I'll be there: uma segunda ch...

By jakesumoon

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O que aconteceria se Lee Rang recebesse uma segunda chance? Por conta de um bug no sistema no Escritório de I... More

Dedicatória
Prólogo
1. O apelo de Yeon
2. A nova vida de Rang
3. O acordo
4. Da água para o vinho
5. Eu sei do que estou falando
6. Nem tão bem quanto parece
7. No meu rosto bonito, não.
9. Brincando com fogo
10. Certezas e Incertezas
11. Um dia bom para recordar
12. Ligando os pontos
13. A rush, a glance, a touch, a dance.
14. A verdade dói
15. Prazo de Validade
16. Apenas sentimentos humanos
18. Love already bloomed in my heart. (PARTE 01)
18. Love already bloomed in my heart. (PARTE 02)
19. Brothers Reunited
20. Fique comigo (PARTE 01)
20. Fique comigo (PARTE 02)
21. A pequena grande Mi-rae
22. Of course, I laugh
23. A intrusa
24. Agindo como uma raposa.
25. Moonchild Ballad
26. Eu sou melhor que ele.
27. Sad Fate
28.Parting at the River of Three Crossings
29. I'll be there
30. Atos e consequências
31. Tudo tem um preço
32. É tudo culpa do Rang
32. Dias Dourados
33. That was everthing for me
Epílogo
I'll be there em "UM CONTO DE NATAL"
Um conto de Natal- Parte 1: Com amor
Um conto de Natal - Parte 2: O Karma
Um conto de Natal - Parte 3: Meu caro amigo secreto
Um conto de Natal: Epílogo

17. Tic- Tac

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By jakesumoon

O casal foi deitar já com o sol brilhando no céu, mas Ji-ah não conseguiu dormir, tentou pensar em todas as coisas que ela gosta possíveis, mas sem sucesso, estava preocupada demais. Se perguntava como Yeon conseguia dormir com tanta tranquilidade com tudo que estava passando. Ele estava exausto, como no dia em que Mi-rae nasceu, e quase se sentiu um pouco culpada por ter feito ele passar por uma noite difícil, ainda mais machucado do jeito que estava. Tal lembrança despertou na sua cabeça, Ji-ah nunca disse a ninguém o medo que sentiu quando descobriu que estava grávida, ela lembrava desse dia como se fosse hoje.

Ji-ah saiu mais cedo do trabalho, e quando chegou em casa se deparou com Yeon e o seu sorvete de menta, ela gostava e até dividiam uma vez ou outra, mas assim que o cheiro doce do sorvete misturado com a menta invadiu suas narinas, ela correu para o banheiro para vomitar.

— Ji-ah, está tudo bem? — Yeon perguntou preocupado na porta do banheiro. Como conseguia ouvir os sons que ela estava fazendo teve que se controlar muito para não quebrar o trinco com um único movimento e ajuda-la. — Ji-ah! —Yeon alterou um pouco a voz e mexeu no trinco da porta.

A raposa arregalou os olhos quando ela abriu a porta, seu rosto estava pálido.

— Eu acho que ... — a mulher caiu desfalecida em seus braços.

Yeon a pegou no colo, levando de imediato para a cama e foi aí que ele notou algo de estranho na esposa. Ele sentia algo diferente vindo dela, e demorou alguns segundos para que entendesse de onde vinha, colocou a mão em seu ventre e sentiu uma vibração pulsante dentro dela, uma energia forte e tranquila. O que sentia emanando dela era vida, Nam Ji-ah carregava outra vida em seu ventre.

Quando ela começou a recobrar os sentidos, viu o seu parceiro andando de um lado para o outro com uma sacolinha na mão, parecia nervoso e falava sozinho.

— O que você está fazendo? — Ji-ah perguntou confusa.

—Amor... — Yeon sentou ao seu lado na cama. — Você desmaiou. Eu liguei para a sua mãe, e disse que você andava passando um pouco mal durante esses dias. E ... — ele coçou a cabeça. — Ela pediu que eu comprasse isso aqui para você. — o antigo espírito da montanha entregou a sacola para a sua humana.

— O que... — a frase dela foi morrendo quando se deu conta do que tinha dentro da sacola. — Ela acha que...

— Sim.

— E você...

— Concordo com ela. — Yeon arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso singelo tentando passar um ar confiante a companheira.

Depois dessas frases incompletas, Ji-ah ficou pasma segurando a caixa, precisava voltar a si, se questionava muito em como ela não havia chegado a essa conclusão antes. Sem dizer nada, e retornou para o banheiro com o que Yeon entregou a ela.

Seu coração batia acelerado olhando para os dois tracinhos vermelhos no teste de gravidez. Grávida. Ela estava esperando um bebê e não sabia o que fazer com essa informação. Pensou em Yeon e que devia estar tão aflito quanto ela. E não se enganou, assim que apareceu no quarto ele veio ao seu encontro.

— Ei! E então?

— Você está preparado para dizer a sua filha como salvou o mundo?

Ela viu Yeon dar o sorriso mais iluminado que já tinha visto, girou Ji-ah no ar e depois deu um beijo em sua barriga.

Sua gravidez foi complicada, e ela precisou tirar uma licença maior do que deveria, no quarto mês de gestação, quando descobriram que realmente seria uma menina, o médico sugeriu que ela ficasse em casa de repouso. A criança estava se desenvolvendo bem e rápido, mas por mais que a mãe tomasse os suplementos necessários, estava sempre com as taxas de vitaminas baixas.

—Eu pensava que ia poder trabalhar até próximo de termos nossa bebê. —Ji-ah disse chateada, quando chegaram em casa. — Tem um roteiro perfeito que eu precisava revisar.

— Querida, são só mais alguns meses. Rapidinho nossa princesa vai estar aqui e você vai poder voltar para o trabalho. Agora, precisamos cuidar de você, vou pedir para a sogra e o Shin-joo fazerem comidas bem nutritivas para recuperar as energias que você anda perdendo. — Yeon disse tentando confortar a esposa, ajeitando os travesseiros atrás dela, a barriga já aparecia discreta. Ele se preocupava porque sabia o motivo dela estar tão fraca, precisava cuidar para que as duas pudessem ficar bem.

— Eu pensei num nome para ela. — a grávida responde, na tentativa de mudar de assunto e esquecer um pouco seu descontentamento.

O futuro papai olhou para ela surpreso, ele mesmo ainda não tinha pensado nisso.

— Qual?

— Se você não gostar podemos pensar em outro nome juntos, mas depois de tudo que passamos juntos, acho que Mi-rae é perfeito. Ela é o nosso futuro, vamos construir uma família juntos e sermos ainda mais felizes depois de tudo.

— Mi-rae... Mi-rae... Eu adorei o nome. — Yeon disse e ficou horas conversando com a barriga de Ji-ah, até que ela adormeceu.

No sétimo mês de gestação veio a surpresa: Mi-rae provavelmente viria antes da hora, ela já tinha todos os nutrientes que precisava e todos os órgãos formados. Os médicos não entendiam como isso poderia ter acontecido, e pensavam que pudesse ter sido um erro de cálculo. A barriga de Ji-ah estava enorme, Yeon não deixava que andasse sozinha e a acompanhava para todos os lugares, estava preocupado, desde o alerta do médico, ele quase não pregava o olho.

— Você precisa de alguma coisa? Está com fome? Quer uma água?

— Eu estou bem.

— Aish... Seus pés estão inchados, eu vou fazer uma massagem.

Por mais que Ji-ah não pudesse mais ser ativa como era, ajudou Yeon no que nos preparativos do quarto da filha, viam tudo em lojas online, e o pai ia na loja pegar. Quando isso acontecia, ela ficava sob os cuidados da mãe, de Shin-joo, ou Yu-ri, a última ia visita-la mesmo quando não era preciso, estava empolgada com a notícia de ser tia. A mãe de Ji-ah tinha se prontificado de ir na semana seguinte e ficar até a hora do bebê nascer, e isso a deixava um pouco mais tranquila, quanto mais os dias passavam, mais Lee Yeon ficava preocupado.

Como em todas as noites, ela dormiu com a raposa fazendo carinho em sua barriga, dormia já quase sentada por conta do tamanho da barriga. Mas essa noite estava particularmente difícil, Mi-rae estava inquieta, se mexia muito, e isso a fez acordar no meio da noite, respirou aliviada ao ver que o marido finalmente tinha conseguido dormir, sentiu vontade de ir ao banheiro, e foi se mexendo devagar para que Yeon não acordasse. No seu segundo passo sentiu um líquido escorrendo por suas pernas, a bolsa havia rompido.

— Querido... — chamou calmamente. — Querido!

— Hã? O que? Ji-ah!

— Eu preciso que você tenha calma. Chegou a hora.

— Omo! — ele olhou para a pequena poça de agua no chão. Se levantou rapidamente. — Precisamos ir para o hospital.

— Yeon, querido. Calma, primeiro você precisa pegar a bolsa que está no quarto da Mi-rae, eu estou bem, ainda não estou sentindo dor.

Ji-ah foi instruindo a raposa desajeitada que corria de um lado da casa para outro providenciando as coisas, e enquanto fazia isso ligava para seus sogros e Shin-joo. Quando chegaram ao hospital eles já estavam lá, e os médicos já esperavam por eles, a futura mamãe já havia começado a ter contrações e segurava forte a mão de Yeon.

— Respira, amor. Vai dar tudo certo, eu estou aqui. Doutor, ela não vai sofrer muito vai?

— Faremos o possível para que ela sofra o mínimo possível. Precisamos leva-la.

— Yeon... Vem comigo. — toda calma e coragem que Ji-ah tinha tido durante todos esses meses tinham ido embora, agora ela estava realmente apavorada e o queria por perto, sentia que choraria a qualquer momento.

—Nós vamos esperar aqui. Seja forte, Sr. Yeon! Boa hora, querida Ji-ah, Yu-ri queria vir, mas ficou com o Soo-ho em casa. — Shin-joo disse.

— Filha, já já nos vemos. — a senhora Nam falou dando um beijo na testa dela.

Assim todos se despediram e os dois entraram para a sala de parto. Mi-rae não deu trabalho nenhum ao nascer, e como a raposa de nove caudas desejou, sua humana não sofreu muito, ele não largou a sua mão um segundo sequer. A última coisa que Ji-ah viu antes de dormir foi Yeon segurando a filha emocionado.

Ji-ah despertou de suas lembranças ao ouvir Yeon resmungar enquanto dormia ao seu lado. Agora entendia o por que dela ter tido uma gravidez tão delicada, sua filha não era um bebê cem por cento humano. Sua cabeça estava cheia de dúvidas e precisava saná-las o mais rápido possível. Tirou o braço de Yeon de sua cintura e foi até o quarto de Mi-rae, que ainda dormia.

A filha do casal era muito esperta para a idade que tinha, e agora os sinais também estavam visíveis no crescimento, se não tivesse conhecido Rang, ficaria com receio de saber até quando ela se desenvolveria rápido assim, mas ao que parece, numa determinada idade estabiliza, em duas semanas ela havia crescido o limite para o mês. Não era um crescimento desenfreado, mas ela como mãe notava.

— Acordei e você não estava mais lá. — Yeon sussurrou para Ji-ah enquanto a cobria com o seu roupão aberto.

— Eu não vou fugir! — ela cochichou de volta sorrindo para ele. — Ela está crescendo, você sabe o que ela pode fazer?

— Vamos pra sala, para ela não acordar. — enquanto caminhavam Yeon disse o que ele tinha presenciado nos últimos dias sobre as atitudes da filha, principalmente sua sensitividade as coisas. — Quando tudo se acalmar eu pretendo falar com Taluipa sobre isso, talvez ela saiba de alguma coisa. O Rang, era um garotinho normal. — as feições de Yeon se endureceram um pouco ao falar do irmão.

— Você já descobriu alguma coisa sobre ele?

Yeon negou com a cabeça, Taluipa não citava nunca o nome de Lee Rang, e sempre que ele tentava tirar alguma coisa dela, era enxotado do escritório dela, esse silêncio sobre o paradeiro do irmão o deixava maluco.

______֎______

Taluipa andava de um lado para o outro com Hyun Eui-ong atrás dela. A visão que ela tinha tido a deixou arrepiada, e sem saber novamente o que fazer, se continuaria com o trato com Yeon, ou se não o envolveria mais depois disso.

— Querida você pode me dizer o que está lhe deixando desse jeito?

— NÃO! VOCÊ NUNCA MANTÉM A LÍNGUA DENTRO DA BOCA!

— Amor, você precisa se acalmar, vai atacar sua gastrite. Me conta o que aconteceu. —Hyun Eui-ong suplicou com a carinha mais fofa que conseguiu fazer.

— Ya! Eu não tenho gastrite! — ela sentou na cadeira e pegou o massageador de pescoço. — Eu vi em que corpo a quarta alma está. Aigoo... Que tragédia... era o Rang.

— O QUÊ?

Yeobo, eu não sei onde querem chegar com mais essa artimanha. Não foi uma coincidência tudo isso, como conseguiram e porquê?

— Fala com o Yeon...

— CALADO! Eu não vou falar nada ainda, preciso entender o que aconteceu e qual vai ser as próximas peças a serem mexidas. Eu vou comer você vivo dessa vez Hyun Eui-ong, ele não pode saber ainda.

Hyun Eui-ong jurou que não falaria nada, e ele estava realmente pensando em fazer isso, se o que Taluipa viu se confirmar as implicações que isso levaria para o submundo e para a vida de Yeon eram grandes.

______֎______

Yeon estava começando a ficar tranquilo a respeito da sua relação com Ji-ah, ela realmente o havia perdoado e não o abandonaria. Ela fazia panquecas enquanto ele esfriava o mingau de Mi-rae, a pequena já estava dormindo há muito tempo, e daria bastante trabalho a noite.

Com a mamadeira na mão foi cantarolando uma musiquinha que a filha gostava de ouvir na tv, para a sua surpresa ela não estava no quarto, mais uma vez, a meia raposinha tinha escapado do seu berço, e Yeon fez uma nota mental de regular o colchão no berço depois, pela porta aberta, ele deduziu que ela tivesse ido ao quarto procurar pelos pais.

— Bom dia minha princesa, estava procurando po...

O que Yeon viu congelou o seu coração, Mi-rae estava no chão ao lado do casaco que ele tinha usado na noite anterior, com tudo que havia acontecido desde que saíram da casa dos pais de Ji-ah, e o deixou jogado num canto do quarto.

— Papai... eu fiz um dodói.

Não tinha nada demais deixar um casaco jogado por aí, o problema era quando tinha um punhal mágico dentro dele. Por mais que ele estivesse machucado, por mais que tivesse triste por toda a situação com Ji-ah, Yeon nunca poderia ter deixado o punhal por aí.

Desesperado, se abaixou onde a filha estava, a mamadeira já tinha rolado longe, pegou Mi-rae no colo para verificar onde ela tinha se machucado, no dedo indicador esquerdo, tinha um pequeno traço vermelho. A garotinha se arranhara com o punhal.

— Meu amorzinho, olha para o papai, você está sentindo alguma coisa? Ji-ah! — Yeon chamou pela esposa enquanto olhava para a filha. Mi-rae estava com a testa suada, e já apontava os primeiros sinais de febre alta.

— Yeon, o que foi?

— Precisamos leva-la até Taluipa, eu deixei o casaco ali e ela pegou o punhal...

— O que tem o punhal Yeon?

— Ele não faz mal nenhum a humanos, mas a seres como eu e a Mi-rae... — Yeon começou a chorar com a filha nos braços, não se perdoaria nunca se alguma coisa acontecesse a ela.

— Yeon. Yeon! Olha pra mim. Não foi sua culpa, vamos levar a nossa bebê até a Anciã e ela vai ficar bem.

— Papai, eu tô com sono. — Mi-rae encostou a cabeça no ombro do pai, o dedo recém arranhado estava levantado, como um aviso para ela não esquecer que tinha se machucado.

— Vamos. — Ji-ah disse convicta.

Yeon dirigiu extremamente rápido, desviava dos carros como um piloto de fuga, cada segundo perdido era uma chance a menos de Mi-rae ficar boa.

Ao chegarem no Gabinete de Imigração de Vida após a morte, Taluipa e Hyun Eui-ong já o esperavam na entrada, Yeon entrou com Mi-rae desfalecida em seus braços sem nem olhar para trás. Ji-ah foi atrás dele, mas no último segundo, parou, não era permitido a entrada de humanos.

— Entre, você pode esperar aqui na antessala. — Hyun falou com piedade por ela.

— Obrigada. — Ji-ah disse acenando com a cabeça. Agora que os dois estavam na sala junto com Taluipa, ela poderia finalmente chorar. Não tinha feito isso antes por Yeon já estar se sentindo culpado o suficiente, por mais que realmente fosse, ela entendia que foram as outras circunstâncias que o fizeram cometer esse erro. Não seria preciso que ela dissesse nada, ele mesmo se martirizaria sozinho. A humana segurou firme uma fralda de pano da filha em sua mão, e torceu com todas as suas forças para que desse tudo certo. Conseguia ouvir a Anciã advertir o gumiho de dentro da sala.

— Eu avisei você! Você foi descuidado, se ela tivesse se cortado um pouco mais fundo, não teria salvação. Coloque ela aqui.

Yeon não conseguiu dizer uma palavra, ela estava completamente cheia de razão, e merecia ouvir tudo aquilo. Colocou Mi-rae no sofá de Taluipa, enquanto ela preparava alguma coisa entre as prateleiras. A raposa segurou a mão fria de sua filha, e esperou.

A anciã veio com uma espécie de incensário nas mãos, que exalava algo com uma fumaça em tons de violeta, e tomou de conta da criança.

— É preciso que ela inale um pouco disso. Sua filha vai ficar bem. — ela disse ainda fazendo os movimentos para espalhar a fumaça em cima de Mi-rae. — Não se preocupe. — ela continuou ao ver a cara desolada do filho postiço.

Assim como disse, Mi-rae foi voltando a vida aos poucos, seu rosto já ganhava a cor e sua pulsação já batia forte e tranquila, como sempre. Yeon pode finalmente suspirar de alívio, ao ver com os seus próprios olhos que sua filha ficou bem.

— Obrigado. — ele disse por fim.

— Yeon. Eu quero que você desista disso. Não é justo com você continuar essa caçada.

— Eu venho aqui outra hora para a gente conversar. Eu preciso leva-la até Ji-ah, ela deve estar preocupada. Mi-rae abriu os olhos e levantou os bracinhos para que o pai a carregasse, ela olhava para Taluipa curiosa.

A Anciã estava próxima dos dois, mas não viu quando a garota segurou a manga da sua blusa fina de estampa florida, ela olhou por cima dos óculos para a menina.

— Vovó! — Mi-rae diz e sorri. Yeon prendeu um sorriso ao ver a cara de Taluipa para a sua filha, ele sabia mais do que ninguém que era impossível resistir ao sorriso dela.

— Leva essa garota embora antes que eu fique com ela. — e antes que Yeon pudesse passar pela porta, viu o desenho de um sorriso no rosto da senhora.

Ji-ah levantou abruptamente ao ver os dois, e os abraçou aliviada ao ver que a sua garotinha estava bem, como se nada tivesse acontecido. A família se despediu de Hyun Eui-ong, que estava todo animado falando com Mi-rae, e voltaram para o carro.

A humana observava Yeon dirigir, já o conhecia o suficiente para saber que algo ainda o estava incomodando, ele a olhava de relance algumas vezes e entortava um pouco a boca de um jeito que ela sabia que estava desgostoso,

— Yeon, o que foi?

— Eu vou levar vocês para a casa dos seus pais. Não é seguro ficarem comigo enquanto eu tiver atrás das almas.

— De jeito nenhum. Yeon, eu não vou sair de perto de você, precisamos confiar um no outro, todas às vezes que fizemos coisas por nossa conta, você sabe no que resultou. De agora em diante vamos agir juntos. Foi uma fatalidade o que aconteceu com a nossa filha, mas se ficarmos juntos, isso não vai voltar a se repetir.

Yeon não disse nada, ainda não concordava em totalidade com a ideia, mas sabia que Ji-ah tinha razão em certo ponto, eles se separam todas as vezes que esconderam coisas um do outro. Mas se ele tinha prometido estar com ela em todos os momentos, o mais normal era que a sua humana fizesse isso também. Preocupava-se com a conversa que Taluipa quis iniciar, o que teria acontecido para fazer com que ela voltasse atrás num acordo?

______֎______

Rang já se sentia melhor, a senhora Kang havia feito um mingau de abalone e só o deixou voltar para o quarto quando viu o fundo do prato. Estava ansioso, não devia ter deixado que Yu-na fosse embora daquele jeito, ela disse que ligaria mais tarde, mas ele sabia que era só uma desculpa. Nenhum ser humano no juízo perfeito aceitaria uma coisa dessas.

Grande foi a sua surpresa quando viu "Yu-na " no visor do seu celular, e mal conseguiu conter o impulso de atender no primeiro toque.

"— Alô.

— Como você está? Conseguiu comer alguma coisa?

— Sim, mingau de abalone.

—O mingau de abalone da sua ma... — a voz de Yu-na foi morrendo ao se dar conta de que a senhora Kang não era a mãe dele de fato.

— Está sendo difícil para você não é?

—Eu preciso desligar, amanhã nos vemos na aula. Boa noite."

Antes que pudesse ele pudesse responder, ouviu Yu-na desligar. Agora ele estava sozinho, precisava por a cabeça no lugar e saber o que fazer, a primeira coisa delas era ir ao médico para ter uma noção do que estava acontecendo e quanto tempo tinha.

Seu rosto no espelho estava com uma aparência boa, não parecia que tinha acontecido tudo aquilo nas últimas 24 horas, tomou uma ducha quente e antes de dormir tomou mais um comprimido que Yu-na tinha dito para ele tomar. Não sabia se faria efeito, mas quis cumprir a promessa que havia feito. Logo pela manhã procuraria o médico que o atendeu no hospital, cujo sempre se falavam pelo telefone, quando necessário.

Pela manhã, Rang avisou aos pais de fachada que iria ao médico, ambos ficaram super preocupados, mas ele conseguiu tranquiliza-los dizendo que era apenas um exame de rotina para averiguar a lesão na cabeça e a perda da memória.

Por mais que soubesse que não estava bem, Rang dirigia nervoso para a clínica, esperava que tivesse tempo o suficiente para fazer as coisas que queria fazer. E as palavras do médico não foram muito animadoras.

— Jihoon, eu vou ser bem franco, no estado em que você está se encaminhando, eu sugiro que você se interne. Suas defesas estão muito baixas e qualquer coisa poderia se agravar para uma doença mais preocupante.

— Quanto tempo eu tenho?

— É difícil dizer, porque não consigo nem entender ainda o motivo disso ter acontecido, estou analisando com a minha equipe se tem alguma possibilidade de o acidente ter sido o fator chave para isso. Mas, bom...Se você se cuidar, e não ficar gripado, ou pegar algum outro vírus comum, dou dois meses até os seus órgãos começarem a falhar. Sinto muito.

— Eu não vou internar, preciso resolver muitas coisas e não vai adiantar muita coisa eu ficar aqui ou não já que vou morrer do mesmo jeito. Eu só peço que mantenha segredo, eu mesmo vou contar para os meus pais.

— Não é o meu conselho como médico, mas também não posso obrigá-lo. Terá o meu sigilo, não se preocupe.

Ao se despedirem, Rang encontra Yu-na na recepção, a enfermeira a orientava onde ficava a sala em que ele estava.

— Eu pensei que você fosse me avisar que viria ao médico.

Rang a olhava surpreso, não esperava encontra-la ali, maior o choque ainda foi quando ela pegou em sua mão.

— O que o médico disse?

Rang sempre soube mentir muito bem, no entanto, pela primeira vez em sua existência, se sentia nervoso ao ter que fazer isso, engoliu seco e tentou falar da forma mais natural e largada que conseguiu.

— Estou com as defesas do corpo um pouco baixas, ele me passou umas vitaminas e bastante repouso.

Yu-na havia acredita suspirou aliviada e o abraçou, a ex raposa estava começando a se acostumar com as demonstrações de carinho da jovem, e tão logo retribuiu o seu abraço, aliviado por ela ter acreditado. De mãos dadas forma andando para fora do hospital, Rang estava completamente confuso, não entendia o porquê de a humana estar ali depois de descobrir que ele era uma alma que tinha tomado de conta do seu namorado.

— Vamos continuar nos vendo? — ele perguntou assim que chegaram no estacionamento do seu apartamento.

— Eu disse que gostava das suas duas versões não foi? Bom... não é bem duas versões, mas... Eu gosto de você... Rang.

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