Depois de tomado banho, Louis voltou para o quarto e procurou uma roupa quentinha e aconchegante para vestir, optou por usar um moletom preto com o nome "Smile" e sua calça skinny preta um pouco - muito - colada, calçou o seu vans Old Skool e ajeitou o seu cabelo colocando de lado como de costume, a tigelinha bagunçada.
Colocou o celular no bolso da calça e fechou a porta do quarto, desceu as escadas e foi para o lado de fora da sua casa, logo fechando a porta atrás de si. Guardou a chave no bolso e foi andando até a calçada.
O menor parou no meio fio, pegou o celular novamente e chamou um uber. O homem logo lhe respondeu dizendo que demoraria um pouco a chegar, pois estava almoçando. Com os minutos que Louis ficou ali, a sensação de estar sendo observado voltou novamente o fazendo se encolher e rezar para que o homem não demorasse muito a chegar.
O carro prata parou em sua frente e sem demora o pequeno Tomlinson entrou fechando a porta e colocando o cinto, soltou o ar que nem tinha percebido que prendia e respirou fundo guardando o celular no bolso.
"Onde quer ir?" O motorista perguntou, Louis o observou por alguns poucos minutos notando que o homem era um Ômega e sorriu, o homem emanava o seu cheiro de uva dentro do carro, não estava forte, mas qualquer um poderia sentir.
"Para a Style'S, por favor." O homem assentiu e começou a dirigir. Quando chegaram na rodovia, Louis percebeu que o rapaz ficava olhando para o retrovisor do carro, vendo um carro preto lhe seguindo, mas como aquela estrada era a principal, não se importou pensando que o dono do carro estava indo para o mesmo lugar que ele.
Depois de vinte minutos na estrada, Robert o motorista estacionou o carro do outro lado da rua já que a empresa de modelos Style'S ficava na contra mão.
"Prontinho!" Robert disse sorrindo docemente para Louis, que sorriu de volta. Tomlinson pagou ao homem e recebeu umas jujubas como agradecimento por Louis ser um ótimo cliente.
O de olhos azuis atravessou a rua prestando bastante atenção nos lados e correu para a calçada, entrou na enorme empresa e foi direto para a recepção. O saguão era enorme, elegante e muito luxuoso, tudo cheirava a riqueza e poder, as paredes eram todas de vidros que iam do chão até o teto - todas as paredes eram assim, na verdade - o carpete da cor branco se destacava com o teto da mesma cor e um lindo lustre de cristal iluminava o lugar.
O balcão da recepção era de madeira preto. Atrás das duas mulheres loiras que estavam ali atendendo um grupo de empresários que teriam uma reunião com o chefe e dono do lugar, tinha a logo da empresa, o nome Style'S se destacava nas paredes pretas, o nome era em dourado, com várias luzes atrás do mesmo o iluminando e chamando a atenção de todos que entravam.
Esbanjava luxo, riqueza e muito, muito poder.
Quando Louis chegou no balcão ficou esperando os senhores que estavam na sua frente serem atendidos, mas não demorou muito para a sua vez chegar, o pequeno Tomlinson deu um passo a frente ficando cara a cara com uma jovem Ômega loira que mexia em seu computador, o menor desceu seus olhos até o crachá pendurado no pescoço da garota, Agatha o nome dela.
"Boa tarde, o que o senhor deseja?" Perguntou educadamente tirando seus olhos da tela do computador e olhando para o Ômega de cima abaixo. Louis tinha as mãos escondidas dentro dos bolsos do moletom e entortava seus pés em sinal de nervosismo.
"Eu queria falar com Johanna Tomlinson." O rapaz disse baixinho fazendo a mulher abrir um lindo sorriso, ela o achou tão fofo.
"Décimo andar. Ela é a secretária do Senhor Styles, pode subir pelo elevador, irei avisa-la que está subindo." Disse pegando o telefone e discando algo. "Qual seu nome?"
"Louis William!" disse baixo novamente.
"Certo Louis, pode subir!"
Assentiu começando a andar lentamente pelo grande saguão até onde os elevadores ficavam, todas as pessoas que estavam presentes ali encaravam o menor o fazendo sentir as sua bochechas queimarem. Louis foi prestando bastante atenção onde pisava e em o que tocava, tinha medo de esbarrar em algo e quebrar alguma coisa, ele sabia que a sua mãe não iria conseguir pagar nem uma pétala de rosa que tivesse naquele lugar.
Continuou andando devagar pelo imenso corredor, parecia não chegar nunca nos elevadores. O menor ia observando cada detalhe daquele lugar, no corredor tinha várias portas, todas fechadas e com o nome de quem trabalhava na porta, indicando que eram pequenos escritórios.
Quando Louis finalmente chegou no elevador viu que o mesmo estava parado no décimo andar e então apertou o botão para que o transporte fosse até si, e para a sorte do pequeno, ele não demorou muito.
As portas se abriram, Louis continuava observando o lugar totalmente distraído com a beleza que era ali. O pequeno começou a andar, mas antes que chegasse na porta do elevador bateu em algo grande e forte que o fez cambalear pra trás e cair com tudo sentado no chão.
Por conta do impacto da queda, Louis fechou seus olhos com força sentindo a dor tomar conta da sua bunda por causa da enorme pancada. Ainda sentado no chão e olhando para baixo, Tomlinson passou sua mão sobre a região dolorida choramingando.
"Me desculpe, eu não queria..." Uma voz rouca falou fazendo o menor levantar a cabeça e encarar o homem alto a sua frente, as bochechas do pequeno ficaram vermelhas na mesma hora que viu a mão do estranho estendida pra si, na intenção de lhe ajudar a levantar. "É falta de educação recusar uma ajuda."
O menor travou, sua voz não saía naquele instante, ele estava com muita vergonha pra isso, mas aceitou a ajuda de bom grado. Louis segurou na mão do homem ainda alisando a região dolorida, o menor logo encarou o chão novamente sentindo os olhos do homem sobre si, mas logo levantou a cabeça e encarou o rapaz tentando esconder a sua vergonha.
"Me desculpe senhor, eu não deveria está andando de cabeça baixa." Falou baixinho, o homem sorriu com a fofura do menor o que fez Louis sentir mais vergonha.
"Não precisa se desculpar, mas o que faz aqui?" Perguntou sério, todos os pelos do corpo do menor se arrepiaram, logo, Louis percebeu que era um Alfa, um Alfa Lùpus.
O homem era alto, forte e dava medo a qualquer um, seus olhos verdes como esmeralda estavam ficando em um tom escuro e sua pupila dilatando por conta do cheiro de Louis que entrava em suas narinas. Seus cabelos cacheados estavam batendo em seus ombros.
"E-eu estou esperando a minha mãe para irmos almoçar." sussurrou abaixando novamente a cabeça.
"Falou com a recepcionista?" O homem voltou a perguntar ainda em seu tom sério. Antes que Tomlinson respondesse a sua pergunta o celular do rapaz a sua frente começou a tocar e o homem saiu as pressas sem ao menor dizer tchau.
Louis observou o homem saindo do enorme corredor e entrou correndo no elevador apertando o botão do décimo andar. Quando o elevador parou e as portas se abriram, o menor saiu dessa vez olhando para a frente e procurando sua mãe. Não foi muito difícil de encontra-la, só estava ela e mais outra moça no local.
A mulher guardava suas coisas em sua bolsa, enquanto desligava o notebook e empilhava umas pastas. Louis se aproximou parando em sua frente e logo Johanna levantou a cabeça olhando para o filho.
"Boo bear, o que faz aqui?" Jay perguntou enquanto dava a volta em sua mesa e ia para perto do menino que estava tímido, lhe dando um abraço apertado.
"Não queria ficar em casa sozinho." falou a meia verdade. Louis não queria está em casa quando Troy chegasse, mas é claro que ele não iria dizer isso a sua mãe.
"Você já almoçou?" Ela perguntou voltando para atrás da sua mesa e pegando os papéis. Louis negou vendo Jay escrever algo em um papel e deixar encima das pastas. "Vamos almoçar no restaurante aqui perto." A Tomlinson mais velha chegou mais perto do seu filho e virou-se para a outra mulher que estava ali. "Taylor, quando o Senhor Styles voltar do almoço, entregue a ele esses papéis e lhe diga que foi almoçar e voltarei as 14:00."
"Pode deixar Senhora Tomlinson." Taylor disse pegando os papéis da mesa. Jay sorriu e foi guiando Louis até o elevador, quando chegaram ao térreo a mulher abraçou seu filho e os dois saíram do prédio.
"Sua aula acabou cedo Boo." Ela dizia enquanto os dois caminhavam lado a lado pelas calçadas indo na direção do restaurante.
"Dois professores faltaram."
"Ooh.. Olá John." Johanna cumprimentou o homem que estava na frente do restaurante, ele era o dono e adorava ficar ali recebendo os fregueses.
"Boa tarde Jay." O senhor disse tirando o seu chapéu e sorrindo abertamente. "Vejo que trouxe o pequeno Tomlinson hoje."
- Eu sou grande! - pensou Louis estreitando os olhos para o homem a sua frente.
"Yeah, John esse é Louis. Lou, esse é John, dono do restaurante." Jay apresentou os dois e o de olhos azuis sorriu.
"Seja bem-vindo ao meu restaurante Louis, espero que goste da nossa comida e só por você ser um garoto super legal, a sobremesa é por conta da casa."
"Oi John." Louis disse tímido. "Obrigado!"
"Não precisa agradar tanto John." Jay disse sorrindo.
"Eu insisto, um garoto como o Louis precisa de uma recompensa, podem ficar a vontade."
Os Tomlinsom sorriram e entraram no estabelecimento, procuraram uma mesa perto da janela e pegaram os cardápios dando uma olhada no Menu. Tinha várias comidas com nomes totalmente estranho e Hambúrgueres.
"Posso comer hambúrguer?" Louis perguntou colocando p cardápio na mesa e Jay o olhou vendo os olhinhos azuis do filho brilharem. "Por favor!"
"Pode Lou, mas escolha um que você vá comer tudo." A mulher disse séria, mas logo sorriu.
Os dois fizeram os pedidos e enquanto esperavam Louis sentiu novamente aquela sensação. alguém estava lhe observando, novamente.
"Aconteceu algo filho?" Johanna perguntou assim que Louis olhou para o lado de fora da janela. E Louis negou quando não viu ninguém. Afinal, ele nunca via.
Quando acabaram de comer, John trouxe dois sorvetes, um de chocolate para Louis e um de baunilha para Jay, os dois agradeceram e saíram do restaurante, afinal, Johanna tinha que voltar o trabalho e Louis tinha que encarar a cara feita de Troy quando chegasse em casa.
Jay chamou um uber para levar Louis para casa, quando o motorista chegou a mulher o pagou e pediu para Louis lhe ligar caso algo acontecesse, Tomlinson concordou mesmo sabendo que não ligaria. O menor entrou no carro e o motorista deu partida.
O carro parou na frente da casa dos Tomlinson, Louis desceu e agradeceu vendo o carro virar a esquina e logo que virou-se para olhar o lado da sua casa viu o carro da viatura estacionado na frente da garagem mostrando que Troy já estava em casa.
O menor respirou fundo se preparando psicologicamente para o que viria assim que entrasse em casa. Louis abriu a porta e a casa estava totalmente silenciosa, a sala estava do mesmo jeito que ele havia deixado quando saiu, não tinha nada fora do lugar.
Louis subiu as escadas correndo e entrou em seu quarto, a primeira coisa que fez foi fechar a porta, mas não com a chave, logo depois tirou seu moletom e os vans. Abriu a cortina da porta da varanda que tinha em seu quarto e colocou o celular encima da cama.
Estava tudo indo bem, até a porta do quarto se abrir bruscamente fazendo um enorme barulho assustando Louis completamente.
"Está assustado?" Troy falou quando entrou fazendo Louis se virar rapidamente de frente para o homem. O menor não conseguia falar, o medo que sentia estava tomando conta de si e assim que o pequeno Tomlinson olhou nos olhos do seu padrasto, percebeu que as pupilas estavam completamente dilatadas. "Onde você estava?"
Louis não falava, o pânico tomou conta de si. O menor abraçava o seu próprio corpo cada vez mais na intenção de se esconder, os olhos de Troy caindo sobre si o deixava cada vez mais assustado, mesmo o mais velho sendo um policial, um homem da lei Louis sabia que ele era podre.
"ME RESPONDE LOUIS." Rosnou usando a sua voz de alfa e Louis se encolheu tapando seus ouvidos que começaram a doer. "Eu vou lhe ensinar a me responder moleque."
Se já não bastasse Troy usando a sua voz de Alfa para torturar o menor, tirou o seu próprio cinto e foi andando rapidamente até Louis, que estava sentado no chão no canto do quarto com as mãos nos ouvidos, com dor de cabeça e lágrimas escorrendo por suas bochechas.
O homem que deveria lhe proteger estava agora puxando seus cabelos o arrastando até o meio do quarto, Louis tirou suas mãos dos ouvidos tocando as mãos de Troy pedindo silenciosamente para que o homem parasse, mas não adiantou.
O mais velho levantou o de olhos azuis com apenas uma mão, segurando em seu pescoço vendo o menino ficando vermelho, com a outra mão Troy apertou mais o cinto acertando o mesmo na pele leitosa de Louis, que sentia rasgando, ardendo e queimando.
O Tomlinson menor odiava quando isso acontecia, já até tentou fugir de casa, mas Troy não desistiu até lhe encontrar e a surra que o menor levou foi dez vezes pior que as outras, mas não pior que essa. Louis não podia denunciá-lo, Troy tinha vários aliados na delegacia e o depoimento de um pequeno Ômega não adiantaria de absolutamente nada.
"O puxão de cabelo, é para você aprender a responder as minhas perguntas." Troy disse com o seu rosto a milímetros de distancia do rosto de Louis o jogando no chão do quarto. Tomlinson sentia o seu corpo totalmente dolorido sem forças para fazer qualquer ação e o seu pescoço ardia. "E a surra, foi por você ter nascido desse jeito. E não pense em fugir garoto, eu irei lhe encontrar e se eu não lhe matei naquele dia, fique ciente que eu irei acabar com você quando lhe encontrar."