Race You

By larrysmiling

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Para alguém que estava acostumado a conquistar o topo do pódio, Harry tem bastante dificuldade de aceitar não... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10

Capítulo 11

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By larrysmiling

Uma conversa com sua psicóloga foi o necessário para Louis deixar sua paranóia de lado e curtir sua família sem o passado trazendo demônios para seu futuro.

Ele confia em Harry.

A reconciliação estava sendo inteira colocando a confiança como a base de tudo novamente. Se Harry e ele não conseguissem confiar mais um no outro então seria impossível continuar.

O que quer que houvesse sido o motivo daquela mensagem, Louis precisa confiar que não é nada que fosse ferir a ele e seu filho. Harry não faria isso.

— Você fica lindo pensando, mas pelo menos se mexe, tô ficando assustado — Louis ouviu a voz do marido puxar o transe para fora de seu corpo, Asher voltando a focar em sua visão, colocando algumas conchinhas dentro de seu baldinho de areia depois de ter prometido que as devolveria para o mar.

— Flashbacks sexuais — Louis mentiu, vendo o marido dar uma risada enquanto tirava o óculos de sol do rosto e o deslizava até sua cabeça, uma perfeita tiara para seu cabelo que crescia cada vez mais.

— Quais? — O curioso sorriu, virando de lado na espreguiçadeira e cruzando os braços, olhando somente o necessário para se certificar de que Asher estava longe o suficiente para não ouvir — Não me decepcione.

— Não vou compartilhar, ninguém quer ver seu pau duro Harry, sério — Louis negou, mesmo conseguindo pensar em pelo menos dez flashbacks para citar.

— Sem graça...

— Pervertido...

— Sou? Não era você tendo flashbacks sexuais, tipo, dois segundos atrás?

— No que você estava pensando então, Senhor Pureza?

— Se eu falar que estava pensando no Titanic, para ser bem sincero, você acredita?

— Estava pensando que a vaca da Rose poderia ter divido a porta, né?

— "Jack eu te amo, ó Jack, te amo", amava o caralho - Harry revirou os olhos e Louis deu uma risada alta, chamando atenção de Asher que acenou feliz.

Aparentemente todas as outras coisas que o resort oferecia, como futebol, parquinhos, setecentos mil escorregadores diferentes em noventa milhões de piscinas com formatos de animais marinhos, absolutamente nada chegava aos pés da praia para Asher.

A família estava no resort há cinco dias, e haviam sido lutas diárias para Asher querer fazer qualquer outra coisa que não fosse brincar na areia e correr do Papai Tubarão Harry no mar.

— Eu te dou um mês fazendo suas comidas favoritas se você conseguir tirar esse garoto da praia. — Louis suspirou, cansado de correr atrás de um Asher bem hiperativo depois de Harry implorar por misericórdia alegando que era sua vez.

— O que tiraria ele daqui? Levar uma queimadura de água-viva, só se for. Ou se afogar.

— Você tá vendo alguma água-viva?

— Pior que não — Harry revirou os olhos, sentando na espreguiçadeira. — Olha, eu prometi para minha mãe que ligaria para ela hoje, vou indo e te espero no quarto, pode ser?

Louis tirou o óculos do rosto com os olhos alarmados, fingindo desespero ao ver o marido calçar os chinelos e pegar sua garrafinha de água.

— Você vai me deixar sozinho com o Monstro da Praia Ness?

— Quando vocês chegarem lá eu coloco o OceanoZilla pra tirar uma soneca, prometo.

Louis riu e assistiu Harry se aproximar dele, baixando até estarem rosto a rosto, o cheiro de protetor solar, suor e body splash invadindo suas narinas.

Era difícil dizer se o tempo separado havia ajudado os beijos serem sempre tão significativos, ou Louis só amava Harry demais, mas todas as vezes que o maior juntava seus lábios a sensação era de voltar no primeiro ano de namoro, quando tudo era novo, quente, apaixonado, suave, cuidadoso.

— Você é a pessoa mais linda que eu já vi em toda a minha vida. — Harry sussurrou contra sua bochecha, as mãos encaixando nas coxas de Louis para procurar estabilidade.

— Você daria um ótimo Jack. — Louis brincou, desviando o olhar para checar se Asher continuava no mesmo lugar.

— E você uma ótima Rose, afogando eu e o romance juntos — Harry revirou os olhos, dando um sorriso ao beijá-lo novamente.

Louis se permitiu virar na espreguiçadeira para assistir o marido ir embora, lambendo os lábios ao ver como sua bunda balançava dentro do shorts ridículo de estampa de zebrinhas que havia comprado em algum buraco ao redor do mundo.

Meia hora foi o tempo necessário para Tomlinson conseguir inventar algo em sua cabeça que fosse tirar Asher da praia sem a necessidade de afogar o próprio filho ou achar alguma água-viva.

— Você sabia que o Papai Noel não dá presente para crianças que passam mais de cinco horas por dia na praia? — Louis se sentou ao lado de Asher, vendo o filho sequer levantar o olhar — Você tá bem feio na fita...

— Ele não gosta de ver criança feliz, então?

— Claro que gosta, é que tem alguma coisa a ver com não querer crianças com insolação e câncer de pele, eu ouvi falar — Louis rebateu, semicerrando os olhos para um Asher com a expressão bem cética.

— Você está inventando isso, pai?

— Você tem a dicção boa demais para uma criança — Louis fez careta, balançando a cabeça. — Sabe, Ashton, minha vida eram mais fácil quando você fazia questão de tirar sonecas. Agora eu sou um velho triste e cansado.

— Meu nome é Asher, e eu não gosto de sonecas e você não é velho. Lembra quando tia Jay disse que velho tinha cabelo branco?

Louis suspirou e olhou em volta em busca de sinais divinos de que Deus está voltando.

Nenhum.

— Asher, nós voltamos agora para o quarto, dormimos uma horinha, e vamos fazer outra coisa depois, tipo aula de desenho, o que acha?

— Não pai, obrigado.

— Eu perguntei o que você acha, não se você quer ir ou não. — Louis bufou, se segurando para não revirar os olhos outra vez, sabendo que falta pouco tempo para Asher pegar essa mania dele.

Dois minutos se passaram e Louis estava se perguntando quem havia permitido que ele criasse uma criança.

— Dez libras para você me ajudar a não te afogar, Ash.

— Isso não é muito adulto da sua parte... — Asher respondeu, não movendo um brinquedo de lugar.

— Eu deixo você quebrar aquele quadro do Procurando Nemo que seu pai te deu de presente e digo que fui eu. — Louis suspirou, vendo Asher levantar o rosto, a mão cheia de areia parando no caminho entre sua perna e o balde, interesse brilhando em seus olhos.

A decoração que Harry havia dado ao filho parecia ter saído dos escombros de Chernobyl, e era um sonho mútuo que ela desaparece. Louis estava segurando essa carta em sua manga há algum tempo.

— Mentir é feio, sabia?

— Isso é um não? — O chef fingiu desinteresse enquanto espalhava um resquício de protetor solar em seu braço. — Em dois minutos vou perder minha sagrada paciência e jogar você por cima dos meus ombros. Saiba quando perdeu uma guerra, Ash-Ash.

— Isso não é muito maduro da sua parte. — Mini Harry retrucou, arrumando seu baldinho.

— E essa frase não é muito criança da sua parte, também.

— Você ainda vai quebrar o Nemo?

— Se você conseguir arrumar tudo isso em dez segundos. — Louis murmurou, olhando para as mãos indecisas do filho segurando o balde.

Tomlinson gostaria de comentar com Harry a velocidade que a criança guardou as coisas depois de ouvi-lo, mas um cochilo dos deuses o aguardava, e ele já está ensinando a criança a omitir (mentir), não quer ensinar Asher a ser dedo duro também.

Ao entrar no quarto Harry ainda conversava no telefone, acenando para Asher que foi direto para o banheiro tomar banho, Louis o acompanhando para deixar o marido continuar.

Depois de inundar metade do banheiro e dar três shows de graça para seu maior fã, Asher finalmente deixou o frio do ar condicionado e a calmaria de uma cama depois de um dia na praia ganharem a melhor, caindo no sono enquanto Louis contava uma história inventada sobre tubarões comerem algas e não outros animais por serem veganos.

Tomlinson resolveu tomar um banho e percebeu Harry já ter tomado um também ao sair do banheiro, observando os pingos de água descendo devagar desde seu cabelo até a curva de suas costas.

— Minha mãe te mandou um beijo e disse que terminou de ler Gastronomica hoje, vai soltar a review dela em algum lugar, bla bla... Vai te mandar o link. — O maior disse, desinteressado, os dedos trabalhando rápido na tela do celular.

Louis sentou na ponta da cama com um creme corporal, ligando a televisão para abafar o zumbido das ondas ainda latejando em seus ouvidos depois de horas e mais horas na praia. Não foram até alguns minutos depois e uma de suas pernas já agraciada com o cheiro de lavanda que Louis levantou o olhar para um Harry atento, o celular esquecido ao seu lado.

— Eu estou literalmente passando creme na minha perna. Apenas isso. — O chef comentou, tentando esconder um sorrisinho do olhar safado que o marido lhe lançava.

— É o suficiente.

— O que você é? Um adolescente?

Harry deu uma risada, o barulho saindo como uma bola de energia de sua boca, fazendo Louis erguer uma sobrancelha em divertimento.

— Você está aberto a propostas?

— Se elas envolverem uma soneca de duas ho— Harry!

O ar e palavras foram socados para fora da boca do chef ao ser puxado para o centro da cama, Harry agilmente passando as pernas em volta de seu quadril, segurando-o firmemente contra o colchão. Seu olhar era divertido, tesão brilhando em seus olhos, o corpo quente parecendo estar no pico de sua produção de testosterona. Louis sorriu.

— Então você é um adolescente.

O movimento para arrancar a toalha de Louis foi digna de algum tipo de prêmio, Tomlinson segurando a risada formando em sua garganta, não querendo focar muito na forma como mais cedo a sua mente já estava formando pensamentos negativos sobre como o marido continuou em algumas partes do dia se retirando para atender o telefone, o rosto sempre preocupado, algumas vezes frustado, os dedos sempre rápidos demais para responder o que quer que estivesse demandando sua atenção.

Louis não iria para esse local onde sua mente costumava viver. Harry estava em cima dele, e seus olhos refletiam muitas coisas, mas Tomlinson não conseguia achar nada ruim neles, quer fosse preocupação ou frustração. E isso basta.

— Louis — Harry o chamou, segurando seu rosto e o tirando do transe de segundos que durou sua preocupação, um beijo sendo depositado em sua pálpebra.

— Qual graça tem em eu estar nu e você com isso? — Tomlinson retrucou, colocando dois dedos no elástico do shorts e vendo Harry encolher com o toque, seu membro dando sinais de vida, interessado com qualquer mínima atenção, até as que não foram direcionadas à ele. — Tire.

Louis assistiu o marido obedecer com um sorriso safado no rosto, dobrando o shorts em uma bola e jogando em seu rosto com uma risada, Tomlinson conseguindo jogar a peça de roupa no chão a tempo de ver o marido voltar a sentar em suas pernas. 

— Meu Deus... — Harry grunhiu ao passar a mão no peitoral de Louis que assistiu calado o trajeto de suas mãos, não conseguindo manter o contato visual.

— Filho da pu—

Louis arqueou da cama ao sentir o polegar e o indicador de Harry apertarem com força seu mamilo, os lábios ágeis do marido o encontrando na metade do caminho e impedindo o palavrão sair totalmente de sua boca, grandes mãos o jogando contra os lençóis novamente. A dor começou espalhar quente por uma pequena parte de seu peitoral, mas Louis não conseguiu se importar pois Harry levou dois dedos até sua boca, molhando-os com saliva, balançando-os no ar e encostando-os gelados contra a pele quente do chef.

— Seu desgraça—

— Cala a boca — Harry grunhiu, o puxando para um beijo em meio um abraço, Louis subindo as mãos por suas costas e pegando um punhado de cabelo, puxando com força até vê-lo jogar a cabeça para trás e expor o pescoço inteiro.  — Louis...

— Shhh — Tomlinson desceu um tapa forte na bunda do marido, tapando sua boca com a mão livre e apertando os lábios um contra o outro ao ver Harry fechar os olhos com força.

Louis poderia jurar ter visto fogo queimar por trás da íris do marido ao pegar sua mão e conduzi-la de onde estava quieta na coxa do chef até seu membro, já vergonhosamente e dolorosamente duro.

— Você começou, você vai terminar.

— Não tem ninguém reclamando aqui.

Louis deitou novamente e conseguiu arrumar os travesseiros atrás de sua nuca rápido o suficiente para ver Harry fazer o caminho de seu tórax até seu membro, enchendo o trajeto de beijos molhados que deixavam a pele do chef brilhando, o traço de saliva pintando os lábios do marido como uma pintura a óleo.

Era difícil dizer como Tomlinson não entrou em curto circuito ao passar seu membro nos lábios entreabertos do marido, ou ao ver Harry o engolindo com agilidade, entusiasmado debaixo do olhar do chef, parecendo disposto a dar-lhe uma performance.

— Isso é o seu melhor, minha vida? — Louis indagou, passando a mão no rosto de Harry antes de ir até seus cabelos e puxar sua cabeça para trás, os lábios do marido saindo de seu pênis com um barulho que viajou até o fundo de sua alma. — É?

— Nem de perto — Harry estava quase sorrindo como o verdadeiro safado que é, não escondendo sua paixão pela brincadeira, mas Louis interrompeu seu divertimento colocando o polegar dentro de sua boca.

—  O que você está esperando, então? — O chef indagou, acariciando a língua do marido. Harry levou sua palma até onde a mão de Louis agarrava seus cabelos e seus olhos praticamente reviraram ao ver o chef erguer uma sobrancelha em entendimento. — Ah...

Era difícil entrar em um consentimento sobre o que era mais bonito, o dorso de Harry milimetricamente desenhado arqueando com cada movimento, ou a forma como ele parecia adorar onde estava, o entusiasmo triplicando quando Louis começou forçá-lo contra seu membro, colocando cada centímetro dentro da boca, algumas lágrimas descendo por seu nariz e se perdendo na pele do marido.

— Louis...

Tomlinson desviou seu olhar por dois segundos para ver o que Harry parecia implorar, o pênis suplicando qualquer tipo de atenção roçando contra os lençóis da cama.

— Harry.

— Porra, Louis — Tomlinson assistiu o marido continuar com seu trabalho prévio com mais determinação desta vez, levando uma mão para acariciar sua própria ereção, o movimento apenas fazendo Louis aumentar a pressão em sua cabeça e sentir pequenos gemidos começarem tremer contra sua pele.

— Harry — Louis alertou, achando que não olhar iria ajudá-lo manter o controle, mas vendo a cena queimar no escuro de seus olhos fechados. — Harry...

Com uma dificuldade maior do que a necessária Louis conseguiu abrir a gaveta da mesa de cabeceira e fazer tudo com pressa demais, bagunçado demais, não conseguindo sequer quebrar o contato visual que Harry mantinha enquanto rastejava até estar novamente em cima dele.

— Puta que pariu, Louis, cara—

Em um movimento rápido, Tomlinson conseguiu apoiar-se em seu antebraço e pôr a mão na boca do marido, sua visão virando um borrão psicodélico enquanto Harry fincava os joelhos na cama e começava se mover.

— Cala a boca, amor, por favor cala a boca. — Louis suplicou, usando todo o autocontrole que ele sentia esvair por seus poros, os olhos assistindo possuídos em luxúria o marido — seu marido — mover-se com precisão, desejo.

Parecia ser possível sentir todos os seus músculos contraindo em necessidade de um alívio, a mente do chef completamente afogada em necessidade, possessão, Harry se deixando levar por algo que Louis tem certeza não haver um nome, as mãos espalhadas por seu tórax e o olhar determinado em matá-lo. Por combustão.

O jeito foi deixá-lo se perder e fazer o mesmo. Louis não conseguiu fazer nada além de se perder em adoração à pintura renascentista que sua visão se transformara. Harry cavalgava como se sua vida dependesse disso, olhos agora fechados com força, a testa franzida em concentração.

Tomlinson não sabe quanto tempo eles permaneceram daquela forma, ambos se esforçando ao máximo para não mudar a velocidade ou se mover sequer um centímetro, parecendo ter achado a perfeição pelo que pareceram horas na mente mergulhada em prazer de Louis, algo muito parecido com fogos de artificio reverberando por suas terminações nervosas.

A concentração em dar o seu melhor impediu Harry de perceber que estava colocando todo o peso no peitoral de Louis, suas mãos deixando  marcas vermelhas na pele do marido que deu dois tapinhas em seu quadril como aviso antes de empurrá-lo na cama, cravando os joelhos no colchão antes de começar se mover.

Desta vez foi mais difícil fazer Harry ficar quieto, e ainda mais difícil controlar seu ápice esperando que o marido se deixasse levar pelo seu próprio antes.

— O que você quer, Harry? Me pede e eu te dou, vamos lá — Louis gemeu, mordiscando a mandíbula do marido enquanto permanecia com a mão perto de sua boca caso Harry voltasse a ficar vocal demais.

— Não tô aguentando mais, Louis, meu Deus.

— Pede e eu te dou, porra — Tomlinson grunhiu, lambendo o pescoço agora exposto de Harry que jogou a cabeça para o lado, mordendo o bíceps do marido.

— Eu preciso que você goze, Louis, eu preciso que você goze, amor por favor—

— Shh, shhh — Louis tapou sua boca pelo que seria com toda certeza a milésima vez, afundando a cabeça no pescoço de Harry antes de apenas se deixar levar.

Tomlinson não conseguiu sequer assistir Harry entrar em sua própria combustão, mas sentiu as costas do marido arquearem para longe da cama e suas pernas o enlaçarem com força, tudo virando um borrão de respirações ofegantes e batimentos cardíacos acelerados.

Poderiam ser dois minutos ou duas horas, Louis não sabe dizer exatamente, mas quando voltou a seus sentidos o coração de Harry martelava contra sua bochecha, uma de suas mãos acariciando os cachos do marido involuntariamente.

— Você é muito escandaloso, misericórdia.

— Ah Louis, vai à merda — Harry riu, o abraçando e puxando seu corpo um pouco mais para cima até conseguir beijá-lo.

— Estou falando sério, o que foi aquilo? "Ah meu Deus, ah meu Deus..." — Louis fingiu zombar, dando uma gargalhada — Deve ser pecado isso, sem condições. 

— Quem é você para falar que eu sou pecador e escandaloso? Sério, se toca. — Harry revirou os olhos, beliscando a bunda de Louis antes de virá-los na cama com um grunhido preguiçoso.

— Você vai me pagar para tomar banho com você? — Tomlinson indagou, suspirando com o frio que atingiu seu corpo ao Harry se afastar em direção ao banheiro.

— Dez?

— Puta, por favor. Eu sou rico.

— Então nem dez, quem vai colar na cama com essa quantidade de porra é você, não eu — Harry riu, pegando sua toalha e parando na porta para admirar Louis e toda sua preguiça.

— Existem preços que valem a pena pagar. — Tomlinson grunhiu, se virando de lado para deixar o cansaço e a vontade de horas e horas atrás de tirar um cochilo se apossarem de seu corpo.

— Nem fodendo — Ele ouviu Harry responder antes de entrar no banheiro, mas seu corpo já cumprimentavam os deuses do Cochilinho.

...

"Ô Bela Adormecida, checa suas mensagens, por favor, desse jeito não tem romance no mundo que sobreviva"

Antes que Louis conseguisse registrar as palavras ou pensasse em uma resposta, Harry encerrou a ligação.

Ok, ele estava sozinho no quarto frio, no momento não era agradável ter um pênis e não ter trocado os lençóis depois de transar, estava muito silencioso para Asher estar no outro quarto e em seu telefone tinham 5 mensagens não lidas do "esposo". Louis realmente precisa ser mais romântico e dar apelidos bonitinhos ao marido, já que no telefone de Harry seu nome ganhava um apelido novo todas as semanas, essa semana estava como "Louis TomlinSUN"

"Me encontra no restaurante às 7pm. Asher vai ficar com a babá no parquinho até voltarmos. Te amo! xx"

"Acorda amor!"

"Você está dormindo há mais de cinco horas, meu Deus?"

"E assim se vai o último suspiro de um romântico..."

"Nem o Asher RECÉM-NASCIDO dormia isso tudo!!! Louis Tomlinson!!!!"

Louis iria dar uma risada, mas morreu em sua garganta ao ver que faltava meia hora para às 7.

"Estou indo, não desiste de mim!"

Correndo até o banheiro para tomar banho, Louis pausou por cinco segundos para observar uma camisa branca, bermuda de alfaiataria cinza e um colete da mesma cor pendurados cuidadosamente no banheiro, uma nota grudada no cabide com "eu sabia que você iria se atrasar" escritos em péssima caligrafia.

30 minutos na vida do chef poderiam facilmente ser 30 anos, ninguém nunca pode falar mal de suas habilidades em fazer coisas sob pressão e com pouco tempo, então lá estava ele, completamente arrumado e com 5 minutos de sobra para se admirar no espelho. Ninguém pode falar que ele é feio também, outro fato.

Segurando a vontade de ir até o parquinho ver como Asher estava, se é que ele ainda estava lá, Louis fez seu trajeto até o restaurante, pensando em um Harry nada feliz com seu pequeno cochilo de cinco horinhas. Antes de chegar ao local alguém gritou por seu nome, e Louis já se preparou para virar e tirar fotos com algum admirador.

O que não esperava era uma moça que ele reconhecia pois já havia visto algumas vezes andando pelo resort, vindo em sua direção com um buquê de margaridas e um sorriso que poderia fácilmente clarear o céu, o sol que havia recém se escondido no horizonte ainda pintava algumas poucas cores nas nuvens, mas o local inteiro já estava escuro.

— Louis Tomlinson, certo? — A moça perguntou, parecendo aliviada.

— Sim, sou eu...

— Me pediram para entregar essas flores e... Isto — A mulher disse passando as flores e entregando por último um envelope.

O sorriso de Louis se transformou em um riso envergonhado quando a moça precisou ajudá-lo a abrir o envelope com uma risadinha divertida, o buquê de flores grande demais, quase do tamanho da audácia de Harry. Ele agradeceu profundamente e assistiu ela se afastar na tentativa de ganhar alguns segundos para acalmar seu coração, o gesto do marido inundando seu peito com um sentimento quente, apertado.

"Louis.
Começo essa carta pensando nos momentos difíceis. Nos que nos fizeram duvidar. Tremer.

Quando começamos nossa relação era tudo lindo demais, fácil demais, e lembro de nossas mães aconselhando que o casamento e o amor eram definidos por nossas capacidades de superar momentos difíceis, mas como?
Como algo tão perfeito, tão feito à mão divina, iria dar errado? Iria ter problemas?

Nós passamos por quase todas as fases.

Nós passamos pela fase de acreditar que nada de ruim aconteceria, que o amor é sempre maior.
Passamos pela fase onde uma xícara suja na pia era motivo de briga.
Passamos pela fase onde o sofá finalmente virou um local de sentar, e nossos amigos nos agradecem até hoje por isso.
Pela fase onde doía fisicamente ficar mais de dois dias longe de você.
Passamos pela fase onde finalmente entendemos que o casamento não nos torna uma pessoa única, nem deveria, e que precisávamos da nossa individualidade.
A melhor fase de todas, a que levamos para casa um ser humano com o tamanho exato de uma bola de basquete, prontos para ensiná-lo a nos chamar de papais, ensiná-lo tudo o que sabíamos.

E então, por fim, passamos pela fase em que jurávamos que o amor nunca iria nos permitir atravessar.

Brigas por quem deveria lavar a louça? Tudo bem. Brigas porque você esqueceu que estávamos fazendo oito meses de casados? Beleza. Brigas para decidir quem iria trocar a fralda ou levantar às três da madrugada? Eram um prazer.

Ninguém havia avisado que as brigas seriam porque eu erroneamente não conseguiria engolir minha vergonha e voltar para casa. Minha mãe esqueceu de avisar que o orgulho é capaz de afundar qualquer pessoa e qualquer relação. As pessoas não falaram da gravidade do rancor, da mágoa, do sentimento de traição, da confiança e falta dela.

Nós saímos de "como iria dar errado?" para "onde foi que deu absolutamente TUDO errado?"

O que nos demorou, me demorou, a entender foi que o amor não era quem deveria permitir atravessar por nada. Ele é que nos permitiu voltar.

Nós tínhamos uma opção não tão fácil, mas óbvia. Separação. Afinal, como permanecer em um casamento onde seu marido tem a certeza que você o traiu? Como permanecer em um casamento onde você deixou um espaço tão grande que a pessoa com quem você jurou eternidade se viu apaixonada por outra?

Hoje, com o coração pesando em orgulho, eu posso dizer que estamos em outra fase. Uma que ninguém ensinou, ninguém falou sobre, ninguém comentou as dificuldades, e nós estamos descobrindo sozinhos. A fase onde eu te tenho de volta. Onde você me tem de volta. Nós temos nossa família de volta.

Junto com esta fase nós trazemos cicatrizes, traumas, sentimentos que até alguns meses atrás se faziam impossíveis de superar.

O seu sorriso, seu caráter, sua personalidade, sua forma de amar, sua forma de criar o nosso filho, de carregar a sua e as nossas vidas são o conjunto de fatores que me fazem dizer que toda bagagem ruim "se fazia impossível" e não era de fato "impossível".

Você, Louis, com toda a sua grandiosidade e personalidade que se fossem sólidos não caberiam nesse universo, me conquistaram, me conquistam todos os dias, e me fariam superar qualquer barreira que o destino ache cabível entre nós. 

Obrigado por acreditar em segundas chances. Obrigado por dar ao nosso casamento uma segunda chance quando você poderia ter seguido em frente com a consciência limpa de que já havia feito tudo.

Você me ensinou que o amor não é perfeito, está longe disso, mas que é forte o suficiente para nos ajudar a correr atrás de quem queremos. Do que queremos.

Eu te amo.

E junto à essa nossa fase onde estamos aprendendo a confiar, ouvir, comunicar e perdoar, eu te proponho a casar comigo novamente, desta vez em um casamento onde o "como irá ter problemas?" será trocado por "atravessaremos todos e quaisquer que venham"

Então, Louis William Tomlinson,

você aceita casar comigo?

Louis respirou uma, duas, três, quatro, cinco vezes.

Na sexta vez ele levantou a cabeça um tanto atordoado, olhando em volta à procura de Harry ou qualquer sinal divino que assegurasse que ele não iria desmaiar, e se desmaiasse teria amparo.

Na mesma hora, à sua direita, vários lustres pendentes se acenderam e revelaram duas longas mesas postas e decoradas com buquês de flores, velas, cartões, e por mais surpreendente que a decoração fosse não conseguiu ofuscar a beleza de toda a sua família e amigos em pé sob a luz amarelada, sorrisos e lágrimas misturando ao mesmo tempo que o som de um violino dançou por entre todos, e Louis iria matar Harry.

Depois de casar-se com ele novamente.

Harry.

Harry o esperava em um pequeno deck de madeira no meio do jardim entre as duas longas mesas, acima dele uma cortina de luzes frias e ao seu lado um Asher bem feliz e inquieto, acenando para que o pai fosse logo, em um terninho branco que poderia ser uma das coisas mais lindas que Louis já havia visto na vida. 

Harry.

Harry e absolutamente toda a sua glória o esperavam com uma roupa similar a sua, e um sorriso de quem era o dono da vida de Louis pelo resto de sua vida,

— Eu vou te matar — O chef gritou, e em meio a várias risadas a de Harry ainda era a mais clara, a mais bonita, a que adornava seus sonhos noite após noite depois de todos esses anos.

Nem na entrada do Masterchef as pernas de Louis tremiam como estavam tremendo em sua caminhada até o "altar", parando por um minuto para abraçar sua mãe e sogra, que apesar de chorarem copiosamente ainda conseguiam esbanjar um ar de "eu sabia que iria dar certo", Louis tendo agora a certeza de que as ligações frustradas de seu marido haviam sido Jay tentando fazer ele trocar girassóis por margaridas. E conseguindo.

Asher segurando um buquê de flores maior que ele seria o auge da noite, sem sombra de dúvidas, as gargalhadas não deixariam mentir.

— Oi — O bobão disse, o sorriso quase partindo seu rosto.

— Você me paga, Harry Edward Tomlinson — Louis grunhiu, sorrindo para quem quer que seja que estava ali para oficializar um casamento já oficial.

— Finge que eu sou Styles por um minutinho, fazendo favor. — Harry revirou os olhos, colando suas mãos e dando a segurança para Louis de que ele não era a pessoa mais nervosa ali.

— Suas mãos estão suadas. Que nojo. — Louis murmurou divertido, sendo interrompido pela risada do marido e o Seja Lá Quem Ele É quase começando seu discurso.

— Estamos todos juntos aqui esta noite para—

— É... Senhor? Padre? Oficial? Casamenteiro? Um segundo, por favor, perdão. — Tomlinson interrompeu, se virando para as mesas e olhando para Asher ao lado de Harry. — Gente, alguém pega o buquê da criança, por favor? Ele tem um metro e onze centímetros... Ah,  obrigada Phoebe.

— Louis—

— Amor, você já falou bastante, 18 páginas frente e verso, é minha vez. — Louis interrompeu, novamente, e Harry sorriu sem graça para o homem que olhava perplexo para os dois, o maior já totalmente acostumado com o marido e seus problemas. — Bom, meu coração está há dois segundos de sair pela boca, mas com todo o respeito ao senhor e ao trabalho que veio fazer aqui, eu prefiro falar. Eu preciso falar.

Engolindo à seco e percebendo o marido fazer o mesmo, Louis continuou, direcionando seu olhar — todo o seu ser — para Harry. Só existiam os dois agora.

— Alguns anos atrás, muitos na verdade, eu estava passando por um momento difícil na minha carreira e vida pessoal, nós nem nos conhecíamos há tanto tempo, éramos amigos, nem a audácia de um beijinho havia sido permitido, e eu estava dando o meu melhor para afastar qualquer pensamento de me relacionar com você, pensando que já tinha problemas o suficiente. O que você fez?

— Alaska — Harry respondeu quase em um sussurro, seus olhos cheios de lágrimas que ameaçavam escorrer por suas bochechas a qualquer momento.

— Me carregou da minha casa quente e confortável para uma cabine em Talkeetna, no Alaska — Tomlinson sorriu, ouvindo de longe alguns murmúrios — Nós passamos três dias em completo silêncio, e eu lembro do exato momento em que nós estávamos sentados em cadeiras de balanço na frente da cabine, olhei para você literalmente me fazendo um suéter de crochê, e pensei "eu vou casar com esse homem"

Harry soltou uma risada que estava perto demais de um choro, as lágrimas que faziam um trajeto rápido até sua mandíbula foram paradas pelo dedo de Louis que se aproximou um pouco e beijou suas pálpebras e a ponta de seu nariz.

— Desde o princípio você soube respeitar meus momentos, limites, vontades, e nunca fez isso parecer algo difícil, porque você entende. Nos perdemos na tradução no meio do caminho, isso não é uma novidade para ninguém, falamos e fizemos coisas sem pensar, mas no momento eu não quero e nem vou dar importância a nenhum desses momentos porque o importante é estarmos aqui. Estamos aqui. Eu casei com o meu melhor amigo, o perdi, o recuperei novamente, e isso não só me basta como entra para uma de nossas maiores conquistas.

Mais uma pausa e um beijo curto nos olhos já vermelhos do Senhor Chorão.

— Eu te amo — Harry deu um pequeno soluço em meio a frase, sorrindo ao limpar o rosto e perceber que metade de seus familiares choravam e a outra metade ria de sua incapacidade de não chorar.

— Então você aceita casar comigo?

— Isso quem tem que perguntar sou eu, você está roubando meu local de fala. O nosso local de fala — O maior resmungou, apontando levemente o indicador para o senhor que Louis não sabia o que ainda fazia ali.

— Galera, é isto, ele não aceitou, podem pegar seus aviões de volta para ca—

— Ah meu Deus, como você é idiota, Louis — Harry gargalhou, puxando-o para um beijo e segurando o rosto do marido entre as mãos — Louis William Tomlinson, você aceita casar comigo?

O chef deveria estar engraçado com o sorriso ameaçando partir seu rosto em meio as grandes mãos de Harry, mas ele não conseguia se importar.

— Claro, Harold Edward Tomlinson — Ele respondeu, se aproximando para outro beijo enquanto os familiares decidiam que isso era o melhor que eles iriam conseguir, levantando para aplaudir em meio gritos e choro.

Harry baixou para pegar um Asher bem animado, por um momento a criança provavelmente deve ter achado que os aplausos eram para comemorar o aniversário dele, já que a letra da música saía como um sussurro de sua boca, fazendo seus pais rirem.

— Pai, e meu aniversário? — Louis ouviu Asher indagar olhando para Harry, sua atenção dividida entre ouvir a conversa e abraçar sua mãe e irmãs.

— O que tem?

— Meu bolo pode ser de casamento?

— Claro, filho — Harry gargalhou, seu sorriso cegando Louis que momentaneamente gostaria de pedir que pausassem os abraços para admirar sua família.

— Você vai tá nele? — Asher perguntou com o tom de voz esperançosa, seu rosto encostando no rosto do pai que não conseguia desviar os olhos de Louis, sua expressão serena.

Todas as vezes que Louis chegou duvidar, a cena inteira apagou o sentimento de sua memória, fazendo absolutamente todas as suas escolhas valerem a pena. Lá estavam eles, sua família, seus amigos, a brisa do oceano bagunçando seus cabelos, sorrisos fáceis, lágrimas de felicidade e um relacionamento em reconstrução.

Tomlinson nunca iria duvidar suas escolhas. Seus sentimentos por Harry faziam as pontas de seus dedos formigarem e seu coração apertar de tanto amor.

— Eu vou estar nesse e em todos os outros Ash-Ash.

— Você e o papai?

Rindo ao ser deixado ser puxado em um abraço por Niall e levar um beliscão na bunda por Liam, Louis continuou com seus olhos em apenas um foco, assistindo o marido não quebrar o contato visual por sequer um segundo.

Louis murmurou "eu te amo" enquanto Harry sorria e respondia o filho, seus olhos enchendo de lágrimas novamente, uma escorrendo devagar por sua bochecha.  

— Claro, filho, o papai e eu.

— E nos outros? Para sempre?

— Em todos, minha vida. Para sempre.

...

OLÁ!!

Cem mil anos depois e eu venho aqui finalizar minha caçulinha, peço desculpas pela pequena demorazinha :')

Bom, essa história eu quis trazer (ou pelo menos tentar) um retrato de um relacionamento "real", e fiquei feliz com os debates que foram feitos nos comentários, desde o princípio eu sabia que seriam feitos, achei todos necessários, porque todas as pessoas consideram o amor e o que ele suporta ou aceita de formas totalmente diferentes, então ninguém está certo ou errado porque são experiências próprias, é tudo válido.

Tô muito feliz com o resultado, espero que vocês também, que tenha valido a pena a espera e que me perdoem pelo erros <3

MUITO OBRIGADA MEUS AMORES!

Fico feliz demais demais demais de ver que até hoje tenho tantas pessoas que me acompanham e tem carinho por minhas fanfics. Significa um mundo de coisas boas pra mim! <3

Lembrando que Race You tem Moodboard no Pinterest caso vocês queiram dar uma olhadinha para inspirar a leitura, tá na minha bio 💓

Espero que estejam todos bem! Amo vocês com todo meu coração!

Always in my heart. Yours sincerely, Larrysmiling❤️

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