My fucking guy (Pausada)

Por AsteriaTitan

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Sinopse: Gabriel, um garoto com uma vida comum no 2° ano do ensino médio, acaba conhecendo por acaso um garot... Más

O garoto platinado
Encontro inesperado
As garotas
Novas amizades
Raiva que só cresce
Pouco a pouco
Coincidência
Novo plano
O novo colega
O convite de Guilherme
O dia do treino
Conversa duvidosa
Meu verdadeiro amor
Jasmim
A escolha
Um pai problemático
"Quer vir comigo?"
O shopping
O shopping (parte dois)
AVISO IMPORTANTE!

Me desculpa

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Por AsteriaTitan

My Fucking Guy
Capítulo 10

Os horários voaram como sempre. Nada importante aconteceu na terceira aula. Tivemos somente o burburinho dos colegas sobre o novo aluno e sua ajudante, que não falaram nada mais depois da introdução da diretora. A mulher guiou o rapaz e se sentou com ele nas ultimas cadeiras, no lugar isolado de estudantes. Ouvíamos sua voz apenas quando ela lia a matéria para ele.

Assim que o alto som do sinal ressoou por toda a escola, os alunos saíram desgovernados para os corredores, como  verdadeiros animais. Em menos de vinte segundos esvaziaram a sala, tirando eu, o professor – que já estava de saída – o novato e a ajudante.

Saí após o professor. Olhei na direção da dupla, conferindo se eles sairiam agora, e como me pareceu que não, saí pelo corredor na direção das escadas.

Acabei lembrando de que não combinei onde me encontraria com Amanda. Parei no meio do caminho, olhando em volta para ver se encontrava algum dos meus amigos ou até mesmo ela. Não vi nada. Decidi ir para a biblioteca. Talvez eles fossem pra lá, igual ontem.

Entrei na biblioteca. Nenhum sinal deles. Não dei muita importância e sentei no sofá. Eles devem chegar logo, pensei.

Pego meu celular e percebo que esqueci meus fones na sala. Que ótimo... Sequer posso ouvir minha musica baixinho, a bibliotecária iria me expulsar.

Apenas entro em um joguinho qualquer pra matar o tempo, esperando alguém chegar.

Nem dá tempo de clicar em uma fase quando percebo alguém batendo de leve na minha cabeça como se fosse um tambor.

Olho pra cima. É claro que seria o garoto platinado, quem mais aqui na escola gosta de me encher a paciência?

Viro os olhos.

– O que você quer? – Pergunto, voltando a atenção para o meu joguinho.

– Oi, pra você também – Ele diz e da à volta, se sentando do meu lado – Pensei que soubesse.

– Se soubesse não perguntaria

– Talvez você seja apenas lento...

Afasto meu celular e olho pra ele:

– Fala logo o que você quer

Ele se espreguiça.

– Ahh... Amanda – O platinado boceja no meio da frase – Me mandou pra esclarecer as coisas

– Então...?

– Então aqui estou eu... Mesmo que não entenda o real motivo disso – Ele murmura a ultima frase.

–...

– Foi mau pelo o que fiz a você antes – O rapaz fala com desdém.

Solto uma risada.

– Parece uma criança de primário – Falo com deboche, colocando meu celular no bolso, pronto pra levantar.

– E lá vai você sair de novo... – Diz ele

Eu me viro mais em sua direção.

– Quer que eu faça o quê? Que eu fique aqui escutando um pedido de desculpas mau feito de um menino de sete anos só por que sua mãe mandou?

Silêncio.

Levanto-me pra sair, já cansado de toda essa história, mas ele me impede de continuar segurando o meu braço.

Com ele ainda em silêncio eu tento me soltar de seu aperto, mas o rapaz apenas olha para baixo e sussurra:

– Eu vou fazer isso direito... – E solta meu braço lentamente.

Eu o encaro por alguns segundos. Sair seria tão fácil, mas por algum motivo... Eu me sentiria mal se o fizesse...

Que seja. Volto para o meu lugar e me sento ao seu lado.

Ele começa depois de uns instantes:

– Você me odeia certo?

Solto um suspiro:

– Eu não gosto de você – Respondo.

– Então não me odeia? 

– Ainda não.

O garoto encara o vazio antes de dar continuidade:

– Cara, eu nunca... Eu nunca quis que você “não gostasse” de mim – Me viro pra ele levantando uma das sobrancelhas quando ele solta essas palavras quase absurdas – Eu queria chamar sua atenção e consegui isso. Do jeito errado, mas consegui.

Fecho os olhos e balanço a cabeça, confuso.

– “Chamar minha atenção”? Pra quê? 

– Por que eu queria ser seu amigo... – Ele sussurra em um tom sério.

– Até parece – Falo cínico – E você achou que iria funcionar? – Solto uma risada de deboche – Você é péssimo nisso, pelo jeito.

Ele revira os olhos.

– O ponto é – Continua ele, ignorando meu deboche – Não queria fazer bullying com você, se é isso que você pensou.

Bullying?

– Apesar de você parecer um valentão, eu não vi as coisas tão longe assim – Falei.

O platinado se vira mecanicamente na minha direção.

– O que você disse? – Seus olhos estavam arregalados

– Ãn... – Talvez eu não devesse ter dito aquilo – Que você parece um valentão...?

Ele leva as mãos ao rosto, dando um longo e profundo suspiro.

– Bem, pela sua aparência você parece sim – Tento me justificar, um pouco nervoso.

Balançando a cabeça em negativo ele diz:

– Eu vou deixar passar dessa vez só por que eu te irritei nos últimos dias. Estamos quites agora, está bom pra você? – E me encara.

– Isso não é muito justo, mas tanto faz por mim – Falo dando de ombros – Só quero que você pare de me encher.

– Hm, estão tudo bem.

Pousa um silêncio constrangedor sobre nós onde nenhum dos dois parece estar a fim de começar uma conversa.

Eu fico esperando suas reais desculpas, apesar de não carregar muitas expectativas em cima disso. Ele, por outro lado, parecia inquieto encarando a poltrona na sua frente e me dirigindo um olhar de relance às vezes.

Após se passarem dois minutos de completo silêncio eu penso em me levantar para sair, mas antes que pudesse completar tal ação sou interrompido.

– Me desculpa. – Diz o platinado

Não falo nada. Fui pego de surpresa. Pensei que ele iria me enrolar até o fim do intervalo.

Tento encontrar nossos olhares, mas ele se desvia de mim.

Seu rosto parece um pouco vermelho, mas imagino que seja por causa da luz laranja do sol que invade a biblioteca através da janela que fica na nossa frente.

Apesar de tudo, ele me pareceu sincero, e até um pouco tímido. Coisa que eu não esperava de alguém como ele.

– Eu... – Assim que começo a falar, uma voz secundaria me interrompe.

– Gabriel! 

Viro-me em sua direção e vejo Lori.

– Gabriel, que bom que te achei... Jhonatan? – Ela olha para o platinado sentado ao meu lado

– E aí – Ele acena parecendo aliviado.

– Tô atrapalhando algo? – Disse ela alternando o olhar entre nós dois. 

Ela parecia confusa. Não a culpo, deve ser estranho mesmo ver duas pessoas que até ontem não se davam bem sentadas lado a lado, aparentemente conversando.

– Não – Jhonatan fala se levantando – Eu já estava de saída

– Ah, tudo bem – Ela responde – A Amanda me pediu pra te procurar – Ela se dirige a mim dessa vez.

Sem sequer se despedir de mim ou da Lori, o garoto platinado se dirige para saída.

– Hm... – Encarei a porta por onde o alto rapaz passava, vendo-o desaparecer – Está bem – Respondo, por fim.

...

Eu e Lori vamos para a praça, que fica ao lado do campo de futebol, nos encontrar com a Amanda e os outros. Lori me disse que estavam todos reunidos, tanto os três de ontem quanto os meus amigos. 

Olhando a certa distância, eles pareciam se divertir bastante. Conversavam e riam quase como se gritassem. Estavam tão entretidos que nem me viram chegar.

Nós nos aproximamos do grupo e todos nem pareceram notar. Até o Diogo que costuma ficar mexendo no celular a maior parte do tempo estava concentrado na conversa.

Assim que Amanda nos viu, ela veio até nós e me puxou para um canto onde pudéssemos conversar sem sermos incomodados.

Estávamos atrás do banco onde nossos amigos estavam amontoados e decidimos nos sentar em outro banco que tinha por perto, bem embaixo de uma pérgola coberta de varias samambaias.

Mesmo distantes ainda podíamos ouvir nossos amigos, mas com tanta barulheira assim, eles não conseguiriam nos escutar nem se estivessem ao lado deles. Então a garota começou:

– Seguinte. Eu pensei em varias e varias formas de fazer isso dar certo. Pensei em revezar, manter vocês dois longes um do outro e até mesmo formar grupos separados entre nós...

Eu aceno com a cabeça positivamente.

– Mas... – Ela continua – Eu não consigo levar isso adiante – Ela fala por fim, brincando uma folha de samambaia que estava caída ao seu lado.

– Não entendi. Até hoje mais cedo você parecia bem focada nisso – Falo confuso

Ela balança a cabeça:

– Eu sei. Eu estava relutante essa manhã e, depois de pensar um pouco eu acabei me decidindo.

– Decidindo sobre...? – Pergunto

– Decidindo não me envolver mais – Ela me olha – O Jhonatan já é grandinho. Eu preciso parar de sempre me envolver nos assuntos dele.

Ela da um sorriso fraco com um olhar pensativo para a plantinha em suas mãos. E solta uma risada espontânea:

– Quando eu o conheci não ficamos amigos logo de cara – Ela retoma – Ele sempre tentava me afastar de alguma forma. Eu precisei insistir muito até ficarmos próximos. – Ela coloca os pés sobre o banco e apoia os braços nos joelhos, ainda brincando com a folha – Às vezes eu me acho ridícula por ter sido tão chata e me forçado a ser sua amiga. Não foi algo natural, sabe? Eu forcei muito a barra. Eu tomo algumas coisas como prioridade e acabo sendo inconveniente.

Encaro a garota. Seu tom de voz que sempre era tão alegre estava sério e um pouco melancólico. Seus olhos focavam em suas mãos. Ela estava falando comigo, mas parecia falar consigo mesma também.

– Por isso – Ela continua – Eu decidi deixar isso de lado. Isso é um problema entre vocês, eu realmente não tenho que entrar no meio.

Viro-me em sua direção, apoiando meu braço no encosto e pergunto:

– Por que você queria tanto ser amiga dele? 

– Por que – a garota sorri – Ele parecia ser legal.

...

Não falamos muito mais do assunto e logo nos desfocamos dele.  A Amanda voltou a ser positiva quando discutíamos outras coisas.

Ela no fim colocou ênfase que não iria se meter mais na minha briga com o garoto platinado. Falei a ela sobre o pedido de desculpas dele a agora pouco, ela me pareceu bem surpresa quando falei. “Pelo jeito ele não precisa de uma mãe pra cuidar dele... Ainda bem”, brinca a garota.

Não conversamos por muito mais tempo. Decidimos voltar para os nossos amigos quando eles começaram a implicar com nós dois ao verem que estávamos sentados no banco sob as samambaias, que é onde os casais da escola costumam ficar.

O intervalo de hoje foi prolongado. Mas estava tudo tão divertido que nem notamos.

Fomos pegos de surpresa quando decidimos olhar a hora. O quarto horário de aula foi reduzido há vinte minutos devido à extensa reunião dos professores essa manhã.

Quando segui para a minha sala, o professor estava na porta esperando os alunos com uma cara estressada.

Assim que entrei a maioria dos lugares estavam vazios. Isso explica o estresse do professor Marcelo. Os únicos presentes eram algumas garotas dos lugares da frente e o novato mais sua ajudante no fundo da turma.

Tomei o meu lugar e conforme os segundos e minutos se passavam os alunos atrasados iam chegando.

Essa aula era a de geografia. Nunca gostei muito da matéria, apenas fazia o necessário pra passar, assim como algumas outras. O professor também não era muito bom em explicações. Seu tom de voz era muito monótono e ainda assim ele insistia em ler por si mesmo muitas páginas do seu livro didático.

O quinto horário foi um pouco menos torturante, por sorte. Mas ainda parecia demorar uma eternidade até o sinal bater para nos liberar. E quando ele finalmente bateu, eu me apressei o mais rápido que podia para sair o quanto antes e evitar o tumulto da saída.

Foi só eu passar pelos portões da saída que em dez segundos uma grande multidão de alunos engoliu toda a rua, atrapalhando o fluxo dos escolares e carros que queriam passar.

Vi Lori de relance, seguindo para a esquina de cima da escola e a segui. Não consegui ver mais nenhum dos meus amigos naquele tumulto.

Me aproximei dela e acenei em sua direção quando ela me viu me chegando.

– Oi – Diz ela me cumprimentando de volta.

Não tínhamos muita intimidade ainda e também eu não sou do tipo que inicia as conversar. Acabamos ficando em silêncio por um tempo nos rendendo ao constrangimento que crescia a cada segundo.

Parecíamos dois estranhos. O que eu podia fazer? Nunca conversamos antes, apenas em grupo. Não tenho nem ideia de como começar um assunto. E parece que quanto mais quietos ficamos, mais estranho seria começar uma conversa.

Eu decido quebrar esse silêncio constrangedor falando algo aleatório, mas nós dois acabamos nos anulando. Ela também iria começar um assunto.

 – Pode falar – Diz ela olhando o movimento da rua.

– Não, fala você. Não era nada importante – Respondo abanando as mãos.

– Eu ia perguntar se a Amanda te falou da ideia dela.

– Sim. A gente conversou. Mas ela decidiu que não vai mais se envolver nessa briga nossa.

– Acho que ela tomou a melhor decisão.

– Sobre isso... Vocês duas já se conhecem há bastante tempo, né? Por acaso ela... Gosta do Jhonatan? – Pergunto me sentindo um pouco intrometido.

– Ela te disse algo sobre? – Pergunta Lori se virando para mim

– Não, mas deu pra notar...

A garota suspira.

– Ela diz que não gosta mais dele, mas no passado ela era apaixonada nele. E ela tentou fazer amizade com ele a todo custo.

– Ela me disse isso... Ele a evitava, certo?

– Hmm, não exatamente – Ela pensa um pouco antes de prosseguir – Ele dava foras sutis nela chamando ela de irmãzinha e a tratando como tal.

– Ela me disse que ele a afastava – Falei 

– Sim, mas isso era bem no inicio. Eu acredito que ele sabia do interesse que ela tinha nele e por isso “fugia” dela. Quando eles ficaram mais próximos ele passou a dar foras indiretos nela.

– Ele não podia só falar com ela que não estava afim? – Bufei 

– Ela nunca se declarou pra ele. Seria bem pior se ele só chegasse nela e falasse “Olha, eu não gosto de você”. Ela ficaria destruída.

– E mesmo assim ela ainda gosta dele?

A garota assente voltando a encarar a rua.

– Mas ela parou de tentar. E eu não faço a menor ideia do por quê. – Conclui ela.

Um carro para bem ao nosso lado quando ela termina de falar. Levo um susto e me afasto. A Lori se vira para mim novamente:

– Tenho que ir – Ela se despede e caminha em direção ao veiculo.

– Ah – A garota se vira antes de entrar – Não fala pra ela que te falei isso. Ela não gosta muito desse assunto.

A garota morena se vai, me deixando acompanhado apenas de meus pensamentos.

Fim do capitulo 10

🌈Notas da autora🌈

*imaginem o meme*

Eu: Eu voltei

Vocês: Voltou por medo não lealdade

Enfim galera kkkk Brincadeiras aparte, estou aqui finalmente com o capitulo mais difícil que fiz até hoje. Tive um bloqueio de mais de uma semana e não consegui escrever nada ;-; tudo q eu fazia eu apagava. Mas deu tudo certo no fim. Antes tarde do que nunca, eu acho .-.

Espero que gostem do capitulo de hoje. Estou tentando trabalhar mais na personalidade de cada personagem e confesso está bem difícil isso, mas com o tempo e prática eu aprendo. 

Até o próximo capitulo <3

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