A sala estava uma mistura de sensações, isso não era segredo para ninguém. Naquele cômodo podia se encontrar faces brilhando curiosidade, fascinação, indignação, receio, vergonha, raiva e claro, o famoso constrangimento. Mesmo depois de uma semana e meia a notícia correndo livremente em qualquer site ou programa, as pessoas ainda se portavam como se tudo fosse novidade, e isso estava começando a se tornar exaustivo demais para o pequeno Stark. Está certo que ele já imaginava, que depois da sua identidade ter sido revelada, a sua vida iria mudar, mas ele não imaginava que seria pra tanto.
Mesmo estando concentrado nas atividades que a professora havia passado, Peter conseguia sentir cada olhada que um dos seus colegas de classe se dirigia a ele, ou até mesmo ouvir cada comentário com o seu nome no meio, que por acaso era muitos comentários. Até mesmo a Senhora Feith não parava de intercalar olhares na sua direção e no seu Notebook, provavelmente comparando semelhanças entre ele e o seu pai.
Suspirando, o mini Stark levantou a cabeça, fazendo no processo os seus cachos caírem no seus olhos, o deixando mais fofo. O menino olhou para o redor, e confirmou que novamente ele era o centro das atenções. A mulher e os demais logo sentiram uma coloração nas maças do rosto, e não hesitaram em desviar os olhos. Rolando os olhos, Peter volta sua atenção para o seu caderno, afim de bloquear qualquer um deles. Se as coisas continuassem assim, o menino teria um colapso mental, ou pior uma Recarga de Sentidos, o que não seria fácil explicar para as pessoas, principalmente para a sua – histérica – família.
Michelle, logo se inclinou levemente para trás, chamando rapidamente a atenção de Ned e Anne. A Jones, não hesitou em simplesmente em pegar a mão de Peter, e deixar um leve aperto, um simples contato que mandou uma forte recarga de positividade. O Stark, olhou rapidamente para a morena, que deu um sorriso reconfortante, e logo pode ver os sorrisos e polegares erguidos dos amigos, mostrando que eles estavam juntos. Peter não conseguiu sorrir ao ver a ação dos amigos, pelo menos ele tinha amigos verdadeiros ao seu lado.
De repente, o barulho agudo do sino se fez presente, causando um alvoroço na sala de aula. Logo todos os alunos começaram a guardar rapidamente os matérias, exceto quatro alunos, que guardavam mais devagar possível todo os materiais. Nenhum deles – talvez exceto Anne – estavam animados para a próxima aula, que seria a famosa e detestável Educação Física – talvez perdesse apenas para Filosofia. Mas não era segredo nenhum, que Ned, Peter e MJ detestavam essa aula, Ned por ser péssimo, MJ por simplesmente não gostar, e Peter, bem ele era horrível nisso antes da picada, e mesmo depois da mesma, ele decidiu não mudar sua opinião nessa matéria.
Logo os corredores começaram a encher de diversos adolescentes, todos caminhando nos seus grupinhos saindo das salas e alguns entrando nas mesmas. Alguns alunos, conversando animadamente na frente dos armários, outros mexendo nos armários, e até mesmo, alguns casais que tentavam ter um momentos só deles. O quarteto que até alguns meses atrás, eram invisíveis, passavam pelo o correr lotado de pessoas, e consequentemente atraindo atenção de alguns.
- Eu acho que não vou nunca me acostumar com isso. – Ned resmungou descontente, enquanto parava no seu armário e colocava a senha do mesmo.
- E olha que Peter nem fez a sua primeira coletiva. – Anne pontuou, abrindo o armário e jogando ali mesmo os livros.
- Se vocês já se sentem desconfortável assim, imagina depois. – Peter apertou os lábios fortemente, enquanto olhava para os amigos.
- Não é sua culpa, Perdedor. – Michelle cruzou os braços – Mas sabe o lado positivo disso tudo?
- Ah... não.
- Ned finalmente se desencalhou! – a Jones cantarola alegremente, fazendo Peter e Anne gargalhar, enquanto o Leeds apenas corou.
- Eu não precisei da fama do meu amigo, para arranjar uma namorada. – o garoto retrucou, fechando o armário – Eu e a Betty já tínhamos um lance antes...
- Fala a verdade, Ned. Você só arranjou namorada para não ficar de vela do Peter e MJ. – Anne interveio, jogando um braço no ombro do amigo, que apenas rolou os olhos, enquanto Peter ficou vermelho e Michelle levemente corada.
- Oi, Peter! – um grupo de menina exclama em conjunto, enquanto passavam pelo o menino, que ficou mais corado.
- Isso realmente está acontecendo? – Michelle pergunta retoricamente – Até um mês atrás, ninguém sabia da existência do Stark ali, e de repente ele vira notícia, e todas querem ele?
- Oh meu Deus, Michelle Jones, com ciúmes? Isso sim é novidade. – Ned cantarolou, enquanto andava com Anne.
- Eu não estou com ciúmes... apenas estou querendo saber por que existe pessoas atiradas? – a morena retruca, deixando Peter confuso – Até duas semanas atrás, Peter era simplesmente um Ned da Vida...
- O que? – o Leeds e o Parker exclamam ofendidos.
- E de repente, por causa de uma droga de notícia, ele se tornou um Tony Stark!
- Tecnicamente, ele é o meu pai... – Peter murmura levemente emburrado – Mas eu compreendi o que a minha querida namorada quis insinuar.
Michelle logo bufou irritada pelo o sarcasmo do Stark, e não hesitou em dar um soco no ombro do mesmo. Peter grunhiu de dor, assim que sentiu o soco, e apenas formou um bico, enquanto massageava o local acertado. Provavelmente, aquela área iria ficar roxeada e dolorida, pelo o lado positivo, logo iria curar, já o negativo, ele seria zoado por sua família, já que virou quase mania a Jones bater no ombro do mesmo, sempre que ele a irritava.
Anne e Ned, simplesmente gargalharam pelas as ações dos amigos, se tinha uma coisa que eles amavam, era essa interação única e especial, que MJ e Peter compartilhavam. Dava para ver de longe, que ambos eram simplesmente únicos, que eram aqueles casais, que nasceram um para o outro. Michelle e Peter se completavam, um ajuda o outro a evoluir, um protegia o outro, um cuidava do outros... Eles juntos era imbatíveis.
O grupo andava até o ginásio, afim de chegarem logo naquele lugar e colocarem a – horripilante e ridícula – roupa de ginástica. Quanto antes irem aos vestuários, menos lotado eles ficam, ou seja, menos pessoas irritantes, enfurnando a mente. Mesmo chegando alguns minutos antes, o quarteto podia claramente o Professor William, empurrando a TV até o centro das arquibancadas, provavelmente o seu plano seria passar uma daquelas fitas irritantes do Capitão América. Peter gemeu verdadeiramente, apenas ao imaginar em assistir aquelas fitas de novo, é sério, o Capitão sabia ser chato quando queria.
Alguns alunos também estavam lá, uns sentados nas arquibancadas conversando, outros saindo e entrando no vestiário. Anne e Ned, logo começaram a caminhar até o local de troca de roupas, enquanto deixavam os dois amigos para trás. Por que em nome de Deus, eles eram tão certinhos? Seria tão fáceis eles serem malandros, afinal eles poderiam facilmente pular essa aula. Mas não, Peter e seus companheiros, não sabiam nem colar direito em uma prova, imagina burlar uma regra, como "matar aula".
- Senhor Stark? – uma voz masculina e grossa, ressoa nos ouvidos de Michelle e Peter, que se viraram na direção do homem.
- É a primeira vez que alguém me chama assim. – Peter resmungou, franzindo o cenho ao ver o homem – Sou eu!
- É, eu sei que é você. – o homem rebate, fazendo Peter desviar os olhos constrangido e a Jones o fuzilar com os olhos – O Diretor Morita, quer conversar com o senhor.
- Comigo? – o menino olha de relance para a namorada – O que eu fiz?
- Ele quer conversar com o senhor. – o homem repetiu a mesma frase.
- E a minha aula? – o homem, apenas bufou irritado, enquanto retirava um bilhete do bolso.
- Garota, - Michelle forma uma careta – entregue esse bilhete ao seu professor. Pronto, problema resolvido, agora vamos?
- Se você diz... – Peter deu de ombros – Até depois.
- Te vejo na saída? – Peter assentiu, lembrando que iria sair pela a primeira vez como Homem Aranha, com MJ.
Michelle continuo parada no mesmo lugar, olhando desconfiada para onde Peter saiu, por algum motivo a morena não estava gostando nem um pouco, desse conversa inesperada. Talvez ele esteja começando a ficar paranóica, ou realmente alguma coisa ia acontecer. Mas seja o que for, Peter saberá como lidar, seja um mal entendido ou qualquer outra coisa. Peter Stark, é capaz de se virar nos trinta, porém, isso não acalmava o coração e a mente de Michelle, que estava temerosa com alguma coisa.
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Está certo, agora era cem porcento confirmado, que algo de estranho estava acontecendo. Não era porque ele tinha sido chamado para a diretoria – o que em si só, já é bem peculiar -, mas sim ver o seu redor. Os corredores simplesmente desertos, sem nenhuma alma, tá bem que os alunos estão em aula, mas nenhum zelador? Outra coisa, que comprovou, foi quando eles continuaram andando, mesmo quando passaram a sala do diretor, Peter olhou de relance para dentro do lugar, encontrando Morita conversando pelo celular – será que era com o seu pai?.
Peter olhou ao redor, tentando encontrar uma brecha ou algo do tipo, que revelasse alguma coisa. Talvez ele esteja ficando piruta de vez, com tudo que estava acontecendo na sua vida. Talvez seu pai precisasse dele, por isso ligou para o diretor pedindo a autorização da retirada do mesmo, e o homem ao seu lado, esteja apenas o levando até Happy. E não para a sua suposta morte ou qualquer coisa semelhante.
Realmente, Peter estava ficando neurótico em relação a isso, mas não é culpa dele. Afinal, com tão pouca idade, o menino já passou por altos e baixos. Acidente de carro, perda de pai, perda de mãe, picada de aranha, depois reencontro com o pai, que não estava morto, daí, revela a identidade do vigilante, reencontro nada agradável com o seu padrasto que devia estar morto, coma do pai, ganhou uma mãe – super incrível, por sinal. É, realmente ele já passou por muita coisa na vida, então não era culpa dele, ser desconfiado de tudo na vida.
Peter estava quase relaxado e a sua desconfiança dissipando, quando o seu Arrepio do Peter, se fez presente. O menino conseguiu sentir todos os seus pelos do corpo se arrepiarem, enquanto um calafrio percorreu o seu corpo inteiro. Peter sabia que ele estava entrando cada vez mais na zona de perigo, pois seu sentido estava gritante, alertando que algo bem ruim estava para vim. O menino, logo começou a trabalhar no seu plano de fuga, com certeza não era Happy e nem seu pai, esperando ele na saída dos fundos, cujo dava para o estacionamento.
Peter logo notou o homem abrir a porta e olhar sugestivamente para ele. Está certo, ele tinha duas escolhas, fugir dali correndo, e provavelmente colocar algumas pessoas em perigo ou entrar na zona do perigo, sem uniforme e reforço, apenas ele e seus poderes – que vale ressaltar, é segredo. Não foi uma escolha difícil para Peter, afinal ele é Peter Benjamin Parker Stark, então colocar as pessoas na frente dele, é seu leme basicamente. Piscando os olhos, o menino suspira e logo passa para a porta, esperando encontrar um bando de pessoas armadas, para acabar com ele.
Para a total surpresa de Peter, o lugar estava completamente deserto, nenhuma arma, bomba ou vilão, apenas ele. O menino deu um pulo ao ouvir o barulho da porta se trancando logo atrás dele. Tudo bem, o homem super estranho apenas fechou a porta, e foi se embora, nada para desconfiar. Mas então por que aquele zunido e a sensação de perigo não se dissipava? Na verdade, estava ficando bem mais forte que antes? Como se tudo ao seu redor fosse algo perigoso, alarmante.
Peter não hesitou em vasculhar o seu redor, afim de achar algo de estranho. Mas nada, nada que não fosse do comum daquele velho estacionamento, que normalmente apenas os professores usava. Foi então que os olhos de Peter recaíram na silhueta encostada na parede, com a cabeça baixa. Aquela pessoa exalava perigo, o menino conseguia sentir o cheiro de encrenca que aquele ser distribuía. Mas mesmo com esses sinais e o seu sentido gritando, Peter não pensou duas vezes em caminhar até o estranho.
- Quem é você? – Peter pergunta, franzindo o cenho em desconfiança.
- Seus pais não ensinaram a não conversar com estranho? – o homem levanta a cabeça, e Peter reconheceu o mesmo de imediato, principalmente por causa da névoa que dissipava ao seu redor.
- Eu não sei se posso te chamar de estranho, Richard. – Peter retrucou, olhando para a névoa – Sabem como disse, conhecem bem o seu inimigo, e devo admitir, que infelizmente eu morei com ele durante um tempo.
- Vejo que se tornou mais parecido com Tony. Tanto na aparência como na personalidade. – o homem resmunga, rodando Peter - Sabe, eu estava pensando em termos uma reunião de família.
- Oh claro, deixa eu só ligar para o restante da minha família! – o menino rebate, com um sorriso escárnio na face.
- Sua família? Aqueles heróis? – Richard nega com a cabeça – Eles devem estar ocupados agora...
- Como assim? – Peter piscou levemente os olhos, confuso com a fala de Richard.
- Oh Peter, você continua sendo tão ingênuo! – Richard exclama, e logo Peter sente seu corpo gelar.
O menino sentiu a presença de mais uma pessoa, e simplesmente não conseguiu e nem tentou evitar o salto ao lado, quando percebeu a aproximação da pessoa. Peter esperava encontrar um dos membros do Sexteto Sinistro, não uma cópia idêntica do Richard, que usava a mesma roupa que o verdadeiro. E então, mais e mais Richard's começaram a surgiu ao seu redor, o cercando, sem permitir uma fuga.
O Stark estava em uma pose de defesa, enquanto analisava e anotava mentalmente todos os movimentos dos Richard's. Graças as ideias malucas de Scott e Clint, Peter passou a treinar alguns horários com Natasha e ás vezes com Steve, realmente algumas dicas deles iria ajudar muito ele. Peter focou sua atenção, para o que supostamente era o Richard original, que continha um sorriso malicioso na face, enquanto brincava com os longos dedos.
- Quero te apresentar aos meus amigos mais íntimos. – Richard comentou risonho, enquanto se aproximava de Peter – Cada um deles, contém uma pitada de ódio dos Stark's, que podem fazer um estrago gigante!
- Isso era para me assustar? – o Stark deu uma risada nasal – Odeio te desapontar, mas isso não surgiu nenhum efeito!
- Adoro esse seu novo jeito! Bem melhor que aquele de garoto frágil! – uma das cópias de Richard avançou em Peter, que se protegeu do golpe e logo nocauteou o mesmo – Olha! Batendo nos outros!
- Só bato em quem merece! – Peter retrucou, dando um mortal, enquanto tentava se proteger das cópias que iam ao ataque - Sabe, eu acho você um covarde! Manda suas cópias mal feitas para o ataque, enquanto fica ai! Todo medroso de me enfrentar!
- Essa sua franqueza, é admirável. – Peter chuta um dos capangas, enquanto sentia dois o agarrar – Mas você tem o mesmo defeito do Tony, fala demais em uma briga!
- Na verdade, é uma tática! Distrai o seu adversário falando baboseiras e ainda consegue se sentir confiante na luta! – Peter rola os olhos ao soltar o comentário – Deixo você usar livremente essa tática, se você me dar os devidos créditos!
- Cala a boca. – Peter soltou um gemido, ao sentir um soco na boca do estômago.
- Pode me machucar a vontade, depois você merece o seu. – Peter falou entre dentes, enquanto sentia Richard passar a mão pela a sua face.
- Acho que uma das suas melhorias com a picada, foi a cura acelerada. – o menino acaba olhando assustado para o Parker, como ele sabia da picada? – Imagina os avanços na pesquisa do Connors ao ter seu DNA.
- Lamento em avisar, mas eu não vou dar meu sangue para nenhum cientista doido! – Peter deu um sorriso travesso.
- Eu imaginei que você não iria de bom grado... – Peter logo sente uma picada perto da base do seu pescoço, o menino logo estremeceu.
- O meu metaboli... – Peter sente uma sensação estranha no corpo, enquanto a sua língua começa a ficar molenga e seus olhos pesados – é... aceler...
- Seu metabolismo é acelerado? E não vai ter resultados a injeção? – o homem sorriu zombeiro, enquanto observava o líquido ter efeito no pequeno herói – Ainda bem, que eu providenciei uma injeção especial para você.
Peter não conseguia mais manter os olhos abertos, mesmo ele lutando a todo custo para não desmaiar. Os braços e pernas de Peter fraquejaram, e logo cederam para a moleza, igualmente seus outros sentidos. A última coisa que Peter se lembrava, foi o impacto que ocorreu quando seu corpo se chocou no chão, e a silhueta de Richard, que se agachou na sua frente, com um sorriso maroto. Depois disso, apenas a escuridão foi sua companheira.
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*
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Peter não compreendia mais nada ao seu redor e muito menos, os acontecimentos da sua vida. Uma hora ele estava tentando escapar da aula de Educação Física, e na outra, lutando e sendo sequestrado pelo o seu maior inimigo. Realmente, ser herói e filho de Tony Stark, era algo completamente complicado de ser. Ele precisava urgentemente reorganizar esses seus lances, antes que definitivamente desse ruim para ele – se bem, que já deu ruim.
O Stark Junior abriu lentamente seus olhos, tentando se acostumar ao lugar meio iluminado que se encontrava. Ele sentia seus corpo ainda dormente, e levemente dolorido, provavelmente estaria pior quando aquele efeito do líquido dissipasse. Olhando para o punho, Peter pode ver uma corrente de ferro presente, igualmente em seus pés, e para completar, uma corda se fazia presente, em seu abdômen, prendendo o mesmo em uma coluna.
Diferente de muitos cenários de terror ou sequestro, o lugar não estava úmido e nem fedorento. Na verdade, ele podia ver como o lugar aparentava estar limpo e sentir o leve cheiro de alvejante – que na opinião de Peter, era muito cheiroso, mas ao mesmo tempo ruim. Além disso, o local também tinha uma iluminação adequada, junto com uma mesa e uma cadeira. Ele não sabia ao certo onde estava, mas já ficava levemente agradecido por Richard não ser tão desumano, afinal apenas um verdadeiro monstro deixaria um pessoa presa em uma sala escura e fedorenta.
Mexendo levemente a cabeça, o garoto sentiu uma forte pontada na mesma, Peter apertou os olhos fortemente, tentando esquecer da dor. Respirando fundo, o Stark voltou a mexer a cabeça, mesmo com a ponta e logo pode ver uma porta branca trancada, junto com uma pequena janelinha, que continha grades. Outra coisa que Peter percebeu, foi na área avermelhada na sua coxa, provavelmente um machucado, que ele não se lembrava como tinha feito, mas teria que explicar ao pai sobre o mesmo.
Peter olhou para a porta, tentando arranjar uma forma de fugir ou pedir ajuda. Seu relógio não se encontrava no seu pulso, provavelmente Richard havia dava um fim no mesmo, junto com o seu celular e sua bolsa. Pepper e May iriam pirar, ao saber que Peter perdeu mais uma bolsa, essa era a quinta apenas aquele mês. Espantando tal pensamento, Peter pode ver perfeitamente quando a porta foi aberta, e Richard se aproximou, junto com o Otto Octopus.
O garoto não conteu a careta de raiva, e estava preste a soltar um comentário, porém sua voz saiu abafada pelo o pano que estava preso na sua boca. Só naquele exato momento, o Pirralho, havia percebido que até sua boca estava amarrada. Esquece, Richard é um completa e total desumano de carteirinha, ele e seus companheiro lunáticos. Falando neles, Peter não gostou nem um pouco, quando Otto colocou uma maleta na mesa e começou a falar baixo com Richard.
Felizmente, Peter conseguiu captar algumas palavras, como: experimento, DNA, aranha, soldados. É, não precisava ser um gênio para saber que eles estavam querendo usar o DNA de Peter, que tinha DNA de uma aranha radioativa fundido no seu, para experimentos. Provavelmente, eles queriam o seu sangue para criar soldados modificados, e isso não é boa coisa. Na verdade, isso é uma catástrofe, e das grandes, daquelas do tamanho de uma bomba nuclear.
- Se eu fosse você, não me mexeria. – Octopus comentou, enquanto se aproximava de Peter com uma agulha, o menino tentou se mexer, porém logo sentiu a agulha na sua coxa ferida.
- Hum... – o Stark Junior gemeu, enquanto fechava os olhos fortemente.
- Isso deve ser o suficiente para a pesquisa, Richard. – Otto sorriu vitorioso, enquanto via a seringa preenchida com um líquido rubro.
- A pesquisa fica para depois, quero vocês causando o caos em New York. – Richard ordenou, olhando neutro para Peter, que respirava fundo – Aquela facada era mesmo necessária?
- Oh se era. – o cientista concorda, vendo o machucado do Peter – Ele não parava quieto!
- Todos já sabem o que fazerem?
- Richard, você passou a missão mais fácil para os seres inferiores lá embaixo. Além do mais, eu vou estar no comando, então sem problema. – Otto desdenha, enquanto fechava a maleta com um sorriso – Só estamos esperando a ligação.
- Acho que está na hora do Stark Junior, dar um olá para o papai. – Peter fuzilou rapidamente os dois homens.
O Parker mais velho, não hesitou em tatear o seu bolso traseiro e retirar de lá o celular de Peter. O menino arregalou levemente os olhos ao ver o aparelho, Richard era babaca? Ele não sabia do rastreador que Tony colocou? Talvez não, por isso dele ainda estar com o mesmo. Sua linha de pensamento foi interrompida, ao ver Richard discar o telefone discagem rápida, cujo era o do Tony, ou seja, seu pai. O garoto não sabia ao certo o que queria, não sabia se queria que o pai atendesse ou não, na verdade ele estava uma completa confusão.
- Peter Benjamin Parker Stark! Que droga é essa? Como você some o dia inteiro? Não atende a porcaria do telefone? E ainda desconecta a droga do rastreador? E depois tem a audácia de ligar? Quero explicações agora, mocinho! Eu e o restante do pessoal estávamos preocupados... – a voz grossa e carregada de raiva e preocupação de Tony, preencheu o cômodo – Não vai falar nada? Peter, eu quero saber o que raios passou na sua mente, então não quero o seu silêncio!
- Eu sempre achei fofo como os pais ficam super preocupados, quando o filho some. – Richard comentou divertido, e logo pode ouvir um barulho na linha – Hey, Irmãozinho! Como está? Fiquei sabendo que acordou do coma, isso é tão gratificante... mesmo o meu plano inicial sendo a sua morte.
- Richard! – Tony falou entre dentes – Cadê o meu filho? Não encosta um dedo nele! Ouviu bem seu rato de laboratório!
- Nossa, assim mágoa, Irmão. – Richard sorriu, enquanto se agachava na frente do Peter, e retirava o pano da boca do mesmo – Fala oi para o papai. – Peter nada falou, apenas fuzilava o homem – Vai deixar seus pais preocupados, Peter. Nada? Sério mesmo? Você não me deixa outra escolha.
- Ahhhh! – o menino gritou de dor, ao sentir a pressão que Richard fazia no seu machucado meio aberto, que provavelmente se abriu novamente.
- Peter?! Peter! Não toque nele! – Tony exclama com a voz carregada de medo, preocupação e fúria - Richard, não machuca o meu filho! Se você encostar um dedo nele, eu quebro sua cara!
- Uma facada conta? – Richard perguntou inocente, e logo pode ouvir barulho de algo chocando.
- Tony! – uma voz feminina surge, e Peter reconheceu a mesma – Olha aqui, me fala o que quer? Se é dinheiro eu te dou, apenas deixa o meu filho em paz! Solta ele agora! Se não eu mesmo faço você se arrepender de ter nascido!
- Oh, essa deve ser a famosa Pepper Potts! É uma grande honra de conhecer... quer dizer, conversar com você! – Richard provoca, enquanto olhava para Peter – Eu não quero nada seu, eu apenas quero o Tony Stark.
- Solta o meu filho e eu vou. – Tony retorna a ligação.
- Não, Pai! Você não pode! Não! – Peter exclamou desesperado, ele não iria permitir que seu pai se sacrificasse por ele – Pai!
- Cala a boca! – Richard ordena, colocando o pano na boca do mesmo.
- Peter? O que você fez com ele?
- Nada ainda... mas eu não prometo que não vou machucar ele, ao decorrer do tempo. – Tony xingou Richard – Você tem até amanhã de tarde para vim me encontrar, e claro sozinho! Se não, é bom que tenha tido bons momentos com seu filho!
- Seu desgra.... – Richard desliga o telefone, com um sorriso.
- Se prepara. – Otto assente, e logo sai da sala, deixando Richard sozinho com Peter – Não vou mentir, isso está me deixado animado! – Richard retirou o pano da boca de Peter.
- Você é um monstro! – o menino exclamou totalmente irritado – Como tem coragem de fazer isso com o seu próprio irmão?
- Como ele teve coragem de roubar tudo de mim? – o Stark negou com a cabeça, indignado com a fala.
- Ele não roubou nada de voce. – Peter formou uma careta irritada.
- Ah, ele roubou sim! O pai que eu queria, a vida de riquinho perfeito, a Indústria dos sonhos, a fama e o dinheiro a vontade! – Richard comentou, e depois formou uma cara raivosa, enquanto continuava com a voz acida – A mulher que eu amo! E o filho que eu almejava! Acho que ele roubou sim!
- O meu pai só ganhou o que mereceu! Ele nao roubou de ninguém! – Peter rebateu, e logo sentiu Richard pressionar o seu ferimento – Ahhh!
- Eu adoro esses seus gritos! É música para os meus ouvidos... – Peter sentiu uma pequena lágrima escorrer do seu olhos, porém ele continuava com a face mergulhada em raiva – Amanhã eu venho aqui, anunciar que consegui o que sempre quis!
- A sua destruição? – Peter sorriu, e logo pode sentir um impacto na face, e o gosto de ferrugem invadiu seu paladar e narinas.
- Você fica bem melhor com a boca fechada!
Richard tampou a boca de Peter, e logo começou a sair do lugar com passos pesados. Entretanto, antes de sair do lugar definitivamente, o homem apagou as luzes, deixando o pequeno herói no escuro. Peter conseguia sentir as dores nos seus músculos, o cansaço invadindo cada parte do seu corpo. O machucado da sua coxa, deixar o sangue sair da ferida aberta, tornando a dor mais dolorosa. E ainda tinha a pontada da sua cabeça, que apenas piorou.
O Stark queria chorar, queria chorar até as suas poucas forças se esvaziarem. Mas mesmo na escuridão, com o seu corpo clamando por descanso e clemencia, Peter continuo na mesma posição. A cabeça erguida, face neutra e sem nenhuma lágrima na mesma, não importava o que acontece com ele, Richard não ia ver ele com medo igual das outras vezes. Richard não iria vencer Peter, não desta vez. Peter Stark, iria vencer seu bicho papão particular, ele iria vencer Richard Parker!
* Finalmente, a jogada final está próxima... O que vai acontecer agora? Será que Peter vai fugir? Richard vai ganhar? É, agora sim as coisas vão se fechar para ambos lados...
* O próximo capítulo, vai ser bem longo, se não me engano 7000 palavras... E sim, a fanfic está chegando no fim!
* Espero que tenham gostado!
* Desculpa qualquer erro de ortografia
* Até mais!