QUERIDO ALMOFADINHAS, a mãe da Friday, minha sogra que me ama, caso queira saber, me ensinou a explodir um caldeirão, de propósito!
Te ensino quando nos encontrarmos no expresso.
Abraços, Pontas.
James prendeu a carta com delicadeza na perna de sua coruja nova; Balaço, por sua vez, planou voo para longe.
Sentado na janela embutida de Friday, observou a coruja desparecer entre nuvens e seguir o caminho para o endereço de Sirius; recentemente de volta a Londres, não hesitou em bater na porta da namorada e passar pelo menos uma semana lá, esperando que as aulas voltassem e fossem juntos para a estação no primeiro de setembro.
— Eu ainda não acredito que deu o nome de uma bola de quadribol para a sua coruja. — Dunequim murmurou, impaciente com a enrolação do garoto para se arrumar.
— É original e exclusivo!
— Metade do time fez isso, James!
— Bem, então eu farei com que eles troquem. — o moreno deu de ombros, notando uma fresta da porta do quarto aberta; Sammy observava os dois pacientemente, esperando que parassem de falar para que se pronunciasse.
— Vou buscar seu pai, filha. — avisou — Não façam nada que leve vocês a uma detenção! Amo vocês.
— Então eu posso te matar! — Friday gritou felizarda, quando sua mãe fechou a porta.
— Ora, e isso não é quebrar uma regra da escola?
— Nunca vi o item matar o namorado incluso nas regras.
Passando a mão nos cabelos, James percebeu a inquietação da namorada, mexendo nos próprios dedos e os estalando; costume também adquirido por ele.
Com um sorriso fraco, ele segurou a mão da loura; seu olhar preocupado e alucinante chamou atenção do garoto, pousando uma das mãos na bochecha dela sentiu a pele frígida e tensa da namorada se contrair ao toque.
— O que foi, linda? — perguntou-a, prendendo uma mecha rebelde de cabelo atrás de sua orelha.
— Ela não vai buscar ele, vai receber más notícias e voltar para casa. — disse com dificuldade e entre dentes — Tem sido assim nas últimas semanas. E eu não acho que magia vá resolver.
Com cuidado, James a envolveu em um abraço; sentindo seu coração apertar e diminuir, quase parando de bombear sangue, a cada fungada da namorada.
Vê-la triste, era provavelmente, a coisa mais odiada na sua lista de coisas odiadas; superando até mesmo o recorde número um do ranhoso. — que aliás ainda se recuperava do soco desferido em seu nariz.
E com delicadeza suprema, a avisou que aparatariam no segundo seguinte; sentindo o ar lhe faltar, tudo ficou escuro e em um breu de luz, voltaram a realidade.
A estação King Cross reluzia com poucas arandelas ligadas, levando em conta que era manhã e a luz do sol por si só iluminava a estação.
Entre seus dedos firmes e delicados, Friday carregava a varinha e na mão livre puxava seu malão; eram tempos sombrios e ficar longe da própria varinha não era uma possibilidade.
Com o reinado de terror de Voldemort e os ataques recentes a mestiços e nascidos trouxas, James não deixava de olhar para os lados por um segundo, procurando qualquer um que se atentasse demais a namorada, que por sua vez, estava na mira de comensais pelo simples fato de um de seus pais ser trouxa.
Limpando qualquer resquício de lágrimas em seu rosto, Dunequim subiu no trem e com a ajuda do maquinista guardou seu malão no interior da maria fumaça.
— James! Friday! — uma voz conhecida gritou e Potter deixou que um sorriso tomasse conta de seu rosto — Meu casal favorito!
— Falou o garoto que me odiava.
— Isso faz um ano, Friday! Eu mudei muito em um ano.
— Ficou mais feio, também acho.
Black a olhou como se realmente tivesse ficado ofendido, passando o braço pelo pescoço de James e o levando para longe da garota.
— Ela é uma má influencia, já te disse isso!
James concordou, contando a Sirius todas as atrocidades que Friday já havia ameaçado fazer com ele.
Desde homicídio até tortura.
— Eu fiz cócegas nela e ela quase cortou meu dedo, é uma maluca.
— Eu te pedi para parar!
— E eu não parei. — James sorriu infantilmente, entregando um pacote de snap explosivo para Sirius.
— Então quem estava errado? — a loura coloca a mão em um dos ouvidos, esperando uma resposta — Sim, você mesmo, eu imaginei.
— Por Merlim, vocês parecem um casal de velhos. — Regulus surpreendeu todos ao chegar na cabine de grifinórios e se sentar entre eles, como se fosse um deles. E bem, ele era.
— Senhor e Senhora Potter. — Remus fez um high-five com o cunhado, a quem ele havia se aproximado bastante.
— Friday Potter não me soa bem, James Dunequim é bem melhor. — a mulher declarou por fim, impondo essa como uma das condições para se casar com James.
— Podemos ter os dois sobrenomes, meu amor. Mas o nosso filho vai se chamar Fleaumont II ou eu acabo com tudo.
— Eu me recuso a chamar o meu filho de Fleaumont.
— " Meu " — James imitou ela — Nosso!
— Bem, eu gosto de Harry. — o Black mais novo sugeriu, e todos pararam com a discussão de nomes para prestar atenção nele.
— Está aí um belo nome! Vai ser esse,
um já foi, agora falta o resto. Quero uma tribo de loirinhos.
— Você fala como se eu estivesse grávida, ainda estamos no sétimo ano, seu afobado!
— Isso não é problema, podemos fazer um bebê mais tarde.
Um couro de ews fez com que James se aquietasse, abraçando a namorada e beijando o topo de sua cabeça.
— Depois de todo esse tempo, você ainda cheira a baunilha.
— E você ainda cheira a vassoura nova e grama do campo de Quadribol, o mesmo cheiro da minha Amortentia.
— Tem coisas que nunca mudam.