquer, queria levá-la a sorveteria, queria tudo que vem acompanhado de um clichê adolescente. Queria que Heyoon Jeong fosse minha, minha namorada, minha noiva, minha mulher… Entretanto, tantas utopias jamais se realizariam, era quase como desejar que a poluição do mundo acabasse… Nunca aconteceria.

E agora eu tinha certeza, porque eu havia dito "eu amo você" e esse não foi sucedido por um "também"…

Não consegui dormir, esperando a manhã chegar e por fim quando ela acordou, com a cara inchada e os pequenos olhos brilhando em minha direção, temi não conseguir lhe dizer o discurso que planejara pelo resto da madrugada, com um melancólico "acabou" no final.

Talvez eu realmente não conseguisse sem beijar seus lábios uma última vez e foi isso que fiz. Agarrei seu rosto em minhas mãos e lhe beijei da forma mais necessitada que conseguia, minha língua explorando os mínimos cantos de sua boca para guardar bem cada detalhe de seu beijo.

Senti as pequenas correntes de eletricidade, o arrepio pelo corpo, o sangue esquentar, o coração começar a bater mais rápido, senti todas aquelas sensações uma última vez e elas foram o gás para que eu soprasse um "Acabou" contra seus lábios. Firme, potente e decidido. Por que como diabos eu poderia ficar com Heyoon tendo só metade daquelas sensações? Eu queria tudo.

— O quê? — A expressão confusa dominou seu rosto de imediato.

Me afastei dela e levantei da cama. Ela havia ouvido e compreendido, Heyoon não era surda e muito menos burra, apesar de fingir ser na maior parte do tempo. Acabara e ela sabia disso, não havia como voltar atrás, eu havia dado sinais a dias! O problema era dela que não percebeu.

— O que caralhos você está falando, Joalin? — A voz assumiu um tom mais alto, a fúria nitidamente estampada em sua cara.

Em contraste, eu recolhia suas roupas pelo quarto, transmitindo uma calma que eu não conhecia existir. De repente, eu havia me dado conta de que aquilo era o mais certo a fazer e eu havia tomado a melhor decisão que poderia.

— Você não tem coragem de terminar comigo! — Saiu de sua boca estridente.

Em partes Heyoon estava certa, horas atrás, se me perguntassem se eu iria acabar por completo o que quer existir entre nós, eu diria ser uma loucura. Na minha cabeça, se alguém colocasse um ponto final na nossa relação, seria Heyoon. Eu havia desenvolvido fortes sentimentos por ela, acreditando ser impossível sepultar aquilo.

Mas, não, estava ali, decretando o fim de absolutamente tudo, sem derramar sequer uma lágrima, enquanto a coreana refletia olhos marejados.

— Não só tenho, como estou acabando. — Pontuei, mantendo o tom resoluto. — Quero que vá para casa e esqueça tudo que aconteceu entre nós. — Entreguei as peças de roupa em suas mãos.

Heyoon me encarava com a expressão perdida, sem saber ao certo o que estava acontecendo, meu coração vacilou com esse olhar, prestes a ceder a garota.

— Me dê mais um tempo! Sabe como meus pais são, eles nunca me acei… — Yoon começa a se justificar, mas faço questão de interrompe-la.

Aquele não era o ponto.

— Nunca iria força-la a assumir sua sexualidade, você tem uma vida inteira para fazer isso e eu ficaria feliz em estar do seu lado quando o fizesse, não me importaria em fingir ser só sua amiga por quantos anos fossem necessários. — Sorri de modo acolhedor, limpando as lágrimas que escorriam por sua bochecha. — Eu aceitaria tudo por você, Heyoon. Exceto te dividir com outra pessoa. Sinto que cada vez que você aparece aqui com a intenção de fazer apenas sexo comigo e ir embora quando amanhece, eu perco um pouquinho de quem eu sou e não posso mais aguentar essa situação.

Quando enfim termino meu desabafo me sinto mais leve, ainda que a coreana em minha frente se debulhe em um choro desesperado.

— Não pode… Não pode fazer isso comigo, eu não vou aguentar isso sozinha, Lin. — Heyoon pede entre os soluços.

O apelido carinhoso, que só ela tinha o direito de me chamar, era um dos pontos fracos, meus, que Heyoon conhecia e ela usava-o, agarrando-se ao único resquício de esperança de ficarmos bem e voltarmos a ser só as duas amigas que dormem juntas ocasionalmente.

— Não vou prometer que irei esperar você, que não vou ficar com outras pessoas, porque estaria mentindo. Você me conhece, sabe como sou e como vou descontar minha frustração. Mas talvez, e, só talvez, se você decidir rápido o quer, eu ainda possa estar aqui. — Disse finalmente, exalando verdade por cada poro meu.

Se ela terminasse tudo o que tinha com ele e voltasse para mim, eu a aceitaria sem nem pensar duas vezes.

Heyoon vestiu a roupa e finalmente foi em direção a porta, olhando uma última vez sob o ombro para mim, me deixando trêmula com a possibilidade dela retribuir meu "eu amo você" de horas atrás. Acabei me tornando refém das minhas expectativas mais uma vez, que foram por terra, quando ela deixou o quarto, sem dizer absolutamente nada.

Ainda anestesiada com tudo que houvera acontecido em tão pouco tempo, eu me sentei sobre a cama, um sorriso orgulhoso no rosto, de quem havia vencido a si mesma.

Uns dez minutos depois que Heyoon havia deixado minha casa, comecei a chorar. A dor veio avassaladora, dilacerando tudo por dentro de mim, como se eu tivesse levado dezenas de socos no estômago. O nó que se instalava na minha garganta, era tão grande que eu duvidava que ele se desfizesse algum dia.

Em meio aos lençóis, que nós havíamos feito amor, um gritava como um animal ferido, agarrado aos meus próprios joelhos e de fato, eu havia sido ferida da forma mais cruel possível.

Foi ali que caiu a ficha de que fora a última vez.

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