Stupid Wife (REMAKE)

By Horsinha

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Prólogo.
Capítulo 1 - Sonho Louco
Capítulo 2 - Encarando a realidade.
Capítulo 3 - Egoísmo
Capítulo 4 - Carinha.
Capítulo 5 - Diários
Capítulo 6 - Família.
Capítulo 7 - O Maldito Verão.
Capítulo 8 - Desejos.
Capítulo 9 - Dor Compartilhada.
Capítulo 10 - Aniversário.
Capítulo 11 - Recomeço.
Capítulo 12 - Reconhecer.
Capítulo 13 - Conexão.
Capítulo 14 - Primeiro beijo.
Capítulo 15 - Esperanças.
Capítulo 16 - Lugar Certo.
Capítulo 17 - Familiar.
Capítulo 18 - Um pedaço do seu coração.
Capítulo 19 - Resposta óbvia.
Capítulo 20 - Até quando resistir?
Capítulo 21 - Minha pessoa.
Capítulo 22 - Dias melhores.
Capítulo 23 - Tudo acontece por um motivo.
Capítulo 24 - Cuidar dela.
Capítulo 25 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 26 - Feliz natal
Capítulo 27 - O primeiro passo.
Capítulo 28 - Ponto de paz.
Capítulo 29 - O pedido dela.
Capítulo 30 - Tudo.
Capítulo 31 - Momentos.
Capítulo 32 - Diversas sensações.
Capítulo 33 - Uma lembrança.
Capítulo 34 - Pronta.
Capítulo 35 - Eu sou seu presente.
Capítulo 36 - A escolha perfeita.
Capítulo 37 - Gravidez dupla?
Capítulo 38 - FINALMENTE COMPLETAS.
Capítulo 39 - O GRANDE DIA.
LIVRO!

Capítulo 40 - Esposa estúpida.

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By Horsinha

OLÁ AMIGOS!!!!!! Carinhas, lindos, amores da minha vida.

Sei que a demora foi enorme. Demorei anos para terminar a história que mais mexeu comigo, que mais me trouxe coisas boas, que tem muito de mim e representa tudo que acredito relacionado a muitas coisas. Hoje posso dizer que sei como é amar, que não só fantasio como foi quando criei essa fanfic, imaginando uma vida ao lado de alguém que estivesse ali comigo e me aceitasse com todos os meus defeitos sem julgar.

Esse capítulo comparado ao da fanfic original ficou muito diferente mesmo, mas eu gostei. Cada uma tem sua particularidade. E espero de coração que tenha sido tão digno de tudo o que essa história representou para cada um de vocês durante todos esses anos.

E aqui está o último capítulo de Stupid Wife em formato de fanfic. Em breve vocês poderão ter a chance de assim como eu, poderem guardar essa história de maneira fisica, como um livro. Nós conseguimos, muito obrigada por todo apoio durante esses anos.

Sem vocês nada disso seria possível.

ESPERO QUE GOSTEM.

***

Camila Cabello Jauregui.

Tenho certeza que irei receber multas de trânsito depois do caminho percorrido até o hospital. Não teria como ser diferente tendo minha esposa se revirando de dor no banco do meu carro. Mesmo com a adrenalina correndo em minhas veias, consegui manter a calma, sabendo que em nada ajudaria eu ficar tão nervosa. E apesar de estar surtando por dentro, transpareci seriedade diante da situação para mantê-la controlada. Funcionou.

— Eu acho melhor eu sair e chamar algum enfermeiro para te buscar com uma cadeira de rodas. – Falo assim que estaciono em frente ao hospital. Minha esposa não diz nada, apenas resmunga e se contorce um pouco mais. Ela parece estar sentindo bastante dor. — Não saia daí.

Falo por força do hábito sem nem perceber, mas o olhar que se instalou nos olhos dela me fez tremer um pouco. Será que falei besteira? Com toda certeza eu falei, porque sua resposta me fez tremer:

— Some da minha frente, Camila!

Se um ser humano pudesse rosnar de alguma forma, eu poderia descrever a maneira que minha esposa acabou de falar comigo como um rosnado humano. Ela parece realmente brava, mas consigo entendê-la muito bem. Também fiquei muito incomodada com as contrações na gravidez do Gabriel. No caminho até a recepção tenho que desviar de algumas pessoas, estou ofegante, mas tento manter a calma sabendo que minha mulher precisará de mim agora. Devo estar parecendo uma louca.

— Eu preciso de ajuda. Minha esposa está em trabalho de parto, teria como pedir alguém para buscá-la? Ela está no carro aqui na frente.

Estou levemente afobada e a recepcionista me olha com um ar de divertimento. Provável que ela esteja mais do que acostumada em presenciar situações como essa no seu dia a dia. Apesar de tudo, rapidamente pega o telefone e liga para alguém informando a situação.

— Um enfermeiro está a caminho com uma cadeira para sua esposa. Peço que mantenha a calma, iremos cuidar bem dela.

— Ok. – Respondo rapidamente e sem perder tempo de perguntá-la seu nome ou qualquer outra coisa volto na direção em que minha mulher está. Sua porta está aberta e quando contorno o carro posso ver nossos pequenos a abanando com suas mãos. Isso me faz sorrir um pouco. — Amor, o enfermeiro está vindo buscá-la. Consegue ficar de pé?

Ela rapidamente nega com a cabeça, soltando um grunhido doloroso. Gabriel choraminga e tenta abraçá-la, mas eu o puxo para perto de mim, grudando-o em minhas pernas. O enfermeiro não demora a chegar e isso me deixa aliviada.

— Boa noite, senhoras...

— Cabello Jauregui. Eu sou a Camila, ela é a Lauren.

Falo rapidamente enquanto ele se aproxima da minha esposa para ajudá-la.

— Eu sou o Gabi!

Meu filho exclama de repente e isso faz o clima levemente tenso ficar um pouco mais leve, até mesmo minha esposa esboça uma risada em meio a sua careta de dor. O enfermeiro ajuda Lauren a sentar-se na cadeira e começa a levá-la para dentro do hospital. Sinto-me momentaneamente aliviada sabendo que agora ela estará em boas mãos.

— Meninos eu vou precisar da ajuda de vocês. Tia Karla virá buscá-los porque as mamães vão precisar ficar um tempo aqui enquanto suas irmãs não nascem.

— Mamãe Lolo bem?

Gabriel questiona enquanto os levo para dentro do hospital também. Meu filho está progredindo bastante em sua fala, mas ainda não consegue formular algumas frases corretamente. É adorável vê-lo falando, porém minha esposa e eu sempre o ajudamos a corrigir suas frases para incentivar seu aprendizado.

— Sim, meu amor. Sua mãe está bem, ela vai apenas precisar de algumas horas para trazer suas irmãs novas para nós. Você quer conhecê-las?

O pequeno acena freneticamente, fazendo os cabelos ondulados balançarem com o movimento. Confesso que tentei levá-lo para cortar um pouco seus cabelos, mas ele não quis, disse querer ficar como o irmão. Lauren e eu apenas pedimos para o cabeleleiro que aparasse na frente para não atrapalhar sua visão, da mesma forma que fazemos com Louis. Eu amo o fato deles dois serem bem unidos, é adorável. Tenho certeza que será assim com as gêmeas também.

Coloco meus filhos sentados próximo ao balcão e vou até lá para fazer a ficha de minha esposa. Aproveito para ligar outra vez para Karla e ela diz que acabara de estacionar em frente ao hospital. Sinto-me aliviada porque minha esposa precisará de mim e eu nunca deixaria meus filhos sozinhos. Quando termino de preencher tudo que era necessário, volto para perto dos meus pequenos e nesse momento ouço a voz de minha irmã:

— Por que suas crianças sempre resolvem vir ao mundo quando está de noite?

Ela brinca, aproximando-se de mim e dos meninos para cumprimentá-los primeiro, e em seguida me dá um rápido abraço.

— Eles são como corujinhas. Preciso acompanhar minha mulher. Vocês vão ficar bem e se comportar com a tia Karla, ok?

— Sim, mommy.

— Sim, mami.

Os dois respondem quase na mesma hora e sorrio abertamente. Abaixo-me na frente deles e sou presenteada com um gostoso abraço dos meus pequenos. Fico emocionada ao pensar na minha família, e que em algumas horas irei estar com mais duas preciosidades entre nós. Dou algumas recomendações a minha irmã como se ela não soubesse muito bem cuidar de crianças. Depois de algumas reclamações e implicâncias dela, nos despedimos e eu vou procurar saber para qual quarto levaram minha esposa.

— Onde você estava? Não é para sair do meu lado.

Lauren reclama assim que me vê. Eu sorrio, apesar de saber que poderia ser morta a qualquer oportunidade. Aproximo-me da cama rapidamente, pegando sua mão para entrelaçar nossos dedos mesmo que ela tenha tentado se esquivar do contato. Está bem rabugenta e estressada.

— Não vou sair do seu lado nunca mais. Eu estou aqui. – Lauren iria dizer alguma coisa, mas então se contorce um pouco e aperta minha mão. Sua força aumentando gradativamente ao ponto de começar a ser desconfortável. — Linda... Você está me machucando. Amor.

Minha esposa não responde e nem diminui a força que exerce contra a minha mão. Sem escolha eu permaneço ali sentindo dor com ela. Mesmo que de forma diferente. Os segundos pareceram horas e então, finalmente, Lauren afrouxa o aperto. Suspiro, aliviada.

— Eu te entendo totalmente agora. Não fazia idéia que contrações poderiam ser tão dolorosas assim.

— Espere até começar a fazer força para elas saírem de dentro de você. Parece que tem alguém te rasgando de dentro para fora. – Falo sem pensar e solto uma risada. Então quando olho para minha esposa, ela está paralisada e ficando muito pálida. Seus olhos extremamente arregalados me possibilitam ver que até suas pupilas dilataram com aparente pavor brilhando neles. — Não, amor. Eu não-

— Eu quero a cesariana. Não vou ter parto normal de duas crianças.

Ela parece desesperada e agitada, mexendo-se sem parar. Eu poderia até rir de sua expressão de horror, mas estava muito preocupada por tê-la deixada agitada. Sei que nesse momento é necessário ter muita calma.

— Meu bem, pode ser que você nem sinta tanto. Posso te garantir que a pior parte são as contrações.

— Mentira. Sua mentirosa! Você... – Sua fala irritada é cortada quando ela começa a soluçar de repente, deixando-me desesperada. — Vagabunda. Eu vou matar você. Sua sorte que não tem um pênis no meio das suas pernas porque eu seria capaz de cortá-lo com uma faca cega.

— Lauren.

— Shut the fuck up!

Fico aérea durante alguns segundos porque seu sotaque britânico e o tom de voz raivoso dela falando aquilo me deixa desnorteada. Lauren solta um gemido doloroso e então se curva um pouco na cama, ofegante. Aproximo-me dela mesmo com medo de ser assassinada.

— Vai dar tudo certo, meu bem.

Os minutos vão passando, e então se tornando horas. Nossa obstetra vem algumas vezes conferir se está tudo bem e próximo do parto, e também alguns enfermeiros. Lauren resmunga e solta diversos palavrões em espanhol e puxando tanto seu sotaque britânico que me distrai em alguns momentos. Minha mente começa então a criar cenários, tentando imaginar como nossas filhas irão parecer. Pensar na alegria que minha esposa vai sentir; ver seu rosto se iluminando olhando nossas pequenas; faz com que uma grande emoção tome conta de mim.

— Você está chorando?

Sua voz me traz de volta a realidade, fazendo-me acordar rapidamente daqueles devaneios. Duas lágrimas escorrem por minhas bochechas e eu logo as seco, fungando algumas vezes. Lauren me olha confusa e preocupada ao mesmo tempo. Eu sorrio para o meu amor, aproximando-me mais dela.

— Eu só estou feliz. Fiquei imaginando umas coisas. Estou tão ansiosa para conhecer nossas filhas.

Ela abre um enorme sorriso e pega uma de minhas mãos, levando-a até sua boca para depositar um carinhoso beijo no dorso da mesma, e depois a leva para sua enorme barriga. Rapidamente faço um carinho naquela região sentindo meu coração saltar dentro do peito, prestes a escapar dali.

— Eu também estou. Muito, muito mesmo. Será que elas vão ser parecidas com a gente?

— Espero que elas tenham seus olhos. E esse nariz lindo. E também todo o resto. Quero que as duas sejam cópias de você.

Minha esposa me olha com os olhos rapidamente ganhando aquele brilho emotivo e apaixonado que tanto me encanta. Claro que sua sensibilidade está cada vez maior, e eu gosto muito disso porque Lauren fica linda quando fica boba e apaixonada.

— Você é incrível, sabia? Mas eu espero que elas tenham seus belos olhos castanhos. E sua boca também.

Inclino-me para beijá-la, mas então outra contração se inicia e depois de longas horas na espera, a doutora finalmente disse que estava na hora e iriam levar minha esposa para outra sala onde aconteceria o parto porque as contrações estavam mais freqüentes e sua dilatação tinha aumentado. Rapidamente troquei minhas roupas e coloquei o que era necessário para poder estar ao lado dela na hora que nossas filhas fossem concebidas. E claro, não podia faltar à câmera que sempre fez tanto parte da nossa vida.

— Estou aqui, meu amor. Você está linda.

Lauren ofega algumas vezes e me olha como se eu fosse louca. Eu apenas sorrio, acariciando sua testa levemente suada e tirando alguns fios soltos que ali ficaram grudados. Ela solta um grunhido de dor e mantenho meu olha fixo nela, ignorando a movimentação a nossa volta.

— Devo estar parecendo uma doida. Toda suada e descabelada. Estou qualquer coisa, menos linda nesse momento.

— Em todos os momentos você é linda. Principalmente agora que está prestes a dar a luz para nossas filhas. Não poderia estar mais perfeita do que nesse momento.

— Amor, eu não posso chorar agora. Você quer me matar?

Eu abro um sorriso e acaricio seu rosto, colocando a câmera bem em seu rosto. Lauren iria me dizer mais alguma coisa, mas seu rosto começou a se contorcer de repente e ela soltou um gemido extremamente doloroso. Iria começar e logo nossas filhas estariam em nossos braços. Eu não poderia estar mais ansiosa para vê-las.

— As nossas filhas finalmente vão nascer meu amor. Eu mal posso esperar.

Tento conversar com ela para distraí-la enquanto a médica pede que ela faça força e minha esposa solta diversos palavrões em espanhol. O engraçado é que seu sotaque britânico está muito acentuado mesmo que Lauren não esteja falando em inglês. Viro a câmera para o nosso redor, mas não tiro meus olhos do rosto dela.

— Promete uma coisa para mim. Por favor! – Lauren exclama, grunhindo de dor em seguida e contorcendo todo seu rosto demonstrando estar sentindo bastante dor. — Me promete.

— Qualquer coisa meu amor. Qualquer.

Respondo-a rapidamente. Lauren se ergue um pouco na maca e solta um longo gemido de dor. Seu rosto está vermelho e tem uma veia saltada em sua testa que raramente a vejo aparecer. Geralmente minha esposa está nervosa quando isso acontece, mas agora acredito que seja por causa do esforço feito.

— Prometa que vai cuidar para sempre dos nossos filhos e nunca os deixará sozinhos.

Fico levemente confusa com seu pedido, então ela solta outro daqueles ruídos dolorosos e se curva mais um pouco.

— Claro que irei cuidar deles. E você vai estar aqui comigo. Por que está falando assim?

Meu coração se comprime dentro do peito ao vê-la sorrir em meio à dor, deixando lágrimas escorrerem por seu belo rosto vermelho. Lauren parece apavorada, posso ver algo refletido em seus olhos verdes. Eu a conheço bem para saber identificar algumas coisas.

— Prometa Camila! Prometa!

Sua voz em completo desespero faz meu peito se comprimir. Ela está com o rosto vermelho, todos agitados a nossa volta e meu coração acelerado demais.

— Eu vou cuidar deles e de você também. Pare de falar assim como se estivesse se despedindo de mim. – Estou implorando ao me aproximar dela, segurando uma de suas mãos para lhe passar algum conforto. Lauren curva as costas e solta um gemido extremamente doloroso. — Força, meu amor. Você consegue.

Ela aperta meus dedos com muita força, mas não me importa que isso me cause dor, não deve ser nada perto do que minha mulher está sentindo agora. Só quero aliviá-la ao máximo enquanto nossas filhas não nascem de uma vez. Suas veias do pescoço estão saltadas e eu me sinto extremamente preocupada com seu visível sofrimento.

— Eu amo você, sempre amei. Sempre vou... Ah! Sempre vou amar.

De seus olhos começam a escorrer lágrimas e rapidamente solto a mão que ela estava segurando para poder limpá-las. Lauren me olha com seus olhos verdes brilhando de pavor e algo estranho que me traz uma sensação ruim. Estou preocupada com a forma que parece de alguma forma uma despedida e isso me enlouquece.

— Você consegue meu amor. Não ouse querer se despedir de mim. Está ouvindo? Vamos, força, você consegue. Forças!

— Eu amo você.

Ela sussurra quase sem voz antes de voltar a fazer força. Tudo ao meu redor parece se calar e os sons ficam distantes. Minha visão fica levemente turvada, talvez eu esteja chorando? Não sei dizer ao certo no momento. As palavras dela estão me causando diversas sensações, um misto de medo com ansiedade. Tantas coisas difíceis de numerar todas e explicá-las.

Lauren não tem o direito de estar se despedindo de mim dessa forma. Ela não pode me abandonar, não agora que nossas vidas estão finalmente alinhadas e tudo está se acertando.

Fecho os olhos brevemente para pedir ajuda aos céus, para que todas as forças superiores possam nos ajudar nesse momento. Principalmente para que minha esposa tenha forças o suficiente para conceber nossas filhas o mais rápido possível. Pisco algumas vezes para espantar as lagrimas e então volto minha atenção para Lauren, e no momento que nossos olhos se cruzam, acontece uma coisa que me faz chorar como uma criança.

Exatamente como o choro da nossa primeira filha que acaba de vir ao mundo.

Olho na direção das enfermeiras e me emociono ao vê-las segurando nossa primeira filha, que chora extremamente alto. Meu coração parece que vai saltar fora do peito. Volto-me para Lauren e ela parece toda boa, com um sorriso cansado em seu rosto e lagrimas escorrendo em suas bochechas.

— Ela é linda meu amor.

Lauren ergue um pouco o pescoço e tenta vê-la, mas não consegue, porque logo começa a fazer força outra vez, agora para que nossa segunda filha possa vir ao mundo. Estou ao seu lado outra vez, dando todo suporte. Não perco um segundo de nada com a câmera, talvez eu tenha tremido em alguns momentos, mas acho que ninguém irá se importar.

— Ah!

Dessa vez não demora muito para que nossa segunda filha seja ouvida. Lauren solta um grito de alivio, parecendo extremamente exausta. Não consigo descrever todos os sentimentos dentro de mim nesse momento. Estou tão focada em minha esposa que até me assusto quando trazem nossas filhas para colocá-las nos braços de Lauren.

— Elas são perfeitas.

Eu foco a câmera em minha esposa, que emocionada segura nossas filhas em seus braços. Nossas pequenas nasceram com bastante cabelo, estavam chorando e agitadas até serem colocadas no colo da minha mulher. Parece que já reconhecem o colo da mãe delas, não tenho dúvidas de que elas sabem.

— Nossas filhas são lindas, Camz. Elas duas tem o seu nariz.

Lauren fala toda boba ao notar a semelhança que as duas têm comigo, e realmente, é verdade. Estou muito emocionada. Se tornar mãe é uma mistura de felicidade com um amor inexplicável. Você vê aquela mini pessoa te transmitir tantas coisas puras, não existem palavras para descrever. Mesmo quando eu não me lembrava do nascimento de Louis, eu ainda sentia essa ligação. Quando o Gabriel nasceu, parece que tudo aquilo aumentou, e agora está dobrando de tamanho todo sentimento.

Se eu puder usar uma palavra para descrever tudo isso, eu diria que é inefável. Porque esse amor não pode ser medido, não tem como descrevê-lo em palavras. É simplesmente intenso e complexo demais para buscar uma explicação. Natural e belo, algo quase sobrenatural porque você só sente. Você não vê. Você não toca. Você não sabe numerar o grau desse sentimento, mas sente em cada pedaço do seu corpo. Como se tivesse se tornado uma parte de você, e realmente é.

Um sentimento que fez morada dentro da sua alma.

Momentos depois, nós duas estamos de volta ao quarto. Minha esposa ansiosa para a primeira amamentação das nossas pequenas. Eu me sinto como uma criança prestes a receber seu presente do papai Noel. Porém a realidade é que nada pode se comparar a como estou me sentindo.

— Obrigada por me dar tudo o que eu precisava e não sabia. Nossa família é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu te agradeço por fazer todos os meus dias valerem à pena.

— Sem você eu estaria desamparada meu amor. Você e nossos filhos são a minha fortaleza, o meu lar. Eu que a agradeço por permanecer.

Sem poder resistir, acabo a beijando. Não posso evitar. Estou tão apaixonada, parece que tudo que sinto por ela está se intensificando. Talvez seja a emoção do momento que estamos vivendo, ou apenas seja a minha alma reconhecendo ainda mais sua alma gêmea. Lauren está em mim, em cada parte, por dentro do meu ser. Não tem como tirá-la daqui.

Eu gosto da sensação de ter sua boca na minha. O coração acelerado e uma sensação gostosa no estômago que nunca deixo de sentir quando estou com ela. Uma paz e corpo que só ela me traz. Gosto de tudo sobre o amor da minha vida. Tê-la deixado entrar outra vez sempre vai ser o meu maior acerto de todos. Ninguém nesse mundo, ou em outros entre os milhares que existem poderia me fazer feliz da forma que Lauren faz.

Gosto da maneira que ela me cuida, de como me faz sorrir com tamanha facilidade que o sorriso logo se torna uma gargalhada escandalosa. Eu a admiro como pessoa, como mulher, como uma esposa dedicada e uma mãe ainda mais dedicada. Nesse momento temos quatro pequenos para tomar conta e educá-los para se tornarem adultos responsáveis e pessoas de bom coração, e não tenho dúvida que nós vamos conseguir. Porque a tenho do meu lado, sei que somos capazes de tudo.

Uma vez eu li em algum lugar que todos vão te ferir nessa vida, mas você precisa saber por quem vale à pena sofrer.

E por ela eu sofreria sem pensar duas vezes, passaria o inferno, qualquer coisa. Porque no final eu a teria ao meu lado, me ajudando a reconstruir cada pedacinho quebrado. Valeria à pena, pois cada momento de dor se transformaria em momentos de amor.

Nossos filhos e ela são minha prioridade, porque eles são o ar que eu respiro e minha esposa é a minha pessoa. Não preciso de mais nada.

Meses depois.

(IMAGINEM AS GEMÊAS ASSIM)

Os dias têm sido bem corridos, ninguém nunca disse que a vida adulta seria fácil. Quando se é jovem pode ser você fantasie sobre como será esse período. Uma casa enorme, carro do ano, muito dinheiro no banco e talvez uma pessoa ao seu lado para te amar. Eu conquistei a casa e a minha esposa, mas sobre a conta bancaria recheada nem pensar. São tantas contas para pagar, ter um novo lar traz muitas conseqüências e, além disso, eu tenho quatro crianças para cuidar, cinco se for para adicionar minha querida mulher.

Posso arriscar que minha quinta criança me dá muito mais trabalho que as outras.

— Cheguei família. – Eu tinha um sorriso na face ao adentrar minha casa, mas ele foi morrendo aos poucos e deu lugar a uma expressão de confusão ao presenciar a cena no meio da sala de estar. — O que está acontecendo aqui?

E a cena comentada é a seguinte: meu pequeno Gabriel está sobre os ombros de uma Dinah, essa que está com o rosto todo marcado de algumas tintas. Minha esposa sentada sobre o tapete com as gêmeas agitadas em seus braços e Louis tentando puxar o irmão dos braços de minha melhor amiga. Todos parecem estar se divertindo bastante com toda aquela bagunça.

— Esses pentelhos se uniram contra mim enquanto eu estava impossibilitada de me defender. E agora o mandante vai pagar.

E ao dizer aquilo, Dinah começa a subir e descer com o pequeno Gabriel em seus braços, fazendo-o gargalhar em meio a gritos que são acompanhados pelos das gêmeas e Louis continua tentando, sem sucesso algum, tirar seu irmão das garras de sua tia. Eu acabo rindo de tudo aquilo, retirando meus sapatos e colocando-os na sapateira ao lado da porta, logo em seguida também retirando minha bolsa para pendurá-la no tripé presente ali também.

— Como estão minhas preciosidades?

Minhas pequenas se agitam no colo de Lauren, inclinando-se para frente para que eu possa segurá-las. Com certo esforço e auxilio de minha esposa eu as pego em meus braços, ganhando beijos molhados por todo meu rosto. É simplesmente indescritível chegar em casa e ser recebida assim.

— Você deve estar cansada. Como foi o trabalho?

Lauren questiona logo após selar nossos lábios e pegar Destiny de mim para que eu não segure as duas ao mesmo tempo e me canse. Hope deita sua pequena cabeça em meu colo e envolve meu pescoço com suas mãos. Isso me faz ficar completamente rendida sempre, eu amo tanto os meus filhos. Não acho que possa existir amor mais lindo e puro.

Depois de tanto tempo falando sobre destino, sobre ter esperanças relacionadas ao nosso futuro juntas. Não teria como nomeá-las de outra forma. Minha esposa foi a primeira a concordar quando eu sugeri tais nomes. Sei que talvez possam achar brega, ou até mesmo sem sentido, mas para nós duas traduz um pouco de tudo o que passamos. Cada caminho que nos trouxe até aqui nesse momento, todas as barreiras que enfrentamos, por todas as vezes que quase nos separamos e conseguimos reverter a situação para permanecermos juntas.

Sempre mantivemos esperança de que o destino unisse os nossos caminhos.

Foi por essas e outras questões que resolvi fazer uma tatuagem. Minha primeira em todos esses anos. Precisava de algo para me fortalecer quando estivesse longe dos meus tesouros. Resolvi fazer um triangulo com cinco bases. O triangulo representa a letra delta na cultura grega, que significa mudança e fluidez, ou um circuito que volta ao principio. Essa é a minha história com Lauren, quando quase estávamos no fim, algo nos fazia voltarmos ao começo para reescrevermos tudo. E as cinco bases representam minha mulher e nossos filhos, porque são eles que me mantêm de pé todos os dias, que me sustentam. Não sei o que seria de mim sem eles.

— Cansativo realmente. Temos recebido mais inscrições de jovens, e essas crianças tem muita energia.

Minha esposa solta uma gargalhada.

— É sério; eles exigem muito de mim. Estou ficando velha para isso.

— Mas continua uma gostosa.

Uma terceira voz interrompe minha conversa com minha esposa e eu abro um sorriso, sendo envolvida pelos braços de minha melhor amiga em seguida. Eu olho para seu rosto todo marcado e sinto vontade de rir.

— Você pegou no sono e eles pintaram seu rosto outra vez, né? Isso é bem feito por todas as vezes que você fez o mesmo com os dois. Pensou que nunca haveria vingança.

— Vocês estão criando cobras. – Ela rebate e olha para meus pequenos garotos, que a observam com sorrisos travessos no rosto. Esses três juntos são terríveis. — Eu voltarei, podem esperar.

Reviro os olhos e nego com a cabeça. Não tem maneira de fazer com que essa mulher cresça. Da mesma forma que minha esposa continua uma moleca. Estou cercada de crianças como vocês podem ver.

— Vai ficar para o jantar?

Questiono a ela depois de finalmente cumprimentar meus pequenos. Hope ainda em meus braços completamente agarrada em mim e resmungando toda vez que tento colocá-lo no chão para subir e tomar um banho.

— Não. Estava apenas esperando você, Hunter me mandou mensagem dizendo que está fazendo pizzas hoje à noite.

— Nunca pensei que veria aquele moleque sendo um belo dono de casa.

Minha esposa brinca, aproximando-se de nós com Destiny ainda em seu colo.

— Eu sempre avisei a ele que eu não sou e nunca seria a mãe de vocês. Ou ele aprendia a fazer as coisas, ou ficaria sem poder me...

— Dinah!

Lauren e eu falamos juntas ao perceber o que ela iria falar. Minha melhor amiga faz um sinal de rendição e solta risadas. Não agüento essa mulher. Ela não demora muito para se despedir da gente e ir embora, deixando-nos sozinhos. Hope acabou pegando no sono em meu colo e minha esposa comentou que ela não dormiu durante a tarde porque parecia agitada, provavelmente com saudades de mim. Engraçado como cada gêmea escolheu uma de nós para ser grudada.

O jantar como sempre foi caótico. Não que isso seja uma coisa ruim, mas ter quatro crianças, ou melhor, cinco se formos contar com minha digníssima esposa, não é nada fácil. Muito falatório e brincadeiras a mesa. Eu nunca reclamaria disso, muito pelo contrario, eu amo esses momentos.

— Elas estão cada vez maiores. O tempo passa muito rápido.

Uma cabisbaixa Lauren comenta ao voltar para o quarto. Ela tinha colocado nossas pequenas para dormir, assim como eu fiz com os meninos. Termino de passar creme hidratante em minhas pernas e dou um pequeno sorriso, aproximando-me de minha esposa. Seguro em seu queixo para selar nossos lábios, suspirando de amor por sentir sua boca na minha.

— Realmente.

— O tempo voa. – Ela diz e me beija lentamente. Voltando a falar em seguida, sem desgrudar a boca da minha: — Logo estaremos apenas nós duas aqui nessa casa enorme.

Logo depois de dizer isso ela iniciou um beijo gostoso e apaixonado. Suas mãos seguram minha cintura e nossos quadris se juntam. Eu suspiro completamente rendida em seus braços. Meus olhos se abrem apenas para me deparar com aquela imensidão verde de pupilas dilatadas. Sorrio, agarrando seu pescoço e puxando-a para trás. Minha mulher não se faz de rogada, coloca-me de costas sobre a cama e se deita por cima de mim. Voltamos a nos beijar, suas mãos explorando as curvas do meu corpo e eu aproveito para fazer o mesmo com ela.

Lauren desce os beijos para o meu pescoço, usando suas pernas para afastar as minhas e se encaixar melhor. Um de seus joelhos pressiona minha boceta e um gemido me escapa quando aperto seus ombros ao mesmo tempo. Ela segura por trás do meu joelho esquerdo e ergue minha perna para lhe dar ainda mais liberdade. Grudo minha boca na sua outra vez, não sendo nem um pouco cuidadosa. Mordendo e chupando seus lábios com força. Não temos tido muito tempo para fazer amor, sempre um dos nossos filhos aparecem precisando de nós, então vamos aproveitar esse momento a sós.

— Tira. – Eu praticamente imploro quando ela começa a me provocar por cima do short. Sinto o tecido molhado cada vez mais conforme as provocações dela aumentam. Minha esposa não demora a se afastar apenas para tirar aquela peça de roupa desnecessária. E aproveito o momento para retirar sua blusa também. — Maravilhosos.

Comento com água na boca ao ver seus seios bem maiores a poucos metros do meu rosto. Não sou capaz de resistir, erguendo-me na cama para colocar o esquerdo na boca primeiro, sugando o mamilo com força e arrancando um gostoso gemido dela. Lauren se abaixa mais para aumentar o contato e então sinto seus dedos começarem a alisar meus pequenos lábios, toda a extensão de minha boceta. Provocando ela coloca apenas a ponta de um dos seus dedos e quando eu faço força com o quadril para engoli-lo por inteiro, ela retira e sorri. Maldita! Essa mulher é perigosa.

Como resposta eu mordo um de seus seios, não muito forte, mas o suficiente para fazê-la gemer de dor. Lauren parece gostar disso, pois me olha com fome, ainda me provocando, e então a mordo outra vez. Outro gemido lhe escapa, mas dessa vez não tem duvidas que fora de prazer. Ela está adorando sentir essa dor que minha mordida está causando. Safada.

— Toda molhada por minha causa.

Ela murmura e então me dá um tapa certeiro em meu clitóris, fazendo-me tirar a boca de seus seios para gemer alto. Nosso quarto fica distante dos nossos filhos por isso não existe possibilidade deles nos ouvirem. Foi a primeira coisa que procuramos saber quando estávamos reformando a casa.

— Mete. Para de provocar e fode minha boceta logo. – Eu envolvo sua cintura com minhas pernas e seguro seu rosto em minhas mãos, encarando-a para que ela saiba o quanto a desejo dentro de mim. — Me faz gozar para você.

E ela obedece. Deslizando um dedo lentamente e movimentando-o algumas vezes para então retirá-lo e voltar com dois. E dessa vez minha esposa não tem dó alguma de mim, metendo seus dedos de uma vez só, até o fundo. Eu me curvo sobre a cama e faço um movimento para frente com meu quadril para senti-la ainda mais dentro. Lauren começa a foder minha boceta da melhor maneira que sabe, e da forma mais gostosa que o momento pede.

Fazer amor é uma deliciosa. Mas foder com ela é simplesmente indescritível. Quando ela mete sem pena, sem medir forças, quando dá tapas na minha boceta e volta enfiar seus dedos até o fundo, fazendo-me gritar e ficar extremamente agitada sobre a cama, eu fico louca. Lauren sabe me tocar de uma maneira que nem eu mesma sou capaz. Todos esses anos nos tornaram especialistas no corpo uma da outra. E eu amo isso.

Sem poder resistir, ela desce e fica de joelhos no chão, na beirada da cama curvada para colocar a boca em mim. E agora sim, estou indo ao paraíso e ao inferno. Quando seus dedos estão me fodendo, ela dá sugadas firmes em meu clitóris para tremer a língua rapidamente em seguida e colocar devagar os dedos. Ela repete esses movimentos durante um longo tempo para então se afastar e me dar um forte tapa, que me faz gritar de prazer.

Minhas coxas prendem sua cabeça e começo a esfregar minha boceta por todo seu rosto, molhando até mesmo seu nariz com meus movimentos. Lauren não me impede, ela inclusive me auxilia com suas mãos em minha bunda, segurando-a com firmeza para me dar mais apoio e me esfregar nela. Quando anuncio que vou gozar, ela se afasta para me dar outro tapa bem firme, dessa vez pegando toda minha boceta e então fecha a boca em meu clitóris, sugando-o até que suas bochechas fiquem côncavas para em seguida tremer a língua no mesmo sem retirar a boca de volta dele.

O orgasmo vem de maneira deliciosa, e demora alguns minutos para eu me recuperar e então, fazer tudo com ela também. É delicioso ser explora e explorar. Eu amo cada curva do corpo da minha esposa, eu amo pode tocá-la e ser tocada, por senti-la e sentir. Eu simplesmente amo cada momento ao lado dela.

Não existe nada em todo o mundo que eu poderia pedir além dessa mulher. Tudo o que conquistamos. Nossa casa, nossa família, nossos empregos. Nossa vida. Nada disso seria tão perfeito se não tivesse ela. Nada faria sentido.

Porque não existe uma Camila sem Lauren.

ANOS DEPOIS.

Realmente, o tempo ele passa rápido demais.

Penso comigo mesma enquanto folheio algumas fotos de um dos muitos álbuns de família que temos. Engraçado ver os mais antigos sabendo que pensávamos que teríamos apenas o Louis, que nossa família estava completa daquela forma. E então, tudo mudou com a chegada do Gabriel e depois com as gêmeas. Só então pudemos entender o significado de estar completas.

— Eu posso saber aonde vai todo bem vestido assim?

Questiono ao meu filho quando o noto descendo as escadas com seus olhos fixos no aparelho celular em suas mãos. Seu cabelo enorme está preso por um firme coque no alto de sua cabeça, o cheiro de seu perfume toma conta do ambiente. Está obvio que ele está saindo. Mesmo agora que Louis está na faculdade, onde passa três semanas dormindo no apartamento que divide com amigos e uma semana em casa, ainda gostamos de saber por onde ele anda. Sua escolha de faculdade foi uma não tão longe daqui, apenas três horas de distância para que pudesse sempre vir para casa nos ver.

Ele sabia que sentiríamos muitas saudades se ficasse ainda mais longe. Eu não me acostumei a não vê-lo todos os dias aqui, e acho que nunca irei.

— Vou encontrar a Jennifer.

— Outra?

Lauren me impede de questionar quem é essa tal garota quando volta à sala, saindo da cozinha com duas xícaras em suas mãos. Eu olho para ela e então para nosso filho, confusa.

— Como assim outra? Uma mulher? E o Nick?

Louis dá um sorriso de lado parecendo sem graça e guarda o celular em um dos bolsos de trás da calça jeans escura que está vestindo. Minha esposa senta ao meu lado no sofá com uma xícara em sua mão, eu estou muito focada no assunto para pensar em outra coisa.

— Sim, uma mulher. E mamãe o Nick é meu melhor amigo.

— Melhores amigos beijam na boca? É assim que os jovens fazem hoje em dia?

— Você é minha melhor amiga e beija minha boca. – Minha esposa engraçadinha resolve soltar uma de suas piadas e eu a encaro com extrema raiva em meus olhos, fazendo o sorriso em seu rosto sumir. — Desculpa.

— Mamãe, o que vocês viram aquele dia não significa o que acham.

O dia citado em questão foi uma madrugada que minha esposa e eu ouvimos uns barulhos no quintal e fomos verificar. Imaginem a nossa surpresa ao vermos nosso filho e melhor amigo dele se beijando na piscina. Foi um momento constrangedor para Louis e o Nick, mas ainda mais para nós duas por termos interrompido os dois daquela forma. Lauren se divertiu muito com a situação, eu por outro lado não achei graça alguma.

— Como eu posso explicar. Nós... Hm... Experimentamos uma coisa.

— Só os beijos ou aqueles barulhos no seu quarto também foram parte do experimento?

Louis arregala os olhos ao ouvir o que sua mãe disse e então olha na minha direção, que chocada desvio meu olhar para minha esposa e então de volta ao nosso filho. Levanto-me do sofá num pulo só e quase acabo caindo tamanha a minha surpresa ao ouvir aquilo. Eu sabia dos beijos, mas não imaginava que houvessem acontecido outras coisas.

— Como assim?

— Mãe!

Um envergonhado Louis exclama olhando para Lauren, que faz sinal de rendição após deixar sua xícara sobre a mesa de centro. Ela parece ter falado demais, eu a conheço bem para saber todas as suas reações.

— Vocês... Vocês fizeram... Fizeram... Aquilo?

— Camila eu não acho que falar a palavra sexo vá te matar. Não existe um tabu com isso.

— Mãe!

Louis volta a reclamar. Eu estou atordoada ainda. Volto a sentar-me no sofá, tentando assimilar as informações que acabei de receber. Claro que eu sabia que um dia aconteceria a primeira vez do meu filho, mas eu não imaginava que seria tão cedo. Ele não é mais uma criança, é bem obvio, está entrando na fase adulta, mas ainda é o meu garotinho.

— Meu Deus.

— Sim mamãe, nós fizemos sexo. – Ele me responde apenas para confirmar de vez tudo aquilo. Então olha na direção de minha esposa. — E sim mãe, aquele dia foi uma experiência também. Muito dolorosa inclusive.

Ele faz uma careta ao dizer aquilo e Lauren se engasga ao meu lado.

— Você foi passivo?

— Lauren!

— Mãe!

Meu filho e eu exclamamos ao mesmo tempo. Minha esposa ostenta uma expressão chocada e divertida. Essa idiota está se divertindo com a situação e eu aqui quase tendo um colapso nervoso.

— Ele que disse eu só quis confirmar. Não sei como funcionam as coisas no mundo dos homens, mas eu imaginava que você tivesse sido o ativo.

— Eu fui relativo. Mas... Olha isso não importa. Não sou gay, ok? Nem bissexual. Não gosto de homens, nós apenas passamos por uma fase estranha na nossa amizade e acabamos achando que estávamos sentindo coisas um pelo outro. Resolvamos descobrir se era o que achávamos, mas não era.

— Então vocês não estão apaixonados?

Eu o questiono, tentando entender o que realmente aconteceu.

— Não mamãe. Nem ele e nem eu gostamos de homens, isso ficou bem claro. Nós só nos confundimos por um momento, foi apenas isso.

— Vocês ao menos se preveniram?

— Sim mamãe, nós usamos camisinha. Eu não esqueço o que tia Dinah falou sobre doenças sexualmente transmissíveis.

— Menos mal.

— Eu queria muito te contar, mas não sabia como. Minha mãe acabou ouvindo algumas coisas na noite que aconteceu e também viu o Nick indo embora de manhã. Ela conversou comigo e eu pedi que não contasse porque eu queria contar. Fiquei envergonhado e acabei adiando a conversa.

— Com vergonha de ter transado com seu melhor amigo ou por ser um cara?

— Não, eu não tenho problemas com isso. E não teria se fosse gay, só não sabia como dizer a senhor que havia feito sexo.

— Entendi. Ele foi o seu primeiro, certo?

Questiono e finalmente inclino-me para pegar minha xícara de chá. Eu precisava dele para relaxar, agora preciso dele para me acalmar depois de toda essa conversa.

— Sim. Foi a primeira vez dos dois para ser sincero. Não foi ruim, eu estaria mentindo se dissesse que foi. Só não teve aquela coisa toda, sabe? Não fiquei tão... Vocês sabem, e nem ele. Enfim, posso ir? Eu acho que essa conversa já me envergonhou o bastante. Preciso buscar a... A... Menina...

— Jennifer?

— Isso!

Ele sorri envergonhado e vem na nossa direção, beijando nossas testas.

— Se for beber não vá com o seu carro. E se fizer sexo não esqueça a camisinha. Eu sei que você comprou algumas.

Eu dou um tapa no ombro de minha esposa quando ela diz aquilo porque nosso filho parece realmente envergonhado. Não quero que ele nem nossos outros filhos com vergonha de falar sobre sexo conosco. É claro que contar sobre experiências sexuais para os pais, ou mães, pode ser realmente constrangedor, mas falar sobre o assunto não pode e nem deve ser um problema. Muito importante ensinar aos nossos filhos o que é certo e o que é errado.

— Por que não me disse que o carinha tinha feito sexo?

Questiono após nosso filho ter saído. Lauren dá de ombros, bebericando seu chá.

— Prometi a ele que não contaria. Era uma conversa que ele queria ter com você, não me cabia interferir.

— Faz sentido.

Suspiro, recostando-me no sofá. Minha esposa se movimenta ao meu lado, deixando sua xícara sobre a bandeja em cima mesa de centro e então fazendo o mesmo com a minha para poder me puxar para os seus braços.

— Está com ciúme? Por que essa carinha?

— Também tem a ver com ciúme, mas eu só... O tempo está passando muito rápido.

Cinco anos depois.

Vocês se lembram quando a minha querida esposa achava engraçado o ciúme que eu tinha e ainda tenho do Louis? Pois bem. Chegou a minha vez de achar graça do ciúme dela, e por incrível que pareça, ainda não envolve nenhuma das gêmeas. E sim o nosso Gabriel.

Pois é, ela está quase morrendo e o motivo é bem simples: o primeiro beijo do nosso garotinho.

— Ela é ruiva?

— Não mãe, só porque o nome dela é Ariel não quer dizer que ela seja ruiva.

— Pensei que era aquela ruiva. Garota sapeca, não para quieta. Quem foi então? Qual das que vieram aqui no seu aniversário?

— Mamãe...

O pequeno me olha em busca de salvação. Lauren o encurralou na parede ao saber do fatídico beijo. Reviro os olhos, aproximando-me do nosso filho para ajudá-lo a se livrar da mãe coruja dele.

— Ariel é a do cabelo cacheado.

— É aquela que parece uma miniatura da Normani? Que faz balé?

— Sim, amor. Ela mesma. Será que pode deixar nosso filho respirar? Foi só um beijo inocente, eles são crianças.

Lauren me olha como se pudesse me matar com seus olhos, mas eu não me importo, ela não me assusta. Gabriel parece agoniado para sair dali então eu o deixo ir, mesmo que minha mulher resmungue querendo questioná-lo ainda.

— Não acredito que aquela garota veio aqui, comeu da nossa comida e ainda teve a audácia de beijar nosso filho.

— Eu não sei se você lembra, mas disse que ela faria um casal bonito com o nosso filho.

— Eu disse isso?

— Disse quando viu as fotos da festa dele ao lado dela. Por isso os dois não se desgrudavam, nosso pequeno está amando.

Lauren abre a boca atordoada e pega fôlego para me responder, mas o som da porta abrindo bruscamente a impede. Curiosa, olho na direção da mesma e tenho a imagem de um afobado Louis caminhando até nós duas com seus cabelos enormes balançando com o movimento.

— Ganhou na loteria?

Minha esposa o questiona em tom de brincadeira. Eu agradeço a chegada do nosso filho porque isso a distraiu do ciúme de Gabriel.

— Melhor do que isso.

Ele responde parecendo animado demais.

— O que seria melhor que ganhar na loteria?

— Ganhar duas vezes na loteria.

Minha responde em tom de brincadeira e nós duas acabamos rindo de sua piada idiota.

— Não. Mãe, mamães, eu vou ser pai. Vocês vão ser avós.

Ele anuncia parecendo mesmo ter ganhado na loteria. O sorriso em meu rosto desaparece aos poucos e não sei dizer exatamente o que aconteceu depois porque tudo ficou escuro. Momentos depois, eu não sabia ao certo o que tinha acontecido, minha visão ainda estava turva quando abri os olhos.

— Mamãe? Mãe ela acordou. Finalmente, mamãe está me ouvindo?

— O que aconteceu?

Questiono ainda confusa. Meu filho me ajuda a sentar e noto que estou no sofá da sala. Lauren se aproxima com um copo que parece conter água e o estende para mim.

— Você apagou quando eu contei a novidade.

Louis diz e volto a me sentir mole. Não iria apagar dessa vez, mas eu gostaria muito. Meu filho parece apreensivo com as minhas reações.

— Você vai ser pai?

— E vai casar também. Nosso carinha está amando. Que felicidade, se tornando um verdadeiro homem.

Lauren abraça nosso filho e eu acharia engraçada a forma que ela some nos braços fortes dele, mas estou atordoada com a notícia ainda. Há três anos a antiga escola de Louis promoveu um reencontro de turmas antigas, e ele acabou reencontrando sua paixão de infância. Sim, a Rose, aquela mesma. Não demorou muito para que eles começassem a sair. Primeiro meu filho dizia que era só amizade, não tinha nada acontecendo. Ela namorava outra pessoa, mas então veio a bomba: largou o namorado porque não parava de pensar em Louis e meu filho até então nunca tinha firmado compromisso sério com ninguém.

Parecia até mesmo que ele estava esperando ela. E agora os dois vão se casar, e vão ter um bebê.

— O meu bebê vai ter um bebê.

Murmuro ainda desacreditada e então sou puxada para cima e envolvida pelos braços do meu filho. Não posso evitar as lágrimas de emoção, apesar do ciúme, eu estou muito feliz em ver meu pequeno se tornando o homem que sempre quis que ele se tornasse.

— Queremos nos casar o mais rápido possível. Não será nada grande, Rose quer algo simples e bem intimo; poucos amigos e nossos familiares.

— Vamos te ajudar em tudo filho. Não é amor?

— Mamãe?

— Ah... Sim, sim. Vamos.

— Tudo bem mamãe?

Louis segura em meus ombros e me olha parecendo preocupado e receoso. Eu sorrio para o meu filho, acariciando seu rosto com minhas mãos. Lágrimas estão escorrendo em meu rosto outra vez, quando ele cresceu tanto?

— Eu só estou orgulhosa de você. Está se tornando um homem maravilhoso, ainda mais do que já era. Tenho certeza que será um bom pai.

Os meses seguintes foram muito alegres, apesar do choque momentâneo quando recebi a notícia, estava feliz por seria avó. Mal podia acreditar que minha vida está dessa forma. Quando mais nova, nunca pensei que me casaria, nem que iria me apaixonar loucamente por alguém, ainda mais pela pessoa que eu jurava odiar. E quem dirá ter filhos, quatro filhos para ser mais exata. É uma loucura como a vida funciona, né?

Um dia eu estou acordando achando ter dezesseis anos e descubro que me casei com a estúpida e tenho um filho com ela. No outro estou prestes a me tornar avó e com mais três filhos, vivendo feliz ao lado daquela que amo e nunca pensei que me daria bem. Se eu soubesse que todas as vezes que Lauren dizia que iríamos nos casar se tornaria verdade, eu provavelmente pediria que me internassem.

E hoje estou aqui, sem nem ao menos cogitar uma vida que não exista essa mulher ao meu lado. Ela é mais do que eu mereço, isso é obvio. Continuo me apaixonando mais e mais todos os dias pela minha idiota favorita, o meu amor de alma.

Tenho certeza que tudo o que passamos e aprendemos foi para nos fortalecer, e acredito fielmente que o destino nunca quis nos separar, mas sim deixar nossa relação mais forte. Estávamos perdidas, em nós e uma com a outra. Nos afundando sem nem percebermos. Precisávamos de ajuda, mas não sabíamos como pedir. Foi preciso que aquelas coisas acontecessem por um bem maior.

É como costumam dizer, existem males que vem para o bem.

E eu tenho cinco bens, mais preciosos do que qualquer relíquia nesse mundo. Em breve terei outro, tão precioso quanto. E quem sabe o futuro me permita ver outros tesouros sendo adicionados nesse meu triângulo infinito. Porque assim como é para os gregos, a minha família é a minha base, minha motivação de esperança que me dá forças para voltar ao início se for preciso.

— Corre criançada!

Ouço uma voz e logo reconheço ser Hunter adentrando a casa. Então todos também estão parecendo fugir de alguma coisa. Olho para o lado de fora e entendo a correria. Está chovendo bastante. Procuro minhas filhas em meio aquele povo todo e não as encontro. Estávamos todos no quintal para o chá de bebê do meu neto, mas parece que o tempo quis atrapalhar nossa festa.

— Destiny e Hope saiam dessa chuva agora!

Chamo minhas pequenas que pareciam entretidas em brincar na água da chuva, mas ao ouvirem minha voz, rapidamente elas vêem em minha direção. Caminho até um dos armários do deck para pegar toalhas secas, elas estão ensopadas e podem acabar se resfriando.

— Faltou chamar a mamãe também.

Destiny diz assim que a envolvo na toalha, fazendo o mesmo com Hope em seguida. Falo para elas se secarem e depois subirem para tomar banho e trocarem de roupa. Olho em volta do quintal e não me surpreendo ao ver a criança enorme que sou casada parada olhando para cima com toda aquela água sobre ela. Chamo-a algumas vezes, mas Lauren não parece me ouvir, então resolvo ir a sua direção.

— Você não me ouviu te chamar?

Lauren rapidamente se vira ao ouvir minha voz com um enorme sorriso em seu rosto. Minha mente parece passar por um momento de leve confusão, e então vejo minha esposa ficar nova como passe de mágica. Parecia que ela estava rejuvenescendo. Pisco algumas vezes para ter certeza de que não estou delirando, e não, realmente minha mulher estava ali, uma adolescente outra vez.

— Estava esperando você. Me daria à honra dessa dança?

O meu coração dispara em meu peito quando diversas imagens aleatórias de momentos que vivemos, começa a passar como um filme diante dos meus olhos. Lembro-me de coisas das quais eu nem fazia idéia, é como se tudo que esqueci, estivesse voltando nesse exato momento. Momentos de sorrisos, choros, brigas, união, entre outras. Datas importantes; era como se eu estivesse revivendo tudo outra vez. Cada detalhe.

— Eu aceito dançar com você.

Estou quase chorando ao dizer aquilo. Minhas emoções parecem fora do normal. Não consigo dizer mais nada além daquilo. Lauren não responde nada, apenas me puxa para si e mantém os olhos nos meus quando começamos a nos mover para um lado e para o outro. Parecia um dos nossos momentos quando éramos jovens e dançávamos na chuva igual duas crianças.

— Você está feliz com tudo o que conquistamos juntas?

Ela pergunta de repente, fazendo-me abrir um enorme sorriso. Não existe outra resposta para essa pergunta além do óbvio. Teria como eu não ser a pessoa mais feliz do mundo?

— Felicidade é pouco para descrever como me sinto. Sou sortuda.

— Você é minha sorte.

Puxo-a para um beijo apaixonado. Nossos corpos molhados e grudados enquanto continuamos dançando, mesmo sem música, e nem é preciso. Basta a presença dela para que o meu corpo fique em ritmo de festa.

— Lauren! – Eu a repreendo quando sinto suas mãos apertarem minha bunda. — Estúpida. Tarada; pare com isso.

— Sabe que até gosto quando me chama assim?

— Como? Tarada?

— Não. Estúpida.

— É porque você é uma grande estúpida.

Ela solta uma gargalhada gostosa e então me beija outra vez antes de separar nossas bocas e grudar nossas testas para sussurrar baixinho:

— Sim, sou sua estúpida. Sua esposa estúpida.

FIM!

********************

COMO ESTAMOS???

Sim, agora oficialmente a fanfic Stupid Wife chegou ao final. O que acharam de toda a jornada nesse remake? 

Confesso que não esperava que tantas pessoas fossem se interessar por ele, visto que a primeira já tinha sido finalizada. Vocês não fazem ideia de como eu fico feliz com o acolhimentos que essa história recebeu, tanto a original, quanto o remake.

Espero que me acompanhem no processo sobre o livro, terão coisas novas nele também, vou tentar fazer uma parada bem legal com coisas que ainda faltaram aqui e eu vou saber depois que reler tudo daqui uns meses para trabalhar no livro. 

Queria agradecer de coração por todo apoio de sempre, por ainda permanecerem mesmo os que nem shippam mais camren. Obrigada, sempre serei grata a 5H, a Camila e a Lauren e ao fandom como um todo pelas portas que isso aqui está abrindo e também que abriu no passado. Então muito obrigada.

Não é um adeus total de fanfics, viu? Eu ainda tenho projetos.

Talvez a gente se encontre em um minuto...

Quem pegar a referência não me mate, rs

Beijos, beijos, amo vocês!!! 

Volto apenas com noticiais sobre o livro agora!!! 

ATÉ BREVE, AMO VOCÊS MIL MILHÕES!!!!! 

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