Os Oito Domínios

By CFernandes_

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| HISTÓRIA COMPLETA | TRILOGIA DOMÍNIOS | LIVRO 01 Caso você não estiver lendo essa história pelo Wattpad, se... More

Detalhes sobre a história
Cara nova
Personagens + Booktrailer
🔹 Sinopse 🔹
🔹 Prólogo 🔹
🔹 01 🔹
🔹 02 🔹
🔹 03 🔹
🔹 04 🔹
🔹 05 🔹
🔹 06 🔹
🔹 07 🔹
🔹 08 🔹
🔹 09 🔹
🔹 10 🔹
🔹 11 🔹
🔹 12 🔹
🔹 13 🔹
🔹 14 🔹
🔹 15 🔹
🔹 16 🔹
🔹 17 🔹
🔹 18 🔹
🔹 19 🔹
🔹 20 🔹
Deixe aqui a sua pergunta!
🔹 21 🔹
🔹 22 🔹
🔹 23 🔹
🔹 24 🔹
🔹 25 🔹
🔹 26 🔹
Que personagem você seria em Os Oito Domínios?
🔹 27 🔹
🔹 28 🔹
🔹 29 🔹
🔹 30 🔹
🔹 31 🔹
🔹 32 🔹
🔹 33 🔹
🔹 34 🔹
🔹 35 🔹
🔹 36 🔹
🔹 38 🔹
🔹 39 🔹
Bônus
🔹 40 🔹
Próximos livros da trilogia

🔹 37 🔹

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By CFernandes_

A respiração parece seca e pesada em meus pulmões.

Ainda não tínhamos nos movido, e estava sentada esperando um homem terminar de enfaixar com um cuidado zeloso o meu ombro. Queria ter a calma dele, que mesmo na confusão, mesmo com os gritos que começamos a escutar mais uma vez, ainda fazia tudo com um semblante neutro.

Alguns guardas chegaram, nos pedindo para sair do local.

Pra ser bem sincera, nem consigo imaginar de onde estavam vindo tanto invasores. O castelo não me parecia muito vulnerável, e quem quer que esteja fazendo isso, parece ter um conhecimento privilegiado da organização do local, onde estão os guardas e tudo mais.

A violência está num nível elevado, porém, estamos apenas fugindo.

As coisas estavam tão aceleradas que eu nem sabia se cabia a mim falar alguma coisa. Lucas e Martin me seguiam de perto, com o meu guardião me ajudando a caminhar mais rápido, me oferecendo seu ombro para que eu me apoiasse.

Conseguia sentir a impaciência do meu amigo escorrendo por cada poro, e claro que eu também me sinto impaciente e preocupada, porém, decidi colocar minha fé nas pessoas que cuidarão da Sarah.

Sangue mancha algumas das paredes pelas quais passamos, encontramos corpos caídos e debilitados no chão, porém, não paramos em momento algum, até chegarmos numa pequena passagem escondida atrás de um vaso com aparência antiga e pesada.

Um guarda olha ao redor, enquanto o outro afasta o jarro e nos conduz por um entremeio de túneis escuros e úmidos. Depois de uma pequena e exaustiva caminhada, o guarda que está nos guiando apalpa uma parede de pedra aparentemente comum e então uma porta se faz presente.

Então me vejo dentro de uma sala ampla, com colunas altas e prateadas. Sei que ali é uma das salas privadas do castelo, pois minha avó tinha me mostrado a uns dias. Só que nesse momento, as grandes e pesadas portas estavam fechadas.

E ali dentro, as grandes e pesadas mesas foram organizadas para formar o que parecia ser uma enfermaria.

Os gritos e choros ali eram de uma fonte diferente e mordi o interior da bochecha para controlar a respiração. Meu estômago se revirou, e obriguei tudo o que estava ali dentro a permanecer exatamente onde estava. Não fraquejaria agora.

Reconheci alguns rostos assustados ao correr o olhar ao redor.

Todas as janelas, e aparentemente passagens secretas estão sendo vigiadas. As portas fechadas por barricadas. O ar preso e se medo tivesse um cheiro, seria aquele.

— Martin, se você puder se informar se a Sarah está por aqui, e qual é o estado dela, seria ótimo — peço pro meu guardião.

— Posso ir com você? — Lucas pergunta e Martin apenas concorda.

O homem que enfaixou meu ombro torce o nariz ao segurar meu ombro, e pede para que eu me sente enquanto vai dar mais uma olhada nele. Mas primeiro ele pede licença enquanto vai buscar alguma coisa.

Passo alguns minutos ali sentada, e não sei se é o efeito da adrenalina passando, ou seja, lá o que quer que seja que o Martin me deu naquela hora, mas o meu ombro agora lateja numa intensidade, que parece que meu coração está bombeando o sangue a partir dali.

Tentei movê-lo um pouco, mas a dor que subiu e me percorreu foi tão intensa, que não segurei o grito e desisti do movimento.

— O que diabos foi isso? — Martin praticamente se materializa na minha frente.

— Não sei ao certo. Mas tá doendo mais do que achei que estaria agora. Você conseguiu encontrar a Sarah? Onde está o Lucas?

— Encontrei sim. Ela está aqui, e conseguiram tirar a sua amiga do perigo. Ela aceitou bem o tratamento. Seu amigo ficou ao lado dela.

— Fico aliviada.

— Você mais cedo disse que achava que eu sou o melhor guardião. Mas só consigo me sentir o pior de todos. Se eu tivesse ao seu lado, talvez a sua amiga e nem você estariam assim.

— Ei! Nem pense nisso! Nem quero imaginar o quão mais enrascados poderíamos estar caso você não tivesse aparecido. Você está triste por eu estar machucada, mas você já parou para pensar que talvez eu só esteja aqui viva por sua causa? E a Sarah também?

— Agora sua linha de pensamento que está me assustando Meg... — ele diz com um olhar preocupado.

— Não falei nesse sentido Martin. Você sabe, e até mesmo me ensinou muita coisa para que eu não fosse uma menininha assustada e indefesa. Não tem como você me vigiar 24 horas por dia. Nem quero isso. Você tem direito de ter uma vida, você tem outras coisas para fazer além de se preocupar comigo.

— Sei disso. E sou muito orgulhoso da força que você tem. Mas mesmo assim eu deveria ter sido mais rápido. Poderia ter evitado, poderia até ser eu no seu lugar...

— Nada disso! Não quero que nem você, nem ninguém fique arriscando a sua vida por minha causa! Isso é ridículo, não é algo que desejo a ninguém. A gente pode impedir de se machucar, mas não sempre, então não quero que você fique pensando, estamos entendidos?

— Estamos. Mas quero que você saiba que meus esforços vão aumentar em relação a você. Não quero que isso se repita tão cedo.

— Você não tem jeito mesmo...

O homem que cuidou de mim volta.

— Sabe senhorita — ele começa a falar, desenfaixando o meu ombro. — Pensei que fosse apenas o corte em seu ombro, mas parece que não.

Ele mostra o corte que não parecia mais ameaçador, só que a região ao redor dele estava numa coloração roxa tão forte e esquisita, que meus olhos se arregalam. Ele apalpa de leve a região e suspira pesadamente.

— Seu ombro está fora do lugar — Martin diz com uma expressão fechada.

— Você sabe como colocar de volta? — o homem pergunta ao meu guardião, que concorda com a cabeça. — Então pode fazer isso por mim? Estão precisando dos meus domínios por aqui...

— Pode ir — digo com um sorriso. — Obrigada por curar o corte.

— Disponha — o homem faz uma pequena reverência e se afasta com agilidade.

— Você tem certeza disso? — Martin questiona, apontando para meu ombro com uma sobrancelha erguida.

— Claro que sim, eu confio em você — por mais que a frase seja verdadeira, ainda sim minha voz tremeu um pouco.

— Obrigado por isso Meg — ele sorri. — Você sabe que vai doer, não sabe?

— Sim, sei. Mas com certeza é melhor do que ficar com ele fora do lugar.

— Exatamente. Acho mais seguro e menos indolor fazer isso encostado em uma parede. Os domínios conseguem curar cortes e sangramentos, mas nada se pode fazer contra ossos quebrados ou fora do lugar.

Martin me estende a mão para me ajudar a ficar de pé e me acompanha até uma parede. Pelo menos ali, a temperatura em minhas costas está agradável. Então procura algo dentro do bolso e me estende o pequeno pedaço de tecido cinza.

Fico olhando sem entender muita coisa.

— Por minhas experiências, conseguimos controlar melhor a dor quando mordemos alguma coisa. Pode ser que ajude a abafar qualquer grito — ele explica.

— Ah, sim, claro — enrolo o tecido macio entre os dedos e o coloco na boca.

— Desculpe por isso — suas mãos erguem lentamente meu braço, o que faz a dor ranger e acordar. Depois ele segura o braço em dois pontos que pareciam bem específicos. — Recoste bem na parede. Você prefere que eu avise, ou faça uma contagem?

Nego com a cabeça.

Fecho os olhos e puxo uma longa respiração para tentar me preparar. Só que não tem como me preparar quando sinto o meu ombro ser empurrado e o osso estala tão alto que em meus ouvidos abafou o grito de dor.

Abro os olhos apenas para constatar que minha visão escureceu um pouco.

Martin está me segurando contra a parede, já que minhas pernas esqueceram como funcionam por conta da situação. A dor foi uma punhalada intensa, mas agora cada latejo está um pouco mais aceitável e melhor.

Algumas outras portas secretas se abrem, e as pessoas vão ocupando os lugares como podem pela extensa sala. Vi a minha avó entrando e seu semblante se acalmando quando eu sorri em sua direção.

Fiquei na companhia do Martin, enquanto via as pessoas correndo de um lado para o outro, ora gritando ora sussurrando ordens. E a hora foi passando até que vi a noite brilhar com diversas estrelas por um pequeno pedaço destampado da janela.

É apenas quando a porta grande se abre, com um conjunto de guardas liderados por Oliver e outras pessoas, que finalmente anunciam que os inimigos foram todos neutralizados.

— Descobrimos a entrada pela qual eles se infiltraram, e os responsáveis por informar sobre isso já foram identificados. Fizemos várias varreduras pelo castelo e estamos seguros — Oliver anuncia com um sorriso cansado.

Palmas começam a ecoar pela sala.

Claro que eu me sinto um pouco mais tranquila, mas o nó em minha garganta não se desfaz. Eu vi apenas uma parte dessa invasão e já me assustei com a quantidade de sangue derramado, nem quero imaginar quando fizerem um balanço geral.

E também descobrir o que essas pessoas queriam aqui.

Pessoas relaxam seus ombros, abraçam conhecidos e desconhecidos ao redor e eu aperto a mão do Martin que ainda está ao meu lado.

— Vamos nos separar em grupos para fazer o acompanhamento das pessoas para os seus respectivos quartos. Guardas acompanharão cada um, e fazer mais uma vistoria em seus aposentos. Teremos guardas em diversos pontos espalhados pelos corredores dos dormitórios, caso precisem. Caso não se sintam seguros em ficarem sozinhos, podem procurar um companheiro que deseje dividir o quarto ou então peça para ser designado a um dos quartos comuns que arrumamos no castelo. Quem estiver ainda muito ferido, pode se dirigir a enfermaria, estaremos de guarda lá também — Oliver diz, e as pessoas começam a se dividir em grupos.

— Quer que eu fale com a sua avó para arrumar um lugar no quarto dela para você? — Martin pergunta baixo.

— Conhecendo-a, acredito que já deve ter resolvido isso para mim — digo com um sorriso tranquilo.

— Verdade.

E realmente foi assim. Dona Edith não somente arrumou uma cama para mim em seu quarto, como também uma para o meu guardião. Meu corpo ainda está tenso e minha mente acelerada demais. Não acredito que conseguirei descansar depois de tudo isso.

— Vá tomar um banho querida. A água quente ajuda a relaxar o corpo — minha avó me indica a porta do banheiro, me empurrando lá para dentro com uma toalha e uma muda de roupas limpas.

Fecho a porta do banheiro e encho a banheira. Os primeiros sinais de uma dor de cabeça começam a aparecer. Massageio as têmporas, feliz por já conseguir mexer bem o meu ombro.

Assim que entro, permito o corpo relaxar um pouco. Mas minha mente fica bem tensa ainda, tentando absorver todos os acontecimentos de hoje. Fred tinha razão, realmente muito sangue foi derramado, mas não sei se o preço foi pago.

Mas fecho os olhos e afundo um pouco mais na água quente, tentando me manter positiva. Afinal, pelo menos a minha amiga está bem, as pessoas que eu amo estão bem.

Não sei se é egoísmo pensar assim, mas, pelo menos, a Sarah não morreu.

— Sim, é egoísmo pensar assim, porém, um pouco de egoísmo não faz mal Megan — a voz de Fred é bem clara dentro das paredes do banheiro.

Abro os olhos assustada, cobrindo meu corpo como consigo na banheira. Fred está de costas para mim, olhando para nenhum ponto em particular na parede. Pego a toalha que está ao lado, e a coloco dentro da água, me cobrindo.

— Você acabou de ler a minha mente? Você é um dominador de mentes?

— Não é bem isso jovem. Não posso e nem tenho o tempo para explicar com calma o que eu posso ou não fazer. Basta saber que eu estou algumas categorias acima de um dominador. Posso fazer muito mais.

— O que você faz aqui? — pergunto sem paciência para essa conversa enrolada dele.

— Vim apenas para avisar que não acabou. Ainda tem pessoas aqui que querem o seu mal, que querem cobrar o preço.

— Quem são essas pessoas que querem meu mal? Essas pessoas também vão fazer o mal para as pessoas que gosto?

— Isso eu simplesmente não sei te dizer. Apenas sinto a presença delas por perto, uma presença sem rosto, esgueirando-se pelos cantos, esperando a oportunidade perfeita para fazer o seu movimento. A hora certa para atacar.

— Quem é você Fred?

— Alguém que quer ajudar.

— Tem certeza de que você é alguém, tipo uma pessoa mesmo? Porque parece que você nunca vem pessoalmente, sinceramente é mais fácil você acreditar que você é uma ilusão, sonho ou materialização...

— Você é esperta — ele sorri. — Mas isso é porque ninguém pode saber que estou aqui, conversando com você. Não é só você que está rodeada de intenções perigosas. Não posso me dar ao luxo de me revelar... Não agora.

— Quem, ou o que está te impedindo?

— Minha família.

— E você tem uma? Quero dizer, não quero que me entenda errado, não estou dizendo que você é filho de chocadeira ou algo parecido, mas como eu não entendi completamente o que...

— Não precisa se explicar. Eu compreendo. Fico feliz por você já compreender tudo o que estou te falando.

Mesmo sem entender direito o motivo, eu confio nele. E nesse momento, isso significa muita coisa, já que as pessoas que confio estão bem reduzidas.

Levanto da banheira e não me incomodo em me enxugar antes de vestir a roupa confortável e sair do banheiro. Mais uma vez o Fred apareceu, e preciso informar a minha avó sobre isso. Tanto mais cedo, antes da invasão como agora.

Só que quando olho para o quarto, estranho de ter apenas o Calvin ali dentro, chorando baixinho.

— O que você está fazendo aqui dentro? — assumo uma postura completamente defensiva e tento não xingar quando meus domínios ainda não me respondem como se deve.

— Meu avô enlouqueceu Meg — ele choraminga.

— Aconteceu algo?

— Sim. Sempre soube que ele tinha algo errado dentro de si. Essa invasão deve ter cutucado algo dentro de sua mente que não deveria ter sido mexida, e ele simplesmente pirou. Me jogou aqui dentro, e disse que a vida é curta demais para ficarmos enrolando. Só vou sair daqui se colocar um anel em seu dedo.

— Como é que é? — minha voz sai alterada.

— Colocou na cabeça que isso entre nós vai acontecer mais cedo ou mais tarde, e não quer saber de demora. Ou noivamos, ou...

— Ou o quê Calvin?

— Não era para ser assim sabe? — ele desconversa. — Quando vi o desequilíbrio no olhar dele, tentei argumentar, e quando não funcionou, eu apenas contei a verdade a ele. Sobre estarmos fingindo a nossa aproximação, que eu na realidade estava planejando fugir com quem eu realmente amo. Só não pensei que ele fosse ferver tanto assim de ódio. Disse que se não fosse alguém da realeza, alguém com futuro em Nihal, não queria saber dos meus devaneios de amor.

— Sinto muito — digo sincera.

— O pior de tudo é não poder ir atrás de Ícaro agora... Não consegui ver se ele estava bem durante a invasão, agora a dúvida está me corroendo.

— Não pense assim, quando pensamos positivo, o positivo volta para nós. Erro meu, pensei que você ia fugir com aquela menina — mencionei uma menina de belos cabelos negros que sempre o via conversando.

— Ah, me desculpe por isso Megan. Não é algo que eu fale com muita facilidade assim. Na realidade, sou gay, e aquela com quem você sempre me vê com, é a irmã do Ícaro.

— Entendo, você não me deve explicações sobre isso. Mas pensando melhor, você nunca me disse que era "ela", sempre se referia como pessoa, alguém, sem definir. Não desconfiaria apenas por isso.

— Realmente sinto muito por esconder isso. Não me sinto preparado para falar com muitas pessoas sobre a minha opção, e mesmo me dando muito bem com você, faz apenas uma semana. Sei que deveria ter sido sincero, mas espero que essa sinceridade tardia ainda sirva de alguma coisa, mesmo que ela não tenha se originado no melhor lugar.

— Tudo bem Calvin.

— Essa invasão além de tudo ainda estragou meus planos.

— Você sabe quem está por trás disso?

— Não faço ideia. Mas sei que conseguiram prender alguns dos invasores, e devem estar interrogando cada um deles agora. Espero que consigam alguma informação válida.

— Entendo... E nós dois estamos realmente presos aqui?

— Sua avó e guardião saíram com meu avô para tentar colocar algum tipo de juízo dentro da cabeça dele. Só que não acredito que os dois tenham percebido que o maluco colocou uma barreira ao redor desse quarto, e bloqueou as janelas — apontou para as vidraças que agora estão protegidas com grossas barras de ferro.

— Uma barreira?

— Sim. Uma das piores. Ela impede tudo o que está dentro de seus limites de usar magia, então enquanto estivermos aqui dentro não conseguiremos utilizar os nossos domínios.

— Mas não é necessariamente um problema, já que sabem que estamos aqui dentro, deve ser só uma questão de tempo até virem nos tirar daqui. Seja para o pior ou melhor.

— Não tenho tanta certeza disso, tenho medo de que o meu avô dê um jeito de aprisionar sua avó e o seu guardião caso as coisas não saiam do jeito que a mente deturpada dele quer. E como sei que aqueles dois estão do seu lado, e "contra mim", as coisas podem ficar bem erradas.

— Estamos ferrados.

— Sim, estamos. Mas mesmo sem domínios não nos impede de sair daqui, de um jeito ou de outro. Sei que esse quarto deve uma daquelas passagens secretas que ligam o castelo, nós vamos encontrar e sair daqui. Não precisaremos depender de ninguém para nos libertar.

— Só precisamos encontrar algo que supostamente é para ser secreto — digo sem controlar a descrença em minha voz.

— Em nenhum momento disse que seria fácil. Mas você prefere esperar por alguém que talvez nem venha?

— Vamos logo com isso!

— No metal, as passagens são marcadas no local com um pequeno relevo circular, em formato de engrenagem. Não sei se isso vai valer para cá, mas fique atenta a qualquer proeminência que pareça um pouco estranha ou incomum.

— Algo como um raio? — claro que não seria fácil assim.

— Qualquer coisa que possa levar a uma abertura, fenda, ou algo incomum. Combine seu tato com a visão para escanear cada milímetro.

— Vai demorar demais para fazermos uma varredura assim no quarto.

Ele dá de ombros e concorda comigo. Não quero discutir com ele, e pelo menos, enquanto eu estava tateando e analisando as paredes ao meu redor, sentia a mente ocupada.

E olhando a parede que fica em frente a cama com os lençóis arrumados, encontro um pequeno desnível na pedra, algo que não era muito incomum assim, mas o formato simples de raio me fez arregalar os olhos e me aproximar do local.

— Acho que achei algo! — mal termino a frase e o Calvin já está do meu lado, e quando aponto a ele o que tinha encontrado, ele abre um sorriso.

— Acho que vale a pena dar uma conferida.

Ele pressiona as pontas do dedo em cima do símbolo perpetuado na pedra, e quase solto um grito quando vejo uma pequena fresta se abrir na parede na nossa frente, e acompanho o sorriso do Calvin.

Nós contornamos a fresta com os dedos, nos familiarizando em como poderíamos abrir aquilo. A porta é bem pesada, e temos que nos esforçar muito, utilizando nossos corpos como alavancas para conseguir abrir um pouco mais a abertura.

É difícil, mas conseguimos abrir o suficiente para que conseguíssemos passar nos espremendo entre as pedras. O corredor está escuro e tudo ali cheira como algo molhado.

— Seus olhos se acostumaram a escuridão? — escuto a voz dele a poucos passos atrás de mim. — Encontrei uma tocha apagada aqui, sempre deixam o fósforo para acender por perto...

E assim ele faz, eu quase quero suspirar aliviada quando vejo o fogo se acendendo, e a tocha iluminando o corredor estreito. Mas quando eu pude enxergar um pouco mais a frente, percebi que ainda estamos presos.

Uma parede sólida de tijolos impede que avancemos.

Parede essa com uma aparência nova, e bem resistente, já que não se importou conosco nos chocando contra ela, tentando transpassar.

— Ele pensou em tudo — Calvin solta frustrado, deslizando as costas pela parede até ficar sentado ao chão. — Fechou até as possíveis saídas que poderíamos ter.

— Sem os nossos domínios não acredito que vai ter como derrubarmos essa parede nova.

— Precisamos pensar além dos nossos domínios.

— Prefiro não ter que fazer isso no escuro. Vamos voltar para o quarto, lá pelo menos temos luz solar, vamos guardar essa tocha para um momento mais necessário.

— Bem pensado, vamos fazer isso mesmo!

Voltamos para o quarto e me espanto ao ver uma pequena borboleta tentando entrar no quarto, porém, batia frequentemente no vidro.

Droga!

Não acho que conseguirei escutar uma mensagem do Adam dentro de uma redoma que não nos permite usar magia. Me aproximo da borboleta, e quase me sinto mal ao vê-la se chocando com tanto intensidade na vidraça, ela sentiu a minha proximidade.

Meus dedos encostam no vitral e a borboleta enfim para de se chocar contra a barreira, apenas pousa do outro lado, calma, e um soluço involuntário escapa de minha garganta, quando ouço a voz do Adam me percorrer.

Oi amor! Estou profundamente perturbado ao te enviar esse recado. As notícias que chegaram até mim me deixaram desesperado... Uma invasão?! Mesmo com a informação que as coisas estão sob controle agora, sei que não vou ficar tranquilo enquanto não te ver. Quando escutar isso, já estarei a caminho. Te vejo em breve! Beijos, Adam"

Ele está vindo.

Uma nova esperança enche meu coração.

Dominadores, queria só dizer uma coisa: realmente a Megan não tem um minuto de paz em Nihal, pq só pela misericórdia mesmo...

Será que a dona Edith e o Martin vão conseguir colocar um pouco de bom senso no avô do Calvin, pq o homem tá necessitando, desequilibrou pra valer, e parece que não quer escutar a razão... Ou será que a própria Meg que terá a oportunidade de dar uns tapas de realidade e sensatez nele?

HAHAHHAHAHAHA

Lembrando que o Adam está a caminho, e ainda não temos como saber se a chegada dele vai melhorar ou piorar as coisas...

O jeito mesmo é seguirmos firmes na leitura e ver o que os capítulos finais estão reservando para nós (: Contagem regressiva valendo de com força, vamos até o capítulo 40! Quem tá ansioso(a)?

Lembrem de deixar aquela interação linda, e nos vemos no próximo capítulo! Até breve dominadores!

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