Os Oito Domínios

CFernandes_ द्वारा

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| HISTÓRIA COMPLETA | TRILOGIA DOMÍNIOS | LIVRO 01 Caso você não estiver lendo essa história pelo Wattpad, se... अधिक

Detalhes sobre a história
Cara nova
Personagens + Booktrailer
🔹 Sinopse 🔹
🔹 Prólogo 🔹
🔹 01 🔹
🔹 02 🔹
🔹 03 🔹
🔹 04 🔹
🔹 05 🔹
🔹 06 🔹
🔹 07 🔹
🔹 08 🔹
🔹 09 🔹
🔹 10 🔹
🔹 11 🔹
🔹 12 🔹
🔹 13 🔹
🔹 14 🔹
🔹 15 🔹
🔹 16 🔹
🔹 17 🔹
🔹 18 🔹
🔹 19 🔹
🔹 20 🔹
Deixe aqui a sua pergunta!
🔹 21 🔹
🔹 22 🔹
🔹 23 🔹
🔹 24 🔹
🔹 25 🔹
🔹 26 🔹
Que personagem você seria em Os Oito Domínios?
🔹 27 🔹
🔹 28 🔹
🔹 29 🔹
🔹 30 🔹
🔹 31 🔹
🔹 32 🔹
🔹 33 🔹
🔹 34 🔹
🔹 35 🔹
🔹 37 🔹
🔹 38 🔹
🔹 39 🔹
Bônus
🔹 40 🔹
Próximos livros da trilogia

🔹 36 🔹

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CFernandes_ द्वारा

Mal posso acreditar que estamos aqui nesse castelo há uma semana.

Compartilhei com a minha avó sobre o que tinha vivenciado, e ela me prometeu que ficaria de olho e aumentaria a proteção ao nosso redor.

Ainda bem que o máximo de sangue que eu tinha visto depois de tudo isso foram duas gotas quando eu segurei o caule de uma rosa que Calvin tinha me dado. Mas ainda estou atenta a tudo que nos cerca e continuando com o plano do Calvin de enganar o seu avô.

Eu não conseguiria enganar a minha avó nem se eu quisesse, então, com o aval de Calvin, contei tudo a ela, e fiquei aliviada quando me prometeu que entraria no teatro caso fosse necessário.

Outra pessoa que eu não poderia deixar de contar é o Adam. Nos falamos todas as noites. Ninguém desconfia do meu quarto parecer estar sempre rodeado de borboletas por ficar perto do jardim. Adam não ficou muito feliz por conta dos boatos que já começavam a correr sobre ele, eu e o Calvin, porém, sempre me tranquilizou afirmando que confia em mim.

A saudade está começando a apertar, porém como todos os dias eu escuto sua reconfortante voz, estou conseguindo sorrir e me manter aqui sem problemas.

Calvin está me ensinando mutias coisas bem interessantes, ele é um dominador de metal, e muito habilidoso.

O avô dele andaria em cima de uma nuvem de felicidade se fosse possível. Quando eu estava na companhia do Calvin, ele não fazia muita coisa além de sorrir, porém já cruzei com ele algumas vezes no corredor e ele sempre cantarolava alguma música matrimonial.

Apenas espero que quando o avô dele descubra o que está acontecendo, ele entenda e consiga ficar feliz pelo neto. Eu até já toquei no assunto algumas vezes com o Calvin, porém ele sempre desconversa, só posso torcer para que ele saiba o que está fazendo.

A linhagem de sucessores de governadores da província do Metal não será prejudicada, afinal Calvin tem um irmão mais novo, e esse já está todo empolgado para despertar seus domínios e aprender mais sobre Nihal.

O dia combinado para a fuga já está marcado e a alegria que ele irradiava era contagiante. Quase conseguia ver a contagem regressiva em sua mente. Amanhã, depois de um jantar formal que foi combinado, tudo já estava planejado.

O banho que acabei de tomar foi refrescante, e fico feliz por ter deixado as roupas formais para trás e agora estar confortável com dentro de uma calça jeans e uma camisa de alças finas. Até mesmo o tênis estava liberado e é um alívio não ter um vestido me apertando.

Agora vou procurar o Martin.

— Megan querida! — Igor, o pai de Calvin, aparece atrás de mim, com um sorriso enorme nos lábios. — Que bom lhe encontrar. — Venha comigo querida, você tem visitas!

— Visitas? — ele agora tem toda a minha curiosidade.

— Sim! Já estão te esperando na nossa biblioteca. Espero que você goste, não conseguimos falar nada antes, e estão aqui mais por motivos externos do que para uma visita em si, mas enfim. Me acompanha?

— Claro — dou um sorriso discreto e caminho ao seu lado até a biblioteca.

Antes mesmo de abrir a porta, já escuto suas vozes tão familiares, e mesmo em minha confusão, me sinto feliz por eles estarem ali e eu consigo escutá-los.

E giro a maçaneta para encontrar meus dois melhores amigos. Que aparentemente ainda estão em Nihal e não faço nem ideia do motivo. Eles estão entretidos olhando as lombadas com diversos títulos e cores dali e nem percebem que eu abri a porta. Limpo a garganta de maneira bem alta e eles me percebem ali.

Sarah é a primeira a correr em minha direção e me dar um abraço apertado.

— Que bom te ver novamente amiga!

— Digo o mesmo. É muito bom ver vocês dois. Mas confesso que achava que vocês dois já tinham retornado pra casa.

— Estão tentando resolver isso para nós. Seus pais já foram na frente. Mas por enquanto que não podemos ir pra casa, sua avó nos convidou para conhecer o lugar, e nunca que eu diria não a uma oportunidade de conhecer um castelo.

— Não liga pra ela Meg — Lucas suspira. — Ela está animada demais por ainda estar nesse lugar que é rodeado de magia. Não parou de falar um momento sequer.

— Deixa de besteira Lu! — minha amiga se defende. — Mas olha só pra você amiga! Cheia de magia e de responsabilidades aqui! Entendo completamente o motivo que você manteve esse segredo, isso realmente é... Até me faltam palavras — ela desfaz o abraço e aponta para os nossos arredores.

— É, realmente, se eu não tivesse vendo tudo isso com meus próprios olhos, provavelmente não acreditaria em você... — Lucas diz entre risadas.

Ele então se aproxima de mim e também me cumprimenta com um abraço. — Como você está?

— Ainda parece que tenho muita coisa com que lidar, mas tenho a sorte de contar com ótimas pessoas para me auxiliarem no que for preciso.

— Pessoas incríveis atraem pessoas incríveis — Sarah dá de ombros.

— Olá Meg, me disseram que você estava aqui e... — Calvin vai entrando na biblioteca depois de dar uma pequena batida na porta, mas para de falar assim que vê que não estou só.

— Ah, entra! — digo animada. — Venha conhecer meus melhores amigos!

Faço as apresentações, e consigo sentir sobre mim o olhar inquisitivo da Sarah quando vê a minha proximidade com o Calvin, porém, desconverso e como o avô dele ainda está por perto prefiro não contar aos dois sobre o que realmente estou fazendo com ele no momento.

— Não se preocupe com a segurança dos seus amigos, por conta deles, as defesas do castelo foram ampliadas. Vou ter que ser mais cauteloso com essa proteção 24 horas por dia, mas os planos ainda estão de pé — Calvin sussurra em meu ouvido.

Lucas me lança um olhar afiado, com sobrancelha erguida e tudo mais, porém não faz nenhum comentário pesado sobre a cena que acabou de ver.

— Vocês estão com fome? — pergunto de repente, colocando os braços sobre os ombros dos meus amigos. — Quero dizer, sei que você está sempre com fome poço sem fundo — digo rindo para o meu amigo.

— Posso pedir para nos servirem alguma coisa nos jardins agora — Calvin se prontifica. — O clima está bem ameno hoje, e assim você também pode mostrar aos seus amigos as flores.

— É uma ótima ideia — me empolgo. — Vocês vão amar, é super romântico dar um passeio por ali.

— Romântico né? E quem foi que te apresentou esses jardins, foi o Calvin e quanto ao...

— Vamos logo! — corto a Sarah e murmuro um pedido de desculpas para o dominador que parece um pouco envergonhado de estar naquela situação.

— E-encontro você lá — ele se despede momentaneamente de nós e solto um suspiro baixo quando escuro o barulho do trinco fechar.

— Amiga, não precisa falar com ele desse jeito, ele é um cara legal, basta dar uma chance a ele...

— Como é que eu posso dar uma chance se você terminou com o A-

— Olha, não é bem isso que você está pensando. Não posso explicar com clareza o que está acontecendo agora, mas prometo que assim que puder vocês saberão. O Adam já sabe — sussurro pra minha amiga.

Ela me olha um pouco desconfiada, mas não fala mais nada.

Os dois então me acompanham até o jardim. Vou mostrando tudo o que aprendi durante esses dias, e os dois ficam impressionados quando eu mostro para eles o meu domínio de água.

Engulo a vontade que eu estou de dividir esse momento com o Adam, com ele também mostrando seus domínios e nós quatro até poderíamos esboçar um pouco de normalidade. Mesmo num reino de magia, nem imaginei como senti falta desses momentos.

E imagino que Adam também.

Chegamos no jardim, e é como o Calvin disse: o clima está ameno, o vento é suave e a temperatura está agradável. Talvez com mais algumas pessoas do que estava acostumada a ver, mas é como ele tinha me dito, a segurança foi ampliada, então, há muitos mais guardas ao redor.

E já tinha uma pequena equipe de pessoas montando uma grande mesa, e a enfeitando com diversas comidas e flores coloridas. O cheiro que começou a se espalhar por ali fez a minha barriga roncar alto.

— Depois eu que sou o esfomeado — Lucas gargalha ao meu lado.

— Não enche — empurro o meu corpo contra o dele de leve, mas também estou rindo.

— Precisamos esperar o seu amigo? — ele pergunta cheio de esperança no olhar.

— Não acho que ele vai se incomodar com isso, fica à vontade Lu — digo apontando para uma pequena pilha de pratos que estava na ponta da mesa.

Pego um prato também e vou colocando de tudo um pouco. Se tem uma coisa que eu aprendi nessa semana que passei aqui, é que o chef que trabalha na cozinha é muito talentoso e que tudo o que ele faz é uma delícia. Sei que não há um domínio para a cozinha, mas com certeza o que ele cozinha é mágico.

Sentamos à mesa e aproveitamos o dia. A conversa segue leve, feliz e muito curiosa por parte dos dois. Mesmo com eles querendo saber muita coisa sobre a minha magia, e até mesmo fazendo perguntas que eu não tinha a resposta, a conversa segue de maneira leve.

Levanto-me para ir novamente até a mesa, para pegar mais um pedaço de bolo de chocolate que está absolutamente divino, quando algo além da mesa montada me chama a atenção.

Quase quero gritar ao avistar o tal do Fred, sentado em cima de um arbusto, acenando em minha direção.

A faca em minha mão congela no ar. O que ele quer comigo agora, ele não dava as caras há um tempo e pensei que eu já pudesse começar a quem sabe relaxar mais um pouco.

Ele está longe, porém vejo sua boca abrir para falar, e quando isso acontece, parece que ele está a poucos milímetros de meu ouvido. Sua voz me percorre e arrepia.

— Fique de olhos abertos Megan. Acontecerá em breve.

— O que acontecerá? — sussurro, por não quero alertar meus amigos. Minha mão volta a se mover e retiro uma fatia de bolo com muita lerdeza.

— Fico feliz que você está me levando a sério.

E num piscar de olhos, ele não está mais sentados nos arbustos, e sim está em minha frente, e já está colocando uma mão sobre meu ombro. O prato que eu segurava desliza de meus dedos e cai com um baque seco em cima da mesa.

— Não faça isso — digo tentando acalmar meu coração.

— Eu vim lhe relembrar dessa informação. Informação essa importante, e é assim que você me agradecer Megan? Tsk, Tsk... Assim fica difícil.

— O que diabos você é? Por que aparentemente só eu vejo você?

— Não é só você que me vê. E acredito que você já desvendou o mistério do que eu sou. Está na frente de seus olhos, acho que você já viu e reclamou comigo algumas vezes...

— Sinceramente não sei o que pensar. Cansei disso Fred.

— Infelizmente isso não é algo que você simplesmente possa se cansar e seguir em frente. Não é algo que você possa deixar de lado.

— E o que você quer que eu faça?

— Observe.

— Isso eu posso fazer, mas o que acontecerá?

— Você vai ver, e dessa vez, você realmente não pode dizer que eu não avisei.

E como uma cortina de fumaça, ele desaparece na frente dos meus olhos. Solto um longo suspiro e sem saber o que fazer depois disso, apenas coloco a fatia de bolo em meu prato.

— Aproveite a energia que esse doce vai lhe fornecer Megan — a voz do Fred se faz presente, mas ao olhar ao redor, não o encontro em lugar algum.

Quero colocar em minha mente que eu não preciso obedecer a ele. Nem ao menos se deu ao trabalho de explicar o que estava querendo dizer, porém, mesmo com a falta de compreensão, o receio do que pode acontecer enche meu peito.

Esse preço que será pago...

Acontecerá em breve.

Não gosto nada disso. Meus amigos estão por perto e se for algum deles a pagar isso? Não está certo. Pelo menos nem meus pais e o Adam não estão aqui. Minha avó sei que sabe se cuidar. Assim como o Martin, mas quem pagará esse tal preço?

Minha mente sangra só de pensar nisso.

Pego um garfo ali ao lado, mesmo já tendo um, e vou andando sem muita animação de volta a mesa. Ao sentar, abro um sorriso sem muito humor e me obrigo a engolir uns bons pedaços da cobertura espessa de brigadeiro.

E estou sofrendo para engolir a metade da fatia, quando sinto o chão tremer.

Descarto o pensamento que é somente alto da minha cabeça, pois todos ali sentem, e param o que estão fazendo e se seguram com firmeza na mesa robusta.

Por poucos segundos, que pareciam horas, o chão deu uma trégua, um silêncio absurdo se fez e consegui escutar o barulho da minha garganta engolindo a saliva que se acumulou no céu da boca.

E então um alarme soou.

Numa velocidade impressionante, guardas aparecem no jardim, já nos fornecendo uma rota de fuga e não questiono quando começo a os acompanhar.

— Estão invadindo o castelo — um dos guardas me informa quando eu o questiono o que está acontecendo.

Pelo olhar do guarda, acredito que ele não teria as respostas ou motivos para quem está invadindo ou o motivo para tal. Mas quando sinto o chão tremer mais uma vez, e gritos característicos arás de nós, percebo que eles são extremamente rápidos.

Pessoas aparecem por todos os lados, e logo entram numa batalha com os guardas, manchando o jardim, antes tão verde e perfumado, num mar rubro de cheiro metálico.

Calvin aparece, escoltado por cinco guardas e abre um sorriso quando me vê, se aproximando numa corrida.

— Não se separem de mim por nada — ele diz e concordo, virando para encarar meus amigos, que sentiam a periculosidade do momento e não nos questionaram.

— Para onde vamos? — pergunto.

— Todo castelo tem passagens e quartos secretos. Vamos procurar o mais próximo e nos abrigar lá, até que as forças do castelo controlem isso.

Conseguimos com muita dificuldade passar pelas paredes de pedra do castelo, por diminuir o ritmo muitas vezes, mas assim que nos abrigamos dentro das paredes, a situação parece ter ficado pior.

Muitos dos guardas foram ficando para trás, para que conseguíssemos avançar, e não demorou muito para que nos víssemos numa situação de desvantagem. Cerca de vinte pessoas nos cercavam, e não havia mais do que eu, Calvin, meus dois amigos indefesos e dois guardas.

— Acho que a gente vai ter que lutar Megan — Calvin sussurra perto de mim e estico os ombros, fazendo uma barreira de gelo e terra ao redor dos meus amigos.

— Vamos nessa então!

Um dos guardas me empresta uma de suas lâminas e testo o peso entre minhas mãos antes de desviar de uma lança de fogo que veio em minha direção e dar uma rasteira em um dos invasores, o cobrindo de terra logo em seguida.

Uso a espada em minha mão para desviar uma lança de metal que foi arremessada em minha direção.

Estou indo derrubar a segunda pessoa quando vejo um vulto dourado pular na minha frente, derrubando sem piedade três invasores. O uivo enfurecido que Martin soltou em sua forma de lobo fez com que os invasores que ainda estavam de pé dessem um passo para trás.

O lobo pula para o lado, desviando de um ataque e aterrissando em um outro invasor desavisado.

Reúno meu domínio de gelo enquanto observo um pouco maravilhada o desempenho do meu guardião. Seus movimentos são decisivos, porém, mesmo brutais, ainda conseguiam trazer algum tipo de leveza, e quando os pelos dourados roçam levemente do meu lado direito, sua voz é clara.

— Você está bem Meg? — ele pregunta sem desviar o olhar do perigo a nossa frente.

— Melhor agora — faço um carinho no topo de sua cabeça peluda e ataco duas pessoas que se aproximam com o meu domínio de gelo.

— Não baixe a guarda — diz antes de pular para atacar outro invasor.

Antes que eu pudesse responder a ele que sim, que tomaria cuidado, eu sinto um ardor no começo de minha lombar. Viro para ver o que é, e quase não consigo ver a espessura da agulha que está espetada ali, de tão fina que é. Seguro o ínfimo pedaço de metal e o jogo longe.

De novo não...

Sinto meus dedos da mão adormeceram e a minha boca se enche de saliva. Minhas pernas bambeiam, e quando eu vou girar a cabeça para frente para falar com o Martin, meu mundo parece virar de cabeça para baixo e sinceramente não sei se cai ou não no chão.

Um zumbido toma a minha audição e não consigo escutar mais nada ao meu redor. Respiro fundo e sinto algo gelado colado em minhas costas. Meus dedos ainda me obedecem, e tateio apenas para sentir uma pedra atrás de mim. Balanço o pé e percebo que há um chão abaixo deles. Sorrio ao perceber que ainda estou de pé.

Minha visão está turva, mas consigo ver uma sombra se aproximar de mim. Não consigo mover minhas pernas para longe da sombra, e apenas observo se aproximar de mim, com o que parece ser uma lâmina igualmente de sombra apontada para o meu coração.

Então duas sombras brigam na minha frente, porém eu reconheço o formato e o cheiro de uma. Martin. Minha respiração fica um pouco acelerada, e talvez eu suspirasse de alívio se conseguisse quando o Martin se aproximou de mim de um jeito que consegui ver seu rosto.

Ele não fala nada ao segurar meu rosto com delicadeza, e abre minha boca, jogando algo dentro, que assim que entrou em contato com minha língua, ardeu e deixou para trás um gosto amargo.

— Sei que é horrível, mas engula — Martin segurou minha boca fechada.

Minha visão já vai voltando ao normal, e me sentindo capaz de tal, sem reclamar, faço o que meu guardião pede. A tontura vai melhorando e me vejo encostada numa parede. Lucas e Sarah não estão mais dentro de uma barreira, mas sorrio ao ver dois guardas cuidando da segurança dos dois.

— Já estou bem — digo com uma voz estranha. — Pode ir ajudar aos outros.

— Não vou sair do seu lado. Não agora — ele diz decidido. — Isso que eu lhe dei é apenas uma solução temporária. Não sei ao certo quanto tempo você vai permanecer acordada. Espero que o suficiente para se proteger.

— Nunca conheci outros guardiões, mas você deve ser o melhor de todos eles Martin.

Seu olhar abranda quando ele olha na minha direção, mas ele não abaixa por um segundo a sua guarda. Meus domínios ainda estão um pouco trôpegos, quando ele se vê tendo que lutar contra três pessoas.

— Cuidado — peço enquanto ele se envolve em sua fumaça, e mais uma vez estou na companhia daquele lobo dourado.

Uma mulher se aproveitando da situação em que o meu guardião está ocupado, começa a se aproximar de mim. O seu olhar deixa bem claro o que ela deseja e tento esticar a coluna e começar a me afastar.

Consigo dar uns passos para longe e olho ao redor procurando qualquer coisa que eu possa usar de arma já que os meus domínios ainda estão falhando. Olho para trás e o grito fico preso em minha garganta quando percebo o que vai acontecer.

A mulher está tão focada em mim, que não percebe que Sarah está se aproximando dela, e antes que a lâmina encontrasse um destino pior, minha melhor amiga se joga em cima da mulher, fazendo com que um corte profundo e dolorido aparecesse na altura do meu ombro.

Com a pancada, acabo me desequilibrando e caindo.

Olho para o lado e vejo minha amiga numa batalha corpo a corpo com a mulher, e agora que esta já está sabendo da presença da minha amiga, está com muita vantagem.

Martin pula em cima da mulher que atacava Sarah e um peso se faz presente em meu estômago ao ver que ela não está se movendo.

Ainda estou lutando contra meus músculos para ficar de pé, ou ao menos de joelhos para que eu me arraste ao seu lado, quando Lucas passa veloz como um raio na minha frente. Demoro um pouco para me arrastar pelo chão, já que o meu ombro queima quando tento usá-lo sem cuidado.

Meu coração quase para quando vejo que a frente da blusa de Sarah está encharcada de sangue. Pelo menos seus olhos estão abertos, e ela balbucia alguma coisa para o Lucas. Quando em vê, abre um sorriso avermelhado.

— Você está bem? — ela me pergunta, e quero socá-la por me perguntar isso nesse estado, mas apenas concordo com a cabeça. — Ainda bem que ela não te machucou muito. Consegui chegar a tempo.

— Você me salvou — agradeço sincera. Ela dá de ombros, mas contorce o rosto de dor. — Por que você fez isso amiga?

— Seu guardião estava ocupado com outras coisas e... — ela interrompe a fala, e então dá uma longa tossida, manchando a camisa do Lucas com sangue.

— Depois vocês se explicam, agora, prefiro que você evite de falar meu amor — ele diz com um semblante preocupado e pressiona o ferimento como consegue.

Meu coração bate depressa e de repente me vejo pensando no que o Fred disso. O preço de sangue, uma dívida cobrada. Não tem sentido a minha amiga pagar esse preço tem? Ela nem é dominadora, não pode ser isso que o Fred quis dizer.

Mais guardas do castelo chegam, e a situação ao nosso redor se acalma um pouco.

Nem sei de onde vieram, mas uma equipe médica aparece, e começam a fazer os primeiros socorros na Sarah ali mesmo. Estou tão envolvida na cena, que nem percebo quando alguém começa a suturar meu ombro com magia.

Um dos dominadores que estava cuidado da minha amiga começa a gritar um monte de ordens, dizendo que vão precisar mover a paciente agora, e mal pisco, já estão colocando-a em cima de uma maca, e a levam a passos rápidos.

— Ela vai ficar bem — Martin diz ao meu lado, segurando minha mão.

— Ela não tem outra opção além de ficar bem — Lucas diz com lágrimas descendo livremente de seus olhos, segurando minha outra mão. 

Gente, por favor não ache que eu goste de fazer o pitico do Lucas chorar, mas tenho que confessar que quando eu terminei de escrever essa cena, por algum motivo, eu tinha um sorriso nos lábios.

Esses avisos, as visitas, tudo parece estar indo por um caminho bem errado não é mesmo? Será que o preço quem vai pagar é ela mesmo? Ou a Sarah vai escapar dessa?

Acho que vocês já estão é acostumando dos capítulos terminarem assim, nesses ganchos para os próximos, mas é que quanto mais perto do fim, mais as coisas vão ficando tensas e quero pensar que garanti o leitor que chegou até aqui em continuar!

Se vocês gostarem, não se esqueçam daquela interação linda pra impulsionar a história e fazer o meu dia mais feliz! Tá difícil de responder todos os comentários, mas eu leio todos, e me divirto como se não houvesse um amanhã.

Até o próximo capítulo ♥

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