𝐃𝐄𝐂𝐈𝐌𝐎 𝐎𝐈𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎
A MORTE
A NEVE CAÍA SOBRE O ANTIGO REINO que se erguia entre as montanhas, até o tempo em Camelot dependia das pessoas e dos seus sentimentos.
— A neve não para de cair. — constatou o mago olhando as casas pelo palácio.
— Sim, os cavaleiros passaram a manhã a resmungar sobre isso. — Arthur, informou ocupando o seu lugar assim como os marotos.
— Ainda não vi Saturn esta manhã. — admitiu o de óculos pensativo sentado no seu lugar.
— Ela saiu cedo com a Excalibur. — avisou o rei começando a se alimentar.
— Com esta neve? — Sirius perguntou surpreso.
— A neve nunca foi um impedimento para as duas entrarem na floresta, Regulus foi com ela? — os ouvidos de James ficaram instantaneamente mais apurados.
— Suponho que sim, porque? — Arthur, respondeu com a boca cheia.
— Arthur, as vezes esqueço da sua incrível inteligência com datas. — o mago olhou o amigo e se sentou.
— Eu sei que dia é hoje! — retorquiu o loiro se defendendo.
— Ótimo, então que dia é?
— 10 de Novembro. — o rei parou um pouco e suspirou — Agora entendi.
— Desculpe, o que tem o dia de hoje? — o lupino perguntou não contendo a curiosidade.
— Faz dois anos que o filho mais velho dos Dankworth, August, morreu. — com aquelas simples palavras, Potter entendeu, por fim, a origem do nome que vinha ouvido nos últimos dias.
— Nós não sabíamos. — Remus, baixou a cabeça se arrependo da pergunta.
— Tudo bem, ainda é assunto frágil para os cinco, principalmente para a família mas já não custa tanto falar. — explicou o rei recordando todas as vezes que tinha estado na presença do garoto.
— Eles devem voltar antes de almoço, até podem ficar no palácio ou passear pela aldeia. — Merlin se levantou para sair mas foi parado pelas palavras do rei.
— Falou com ela?
— Não, Arthur. Vamos deixar isso para depois, o dia hoje vai ser complicado demais. — e saiu, voltando para o 'laboratório' onde cuidava das suas coisas.
— Pode nos dizer onde fica a biblioteca, Arthur? — Lupin, perguntou ainda envergonhado.
— Claro, fica na ala sul é ultima porta do corredor. Podem pedir a Rosália para os levar lá.
Após a saido do rei, os marotos procuram Rosália para os levar a biblioteca; apenas o lupino sabia o que ia fazer no cómodo e por mais que os restante perguntassem ele não falava.
— Obrigado Rosália. — agradeceu, começando a procurar um livro específico.
— Vai, finalmente, contar o que estamos aqui a fazer? — Sirius, reclamou se sentando num dos sofás vermelhos.
— Só depois de encontrar aquilo que procuro.
— Que é? — James, continou esperando o garoto se explicar.
— Um livro. — respondeu o lupino óbvio.
— Isso todos nós percebemos. — Peter, retorquiu irónico.
— ACHEI! — Remus, exclamou assustando os amigos.
O livro tinham uma capa de couro castanha com as letras em tinta dourada; o lupino o abriu e começou a folhear as páginas até chegar a certa.
— Aqui! — apontou e os amigos se aproximaram.
— Ficou interessado nele? Era só perguntar a Arthur ou Merlin como morreu. — Sirius reclamou irritado, tinha andado de uma ponta a outra do palácio para saber a causa da morte de uma pessoa.
— Não podia fazer isso, você ouviu, ainda é um assunto frágil para todos.
— Sim, agora lê o que diz. — apresou o de óculos se sentado do lado de Black.
— August Dankworth, ele era apenas um ano mais velho que nós e morreu de... — o lupino parou e os olhou assuntado.
— Como foi que ele morreu? — Peter, perguntou ansioso.
— Foi morto, diz que um dia ele saiu para a floresta com os amigos e só voltou o corpo.
— Isso quer dizer que um dos amigos o matou?
— Eu não sei. — Lupin, folheio as restantes páginas do livro a procura de uma resposta mas não havia nada.
Os grifinorios ficaram na biblioteca o resto da manhã, de livro em livro, a procura de alguma certeza mas não havia nenhum registo de quem tinha entrado na floresta com o garoto.
— O meu irmão na biblioteca, quem diria que isso era possível. — Regulus, provocou encostado na porta.
— Deixa ele, Reggie! — ralhou a platinada passando por ele — O que fazem aqui?
— Procurando assuntos. — o Black mais velho respondeu continuando o seu trabalho.
— Numa biblioteca? Customava ser melhor a arrumar desculpas. — constatou o mais novo.
— Regulus. — a sonserina chamou olhando para o livro aberto e depois para o amigo que percebeu.
— Não vão achar nada aqui, é uma perda de tempo. — o mais novo cuspiu as palavras e saiu levando Emrys para o quarto.
— O que foi isto?
— Não sei, Wormtail; mas não vou ficar aqui parado a olhar. — James, saiu correndo atrás dos dois amigos.
O palácio ainda era uma coisa nova para ele e como nunca tinha estado naquela ala demorou um pouco para encontrar os quartos.
— Espire e inspire, isso mesmo. — a voz de Regulus soava calma e baixa ao lado do choro da platinada. — A feridas que são difíceis de ser curadas, algumas nunca são e todas deixam mascas completamente diferentes, ele era uma delas.
O peito do maroto começava a apertar e num ato involuntário, abriu a porta do quarto e correu para puxar a platinada para os braços; ele não conseguia ficar a ouvindo chorar sem fazer nada.
— Cuide bem dela. — Black, disse saindo apressado.
Regulus, não parecia estar muito melhor que ela; os seus olhos também estavam vermelhos e estava clara a vontade de chorar.
— Ei, tudo bem, eu estou com você agora. — James, consolou a abraçando mais apertado.
A garota não conseguia fazer nada sem ser chorar e para a reconfortar o maroto se sentou na cama a puxando para o seu colo.
Depois de muito chorar, ela acabou pegando no sono invadida pelo calor de James que fazia festas com as pontas dos dedos nos seus cabelos e costas.
O quarto de Saturn passava tanta tranquilidade quando ela, tudo era uma mistura de branco, preto e prata; um cómodo espaçoso e confortável ao mesmo tempo.
— Menina... — Rosália, entrou de repente sorrindo com a imagem a sua frente — E não gosta dela, verdade?
— Nunca disse que não gostava, apenas que não estava olhando. — retorquiu o garoto envergonhado.
— Sei, a acorde e diga para se arrumar que o almoço está quase pronto, ela não vai querer se atrasar para a visita. — avisou e saiu deixando os dois sozinhos de novo.
— Saturn. — chamou perto do seu ouvido com carinho — Acorda, vai.
— James? — a sua voz calma ainda estava carregada de sono.
— O próprio, agora, acorda antes que Rosália decida vir por ela mesma. — a garota riu sem se mexer.
— A minha cabeça está doendo.
— É normal, Sat; você caiu no sono chorando. — falou baixo continuar a acariciar os cabelos platinados dela.
— Obrigado, por ficar comigo.
— Não precisa agradecer, pequena. — ela sorriu com o apelido se mexendo.
— Queria não ter que sair daqui nunca mais. — admitiu manhosa.
— Quem disse que precisava.
— Rosália.
— Nós fingimos que não ouvimos.
— Ela ficaria uma fera e temos coisas para fazer. — ela começou a se levantar devagar.
— Vou deixa-la se arrumar em paz. — o grifinorio se espreguiçou e antes de sair colou os seus lábios aos da sonserina com carinho.
Emrys, ficou olhando a porta ser fechada e depois se levantou sorrindo mas esse mesmo sorriso desapareceu quando olhou o vestido branco com detalhes prata a sua frente.
Ela suspirou e começou a tirar a roupa para tomar um banho quente; eles sempre a ajudavam a pensar e eram ótimos para confundir as lágrimas com gotas de água.
Rosália, entrou no quarto outra vez quando a garota acabava de vestir o vestido comprido quase inteiramente branco e a ajudou a fazer tranças numa parte do cabelo.
— Perfeita. — elogio assim que acabou de prender as tranças.
— Não precisa de tanto, Rosa.
— Você está bem? Vi que saiu cedo hoje de manhã e voltou para o quarto a chorar.
— Tudo bem, só preciso de tempo. — Rosa a abraçou e deixou o quarto.
Emrys, inspirou mais uma vez antes de sair do cómodo branco; ao abrir a porta deu de caras com Potter que a espera paciêntemente.
— Uau, quanta beleza. — ele beijou a sua bochecha e pegou a mão dela começando a andar até o salão.
Uma bolha de amor e carinho tinha se formado sobre os dois amigos sem eles mesmos perceberem.
— A carruagem está pronta para levá-los ao cemitério. — a voz fraca do rei anunciou no fim do almoço.
— Certo, é melhor ir-mos. — Regulus, se levantou seguido por Emrys e os marotos.
A viagem até ao cemitério foi silênciosa e James não tirou a sua mão da de Saturn, por um único segundo durante todo o trajecto.
Os Dankworth, já tinham chegado ao local assim como os Edwards e Villin; Lucy, era idêntica a mãe até o último fio de cabelo loiro.
— Saturn, finalmente chegou; mãe ja podemos continuar. — Julie, avisou a mulher e Regulus a abraçou.
— Claro, é bom vê-lo fora do laboratório, Merlin. — disse antes de entrar e seguir até ao túmulo.
Julie, tinha um vestido quase igual ao de Saturn tirando pelos detalhes pretos em vez de prata, enquanto os de Scarlet era vermelho e os se Lucy bronze.
Potter, não conseguia largar a sonserina com medo que ela desabesse como tinha feito mais cedo, havia alguma coisa por trás daquilo e o maroto tinha medo do que seria.