"O Sol se põe
As estrelas aparecem
E tudo que importa
É o aqui e o agora"
Glad You Came — The Wanted
Decidi me juntar a Aisha no meio da multidão para dançar, deixando Falcão e Miguel para trás em sua conversa.
Enquanto dançávamos, aproveitamos para interagir com o restante do pessoal do Cobra Kai, absorvendo a energia contagiante da festa.
— Você tem um tempinho para mim, meu bem? — Falcão se aproximou, interrompendo nosso momento de diversão.
Olhei para Aisha, esperando sua aprovação antes de seguir com Falcão. Não queria deixá-la sozinha, mas ela me encorajou com um aceno, indicando que estava tudo bem.
Nos sentamos juntos em um tronco de madeira que servia como banco improvisado, e Falcão, com um gesto gentil, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Você é linda, sabia? — ele disse, com um brilho nos olhos que denotava arrependimento por sua atitude possessiva anteriormente.
— Eu tenho você para me lembrar disso todos os dias — sorri, tentando dissipar qualquer resquício de tensão entre nós.
Ele me puxou pela nuca, e nossos lábios se encontraram num beijo intenso, como se estivéssemos tentando reafirmar nossa conexão um com o outro. Confesso que nos entregamos ao momento, perdendo a noção do tempo enquanto nos entregávamos à paixão.
— Vou pegar outra bebida pra gente — me levantei.
Levantei-me determinada a pegar mais bebida para nós dois. Ao me afastar, notei Demetri se sentando ao lado de Falcão, iniciando uma conversa animada.
Dirigi-me à caixa de bebidas e, assim que peguei minha bebida, senti alguém se aproximando por trás.
— Oi, Scarlett, né? — uma voz suave me chamou, e virei-me para ver Moon.
— Sim — encarei-a, curiosa sobre o motivo de sua abordagem.
— Eu queria saber se não tem como você me ajudar a ficar com seu amigo — ela sorriu, sua expressão carregada de intenções.
— Que amigo? — perguntei, mesmo sabendo exatamente a quem ela se referia.
— O Falcão.
Minha expressão mudou rapidamente, irritação tomando conta de mim.
— É que ele é meu namorado... — tentei manter a compostura, não querendo constrangê-la.
— Eu não me importo se vier com o pacote completo — ela me olhou de cima a baixo, suas palavras me deixando sem graça.
— Quem sabe algum dia — respondi, sentindo-me envergonhada com a situação.
Antes que a conversa pudesse continuar, Aisha se aproximou, salvando-me do desconforto.
— Vamos beber mais — ela tentou me puxar, mas parei quando Moon chamou minha atenção.
— Espere, Aisha. Eu preciso te falar uma coisa — Moon disse, fazendo-nos olhar para ela — Queria pedir desculpas pelo que eu e Yasmine fizemos com você no baile. Pensei muito sobre isso e percebi que estava errada. Quero ser uma pessoa melhor.
Eu e Aisha nos entreolhamos, surpresas com a mudança de atitude dela.
— Tudo bem, eu te perdoo — Aisha forçou um sorriso, tentando amenizar a tensão.
— Obrigada — a abraçou.
— Não força a barra, tá bom? — ela se afastou.
Enquanto isso, Falcão se aproximou de nós.
— O que estava falando com Demetri? — perguntei assim que ele chegou.
— Nada demais, só estava dando algumas dicas para ele — ele respondeu, com um sorriso enigmático.
— A festa de vocês tá maneira, com certeza bem mais divertida do que se a Yasmine fizesse — Moon sorriu.
— É, a gente chamou todo mundo do Cobra Kai e mais alguns... — Aisha começou a dizer, mas foi interrompida pela chegada explosiva de Yasmine.
— Ei! Acha divertido acabar com a minha festa? — ela gritou, claramente furiosa.
— Não era sua festa porque a gente chegou primeiro — Aisha retrucou, não recuando diante da investida de Yasmine.
— É? Eu sei que você e a sua gangue do karatê se acham legais — encarou a mim e Falcão com nojo — Mas todo mundo sabe quem você é. Você é uma vadia feia e seus amigos uma aberração — Yasmine disparou, lançando insultos com uma crueldade flagrante.
— O que você disse, amor? Repete — mantive minha postura, recusando-me a permitir que ela nos diminuísse.
— Deixa comigo — Aisha tocou meu braço com determinação.
— Vem Moon, vamos embora — Yasmine chamou, esperando que sua amiga a seguisse obedientemente.
— Não, eu vou ficar — surpreendentemente, Moon decidiu ficar e confrontar Yasmine — Eu pedi desculpa pra Aisha pelo que a gente fez, e você também deveria.
— Que se dane, você merece essa gente — Yasmine saiu, esbarrando propositalmente em Aisha enquanto passava.
— Ei, Yasmine — Aisha chamou, esperando que ela se virasse.
— O que é? — Yasmine virou-se, pronta para mais um confronto.
— Deixa eu te dar uma mãozinha — Aisha disse, e sem esperar por uma resposta, puxou a calcinha de Yasmine para cima, fazendo-a dar um gritinho de dor enquanto se contorcia.
Eu e Falcão não conseguimos conter as risadas diante da cena, vendo Yasmine ser humilhada após suas palavras cruéis.
— Sem compaixão, vadia — Aisha exclamou, jogando Yasmine no chão com um gesto rápido e preciso.
Quando ela caiu, a atenção de todos se voltou para ela, e risadas ecoaram pela festa. Ela bem que mereceu.
— Sem compaixão — eu fiz nosso toque característico com Aisha.
A cena foi um misto de risos e observações enquanto Yasmine lutava para chegar até o carro, claramente incapaz de se mover direito. Aisha deve ter partido a vagina dela ao meio.
Depois que ela finalmente se foi, voltamos à nossa diversão, bebendo mais um pouco. Tomei mais uma cerveja e decidi ir falar com Miguel.
— Ela não chegou ainda? — perguntei quando me aproximei dele.
— Olha ali, é a Samantha — Miguel apontou para ela, descendo segurando a mão de... Robby?
— Oi — Miguel cumprimentou, mas sua expressão mudou ao notar a presença de Robby — Quem é esse cara aí? — ele parecia bem alterado.
— Oi — Samantha disse mas foi interrompida por Robby.
— Espera aí, ele é o seu namorado? — Robby apontou para Miguel, sua voz denotando desconfiança.
— É. Miguel, relaxa, este é o Robby. ele trabalha pro meu pai — Samantha tentou explicar.
Eu observei a conversa se desenrolar, imaginando como Miguel reagiria nesse estado.
— Ah, pro seu pai. Entendi, isso faz sentido — Miguel respondeu, com um tom ácido.
— O que isso quer dizer? Espera aí, você tava bebendo? — Samantha se aproximou dele, visivelmente preocupada.
Miguel a observou por alguns segundos, antes de responder com voz arrastada pela bebida.
— Não, não, não, você não vai virar isso daqui contra mim. Eu te escrevi e te liguei o dia todo. Não podia me responder uma vezinha? — ele perguntou, tentando se justificar.
— Não, eu não podia! Minha mãe pegou meu celular — Samantha respondeu, elevando o tom de voz.
— Isso é tão conveniente.. — Miguel murmurou, mas foi interrompido por Robby.
— Aí, cara... — Robby tentou intervir, mas Miguel se aproximou.
— Sai fora daqui, mané — o empurrou no chão.
— Miguel, para com isso! — Samantha tentou acalmá-lo, mas a situação só estava piorando.
— Ei, você quer tentar de novo? — Robby se levantou, desafiador.
Aquilo estava prestes a sair do controle, e eu já previa o pior.
— Meninos, vamos parar com essa briga idiota — interpus-me entre eles, tentando acalmar os ânimos.
— Você quer que eu tente de novo? — Miguel perguntou, preparando-se para um novo confronto.
O soco acabou acertando Samantha, que caiu no chão, e eu me apressei para ajudá-la a se levantar.
— Samantha, desculpa — Miguel correu para ajudá-la, claramente arrependido.
— Seu idiota! O que foi isso? — Samantha exclamou, furiosa.
— Você tá bem? — ajudei ela a levantar.
— Meu pai tinha razão sobre o Cobra Kai. Boa sorte no torneio. Eu não vou! — Samantha anunciou, visivelmente magoada, antes de sair correndo
— Samantha, espera — Miguel tentou impedi-la.
— Que belos amigos você tem em — Robby me encarou, e depois correu atrás de Sam.
O que Robby quis dizer com aquilo? Quem ele pensa que é para falar sobre minhas amizades? Fiquei furiosa com aquele garoto. Sai de lá irritada e fui pegar mais uma bebida, Miguel veio junto.
— Você acha que eu estava errado? — Miguel perguntou, bebendo mais cerveja.
— Claro que não, a Samantha e o Robby foram dois otários aparecendo aqui daquele jeito — bebi mais um gole da minha cerveja.
— Você tem razão.
— Mas bater nela? Isso sim você tava errado.
— Foi um acidente!
— Independente, meu amigo. Isso não pode nunca acontecer. A não ser que seja uma luta oficial, você não encosta um dedo em uma garota, entendeu? — aconselhei.
— Claro, sei disso — apesar de sua culpa evidente, não pude deixar de dar esse sermão.
Falcão se aproximou, percebendo a tensão entre nós.
— O que acabou de rolar ali? — perguntou.
— A Samantha ficou o dia todo sem me responder e depois chegou aqui com outro cara — Miguel respondeu, sua voz carregada de raiva e decepção.
— Deveria ter arrebentado o cara ali mesmo — Falcão aconselhou, sua expressão endurecida.
— Eu tentei, mas eles foram embora antes disso — o moreno chutou uma garrafa no chão.
Ele perdeu um pouco o equilíbrio mas se esforçou para manter-se em pé.
— Acho que já é hora de parar com as bebidas, Miguel — Falcão tomou a garrafa da mão dele e a jogou no chão.
Com um resmungo, Miguel cruzou os braços, sua frustração evidente.
— E você também, mocinha — Falcão pegou meu copo e fez o mesmo.
— Mas eu ia beber isso — reclamei, sentindo-me contrariada.
— Não vai mais.
Comecei a me debater, agindo como uma criança mimada. Por que estava reagindo assim? A bebida realmente nos faz perder a dignidade.
Falcão me segurou e me jogou em seu ombro.
— Eu vou levar ela pra casa. Até mais, cara — ele se despediu de Miguel.
— Mas eu não quero ir pra casa — tentei me soltar e ficar de pé.
— Mas nós vamos — Falcão disse com determinação, me conduzindo até o carro.
Ele pegou as chaves no meu bolso, me colocou no banco do passageiro e entrou no carro.