WILDFLOWER - taekook

By fixtaekook

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[CONCLUÍDA] Quando o advogado Jeongguk precisa se infiltrar naquela zona de Seul para concluir um de seus tra... More

capítulo 2.
capítulo 3.
capítulo 4;
Inspiração para Wildflower

capítulo 1.

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By fixtaekook

O dia estava amanhecendo em Seul, era sexta feira e muitas boates começavam a fechar e botar seus clientes gentilmente para fora. O centro do local se encontrava com vários jovens andando por lá, a maioria indo para o metrô. Em uma das ruas que cortava a principal, algumas lojas já começavam os seus preparativos para abrir. Aquele era um local movimentado todos os dias da semana e sossego era algo que você não poderia encontrar ali.

Dentro de uma das lojas era possível se ouvir o barulho de uma tesoura cortando alguma coisa, o ranger de algo se balançando e a respiração um pouco mais forte da pessoa que fazia tudo aquilo. As flores tomavam conta do local, e seu dono ia de uma em uma ajeitando as mesmas para que quando abrisse a loja elas estivessem no melhor estado o possível, tudo deveria estar impecável, e Kim Taehyung sabia muito bem como deixar as suas flores perfeitas. Ele suspirou vendo umas azaleias e sorria ajeitando o arranjo no vaso. Guardou a tesoura no bolso do avental e se dirigiu ao balcão. Aos poucos ele terminava de arrumar o local. Ouviu uma batida na porta depois de minutos e se dirigiu até lá.

— Bom dia, Yeonjun. – disse dando espaço para o garoto entrar, ele sorriu tirando o boné e já vestindo a blusa com o nome do local.

— Bom dia, chefinho. – piscou um olho pra ele e saiu loja adentro para deixar suas coisas nos fundos.

Taehyung revirou os olhos rindo, abriu a porta saindo da loja e vendo seu vizinho que começava a abrir a cafeteria do outro lado da rua, Taehyung acenou para ele e se virou destrancando os cadeados das portas de metal que cobriam as suas vitrines. Ele as empurrou para cima, e logo já podia ver todas as flores balançarem levemente com o vento que se soprava naquele momento.

— Yeonjun você já tomou café? – perguntou entrando na loja e o vendo sentado no banco que ficava atrás da máquina registradora, ele negou sorrindo. – de novo?

— Hyung eu não gosto muito de tomar café, você sabe. – respondeu simples. Olhava um arranjo de flor no balcão sorrindo. – ficou bonito esse, você realmente possui talento Tae hyung. – talvez ele estivesse tentando mudar de assunto, Taehyung sabia disse, pois o conhecia como ninguém.

— Obrigado, mas eu quero que você vá pelo menos comer um pedaço de bolo. Tem na geladeira da sala aí atrás. – colocou as mãos apoiadas na bancada e Yeonjun suspirou. – é sério, da última vez você passou mal, não quero isso acontecendo de novo. – soou sincero, Yeonjun era um excelente funcionário, e o único que tinha. Podia parecer pouco para as demandas que sempre tinham, mas eles conseguiam se virar muito bem e fazer um ótimo trabalho também.

— Ok Taehy, mas só porque você pediu. – piscou para ele novamente e Taehyung riu. Yeonjun era como um irmão mais novo.

Quando havia inaugurado a floricultura, quase quatro anos atrás, o garoto que ainda estava no segundo ano do ensino médio passou na frente e entrou perguntando se ele tinha rosas. Taehyung riu na hora e confirmou, Yeonjun então ia todos os dias e comprava uma rosa. Em um desses dias o Kim perguntou para ele o porquê de todos os dias ele comprar as flores. Yeonjun disse que ele levava para a sua avó, que ela tinha alzheimer e as levava porque a última coisa que havia prometido para ela, e que ela se lembrava, era que ele iria levar uma rosa para ela.

Taehyung achou a história tão fofa, e acabou por sempre dar uma rosa sem cobrar do menino, e todos os dias ele aparecia. Mas em uma semana ele não deu as caras nenhuma vez e Taehyung ficou preocupado. Yeonjun apareceu depois de mais alguns dias, ele sorriu e pediu uma rosa branca. Assim que lhe foi entregue ele disse que queria pagar, pois era a última que levaria. O mais velho entendeu o que ele quis deixar a entender e o permitiu fazer o que queria.

Um mês após, Taehyung estava precisando de um ajudante novo e colocou um cartaz na frente da sua loja, no mesmo dia ele viu o rosto conhecido de Yeonjun e o mesmo perguntou sobre a vaga. Ele disse que ainda estava estudando, mas que poderia fazer todas as coisas à tarde, e era o horário do qual Taehyung precisava. Sem muitos testes ele foi contratado e logo passou a entender tudo e mais um pouco sobre todo aquele trabalho. Ele era esperto e aprendia muito rápido tudo que o dono ensinava.

Os dois se tornaram bastante amigos. Depois de algum tempo trabalhando para Taehyung, o mais novo conseguiu finalmente falar sobre a sua avó e como as coisas haviam ocorrido, tinha sido muito mais triste do que Taehyung poderia imaginar. Ela era única pessoa que Yeonjun tinha, e depois da morte da mesma ele passou a morar numa casa para jovens desfavorecidos, mas que ele só tinha mais um ano lá até ser mandado embora, já que iria fazer seus 18 anos e sair da escola. Taehyung disse para ele pegar as próprias coisas e levar para lá, Yeonjun não sabia, mas a casa do Kim era em cima da floricultura e ele tinha um quarto sobrando.

Assim a amizade deles apenas cresceu e Yeonjun via em Taehyung o irmão mais velho que nunca teve. Quando o garoto passou na faculdade de desing visual, Taehyung chorou como se fosse alguém dá sua própria família. Ficou tão orgulhoso e como presente decidiu dar todos os equipamentos que ele iria precisar naquele primeiro ano. O Choi trabalhava de manhã e até metade da tarde, Taehyung o liberava para estudar antes de ir para as aulas a noite. Depois de um tempo, Yeonjun chegou com um garoto um pouco mais alto que ele na porta de casa.

'Oi hyung.' – falou com um sorriso assim que Taehyung abriu a porta, o mesmo analisou o menino do seu lado. Ele tinha os cabelos pretos e que caiam acima de seus olhos. Os dois entraram na casa, se sentaram no sofá e Yeonjun estava nervoso, mas olhou Taehyung que o encarava de volta e enquanto segurava a mão da pessoa do seu lado ele tomou coragem. – 'hyung, esse é Soobin, a gente se conheceu no curso no começo desse ano, ele é meu namorado já tem alguns meses.' – falou baixinho e apertando a mão na de Soobin.

'Eu meio que já suspeitava.' – Taehyung falou com um sorriso e Yeonjun franziu o rosto olhando o de seu namorado. – 'ele vem te deixar toda noite aqui na frente Yeon.' – Taehyung sorriu e o menino concordou um pouco aéreo ainda. – 'oi Soobin, eu sou o Taehyung, prazer em te conhecer.' – esticou a mão para ele que sorriu e o cumprimentou.

'Você não tem problema com isso?' – Yeonjun tinha os olhos brilhantes e Taehyung.

'Claro que não Yeon, eu fiz o seu macarrão preferido hoje, vocês estão com fome?' – perguntou.

'Eu estou.' – Soobin se animou, eles se levantaram e o mais velho pediu a ajuda para ajeitar as coisas e os dois fizeram, depois de jantarem e Taehyung explicar várias coisas a Soobin sobre flores, ele foi embora sorridente, assim que Yeonjun fechou a porta ele se virou e abraçou Taehyung que logo ouviu os soluços do mais novo.

'Muito obrigado!' – falou se separando dele e limpando seu rosto com as mãos trêmulas, Taehyung sorriu e piscou tentando dissipar as suas próprias lágrimas. – 'obrigado mesmo, de verdade.' – ele tremia e voltou a chorar. Taehyung o abraçou novamente.

'Não precisa me agradecer por nada, eu não fiz nada demais.' – sorriu passando as mãos nos cabelos dele.

'Você me aceitou, isso é muita coisa.' – falou o olhando e Taehyung riu baixo e suspirou.

'Óbvio que eu aceitaria você Yeonjun, por que eu faria o contrário?' – o Choi então começou a chorar mais e Taehyung riu o abraçando novamente. – 'não sabia que você era tão chorão assim Yeon.' – falou, mas entendia aquilo, entendia como ninguém.

'Taehy, você é a única pessoa que eu tenho.' – ele disse entre lágrimas. – 'você é o mais perto de família que eu tenho, mesmo que nós não tenhamos nenhuma ligação de sangue, você é o modelo que eu sigo e não é só aceitação, é tudo.' – suspirou e Taehyung concordou. – 'eu sei que eu não falo dessas coisas de sentimento, que eu não choro e que talvez eu não demonstre toda a gratidão que eu tenho por você, mas eu tenho muita, você me salvou quando ninguém ao menos tentou.' – o Kim sentiu uma lágrima descer seu rosto. – 'e eu amo você, de verdade.' – falou e Taehyung riu um tanto sentindo o rosto mais molhado.

'Amo você também, pirralho.' – falou e limpou o rosto dele. – 'não vou te deixar sozinho, nunca, te prometo.' – segurou os braços dele que concordou e prometeu o mesmo. Yeonjun se sentia mais leve e ajudou o Kim a arrumar a sala, foi para o seu quarto e antes de entrar Taehyung lhe chamou. 'ah Yeon.' – se aproximou abrindo a porta do próprio quarto. – 'eu aceitaria você de qualquer forma, porque eu sou igual a você, boa noite.' – falou e entrou no quarto fechando a porta.

Yeonjun ficou um tempo parado segurando a maçaneta da porta do seu quarto processando a nova informação que havia recebido, Taehyung nunca tinha tocado naquele assunto e o menino nunca havia o visto com ninguém, mas na sua cabeça e principalmente por conta do país que eles moravam, ele tinha aquele conceito prévio sobre Taehyung ou qualquer pessoa, de que eles gostavam do sexo oposto. Quando ele assimilou, segundos depois o Kim ouviu batidas na porta e o outro falando como nunca havia falado aquilo pra ele. Ele riu e o mandou ir dormir. Yeonjun foi com inúmeros questionamentos e Taehyung apenas ria da situação.

Yeonjun passou o outro dia lhe encarando com um bico nos lábios e a testa franzida. Taehyung ria o olhando e depois o explicou sobre ele, e sobre as coisas, que não se envolvia com ninguém fazia alguns anos e mesmo que sentisse falta ele não estava querendo aquilo naquele momento, só mais para frente. Yeonjun entendeu e Taehyung lhe falou sobre quando tinha contado a sua mãe e mesma reagiu de forma ruim, e que ele entendia os sentimentos do Choi.

Explicou como foi expulso de casa aos 18 logo depois de entrar na faculdade de biologia, felizmente ele tinha amigos muito bons que o abrigaram e ele pode seguir a sua vida enquanto trabalhava e estudava. Explicou como foi um tempo muito precioso pra ele na universidade e como ele tinha aprendido muito. Falou sobre ter sido professor e como aquilo lhe ensinou bastantes coisas, mas que precisou parar por vários motivos. Depois daquela conversa Yeonjun e ele criaram um laço muito forte e que vinha apenas se fortalecendo ao longo dos anos.

Dois anos depois Yeonjun e Soobin se encontravam mais apaixonados que nunca e Taehyung mais enjoado dos afetos que todos.

Os namorados riam das caretas que ele fazia ou quando falava que eles eram muito pegajosos, no começo daquele ano Yeonjun chegou falando que iria se mudar para o apartamento que Soobin estava alugando mais perto da universidade, Taehyung desabou em lágrimas, mas disse que estava tudo bem, só que iria sentir falta dele. O garoto riu e disse que ainda se veriam todos os dias no trabalho. Ele já tinha se mudado tinha 4 meses, Taehyung já havia se acostumado a não ter o mesmo em casa, mas de vez em quando o chamava para lá com Soobin. E assim ela vinha vivendo feliz com a sua pequena família.

— Bom dia Taehyung. – Namjoon falou entrando na loja, o dono sorriu enquanto ajeitava uma das flores em um dos vasos.

— Oi hyung, como vai? – eles se conheciam dos tempos da universidade. Namjoon era um dos seus amigos mais próximos, ele trabalhava em um estúdio perto dali e sempre aparecia para dar bom dia ou comprar cactos, já que gostava de o dar de presente para as pessoas do seu trabalho.

— Vou bem, muita demanda naquela empresa, rookies para todos os lados. Pessoas muito novas fico perdido. – disse e Taehyung riu tocando o braço dele. Ele era produtor musical e sempre aparecia com um hit diferente de grandes grupos. – vamos jantar hoje com o pessoal? – perguntou e o mais novo concordou. – você precisa sair mais com a gente, fica enfurnado no meio das suas plantas 24 horas por dia.

— Ai, para! – falou o mostrando os novos cactos. – vocês sabem que eu sou mais reservado. – suspirou ajeitando os cactos.

— Você não era assim na universidade, era o mais festeiro do curso de Biologia, lembro bem. – Namjoon pegou dois vasinhos sorrindo. – você mudou tanto que eu e os meninos ainda ficamos chocados.

— Faz 11 anos que eu entrei na faculdade, eu tinha 18 anos, hoje eu tenho 29 e as pessoas mudam. – deu de ombros. Pegou as sacolas da loja e Namjoon lhe entregou o dinheiro. – não é algo que faz muita diferença Joon, tipo não agora, a floricultura é o que eu mais prezo no momento, junto de vocês, do meu pirralho e do namorado dele, apenas isso. – sorriu.

— No dia que esse garoto inventar de mudar de cidade você morre, tanto por ele quanto pelo Soobin, os dois são seus filhos, mesmo que não tenha lógica nas idades para isso. – falou rindo e Taehyung revirou os olhos.

— Não me imagino sem eles mesmo, mas deus me livre Namjoon, não fale coisas assim. – colocou a mão no peito. Namjoon gargalhou e abraçou Taehyung.

– Eu te busco as sete, bom trabalho. – Taehyung concordou

— Bom trabalho Joon. – viu o amigo sair e respirou fundo pensando nas palavras dele. Realmente tinha mudado bastante naqueles anos, mas ainda não estava preparado para ter aquela conversa com ninguém. Balançou a cabeça dissipando os pensamento, sentou no banco do caixa e ficou olhando suas flores e sua loja, realmente não queria nada diferente daquilo.

— O tio Joon passou aqui? – Yeonjun falou voltando da sala dos fundos comendo um pedaço de bolo.

— Você o chama de tio pra zoar né? Você já tem 20 anos, não mais 17. – Taehyung o encarou.

— Óbvio que é pra zoar. – deu de ombros.

— Qualquer dia desses ele te chuta. – o mais velho falou e Yeonjun riu.

Algumas pessoas começaram a entrar na loja e os dois começaram a trabalhar como em qualquer dia normal, mas para Taehyung aquele dia realmente fugiria um pouco da sua rotina costumeira horas mais tarde.

[...]

Do outro lado da cidade, o movimento também já era bastante grande nas áreas comerciais e principalmente no prédio comercial mais luxuoso daquela região. Os passos de Jeon Jeongguk eram ouvidos no corredor do escritório de advocacia que trabalhava, sorria dando bom dia aos funcionários do local, era conhecido como o mais simpático e bonito de lá. Seus cabelos estavam um pouco grandes, e usava um terno cinza, uma calça social preta e uma blusa de mangas longas de mesma cor. Ele tinha um copo de café na mão e adentrou a sua sala depois de chegar no fim do corredor. Fechou a porta e girou a chave, puxou o ar profundamente e exibiu o rosto cansado.

Foi cambaleando até a sua mesa. Largou sua bolsa lá e seu café, puxou da cintura a sua arma e a colocou na mesa, tirou o terno o colocando na cadeira. Sua cabeça ainda estava tonta da madrugada anterior e sentiu o abdômen doer. Ele apoiou a cabeça nas mãos e ficou questionando novamente a sua vida, como sempre fazia naquelas manhãs, já tinha um tempo, mas das semanas anteriores até aquela em questão ele já não conseguia parar de pensar naquilo. Pegou o copo de café e bebeu um grande gole sentindo a sua garganta queimar. Grunhiu e voltou a apoiar a cabeça nas mãos.

Puxou sua pasta e de lá um arquivo. Abriu a pasta amarela lendo algumas informações que já haviam sido passadas para ele na noite anterior. Só mais esse, ele pensou e fechou os olhos tentando fazer com que aquilo de fato se concretizasse. Leu mais algumas coisas e anotou outras em sua agenda, depois de alguns minutos ouviu batidas na sua porta e pelo vidro fosco conseguia enxergar uma figura baixa, guardou sua arma e os arquivos numa gaveta logo indo até a porta.

— Bom dia, Jimin. – disse abrindo a porta dando de cara com a figura loira.

— Como sabia que era eu? – ele perguntou entrando na sala.

— Você é o único com um metro e meio do escritório, tinha que ser você. – respondeu e recebeu um chute na canela. Se Jimin soubesse que o seu corpo estava cheio de machucados não teria feito aquilo, ele reprimiu a vontade de reclamar da dor e sorriu para o homem. – ataca as pernas porque não chega no rosto né? – Jimin lhe mostrou o dedo do meio e ele gargalhou, daquela vez de verdade.

— Como está indo o caso do senhor Park? – ele perguntou e Jeongguk se encostou na mesa.

— Já fiz todos os trâmites, todo o processo, já foi enviado ao tribunal, agora precisamos esperar a ordem deles. – cruzou os braços. – se bem que eu acho que é causa perdida Jimin, a empresa provavelmente vai ganhar em cima de nós e isso me deixa frustrado. – soou. – apesar de termos provas e um bom advogado, no caso eu. – Jimin revirou os olhos. – falando sério, a empresa tem acesso lá dentro do tribunal e isso é uma pouca vergonha, o senhor Park foi muito prejudicado e no mínimo eles deveriam pagar a indenização.

— A gente não ganha todas, infelizmente. – Jimin disse e Jeongguk concordou. – eu vou pegar o da Hani. – na hora os olhos de Jeongguk lhe miraram com intensidade.

— Jimin, pelo amor de deus. – falou.

— Não posso negar trabalho, e infelizmente vai ter que ser o dela. – Hani era conhecida por vários naquele escritório e ela sempre processava as empresas que trabalhava, a maioria das pessoas já tinham notado que ela fazia aquilo por um desejo estranho, o marido rico pagava os trabalhos do escritório e não podiam negar. O chefe deles não o fazia, então alguém sempre era premiado com os processos loucos de Hani e ela sempre os ganhava. – mas o que temos a temer, ela tem o juiz comprado. – Jimin deu de ombro e Jeongguk bufou.

— Odeio essa merda, juro, não tem algo que mais me deixa puto nessa profissão do que a corrupção desses juízes filhos da puta. – mexeu nas mãos, não que ele fosse algum santo, mas pelo menos seus trabalhos a parte não envolviam nada daquela mundo. Ou quase. – sabe, a gente estuda pra termos o mínimo de senso, e ai o que mais a gente ver por ai é gente sem esse conhecimento, e se tem eles fingem que não estão nem ai. – bufou.

— É realmente, bom, queria só te dar um bom dia Jeon. – Jimin o olhou. – vai almoçar no restaurante hoje? – perguntou indo até a porta e Jeongguk negou.

— Vou ter que ir no banco. – mentiu, como sempre fazia.

— Você quebrou o cartão de novo? – ele perguntou e assim fez Jeongguk lembrar que precisava de uma nova desculpa para todas aquelas suas saídas do local.

— Não, eu preciso de algumas informações sobre um dinheiro que está na minha conta. – sorriu e Jimin concordou.

— Até depois então. – ele saiu da sala e Jeongguk suspirou sentando-se na cadeira. Puxou a gaveta pegando o arquivo de novo, esperava que conseguisse achar as provas sobre aquela pessoa logo, já que a mesma era a sua saída daquele mundo.

A manhã passou na velocidade da luz, como sempre era. Jeongguk pegou suas coisas e saiu de sua sala indo ao estacionamento do prédio, precisava logo cuidar de dar uma olhada no local do arquivo para assim traçar um plano o mais rápido o possível. Entrou no seu carro e tirou o terno o colocando no banco de trás, puxou uma outra camisa e desabotoou a que usava, a tirou olhando suas tatuagens nos braços e no peito. Viu o hematoma no abdômen e suspirou, vestiu uma camisa de mangas curtas, desarrumou os cabelos e colocou seus óculos escuro. Deus! Como ele queria poder se vestir daquela maneira no trabalho. Pelo menos no seu trabalho verdadeiro.

Jeon Jeongguk era conhecido em outra parte da cidade, e não apenas por ser um excelente advogado de causas trabalhistas, mas por sua seriedade e sua inteligência. As 20, ele seguiu o irmão mais velho que estava agindo de modo estranho em casa tinha algumas semanas. Foi parar no meio de uma boate barulhenta e cheia de pessoas doidas, não que ele não gostasse de boates, mas aquela em específico ele estava achando estranha, foi atrás de seu irmão no local o vendo conversar com alguém em uma sala e receber pacotes. Jeongguk sabia muito bem o que era aquilo e voltou para casa com os nervos à flor da pele, esperou o mesmo chegar e foi ao quarto dele.

'Junghyun o que você pensa que está fazendo?' – Jeongguk dizia com a voz baixa para não acordar a mãe deles. O mais velho lhe olhava furioso, Jeongguk segurava o pacote de droga nas mãos. – 'você acha que isso é a solução para os seus problemas?' – perguntou sério.

'Para os nossos são Jeongguk, papai está doente, eu e você com os nossos trabalhos não conseguimos dar conta do tratamento dele, mamãe já está esgotada trabalhando naquela loja.' – ele falou pegando o pacote e Jeongguk bufou, realmente as coisas estavam muito difíceis, mas não era daquela maneira. Não podia ser.

'Você não pode se confiar nessas coisas, isso pode te matar hyung, isso é crime, se te pegam eles te prendem.' – falou tentando o convencer.

'Jeongguk não começa com esses seus papos de aluno de direito, por favor.' – pediu e Jeongguk sentiu as mãos tremerem.

'Isso é a realidade seu idiota, isso é a realidade, não é o meu curso.' – falou com raiva dando um tapa na cabeça do menino.

'Eu não vou parar, eu não posso, não agora que eu já entrei e me comprometi.' – ele não parecia feliz com aquilo e Jeongguk suspirou. – 'nós somos pobres Jeongguk, nosso pai tem câncer, a nossa mãe se mata de trabalhar assim como eu e você para termos o que comer, esse dinheiro vai ajudar a não ser tão pesado, porque poderemos ter dinheiro sobrando, já que eu posso com o que ganhar disso pagar o tratamento do papai.' – explicou e Jeongguk mexeu nos cabelos ainda relutante com aquilo. – 'eu sei que é cruel, que é errado, mas as vezes é a única saída.' – ele comentou.

'Só não seja pego, a mamãe já está mal por causa do papai, se ela te perder e descobrir o que você faz ela vai morrer, e eu não quero isso.' – sussurrou.

'Me ajuda então.' – ele pediu.

'Não, eu não vou fazer isso.' – respondeu na mesma hora. – 'faça, mas assuma a responsabilidade, se você me aparecer morto, eu vou te ressuscitar e te matar.' – falou sério e seu irmão concordou. – 'não traga ninguém aqui, faça seus assuntos longe daqui.' – disse.

'Achei que eu era o hyung.' – falou, na mesma hora Jeongguk lhe deu um tapa no rosto e apontou o dedo em sua cara.

'Eu disse que você não vai fazer isso aqui perto, e que você não vai trazer ninguém aqui, você entendeu?' – disse duro, Junghyun lhe olhou com a mão no rosto e concordou. – 'esconde essa merda e eu não quero mais isso aqui amanhã, some, vende, faz o caralho a quatro, mas não quero mais aqui.'

Ele saiu do quarto com a cabeça pegando fogo e foi ao seu deitando na cama. Junghyun era apenas dois anos mais velho, fazia curso de engenharia química, e assim como ele os dois possuíam bolsas e pagavam apenas 20% da faculdade, e mesmo assim era complicado.

Com a descoberta da doença do pai deles tudo parecia só piorar e aquilo estava deixando a casa que moravam no pior clima de depressão o possível. Jeongguk chorou naquela noite, chorou com medo de perder seu irmão, pois aceitar a ideia que tinha muitas chances de perder o seu pai já tinha sido horrível, a de perder seu melhor amigo não seria menos.

No outro dia acordou no mesmo horário de sempre e ajudou sua mãe no café, ela tinha olheiras e dor nas costas, mas sorria como sempre. Ela lhe beijou na bochecha e saiu de casa indo a loja que trabalhava. Jeongguk foi ao quarto de Junghyun e ele já não se encontrava mais lá. Deu o café de seu pai e o mesmo agradeceu, disse para ele ir se não ia se atrasar para aula. Jeon checou tudo antes de sair. Foi correndo a faculdade e assistiu suas aulas, depois se dirigiu ao trabalho que tinha numa loja que vendia coisas para caça, como armas e afins.

Não era o melhor trabalho do mundo e logo ele precisaria de um na sua área, mas era o que ajudava a pagar as contas em casa. E já até havia aprendido a usar armas de fogo, então se um dia precisasse usar ele não iria sair ruim ao todo. Fechou a loja as sete da noite e esperou o ônibus para ir para casa.

Chegando em casa viu sua mãe e pai sentados no sofá vendo um dos canais com imagens péssimas na televisão. Os admirava muito, mesmo com tudo, o amor deles continuava forte como nunca. As vezes se emocionava pensando naquilo e que se pra ele era difícil a ideia de perder seu pai, para sua mãe, perder o amor da vida dela deveria ser muito pior. Dissipou os pensamentos e jantou o macarrão que tinha numa das panelas.

Junghyun não estava lá e tentou não se ligar muito no assunto da noite anterior. Durante as duas semanas que se passaram as coisas pareciam normais e depois de seu irmão aparecer com um dinheiro 'extra' sua mãe parecia mais aliviada, já que teriam mais recursos para pagar as coisas em dia. Jeongguk tentava ao máximo esquecer sobre aquele assunto e seguia sua vida de faculdade e trabalho sem muitos alardes, havia conseguido uma entrevista em um fórum trabalhista e no dia da mesma sua mãe lhe preparou um café reforçado e seu pai lhe deu toda a bênção possível, iria faltar a faculdade naquele dia para ir lá.

E findou que tudo havia ocorrido de maneira muito boa, coisas assim não aconteciam há tanto tempo que o garoto até achava estranho, começaria na outra semana e ligou animado para mãe contando, estava ainda mais animado pelo salário ser maior. O dia estava a mil e uma maravilhas, de noite enquanto deitado em sua cama ouviu seu celular tocar, o pegou vendo o nome de seu irmão e sentiu o coração palpitar nervoso.

'Alô.' – disse.

'Jeongguk... eu preciso da sua ajuda.' – a voz de Junghyun saia baixa e Jeon não gostou do tom da mesma. – 'eu sei, eu sei que eu não deveria te pedir, mas eu preciso muito, não envolve vender nada, eu só preciso que você me diga um endereço e pesquise sobre uma pessoa para mim.' – falou e Jeongguk ficou pensando, mas colocou o fone de ouvido plugado no telefone.

'O que você precisa?' – disse já abrindo o navegador de pesquisas do celular.

Junghyun começou a lhe explicar sobre uma pessoa que ele precisava encontrar em certo ponto da cidade, mas que não havia sido lhe descrito muito sobre na hora que lhe foi entregue os produtos, e que se não conseguisse ele seria despejado da gangue. Jeongguk começou a fazer suas buscas e por fim conseguiu ajudar o irmão que o agradeceu e desligou a ligação. Jeon não se sentia muito feliz com aquilo, mas ficou esperando o seu hyung chegar e quando o mesmo o fez ele foi até o quarto dele.

'E ai?' – perguntou e Junghyun o olhou.

'Deu tudo certo, muito obrigado Jeongguk.' – falou e o menino deu de ombros. – 'você sério um ótimo stalker pros caras.' – ele comentou.

'Os caras?' – Jeongguk sentou na cama do irmão.

'É, com quem eu pego os pacotes, as vezes eles precisam de serviços assim, e tipo não envolve nada muito ilegal, eles só precisam de informações e coisas do tipo.' – ele explicou e Jeongguk ficou o olhando.

'Não.' – disse negando e o irmão deu de ombros.

Ele saiu do quarto dele e foi ao seu pensando naquilo, mas não ia se deixar levar, era errado e ele não podia se envolver naquilo. Dormiu ainda com os pensamentos no assunto. Mas o que ele não sabia é que semanas depois ele realmente aceitaria entrar naquele mundo por um ato de desespero e que 8 anos mais tarde ainda não teria se desvinculado daquilo, mesmo depois de tirarem o seu melhor amigo de si.

Jeongguk se enfiou num buraco onde nunca pensou que cairia e ele ainda estava sujeito a pena. E por um momento esqueceu, mas nos últimos meses vinham martelando em sua mente e por isso prometia que aquele seria o último. Daria finalmente um ponto final naquilo.

[...]

Jeongguk estava parado dentro de seu carro olhando a rua comercial na sua frente, precisava encontrar a casa da mulher dos arquivos e suspirou saindo do carro, iria fazer o que sempre fazia: média. Andou até uma cafeteria e pediu um café gelado. Ficou olhando em volta e gravando cada detalhe do local, do lado de fora passava os olhos pelos cantos, ele iria precisar visitar aquele local mais vezes, precisaria de informações que talvez só as pessoas daquele local poderiam lhe fornecer. Andava devagar pela calçada quando sentiu algo passar pelo seu rosto e levantou vendo uma folha de uma flor.

Olhou para cima lendo a placa da loja 'Kim's Garden' sugou o seu café e foi andando olhando a mesma, sentiu seu corpo se chocar com algo e seu copo abrir com o impacto, o líquido gelado escorreu pelas suas mãos e quando abaixou os olhos viu bem na sua frente um rosto fechado e com a testa franzida. Não soube ao certo o que estava acontecendo, só conseguia encarar os grandes olhos castanhos escuros, o nariz bonito com uma pinta na ponta, os lábios desenhos por deus, o rosto mais lindo que já tinha visto na vida. Então se tocou do que ocorria.

— Caralho, olha por onde anda né! – o homem disse e Jeongguk engasgou olhando a blusa amarela manchada de marrom. Taehyung olhava a pessoa na sua frente, possuíam a mesma estatura, e teve que admitir para própria mente o quão bonito ele era, mas acordou dos pensamentos ao ouvir a voz dele.

— Meu deus! Eu sinto muito, me desculpa, sério! – Jeongguk se desesperou e possivelmente a sua cara deve ter sido muito engraçada, pois alheio riu do modo que ele estava. – sério, eu estava olhando pra cima, eu sinto muito! Eu pago uma camisa nova, essa vai ficar manchada. – disse engolindo a seco e o homem revirou os olhos.

— Está tudo bem, mas compra alguma flor pelo menos. – o homem cruzou os braços com um olhar penetrante. Marketing era tudo.

— Claro, com certeza. – ele disse confirmando com a cabeça e Taehyung riu adentrando a loja. – sabe onde eu posso jogar isso? – ele perguntou com o copo na mão e Taehyung apontou para o lixo do lado do balcão. Jeongguk foi lá de cabeça baixa pensando inúmeros xingamentos por ter simplesmente jogado café no cara mais bonito do planeta. – sério me desculpa.

— Eu já disse que está tudo bem. – o outro respondeu. – de que flor você gosta? Tenho várias, Amarílis, Rosas, Lírios, Violetas, Camélias, Azaléias, Botão de Ouro, essa são lindas... – falava e Jeongguk olhou ao redor totalmente perdido e sem uma direção, ele não sabia muito sobre flores, então viu uma mesa no canto.

— Aquilo são cactos? – perguntou e o florista riu concordando.

— Vocês sempre pegam os cactos, incrível. – respondeu.

— Acho que pode ser o único que eu não mate. – disse mexendo as mãos e o outro riu.

— Cacto é muito mais fácil de matar do que a maioria das plantas daqui, mas ok, cactos.

— Vou querer dois, por favor, não, me dá três, vou levar um pra minha mãe. – comentou e Taehyung pediu pra ele se aproximar.

— Escolhe. – apontou e Jeongguk os olhava com cuidado. Pegou os três vasos e seus olhos eram grandes, ele mirou em Taehyung que virou e ficou o observando por um milésimo de segundo, o dirigiu até o caixa. Começou a embalar os pequenos. Jeongguk olhava as flores e realmente eram bem bonitas, ele esticou o cartão a Taehyung o pegou e colocou numa máquina.

— Jura que eu não posso te comprar uma blusa nova? – perguntou e Taehyung subiu o olhar para ele suspirando. Jeongguk não se sentia intimidado a tanto tempo, mas o de blusa amarela que possuía um olhar forte estava quase o fazendo se ajoelhar e pedir perdão. – débito. – engoliu a seco e recebeu a máquina nas mãos.

— As instruções estão nos cartões dentro da sacola, tem um número também para caso de dúvidas. – explicou e Jeongguk concordou.

— Tem uma janela no meu escritório se eu o deixar lá pra sempre ele morre? – perguntou e o de cabelos castanhos riu contido.

— Não, deixe ele lá e olhe as instruções de como deve aguar cada um deles. Ok? – Jeongguk se sentiu um pouco besta, o da sua frente parecia que explicava para uma criança.

— Ok. – ele então olhou o crachá preso no canto da blusa e leu o nome, Kim Taehyung. – obrigado, Kim Taehyung. – disse e sorriu. O homem da sua frente deu um leve sorriso para ele. – e me desculpe de novo.

— Para com isso. – mexeu as mãos.

— Jeon Jeongguk, é o meu nome, sou advogado, se precisar processar alguém me procure, eu faço de graça, mas por favor, não me processe. – Taehyung se deixou rir e fechou os olhos concordando.

— Ok, boa tarde. Obrigado pela compra.

— De nada, e boa tarde. – Jeongguk deu um último olhar no homem e saiu da loja mirando a rua e logo as sacolas em sua mão, aquele dia estava completamente louco e o seu coração também. Foi para o seu carro e decidiu voltar outra hora para ver suas informações, estava envergonhado demais para prosseguir e aquilo ia lhe desconcentrar.

Yeonjun assim que viu o homem sair riu consigo mesmo. Viu Taehyung ajeitar as flores no balcão.

— Ele se apaixonou por você. – disse e o Kim lhe olhou.

— Por favor. – respondeu e Yeonjun riu.

— Olhe pelo lado bom, já tem um advogado de graça. – empurrou o ombro dele que revirou os olhos. – qual é Taehyung, ele era muito bonito, e ele queria te pagar uma blusa, era só deixar. – falou apoiado na bancada.

— E daí que ele era bonito? – disse.

— Vamos, você deve ter pelo menos se interessado um pouquinho, eu não te quero sozinho o resto da sua vida. – confessou e Taehyung negou.

— Não quero isso agora. – respondeu como sempre. Yeonjun suspirou. – ele é desastrado, vai matar o cacto com uma semana, tenho total certeza. – comentou e o mais novo riu. – mas sim, era bonito. – falou.

— Né, as tatuagens. – Yeonjun sorriu. – sei que gosta de tatuagens.

— Como sabe? – perguntou irônico e o Choi balançou a cabeça. – vou trocar essa blusa, meu deus, eu odeio cheiro de café. – fez um careta, saiu para os fundos e subiu pela escada que dava na frente da porta da entrada de seu apartamento. Foi ao banheiro e tirou a roupa. Pegou uma blusa limpa e depois de se lavar desceu novamente a floricultura.

— Oi Taehy. – ouviu assim que adentrou e viu os olhos redondinhos de Soobin.

— Oi meu bem. – sorriu e deu um beijo na bochecha do mesmo. Estava na hora de Yeonjun e ele irem para a faculdade, eles tinham prova no dia. – boa sorte, tirem 10, menos eu não aceito. – falou sorrindo e eles concordaram. Yeonjun o abraçou e eles foram para a saída. – tomem cuidado. – alertou e ele levantaram os polegares. – meu deus eu realmente pareço um pai. – suspirou para si mesmo e riu.

Depois de mais algumas horas fechou a loja e foi se arrumar, hoje já não poderia deixar de ver seus amigos, ele estava numa fase ruim tinha tempo e sabia que a maioria deles tinha percebido, escondia com a sua ironia e seu jeito debochado, mas ainda não estava preparado para se abrir com alguém, depois de tomar banho e se arrumar foi até o quarto pegando sua carteira e ouviu a buzina do carro de Namjoon. Desceu rápido logo vendo o sorriso do amigo.

— Que bom que não furou. – ele comentou e Taehyung colocou o cinto com um sorriso. – vai ser bom, como sempre.

— Eu sei disso. – se acomodou e ficou vendo a cidade passar pelos seus olhos. Estava se sentindo bem, mas desde da tarde ele não conseguia se livrar do rosto que invadia sua mente.

[...]

Uma semana havia se passado desde o encontro desastroso de Jeongguk com Taehyung, era assim que o tatuado pensava e desde daquele dia não conseguia tirar o Kim de sua mente, nunca na sua vida tinha sentido aquilo naquela intensidade e estava se assustando com as proporções dos sonhos que estava tendo. Já tinha namorado, já tinha se apaixonado e sabia como eram as coisas, mas estava muito desnorteado tinha uma semana e não sabia como se portar diante daquilo. Era sábado e ele precisava ir naquela rua novamente, tinha adiado o trabalho desde a sexta feira e precisava se recompor. Precisava por um fim naquilo.

Tinha colhido mais informações sobre a mulher do seu arquivo, ela era supostamente uma infiltrada de uma gangue rival para qual ele trabalha e ele precisava coletar provas o suficiente para apresentar ao chefe, a investigação estava ocorrendo por mando do vice chefe que suspeitava dela, mas não podia a incriminar sem provas. Jeongguk pegou sua câmera, sua arma e foi até o seu carro. Tentou tirar o nome de Taehyung de sua mente enquanto dirigia, mas ao parar na rua e ver a floricultura aberta seu coração só se ruiu mais.

Passou por lá e viu Taehyung na bancada rindo com outros dois garotos que não conseguiu enxergar muito bem, eles lhe mostravam algo no celular. Seguiu em frente e entrou em um prédio, tinha alugado um quarto no hotel e foi até o andar que ficava de frente pra casa da suspeita. Entrou no quarto, se sentou de frente para janela e ficou olhando a varanda do local, pegou a sua câmera e começou a esperar pelo momento certo, ele sabia que teria algo. E bom, como previsto, ele sorriu tirando algumas fotos dela com outra pessoa a qual conversava. Ficou observando por mais algum tempo anotando características e coisas afins.

Percebeu que já passava algumas horas desde que estava no local. Se levantou e deitou na cama do quarto, que era por sinal, muito confortável. Mexeu o pescoço sentindo o mesmo doer, mas agradecia que os hematomas que havia arranjado finalmente sumiram de sua pele. Pegou o telefone do bolso, viu algumas mensagens de seu chefe e umas de sua mãe, discou o número dela e colocou o aparelho no ouvido. Depois de algumas chamadas ele ouviu a voz dela, que sempre poderia lhe acalmar.

'Oi meu bem.' – ela disse.

'Oi mãezinha, aconteceu algo?' – sua mãe morava em um apartamento que ele havia comprado no mesmo prédio em que a mãe e a irmã dela também moravam. Assim ela sempre poderia as ver e ficar perto das mesmas, mas ele decidiu morar em outra zona, onde ficava mais perto de seu trabalho e dos locais que geralmente frequenta como tribunais e coisas do gênero.

'Não meu amor, só queria saber se você vem amanhã.' – perguntou.

'Vou sim!' – sorriu. – 'é o melhor dia da semana, e o seu dia.' – respondeu com a mão em cima do peito.

'Ok, vou fazer seu prato preferido.' – ela falou.

'A senhora é tudo.' – ele sorria abertamente.

'Vou indo amor, sua tia está me chamando.' – ela disse.

'Tá bom mãe, amo você!' – suspirou baixinho.

'Amo você meu bem, tchau!' – Jeongguk disse o mesmo e a ligação terminou.

Ele sorria e realmente a sua mãe era a melhor pessoa da sua vida. Se levantou depois de cochilar por um tempo, arrumou as suas coisas saindo de lá e entregando a chave na recepção, ficou pensando que a mulher provavelmente afirmou que ele deveria ter ido lá fazer coisas inapropriadas e respirou fundo não querendo morrer de vergonha.

Viu a placa da floricultura se aproximar e seus dedos tremiam na alça da mochila, qual é Jeongguk, ele pensou, é só uma pessoa que provavelmente vai te dar um fora, mas é só uma pessoa. Ele parou em frente e viu agora apenas Taehyung que ajeitava um arranjo no balcão. Ele findou por entrar na loja e foi caminhando até parar na frente dele.

— Boa tarde. – Taehyung disse e logo levantou a cabeça. Seu olhar se franziu um pouco e um sorriso de canto surgiu em seus lábios. – você matou o cacto não matou? – ele soltou e Jeongguk se deixou rir. Ele realmente era bonito, estava com os cabelos um pouco ondulados nas pontas, eles caiam por cima de seus olhos, a blusa amarela costumeira estava lá, sua pele limpa e sem um vestígio de defeito era impressionante. – se perdeu nos meus olhos, sr. Jeon? – perguntou e o alheio suspirou.

— Eu não matei o cacto, aliás ele está bem bonito. – respondeu tentando fugir da última pergunta, pois sim, tinha se perdido não apenas nos olhos, mas em tudo.

— Olha só, pelo menos isso não é. Imagina se tivesse derramado café nele. – falou e Jeongguk arregalou um tanto os olhos. – eu estou brincando. – Taehyung disse levantando as mãos com um riso ao ver a reação dele.

— Que brincadeira triste. – falou com a mão no peito.

— Mas então, se o cacto não morreu, você veio aqui por qual razão? – Taehyung sabia muito bem a razão, mas queria brincar um pouco. Jeongguk parecia ser inofensivo e aquilo lhe agradava de um modo que não saberia explicar o porquê.

— Você tem algo colorido e pequeno? – ele perguntou e Taehyung percebeu que ele tinha inventado aquelas características na hora. Sorriu e saiu de trás do balcão. Ele andou e olhou uma flor.

— Tenho essa, botão de ouro. – falou apontando e Jeongguk viu a flor amarela e sorriu, era realmente muito bonita. – gostou?

— Sim, é bem bonita. – ele havia gostado e agora tinha que arranjar um canto pra botar aquela flor, pois ele iria comprar. – vou querer uma muda. – solicitou e Taehyung concordou. Começou a preparar e Jeongguk apertou os dedos no entorno da mochila. – você tem essa loja a muito tempo? – perguntou.

— Quatro anos. – ele respondeu e levou a pequena muda ao balcão. Jeongguk foi até lá com ele e ficou o encarando.

— Legal, é uma loja muito bonita. – disse sendo sincero.

— Obrigado, Sr. Jeon. – falou e Jeongguk sentiu as pernas tremerem, Taehyung estava lhe causando calafrios e nunca havia os sentido por coisa boa, mas não tinha nada de ruim ali. Tudo apenas exalava uma sensação de paz. – pra quem são as flores? Namorada? – ele perguntou, queria ver a reação de Jeongguk e o homem deixou uma carranca tomar de conta da sua face por segundos o que fez o Kim rir.

— Nossa, realmente eu devo ter uma namorada... – sussurrou o olhando e pensando se ele não tinha notado nenhum descontrole em si, mas Taehyung notava muito bem aquilo. – é pra minha mãe. – falou.

— Bebezinho da mamãe?

— Sempre, ainda bem! – respondeu pegando sua carteira e o entregando o cartão. – débito. – falou e Taehyung concordou. Ele o entregou a máquina, e depois de botar a senha Jeongguk esperou a nota fiscal. – instruções no cartão? – perguntou.

— Claro. – o Kim sorriu lhe entregando a sacola.

— É o seu número no cartão? – ele o encarou que suspirou cruzando os braços.

— Não, é de outro telefone.

— Que pena. – comentou e Taehyung riu contido.

— Ah é? – ficou o olhando e Jeongguk o encarou de volta.

— Sim, com total certeza.

— Não vou te dar o meu número. – falou simples e Jeongguk soltou o ar dos pulmões, um tanto frustrado.

— Já esperava. – tentou parecer conformado, mas Taehyung riu o olhando.

— O que você veio fazer por aqui? Só comprar essa flor? – foi a vez dele perguntar algo e Jeongguk ficou feliz por aquilo. Taehyung tinha aquela curiosidade crescente no peito.

— Meu atual cliente mora no prédio do outro lado da rua, talvez você me veja bastante por aqui ainda. – foi se afastando e Taehyung piscou algumas vezes com um sorriso pequeno nos lábios. Jeongguk retribuiu o ato.

— Desde que compre flores. – disse.

— É, talvez, até! – acenou.

— Até. – o Kim disse acenando e o viu sair de lá rapidamente.

Jeongguk deixou um sorriso maior ainda tomar de conta do seu rosto enquanto ia ao seu carro. Fazia tempo que não se sentia daquele jeito. Anos desde o seu desastroso último relacionamento, colocou as flores no banco do passageiro e ficou pensando em qual seria a sua desculpa para quando passasse pelo local de novo. Pois ele queria ver Taehyung de novo e mesmo que ainda não conseguisse decifrar o outro, tinha uma pequena ideia de que o ele não lhe odiava, então ele iria se apoiar naquilo.

Ligou o carro saindo de lá, precisava imprimir as fotos e começar a juntas os dados com alguns arquivos que já possuía e principalmente descobrir quem era o homem com a mulher, pois tinha certeza que ele não era da gangue de seu chefe. E o quão mais rápido fizesse aquilo, mas rápido ele se livrava de vez.

Taehyung deu um longo suspiro depois de ver o sorriso de Jeongguk quando o mesmo saiu de sua loja. Seus dedos bateram de leve no balcão e por um momento se pegou pensando se voltaria a ver ele. O que provavelmente aconteceria, e não sabia se estava pronto para mais sorrisos de Jeongguk. Fechou os olhos com força respirando fundo tentando afastar a imagem do homem de sua mente, mas era muito difícil.

Tinha prometido para si mesmo não se envolver com pessoas até se sentir preparado novamente, seu último relacionamento havia o destruído e mesmo que tivesse se reconstruído, não tinha certeza se poderia se deixar sentir algo por outra pessoa ainda. Se finalmente estava preparado.

— Taehy! – ouviu e viu os olhos de Soobin. – quer ajuda pra fechar a loja? O Yeon dormiu. – falou docemente,

— Claro. – sorriu e começaram a arrumar as coisas para fechar a loja, que ficava aberta menos tempo naquele dia. Taehyung puxava alguns vasos e os colava em lugares específicos enquanto Soobin ajeitava algumas prateleiras.

— Yeon me disse que tem um cara apaixonado por você, hyung. – Soobin soltou enquanto fechava as vitrines e Taehyung deu um alto suspiro. Soobin riu. – qual é, não vai querer investir nele?

— Não. – Taehyung deu de ombros.

— Por que?

— Porque eu não quero. – falou e Soobin riu.

— Taehyung hyung, você não beija alguém tem quantos anos?

— Isso não é da sua conta pirralho. – lhe tacou uma bolinha de papel.

— Se ele aparecer de novo veja onde ele quer chegar.

— Eu sei onde ele quer chegar Soobin, sei muito bem, você acha que eu nasci ontem?

— Não, você é velho pra caralho.

— Vai tomar no seu cu, Soobin. – respondeu e o mais novo riu alto.

– Você deveria investir. – ele comentou e o Kim o olhou com os olhos cerrados. – poxa Taehy, você é a pessoa mais legal do mundo, o tanto de gente que já deu em cima de você nessa loja não é brincadeira, você não dá nem uns beijinhos. – eles fechavam a porta pelo lado de dentro e foram andando até a dos fundos que dava para a escada do apartamento de Taehyung.

— Vai que eu gosto da pessoa. – comentou.

— E qual o problema disso? – o Choi o olhou que deu de ombros.

— Eu não sei se quero gostar de alguém, não agora, é complicado. – o Kim respondeu enquanto subiam. – você e o Yeonjun sempre me arranjando namorados, eu lembro de todos, seus pestes. – disse e Soobin riu enquanto entravam no apartamento.

— Yeonjun disse que você precisa de companhia. – Soobin falou quando Taehyung foi a cozinha pegando uma jarra de suco da geladeira. – ele morre de medo de você se sentir sozinho demais. – falava e Taehyung olhou o menino que dormia no sofá.

— Eu não me sinto sozinho demais, a maior parte da minha vida depois da faculdade foi sendo eu e apenas eu, então eu acostumei. – tomava o suco. – as vezes eu sinto falta de vocês e dos meus amigos, mas não é se sentir sozinho. – sentou na mesa olhando o garoto na sua frente. – não estou preparado para isso Soobin, não 100%.

— E se for a pessoa da sua vida? Você vai deixar passar?

— Você acredita nisso?

— Eu não levava muito a sério não Taehy, mas depois que eu conheci o Yeonjun foi como se muitas coisas começassem a fazer sentido pra mim, e mesmo que a gente esteja só no começo, eu tenho plena certeza que ele é a pessoa da minha vida e que eu nunca vou achar igual. – Taehyung sentiu um sentimento bom no peito. – é diferente de tudo que eu já senti por alguém e não foi algo que começou do nada, a gente começou a se conhecer aos poucos e cada vez mais eu só via o quanto eu queria passar todos os dias do lado dele. – sorriu.

— Você é tão romântico. – Taehyung comentou, e ele talvez sentisse falta de provar algo assim, mas a situação que se passava com ele poderia ser completamente diferente. – obrigado por amar tanto ele, ele merece demais, assim como eu sei que ele te ama muito e que você merece igual. – falou.

— A gente quer isso pra você Taehy. – ele disse. – e mesmo que não seja com alguém que se apaixone por você na loja. – riu. – a gente quer que alguém te ame da forma que você merece. – comentou e Taehyung sentiu uma fisgada no peito. – e a gente tenta sim arrumar namorados pra você. – Taehyung sorriu. – mas fazemos muitas pesquisas antes. – piscou pro Kim que riu. – se esse cara voltar e te pagar um café, aceita. – apontou o dedo.

— Não garanto, odeio café.

— Você é difícil demais. – cruzou os braços.

— Ele tem um coraçãozinho de pedra quando o assunto é par romântico Soobin, eu já te disse. – Yeonjun entrou na cozinha e abraçou Taehyung por trás que sorriu. – o advogado é muito bonito.

— Ele apareceu hoje. – Taehyung falou e Yeonjun arregalou os olhos lhe encarando. – comprou um flor, e perguntou se o número no cartão era meu. – narrou. Yeonjun sentou na frente dele com Soobin querendo saber mais. – parem de me olhar assim. – Taehyung sussurrou desviando o olhar.

— E o que mais ele falou?

— Não muito, me perguntou da loja, nada demais. – mexeu em suas mãos apenas conseguindo lembrar o sorriso que ele deu ao sair da loja e como aquilo estava mexendo com o seu interior.

— Ele veio só te ver? – Soobin perguntou.

— Óbvio que não. – disse rindo um tanto nervoso. – disse que um cliente mora perto e que talvez eu o visse mais por aqui. – Yeonjun riu batendo as mãos umas nas outras. – para com isso agora.

— Meu deus ele se apaixonou. – Yeonjun riu. – Soobin esse vai dar certo.

— Eu estou aqui, seus pestinhas. – disse. – se ele vier comprar flores qual o problema? Mais dinheiro pra mim não é? – queria que eles parassem com aquele assunto, eles precisavam parar, porque Taehyung já sentia os olhos arder.

— Se ele perguntou se era o seu número no cartão eu tenho total certeza que não é porque ele quer vir comprar mais flores Taehyung. – Yeonjun disse e o homem revirou os olhos. – por que não deixa ninguém se aproximar desse seu coração? Ele é o mais bonito que eu conheço. – o Kim sentiu um frio no corpo e seus braços se arrepiaram. Muitas coisas passaram em sua mente e ele apenas não conseguiu esconder, a ardência se tornou lágrimas que desciam constantes pelo seu rosto à medida que a sua respiração falhava. – Taehyung?! – Yeonjun se aproximou com o rosto tomado de medo e Soobin também. – o que foi? – perguntou enquanto o abraçava. – o que aconteceu? – olhou Soobin preocupado.

Taehyung apertava os dedos na blusa de Yeonjun enquanto via tantas coisas em sua mente. Fazia tanto tempo que não chorava por pensar em uma situação como aquela. Sentiu os carinhos de Yeonjun e Soobin em si e percebeu que não estava sozinho, pela segunda vez passava por algum daqueles momentos com alguém do lado. Ficou ali no meio dos dois meninos por mais alguns minutos até ir se desprendendo e se encostar na cadeira de novo. Limpou o rosto e viu os quatro olhinhos grandes lhe encarando e deu um pequeno sorriso.

— Obrigado. – falou rouco.

— Desculpa Taehy, não sabia que esse assunto poderia te causar algo assim, se foi algo que eu disse eu sinto muito. – Yeon passou as mãos nos cabelos alheios com o olhar preocupado. Taehyung nunca deixava as coisas chegarem aquele ponto, e quase nunca acontecia, mas quando pensava em assuntos envolvendo relacionamento, o seu interior se contraia.

— Está tudo bem. – os olhou.

— Você começou a chorar do nada Taehyung, isso não é estar tudo bem. – Soobin falou com as mãos ainda nas pernas do mais velho que concordou. – o que foi? – perguntou baixo e Yeonjun fazia carinho na nuca do Kim.

— Não é nada que aconteceu agora, é só que a ideia de gostar de alguém não funciona muito bem ainda na minha cabeça. – falou suspirando. – eu tive um relacionamento muito escroto, fodido e que me desestabilizou no passado. – comentou. – e apesar de que ao longo de mais de 4 anos eu tenha me recomposto e entendido que a culpa nunca foi minha de estar sofrendo naquele tempo, eu criei algumas barreiras. – os olhou.

— Taehy, eu sinto muito. – Yeonjun sussurrou vendo seu hyung com os olhos ainda brilhantes.

— Eu gosto das pessoas, gosto de caras que flertam comigo e que mostram interesse em mim. – sorriu. – mas eu fui muito machucado naquele tempo, eu fui quebrado em milhões de pedaços e eu juntei todos eles, juntei cada um até me montar de novo. Só que depois que você é quebrado, você nunca voltar a ser o mesmo de antes. – falou. – porque mesmo que você goste de uma pessoa, você ainda vai em algum momento pensar no passado. – mexeu em suas mãos. – a gente não esquece, conseguimos seguir em frente, e superar aquele tempo, mas esquecer é impossível e por isso eu criei essas barreiras que me brecam em certos momentos.

— Você tem medo de gostar de alguém? – Soobin o olhava.

— Não é medo. É uma única e pequena pergunta. – ele sorriu. – 'e se?' – disse baixo. – e se acontecer tudo de novo? E se ele estiver me traindo? E se ele disser que gosta de mim com todo o peito e no fundo for só mais uma mentira? E se ele for violento? E se eu me machucar mais? – Yeonjun entendeu, assim como Soobin. – eu gosto de gostar de alguém, e eu adoro quando gostam de mim, só que eu tenho essas perguntas pertinentes que me atrapalham, porque o que eu vivi foi tão ruim que é impossível não pensar nisso toda vez que alguém se interessa por mim e quer algo a mais.

— Quem no mundo machucaria você? – Yeonjun mexia nos cabelos dele que sorriu. – você é a pessoa mais digna de amor do universo.

— Sim. – Soobin concordou e se aproximou mais.

— Um cara idiota, que de primeira parecia um príncipe. – piscou algumas vezes. – mas que depois se mostrou ser um monstro em pessoa. – falou e balançou a cabeça tentando pensar em outra coisa, já tinha falado muito sobre aquele assunto naqueles minutos. – o advogado... ele é legal. – sorriu e Yeonjun deu um leve sorriso também. – e fazia tempo que algum flerte de um cliente não surtia tanto efeito. – riu baixinho, se sentiu seguro em abrir seu coração para os dois garotos que certamente eram as melhores pessoas da sua vida.

— É? – Soobin perguntou.

— É, ele é engraçado e bobinho. – cruzou os braços pensando no homem que tinha o sorriso bonito. – só que é isso sabe? É essa situação e eu fico me sentindo meio estúpido, porque eu queria sair com alguém, por mais que eu tende a pensar que não preciso disso agora, que eu já tenho tudo o que eu preciso, eu realmente queria.

— E você não pode dar uma chance? – Yeonjun perguntou. – tipo, eu sei que deve ser uma barra do caralho e que você tem todas essas questões, mas que tal tentar fazer de um modo diferente? Não apenas esperar que ele te chame pra sair ou você tenha coragem pra fazer, que tal só curtir o momento que ele aparecer. – o Choi disse Taehyung suspirou. – eu sei que ele vai aparecer mais vezes.

— É... pode ser. – os olhou. – não que eu tenha passado a semana toda pensando nele, não é isso...

— Mentira que você passou a semana pensando nele? – Soobin perguntou rindo.

— Não passei. – Taehyung falou com os olhos mais abertos. – ele só vinha na minha mente de vez em quando, porque ele realmente é muito bonito e sei lá, pessoas muito bonitas geralmente ficam presas na minha cabeça, ai ele apareceu hoje de novo e foi um bobo sorridente, o que eu posso fazer? – perguntou meio perdido e os dois meninos riram e ele se deixou rir.

— Vai indo no seu ritmo e se algo te incomodar, se você sentir que não quer mais só para de dar abertura, eu sei que você dá abertura pra ele. – Yeonjun o encarava. – você sempre corta, mete o não na cara dos homens que vem flertar com você, com o advogado tatuado você ficou foi sem jeito, mesmo ele derramando um copo de café em você. – riu.

— Ele ficou tão desesperado Yeon, nem tinha como ficar com raiva, e eu gosto de tatuagens. – deu de ombros.

— Taehyung, você tem várias no seu corpo, a gente sabe que você gosta de tatuagens. – Soobin falou e o Kim sorriu. Ele não deixava elas muito amostra na loja, sempre usava blusas de manga comprida, mas já era um costume.

— Ele é... sei lá. – suspirou. – mas se ele trouxer café eu não sei se finjo a esse ponto. – fez um bico nos lábios. – vou tirar com a cara dele falando do incidente. – riu.

— Coitado ele começa a chorar. – Soobin falou.

— Acho que não. – Taehyung sorriu e olhou os dois meninos. Os abraçou e beijou o rosto dos dois. – amo vocês. – sussurrou e recebeu as mesmas palavras de volta com sorrisos imensos. Eles foram para a sala e ficaram assistindo um filme qualquer de terror enquanto tentavam entrar em um consenso sobre o que pedir pra comer mais tarde no dia.

Taehyung olhava a televisão, mas só conseguia pensar em como aquela conversa com dos dois meninos haviam lhe tirado um sufoco da garganta, pois desde o encontro de uma semana anterior ele não conseguia deixar Jeongguk tão de lado. Depois do encontro daquele dia e do sorriso que viu nos lábios do alheio realmente não conseguiria o deixar no canto de sua mente. Suspirou com um sorriso nos lábios afastando um pouco aqueles pensamentos e apoiou a cabeça no ombro de Soobin voltando a prestar a atenção no filme.

{...}

Jeongguk estava sentado no seu sofá enquanto olhava a sua gata tentando decidir a posição que iria ficar deitada em cima de si, depois de longos minutos ela se aconchegou no seu ombro e ele riu baixinho se acomodando para ela ficar confortável. Então seus olhos se levantaram até a figura serena de Jimin que o encarava com um olhar de detetive, tentando absorver o que tinha na mente do mais novo.

— Vai Jeongguk, você me chamou, eu estou aqui. – ele estava vestindo uma roupa leve, assim como Jeongguk, já era começo da noite e fazia um pouco de frio.

— Então... – Jeongguk suspirou fechando os olhos apertando os dedos uns nos outros.

— Você matou alguém? – Jimin interrompeu e Jeon arregalou os olhos.

— Não, não, meu deus, não é isso, por que você sempre acha que eu matei alguém? – mexeu as mãos.

— É costume! – riu. – mas me diga!

— Eu acho que estou começando a gostar de uma pessoa. – sussurrou baixinho.

— Oi?

— Você ouviu... – falou envergonhado.

— Ouvi não Guk, diz de novo. – Jimin tinha um sorriso nos lábios.

— Eu acho que tem uma grande chance de eu estar gostando muito de alguém. – falou rápido e olhava as mãos. Deus! Não lembrava de quando havia ficado assim desde o término com Yoona. Olhou o teto. – juro pra você...

— E o que tem de errado nisso? – Jimin foi para o lado dele. – tipo, do jeito que você está falando parece que a pessoa é um serial killer prestes a te matar. – comentou.

— Não é isso, é só que eu fico meio confuso com esses sentimentos, essas coisas estranhas no meu corpo, coração acelerando e nervosismo ao extremo. – disse. – ele é tão bonito Jimin, e tem um sorriso mais bonito ainda... – suspirou.

— Ele?

— É. – sorriu bobo. – ele é dono de uma floricultura perto do banco, eu sem querer derrubei café nele semana passada enquanto andava na rua sem olhar pra frente. – o Park gargalhou e Jeongguk escondeu o rosto nas mãos. – eu fiquei com tanta vergonha você nem tem ideia, e ele ficou rindo e sendo sério ao mesmo tempo, ele é intimidante para caralho. – olhou Jimin.

— E você pelo menos pagou uma blusa nova?

— Eu comprei três cactos, te dei um. – falou e o mais velho riu de novo. – para de rir Jimin, eu preciso de conselhos pelo amor de deus, hoje eu passei lá e ele é tão ARG! – deu um longo suspiro deitando a cabeça no encosto do sofá quando sentiu sua gata sair de si. – ele é tão bonito não sei nem como descrever e ele é amigável, ao mesmo tempo que parece que só com o olhar vai sugar a sua alma por inteiro.

— Jeongguk, você não está 'começando a gostar', você já pulou completamente de cabeça, você não fica nervoso assim falando de alguém tem anos. E eu sei disso, eu sou seu melhor amigo e você está um pouco fodido irmão. – bateu nos ombros dele que piscou algumas vezes.

— Não mesmo, gostar daquele cara não é se foder, eu tenho certeza que é uma dádiva divina. – sussurrou.

— O que você foi fazer lá hoje? Só ver ele? – Jeongguk precisava pensar em uma desculpa convincente naquela altura para não relevar suspeitas sobre os seus outros assuntos que eram tratados naquele local.

— Amanhã é dia das mães, minha mãe gosta de flores, aí eu pensei, por que não? Fui lá e ele foi debochado perguntando se eu tinha matado o cacto e eu matei o meu cacto Jimin. – dizia e o outro prendia o riso. – mas eu disse que não tinha, que só estava passando por lá e decidi parar, ele me perguntou de flor e eu não tinha ideia do que comprar ai eu inventei características e ele me mostrou uma muito bonita. – apontou pra mesa e Jimin viu as flores vibrantes.

— Jeongguk isso fica cada vez mais engraçado.

— Jimin eu vou te bater, eu te odeio, é pra você me ajudar! – disse inconformado.

— Seu idiota, eu estou tentando. Mas continua, e aí o que mais aconteceu?

— Eu perguntei da loja e ele me disse a quanto tempo tinha ela, depois ainda me perguntou se as flores eram pra minha namorada e ele estava debochando de mim. – disse. – ele sorria tão graciosamente, eu falei que era pra minha mãe e ele sorriu mais. – suspirou. – perguntei se o número no cartão que vem com as flores era o dele...

— Meu deus você não fez isso... – Jimin riu.

— Fiz, então ele disse que não e depois eu disse que poderia ir mais vezes por lá, ele sorriu e falou que desde que eu comprasse flores eu podia ir... – Jeongguk sorriu e Jimin ficou observando o rosto do mesmo ganhar um brilho a mais. – ele não me deu um fora, ele percebeu que eu estava interessado nele, acho que até quem olhasse de fora ia perceber... – falou. – eu fico meio confuso pensando, será que eu volto lá? – perguntou baixo.

— Volta. – Jimin disse sincero. – leva um suco pra ele dá próxima vez, ou um milkshake, café não porque ele vai lembrar do dia que você derramou nele. – Jeongguk riu baixinho. – Jeongguk eu estou meio surpreso de te ver assim, desde a Yoona você nunca mais se interessou tanto por uma pessoa ao ponto de voltar no local duas vezes na mesma semana.

— A Yoona fugiu no dia do nosso casamento Jimin, obviamente eu não iria superar tão fácil um pé na bunda desses. – piscou lembrando do fatídico dia 3 anos atrás. — ele é interessante, e passa uma leveza, o sorriso é tão bonito, a voz... – comentou. – milkshake? – perguntou e Jimin concordou.

— Chega despretensioso, como quem não quer nada.

— Eu quero beijar ele. – disse e Jimin negou.

— Mas não deixe tão na cara.

— Jimin, até as plantas perceberam. – concluiu e o Park revirou os olhos. – eu vou ir lá ficar admirando ele, é isso.

— Tão fácil assim? – Jimin perguntou.

— Não é fácil, vou tentar conversar não sei, e eu nem vou poder ficar tanto tempo falando com ele né, é o local de trabalho dele, tenho que ter o mínimo de senso. – olhou o teto. – eu deveria estar fazendo as minhas anotações pro júri que é daqui a dois dias, mas estou como? Isso mesmo... pensando em como não fazer um papel total de trouxa na frente do cara mais bonito do mundo.

— A vida tem dessas Jeongguk. Mas vai devagar, ver se ele vai te dando abertura para tais coisas e aí dá o ataque final pedindo o número dele de verdade.

— Será que ele passa?

— Bom, dependendo de como vocês vão estar, com certeza. – respondeu e Jeongguk sorriu. – mas agora vamos pedir algo pra comer e bolar planos mirabolantes pra eu não me foder com o caso da Hani por favor! – pediu fazendo bico e o mais novo riu concordando. Jimin ligou para o restaurante e Jeon ficou olhando o teto, passando a última imagem de Taehyung que estava gravado em sua mente, do sorriso dele. E ele faria de tudo para o ver pessoalmente mais vezes.


~~

oii, estou repostando wildflower, estou reescrevendo ela. ela já está terminada, mas andei muito chateada com a minha escrita, por isso estou escrevendo de novo. mas enfim, acho que está bom desse jeito de agora kk

deixem comentários por favor, isso me deixa mt feliz e ajuda a fic, tentarei responder eles :D

se quiserem me ajudar com a divulgação dela, no meu tt @/imnotkookay eu deixarei no meu fixado um tweet da fic, se quiserem dar um rt la e usarem a tag #wildflowertk pra falarem dela será mt legal.

essa fic vai ter só 4 capítulos, estarei postando toda semana um :D

obrigada a quem tiver lido esse capítulo e desculpa qualquer erro!!! <3


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