Olho para o relógio que estava em minha escrivaninha, já se passava das 00:00. Eu não consegui dormir, eu ainda estava preocupada, paranóica e com o coração partido, eu não podia continuar quieta, eu tinha que fazer algo.
Kj estava agindo estranho, talvez ele saiba de algo, ontem o mesmo resolveu tomar um pouco de vinho, e isso fez com que Kj ficasse completamente bêbado.. Talvez se eu fosse em seu escritório eu poderia achar algo que o incriminasse, assim ele poderia ser preso. Mas ele também tinha muito dinheiro, o suficiente para subornar o juiz várias vezes.
Mas se eu achasse algo mais forte? Que pudesse fazer que nem o dinheiro fosse o suficiente?
Desci me levantar e ir até seu escritório, peguei uma vela que estava quase no seu fim, a troquei por uma que estava inteira. E devagar fui saindo do meu quarto, com cuidado para não acordar ninguém, meu pai ainda estava aqui. Estava tudo escuro, e eu estava com medo de não encontrar o caminho.
Me aproximei da porta do quarto de Kj, e o ouvi roncar, muito alto. Talvez esse seja um dos motivos para eu não dividir quarto com o mesmo. E eu suspirei aliviada.
Decidi seguir meu caminho, a escada foi o que mais me deixou com medo, mas consegui descer, quando cheguei no escritório de Kj, tranquei a porta, e então ascendi uma vela que já estava ali, para clarear mais. Comecei a olhar os documentos em sua mesa, havia outra vela, a ascendi para poder enxergar melhor, estava difícil.
Assim eu consegui enxergar melhor, comecei a ler todos os documentos, e grande parte era incriminador, havia desvio de dinheiro, isso significava que Kj estava roubando a sua própria empresa, que na verdade é mais de seu pai do que do mesmo.
Coloquei em um lugar, separado para levar até a justiça. Comecei a vasculhar suas gavetas, alguns não eram tão importantes, mas um tinha um título muito suspeito, um título que me chamava a atenção.
REINHART - APA
Reinhart... meu pai, não creio que isso tenha a ver comigo. Rapidamente a abri, e comecei a ler, li rápido para tentar encontrar algo importante, e quando a achei, coloquei as mãos em minha boca. Eu não acreditava no que estava ali.
Dizia que a fábrica de vinho que eu havia trazido para cá não estava em meu nome, estava no nome de Kj. Os dois viraram sócios! Meu pai queria que eu me cassase com o Kj o mais rápido possível para roubar a fábrica de mim?
Mas precisava de minha assinatura, onde ele havia consegui...
Após o "pode beijar a noiva", tivemos que assinar algo, que o padre explicou ser importante, eu não li, eu só queria sair dali o mais rápido possível. Até o padre meu pai havia subornado?
Continuei lendo e resolvi ficar com a papelada toda, continuei lendo até achar uma carta, a abri.
"O senhor Sprouse concordou assumir a culpa, tudo está ocorrendo bem. Ele dará uma desculpa qualquer e então será condenado. Irei visitar você no dia da audiência para conversamos sobre a empresa. Espero que Cole não abra o bico, se não tudo irá por água a baixo. Ninguém pode descobrir sobre Camila, ou sobre Cole, então cuidado com suas conversas quando estiver bêbado.
De: Daniel Reinhart.
Para: Keneti James Apa."
Me joguei na cadeira, Cole havia confessado algo que não comenteu? Uma parte de mim está feliz, outra não, eu preciso provar sua inocência, mas eu preciso demais, isso não servir. E também... sobre Camila...
Rapidamente penso em como eu poderia conseguir alguma outra prova, talvez eu consiga no escritório de meu pai. Mas eu teria que ir a vila.
Eu precisava de ajuda, minhas irmãs não serviriam, seria óbvio demais, e eu precisava de um esconderijo. Quem poderia me ajudar?
Então pensei, eu sei quem poderia me ajudar a provar a inocência de Cole, e investigar sobre Camila. Eu só precisava que ele acreditasse em mim.
Peguei os papeis e apaguei as velas, deixei apenas a minha acessa, devagar eu fui em direção ao quarto de Alex, ele precisava me fazer um favor. Teria que ser rápido.
A ferroviária não era longe, em dez minutos ele já estaria, e o caminho de lá para cá também não era longo. Mesmo sendo a noite, se Alex fingir uma emergência talvez a pessoa o abrigue e assim leia minha carta. E se concordasse, escrevia uma de volta para mim, e então, antes de todos acordarem, eu partiria para minha antiga vila.
Eu precisava que tudo desse certo.
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a u t o r a
(flashback)
Daniel Reinhart tentava ao máximo não tocar em algo, aquelas celas eram nojentas. Cheias de bêbados nojentos e bandidos nojentos.
O policial apenas apontou para a cela que, ele tento desejava visitar, Daniel sorriu ao ver seu alvo, ali, tão vulnerável.
― Volto em dez minutos. ― falou o policial, e então Cole percebeu a presença de alguém.
Quando ele se virou, por um momento desejou que fosse Lili. Seu coração estava magoada pela mesma não acreditar nele, mas ele não podia evitar querer ao máximo vê-la, olhar em seus olhos ou inalar seu doce perfume.
Mas a pessoa a sua frente não era quem ele queria ver.
― Senhor Reinhart...
― Senhor Sprouse. ― Daniel falou, de uma forma irônica.
Cole queria sair daquela cela e quebrar o mesmo ao meio.
― Vim lhe propor algo. ― Cole não estava nem um pouco interessado em sua proposta, seja qual for.
Mas também tinha medo, não sabia o que estava por vim.
― Você valoriza muito sua família, não? ― Cole sabia que não era uma coisa boba.
― Fique longe das minhas irmãs! ― o mesmo gritou, querendo arrancar a cabeça de Daniel.
Se não fosse essas malditas gardes...
― Sua audiência é amanhã, não é? ― ele se referia a audiência de Cole a respeito do assassinato de Camila.
Seu advogado não era um dos melhores, pois ele não tinha tanto dinheiro, mas faria de tudo para conseguir escapar de vários anos de prisão.
― Se o senhor concordar em assumir toda a culpa, e usar a história que irei lhe contar, senhorita Vanessa, senhorita Tess, e Lili não irão pagar por seus erros. ― ele faria algo com a própria filha? Que tipo de ser humano ele é? ― Vanessa já é vista como um perigo, por ter... como digo sem ofende-lô? A pele mais... escura?
Qual o problema em falar negra? Era o que a mesma era, e tinha orgulho.
Seu pai havia se apaixonando por uma mulher negra, e foi bastante julgado. Mas eles não se importavam com todos os preconceitos, então tiveram três lindos filhos, mas apenas Vanessa adquiriu o tom de pele de sua mãe, e a infância toda a mesma sofreu por isso. E ainda sofre, Cole já teve que atender milhares de pessoa no lugar de Vanessa pois se recusaram a ser atendidas por uma "mulher de cor".
― Não seria bom se a mesma virasse uma simples empregada que limpa o chão? E que sofre? ― Cole realmente queria mata-lo. ― E Trinity... ah, a mesma parece ter um desejo... estranho, diferente. A mesma gosta de mulheres, não é mesmo? ― novamente Daniel acertou.
Cole sabia disso, mas nunca conversou com sua irmã a respeito, ele descobriu após ouvir uma conversa da mesma com uma garota, onde ela confessava seus sentimentos. A garota não retribuiu, mas prometeu não contar para ninguém sobre o que havia acontecido. Ele sempre respeitou o fato de que a mesma não se atraía por homens, mas a sociedade não era igual a ele, ela seria tratada como uma pessoa anormal.
― E Lili... ah... Lili está tão rebelde. ― começou a andar de um lado para o outro. ― Não respeita o próprio pai, não seria bom se a mesma levasse uma bela lição? ― Cole não podia permitir isso!
Não podia permitir que suas irmãs sofressem nas mãos de pessoas preconceituosas, e nem que a mulher que ele ama sofra nas mãos de seu próprio pai.
Sim, ele a ama, mesmo magoado, ele ainda assim a ama. E não permitirá que tal ato aconteça.
― Diga o que terei que dizer na audiência. ― Cole disse, por fim. Não iria lutar mais, não se isso fizer mal para alguém tão importante para o mesmo.
Mas Daniel estava se sentindo o oposto de Cole, ele sorriu, pois sabia que seu plano estava dando mais do que certo.
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e ai? hehehe 🙈
quem acham que é essa pessoa??