Senpai - Shisui Uchiha

By lhatakenara

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Senpai é um modo de tratamento honorífico japonês, usado para expressar que determinada pessoa tem mais exper... More

Parte II

Parte I

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By lhatakenara


Me nota Senpai
Deixa eu provar o gosto do teu beijo
Me nota Senpai
Sei que nós dois temos o mesmo desejo
Senpai - Felícia Rock


Ser uma ninja da aldeia oculta da folha era um dos prazeres que eu levava da vida, eu me sentia uma pessoa melhor podendo ajudar a proteger minha vila e poder passar os ensinamentos que tive durante minha vida, para novos genins.

Ser uma jounin significava que eu havia passado por todos os aprendizados, que eu havia tido todos os sucessos das missões. Eu nunca estive em uma guerra, porém relatos fortes fazem os meus pelos eriçarem e um nó no estômago se revirar.

Hoje Konoha era um lugar de paz, as nações estavam unidas em um só propósito e isso facilitava nossas vidas. O que não havia paz eram minhas colegas Kunoichis que ficavam cochichando pelos cantos sobre o nosso capitão de time, ele era um Uchiha e raramente interagia sobre sua vida pessoal.

Sabíamos que ele havia perdido um grande amigo, quase como um irmão mas as línguas maldosas dessa vila sempre deixaram no ar que eram muito mais que simples amigos. Pois ninguém nunca havia visto nosso Senpai com alguma namorada ou enrabiscado em alguma saia.

O que era uma pena, pois Shisui Uchiha era muito charmoso.

Nesse dia em especial haveria um grande festival que todos estávamos esperando, porém alguém precisaria ficar de plantão e fazer a guarda. Nem todos poderiam ser liberados de seus serviços e isso estava fazendo todo mundo ficar ansioso para saber quem ficaria para dar a apoio para, nada menos que Shisui.

Ele não gostava muito dos festivais, acredito que durante toda minha vida eu nunca o vi em um.

Encontrei minhas amigas e colegas, Akemi e Shiho conversando animadas, provavelmente estavam planejando dar alguma missão aos seus genins para que pudesse ir atrás de kimonos.

Eu já havia separado um que minha tia trouxe de Sunagakure, queria muito experimentar ele nessa noite. Ele era lindíssimo, em uma tonalidade azulada com algumas flores brancas, o obi era de um azul clarinho. Era um charme e combinaria muito com meus olhos dourados, pretendia prender meus longos cabelos claros com algumas flores.

Já havia planejado tudo para ser uma ótima noite.

—O que vocês estão rindo dessa maneira?

Perguntei quando me sentei as encarando, elas olharam pela volta e sussurraram baixo.

—Estamos falando do Shisui-Senpai.

—O que ele fez dessa vez?

Akemi era ardilosa, eu sabia muito bem disso. Ela mordeu o lábio inferior e olhou ao redor para saber se não havia mais ninguém ouvindo nossa conversa.

—Esses dias fui a um feira e você sabe como os assuntos rolam. —ela murmurou baixo. — Parece que descobrimos o motivo do Uchiha ser tão quieto na dele.

—E?

—Parece que ele e o Itachi-san havia um relacionamento…

Arregalei meus olhos quando vi seus olhos escuros se arregalaram e quando eu menos esperava soltei alto demais.

—Shisui-Senpai é Gay!

Akemi e Shiho arregalaram os olhos assustadas e ouvi um pigarro atrás de mim, as vi recuar com as maçãs do rosto vermelho e fechei meus olhos imaginando quem poderia ser.

Virei lentamente minha cabeça na altura do ombro e ergui meus olhos para cima, engoli seco ao perceber quem estava nos encarando com os braços cruzados e com sua feição de poucos amigos.

Shisui Uchiha era conhecido por ter seus cabelos negros e rebeldes, meio encaracolados. Seus olhos tão negros havia uma intensidade  que faziam todas as mulheres de Konoha se encantarem por sua presença marcante, seus ombros eram largos e sabia que por baixo do uniforme shinobi haviam músculos.

Algumas vezes éramos recompensadas com a bela visão durante os treinos, realmente, Shisui Uchiha era um pecado em forma de ser humano.

—Vejo que está com tempo livre Myuki. —a voz grossa do nosso capitão soou forte. — Então não tem problema em ficar até mais tarde, depois do expediente para me ajudar com as papeladas.

—S-sim.

Minha voz saiu trêmula pois seu olhar parecia querer me devorar inteira, como se a qualquer momento ele pudesse usar seu Katon em minha direção. Ele olhou em direção às minhas colegas que encolheram os ombros em um pedido mudo de desculpas.

Seu corpo girou e saiu em passos duros, poderíamos ouvir seu bufar ao atravessar a porta. Ninguém conseguia trocar uma palavra, pois o ambiente havia ficado tenso demais, fazendo todas tremer a base. Era a primeira vez que havíamos visto Shisui bravo.

—Myuki-chan, vou falar com Shisui-senpai e vou dizer que a culpa foi minha.

Akemi murmurou envergonhada, balancei a mão em negação. Em partes a culpa era minha de ter ficado agitada e voceirado sobre o assunto.

—Divirtam-se no festival e depois me contem como foi. Paquerem os jounin gatos.

Elas soltaram uma risada baixa, Shiho olhou em minha direção divertida.

—Tenho certeza que Kakashi-san vai sentir sua falta.

Suspirei triste, fazia algum tempo que eu e Kakashi trocavamos alguns flertes, mas nada demais. Nada que pudesse ser considerado como uma paquera mesmo, mas eu tinha que confessar que Kakashi era um jounin muito bonito e o mistério por trás de sua máscara era instigante.

Mas ele era fechado e todos sabiam que o motivo era por causa da perda dos seus ex-companheiros de equipe, mas Kakashi era um grande jounin e eu o admirava muito. E quando uma vez, em uma livraria onde fui comprar o famoso Icha Icha de Jiraya-sama, ele puxou assunto. E foi aí que começaram os flertes, mas Kakashi era parado demais e eu não queria o assustar. Esperava um movimento seu, mas isso já se estendia por quase três meses.

[...]

Revirei os olhos caminhando pelo longo corredor escuro, passei por alguns guardas que apenas balançaram a cabeça em minha direção. O lugar estava silencioso, pois todos foram até o festival, suspirei irritada. Eu queria estar nesse festival e quem sabe no final dele, poderia arrancar alguns beijos de Kakashi.

Bati na extensa porta grossa e ouvi uma voz abafada liberando minha entrada, entrei encontrando Shisui com a mão esquerda segurando a cabeça enquanto seus olhos negros varriam por todos os papéis que se encontravam em sua mesa.

Ser capitão do primeiro escalão da Anbu tomava bastante tempo e acabavam deixando tudo em suas costas, se eu não tivesse tão irritada com ele por causa do seu veto sobre o festival, eu até poderia o admitir como um excelente Shinobi.

—Senpai, por onde eu posso começar?

Seus olhos ergueram em minha direção e parecia confuso, ele ficou ereto sobre a cadeira e apontou para a outra em frente a mesa. Arrastei meus pés até lá, sentei encarando toda aquela papelada. Era muita coisa, certamente eu não conseguiria nem pegar o final do festival.

—Pode separar e juntar os papéis conforme os selos. Eles estão separados entre vermelho, verde e laranja. —Suspirou cansado e esfregou a testa com a ponta dos dedos. —Obrigada pela ajuda.

— Não precisa agradecer Senpai, até porque não estou aqui por vontade própria.

Sorri ácida e ele apenas olhou em minha direção. Sem dar muito assunto, comecei a fazer o meu trabalho. Quanto mais rápido, mais cedo eu poderia sair dessa sala que me deixava angustiada, Shisui lia atentamente o conteúdo daqueles pergaminhos e papéis.

Eu nunca apreciei o silêncio mórbido e estar assim, estava me fazendo ficar nervosa. Eu não sei quanto tempo eu já estava com um pequena pilha de papéis com o selo vermelho quando Shisui suspirou.

—Eu não sou.

—Desculpe?

Perguntei pois não havia entendido sua frase, eu podia ver um leve rubor em sua face e ele desviar o olhar para a janela extensa do escritório.

— Gay. Eu não sou Gay, Myuki.

Ofeguei com sua afirmação, certamente minha feição assustada o deixou desconfortável. Não sabia o porquê da sua necessidade de se explicar, me senti culpada por toda a situação. Certamente ele era um homem fechado que queria apenas dar o seu melhor para o bem da vila.

—Eu sei que as pessoas falam sobre minha vida, por causa de Itachi-san. —Ele murmurou ainda envergonhado. —Mas a ligação que eu tinha com ele, era de irmandade. Ele foi um companheiro muito importante na minha vida, um irmão mais novo que pude passar alguma coisa. Ainda é doloroso pensar que ele tirou a própria vida.

Eu continuava olhando em sua direção muito assustada, eu não sabia como responder aquilo. Eu estava me culpando pelo ocorrido, as pessoas tendem a ser maldosas quando não conhecem os motivos de fazer alguém se tornar distante. Inconsciente deixei que minha mão tocasse a sua sobre a mesa, seus olhos viraram sobre mim e tentei dar um sorriso acolhedor.

—Peço desculpas pelo ocorrido mais cedo, estou muito envergonhada.

—Eu tenho tentado ser mais acessível mas ainda é difícil. As pessoas querem fazer fofoca e eu não tenho tempo para isso.

Balancei a cabeça concordando com sua fala. Então era por isso que ele era tão fechado, me senti extremamente culpada por tê-lo julgado sem realmente saber sobre sua história.

—Se quiser ir, acho que ainda dá pra aproveitar o festival.

— Por quê você não vai?

—Não gosto muito de aglomerações. — ele crispou os lábios. —Mesmo que eu saiba que preciso relaxar um pouco.

Uma ideia brilhou minha mente me fazendo saltar da cadeira e pedindo que Shisui esperasse ali. Eu sabia muito bem que no armário de Akemi havia uma garrafa de Saquê e bem, acho que será Interessante fazer Shisui relaxar. Seria como um pedido de desculpas.

Entrei novamente na sala trancando a porta atrás e ergui a garrafa sobre os olhares de Shisui, ele riu jogando suas costas na cadeira.

—Isso é errado, sabe disso.

— Não conte ao chefe. —Pisquei abrindo a garrafa e servindo os dois copos. —Você precisa relaxar e é como um pedido de desculpas.

Empurrei o copo em sua direção, seu olhos intercalou entre mim e o objeto a sua frente, talvez tentando se decidir se era uma boa ideia. abri um sorriso grande ao ver que seus dedos longos seguraram o copo e fiz menção de um brinde e virei todo conteúdo alcoólico garganta a baixo.

Bati com o copo sobre a mesa e fiz uma careta sentindo a ardência descer rasgando, Shisui ainda me olhava e eu sorri o incentivando. Ainda recioso, ele despejou todo conteúdo em sua boca e fez uma careta sentindo a ardência.

—Outra rodada!

Animada servi mais uma dose e isso se arrastou até a metade do líquido ficar  evidente na garrafa. Shisui já estava levemente embriagado e conversava sobre outras coisas, eu prestava atenção em tudo mesmo estando também embriaga.  Soltei alguma risadas em perceber que ele era de fato divertido, o álcool deixa até o mais carrancudo se soltar.

Não sabia se era o álcool mas olhar Shisui solto e contando histórias sobre sua infância, mas quando eu percebi me ergui e me equilibrei com uma mão sobre sua mesa e com a outra puxei seu colarinho.

Eu estava muito embriagada e selei meus lábios com os de Shisui.

Ele ficou parado com os olhos arregalados, não havia tomado nenhuma atitude e eu me afastei sentindo totalmente envergonhada com minha ousadia.

—D-des-desculpe, Senpai. Eu acho melhor eu ir para casa, já estou um pouco embriagada.

Murmurei sentindo minhas bochechas arderem, girei o corpo caminhando até a porta. Parei próximo a porta quando senti as falanges longas de Shisui segurar meu pulso.

—Espere.

Sua voz grossa e rouca fez os pelos do meu pescoço eriçarem, fechei os olhos sentindo meu corpo reagir ao seu leve aperto em meu pulso e a sua respiração pesada tão próxima de mim.

Dei meia volta apenas para olhar em seu rosto e me surpreendi quando vi seus olhos nublados, lambi os lábios e mordi o inferior. Estava nervosa e ver os olhos de Shisui acompanhando todo o movimento só piorou muito.

Seu aperto em meu pulso ficou frouxo e sua mão subiu lentamente tocando minha bochecha, onde roçou lentamente a ponta de suas falanges. Fechei meus olhos sentindo o leve carinho e sua respiração estava mais próxima, eu não queria abrir meus olhos pois sabia que os de Shisui estavam muito mais próximos do que deveria.

Ouvi sua respiração forte e a pressão contra os meus lábios. Sua língua rodeando pedindo uma passagem para aprofundar o beijo, escorreguei minhas mãos em seus braços e deixei que nossas línguas se tocassem mais intimamente. Era como se dançasse algo lento e muito prazeroso, nunca que imaginei que eu estaria gostando de beijar Shisui Uchiha.

Ouvi seu suspiro contra nossos lábios e escorregou suas mãos para minha cintura para as acomodar, apertou de leve e trouxe o contato mais próximo possível.

Céus, beijar Shisui estava sendo muito surpreendente.

Um barulho alto no corredor nos fez afastar lentamente e parecia tão frio e vazio sem seu beijo para preencher o calor. Ainda com suas mãos em minha cintura e as minhas em seus ombros, ele abriu um sorriso levemente.

—Fazia algum tempo que eu queria fazer isso.

Ele confessou baixo e eu senti minhas bochechas arderem, definitivamente não era o Senpai que conhecia.

Tomei seus lábios novamente em um beijo mais urgente, eu queria sentir mais dele. Algo dentro de mim havia sido aceso e eu precisava de mais.

Ele retribuiu um tanto afoito mas quando percebeu minhas intenções, se afastou lentamente segurando cada lado do meu rosto.

—Não quero fazer isso aqui. — Ele murmurou. — Se você quer estender nossa noite, kami-sama, aproveite que estou lutando contra minha razão e venha para minha casa.

Respirei um pouco ofegante, será mesmo que eu queria estender essa noite? Será que valeria a pena, porque Shisui não era qualquer homem. Ele era o meu superior e se isso não desse certo, só Kami para me ajudar no dia seguinte.

Haviam duas vozes dentro da minha cabeça. Uma delas dizia que eu deveria ir e aproveitar a noite, conhecer o que ele tinha para me proporcionar. Uma certa curiosidade sobre sua sexualidade ainda rondava minha cabeça, será que eu não iria me arrepender?

Já a outra voz diz que a melhor forma é recusar e agir como se nada tivesse acontecido. Que ele era de alguma forma, meu superior e seria muito problemático. Alguma coisa poderia dar errado e acabaríamos atrapalhando nossa convivência dentro do nosso trabalho.

Céus, porque aquilo era tão difícil?

Se fosse Kakashi, aceitaria na hora. Mas o copy-ny estava me cozinhando em banho Maria e bem, eu sou solteira, livre, independente e dona de mim. E eu estava muito curiosa com o que Shisui tinha para me oferecer, mordi novamente meus lábios antes de dar minha resposta.

Eu só esperava não me arrepender e que não fosse tarde demais. Caso desse errado, jogaria tudo para o alto e fingiria que nada havia acontecido.

—Sua casa parece ser um lugar bacana.

Ele piscou e segurou minha mão, nos levando embora dali.

Que Kami-sama me proteja e que aquilo não fosse uma loucura, mas era Shisui Uchiha e eu estava muito curiosa.

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