O Abanar do Amor {jikook}

By nicolypachecos

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Viver em uma sociedade que rejeita sua existência não é fácil. Para um um híbrido canino feito eu, o isolamen... More

🐶 avisos 🐶
Prólogo
1. Carência e Muitos Sentimentos
2. Bulgogi e Amor
3. Lágrimas e Abraços
4. Sopa de Batata e Estranhos
5. Filhotes e Paixão
6. Pizza e Pedidos
7. Cinema e Primeiras vezes
9. Revelações e novos amigos

8. Medos e cartas

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By nicolypachecos

#OAbanarDoAmor

🐶❤️

O primeiro instinto que tive quando percebi que os olhos de Jimin estavam em minha cauda, foi correr.

— Jungkook! — ele exclama, quando me vê tremendo o suficiente para praticamente não conseguir encaixar a chave na porta de minha casa. Quando consigo, não hesito em girá-la com força e rapidez. — Jungkook, e... espera... eu...

E antes que ele possa dizer qualquer ofensa que sei que irá me machucar, eu corro para dentro do meu apartamento, batendo e trancando a porta antes que Jimin possa tentar me impedir de fugir.

Fugir dele. Fugir de mim mesmo. E fugir do amor.

Porque, por um tempo, eu me esqueci. Mas agora, está mais claro do que nunca.

Eu não posso amar.

Eu... não posso.

Jungkook, por favor! — eu sinto meu coração apertar, meu estômago embrulhar e as lágrimas começarem a fugir dos meus olhos quando ele bate na minha porta e tenta abri-la. — Por favor, fala comigo, por favor!

— Não, não, não... — Eu suplico, assustado, perdido, sentindo todo meu corpo tremer. — P-por favor, vai embora! — eu tento gritar, mas minha garganta está fechando e eu não sei o que fazer. Não sei como fugir dele, como impedir ele de me machucar porque, meu Deus, ele sabe, ele sabe, ele sabe...

Jimin... sabe...

Eu não vou embora até você falar comigo! — ele exclama, atrás da porta, e bate nela com tanta força que meu corpo, encostando a ela, treme.

E eu... fujo.

Penso em pedir para Jimin ir embora novamente, mas o que faço é fugir para o meu quarto, pegar minha mala, e começar a puxar todas as roupas que tenho em minhas gavetas para dentro dela.

Eu vou embora.

Eu preciso ir embora.

Eu não posso ficar aqui, Jimin sabe, ele vai me machucar, ele vai fazer alguma coisa, preciso fugir igual o papai, preciso ficar com o meu pai, preciso dele, preciso, preciso...

Jungkook, por favor! — eu escuto Jimin, lá na sala, e estou chorando tanto que mal consigo enxergar o que estou colocando na minha bagagem.

Eu não o respondo. Eu ao menos consigo pensar, só sinto meu corpo inteiro doendo, principalmente meu peito e meus braços. Tudo parece dormente e parece que vou cair... vou cair porque estou triste, porque não quero ir embora, mas preciso, preciso ir embora, porque eu nunca vou ser aceito, nunca vou ser amado, sempre serei ferido porque sou odiado.

Sempre foi assim.

Sempre vai ser assim.

E eu preciso aceitar que eu nunca vou pertencer a esse mundo.

— Pai, pai... — eu tremo, chorando, desejando o seu colo, o seu carinho... o seu amor. O único que posso ter. — Por favor...

Por favor, me salve.

Eu quero sentir o seu abraço, quero estar com você. Por favor, pai, eu preciso...

Sinto meu corpo inteiro doer, e o pânico toma conta de mim porque estou devastado. Está tudo doendo porque o sonho que eu estava vivendo acaba de ter o seu fim, e dói tanto, tanto, mas tanto, pois eu não posso estar com Jimin, não posso ser feliz, não posso ser amado, não posso, não posso, não posso...

Eu me jogo no chão. Abraço meus joelhos, e choro tanto que minha voz está soando alta e sofrida. Dói muito.

Eu não posso amar.

Não posso amar ninguém.

Escondo meu rosto em meus joelhos, e chego a gemer de dor algumas vezes, porque além do meu coração, minhas orelhas também estão doendo. Estão doendo tanto, e estão tão cuvardas para baixo... sinto que nunca senti uma dor tão forte quanto essa. Parece com a dor que senti quando perdi o meu pai...

É a dor de perder alguém que amo.

E como eu amo o Jimin.

— Meu Deus, meu Deus... — eu choro, escondendo ainda mais meu rosto em meus joelhos. — Qual é o meu problema?! Por que eu pensei que poderia fazer isso?!

Por que fui tão idiota?!

Eu choro. Choro até minha garganta arder. Até parecer que não há mais lágrimas. Fico tanto tempo encolhido no chão do meu quarto, soluçando e fungando, que perco a noção do tempo. É tão doloroso e me deixa tão entorpecido que, só depois de tempos, percebo que Jimin parou de bater na porta e me gritar.

Jimin se foi.

E... está na minha hora de ir também.

Mesmo com o corpo dormente, eu me forço a ficar de pé. Olho pela janela e sinto meu coração apertar quando percebo que já está amanhecendo. E está chovendo.

Isso... dói demais...

Eu tento ao máximo não pensar — porque sei que vou desmoronar se o fizer — enquanto lavo o meu rosto, visto minha máscara e minha touca. Tento ao máximo não pensar em Jimin, ou na vida que construí ao que passo pela porta do meu quarto, deixando todos os meus livros, jogos e tapetes de tricô para trás; tento manter minha mente vazia ao pegar o restante das correspondências e uma garrafa de água para sair pela porta e abandonar minha geladeira, com as comidinhas de Jimin, meu console, meus móveis... tudo.

Tento, com a pouca força que me faltou, não pensar na vida que estou deixando para trás quando olho para o lugar que chamei de casa pela última vez.

Estou indo embora.

Eu preciso ir.

Eu fecho meus olhos com força. Meu coração se parte em milhares de pedaços quando eu tranco a porta e sem olhar para trás, carrego minha mala até o elevador.

Quando estou dentro dele, olho para a porta do apartamento de Jimin — onde ele deve estar, já que não estava mais em minha porta — e sinto meu coração murchar com ainda mais força.

Puxa.

Nunca mais passarei por sua porta.

Nunca mais comeremos juntos.

Nunca mais nos beijaremos...

Como dói...

— Não... — eu sussurro a mim mesmo, descansando meus olhos quando as portas do elevador se fecham cruelmente, me levando para longe do lugar onde eu amei pela primeira vez.

Eu amei...

— Oh... — eu aperto os olhos, e dói tanto que eu soluço.

Não posso pensar em nada.

Preciso me segurar até chegar em Masan.

Preciso esperar para desabar com o meu pai.

Eu respiro fundo. E quando as portas do elevador se abrem, eu saio do prédio, entro em um táxi, e vou embora.

Dentro do carro, compro uma passagem para Masan pelo celular. Só consegui uma para daqui a uma hora, o que me frustra e me deixa com ainda mais medo — não quero ficar mais nenhum minuto em Busan —, mas tento pensar que estou seguro porque não estou mais no meu prédio... não serei achado, não serei, não serei...

Durante o caminho, eu excluo o aplicativo do Kakao e desativo todas as minhas redes sociais. Me sinto paranóico e amedrontado quando chego na estação de trem e vejo tantas pessoas diferentes. Parece que todas elas sabem quem eu sou e querem me machucar... exatamente como aconteceu com meu pai...

— Tudo bem... — eu digo a mim mesmo, enquanto ando pela estação. — Eu vou ficar bem...

Me sento no local mais isolado da estação. Mesmo assim, continuo de cabeça baixa, não conseguindo evitar o meu receio... é simplesmente assustador demais.

Como saí às pressas de casa, minhas correspondências estavam todas empilhadas em meus braços, então abro a minha mala sutilmente para guardá-las, uma por uma, dentro dela. A maioria das coisas que chegaram foram jogos, mangás, e livros. Tiro cada um deles das embalagens e guardo cuidadosamente entre minhas roupas bagunçadas, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas novamente por vê-las assim; amarrotadas às pressas. Fugir é realmente... muito doloroso...

Estou fungando baixinho quando pego a última correspondência, confuso porque está em um envelope pequeno, diferente de todas as outras embalagens que recebi.

Quando vejo o nome do remetente, sinto que vou me debulhar em ainda mais lágrimas, porque... puxa, a carta é dele.

É do meu pai.

Ele finalmente me respondeu.

— P-pai... — eu respiro fundo, sentindo meu peito arder enquanto me encosto na cadeira, com sua carta em minhas mãos. — Pai... — eu sussurro, e sinto meu corpo tremer. Já estou chorando de novo e eu nem abri a carta...

O meu pai... ele...

Eu respiro fundo. Meu peito treme e eu engulo em seco quando, fechando meus olhos com força, abro o envelope e começo a ler, lentamente, as palavras do meu pai.

"Meu querido filho,

Como você está? Espero que esteja bem. O serviço de correspondência de Masan está realmente lento nas últimas semanas, portanto, peço desculpas pela minha demora. Espero que a carta chegue no momento certo e que te ajude a aliviar todas as dores que vem sentindo.

Fiquei feliz em saber sobre Jimin! Ele parece ser um rapaz gentil, com um coração de ouro. Ri a beça quando você me disse que ele tem deixado comida caseira em sua porta... parece que ele soube das minhas preocupações quanto a sua saúde! Senti amor nas atitudes dele de longe. Realmente senti amor em todas as coisas que vocês parecem estar passando juntos. Me pergunto como você está se sentindo neste momento. Você o aceitou? O deixou? Seu coração parou de doer?

Como eu queria estar ao seu lado...

Meu filho, eu entendo cada um de seus medos. Cada dúvida que está tendo, eu tive na época em que me apaixonei por sua mãe. Sempre me perguntei o que fazer, como aceitar que a pessoa que amo é "minha inimiga", mas... acontece que nem todos os humanos são nossos inimigos. Às vezes, eles podem ser nossos melhores amigos. Como a sua mãe foi, para mim.

Não pude conhecer o Jimin, muito menos acompanhar a trajetória de vocês para dizer, com toda a certeza, que você deve confiar nele. Não posso dizer que eu confio nele. Eu não o conheço. A única coisa que posso dizer é para você seguir o seu coração. Seguir o amor. Seguir todos os sentimentos bonitos que Jimin te fez sentir. Nunca dê ouvidos aos seus medos... não é porque um ser-humano é mau que todos serão. Jimin pode não ser como os outros.

Você deve sempre confiar no amor.

Deve sempre confiar nos sentimentos bonitos que têm.

E se você sente amor, ou ama Jimin, permita-se confiar em seus sentimentos. Ou, pelo menos, dê uma chance.

Você merece uma chance.

E Jimin também.

Espero que minhas palavras possam aliviar seu peito apertado, e que meu filho lindo, e de que tanto me orgulho, esteja se saindo bem com o seu primeiro amor.

Espero que tenha encontrado a beleza que há no mundo em seus sentimentos.

Eu te amo mais do que a minha vida, filho.

Você merece tudo nesse mundo. Espero que sempre se lembre disso.

Estarei esperando outra carta sua... sinto muitas saudades suas. Obrigado por me deixar fazer parte da sua vida.

Obrigado por ser o meu filho.

Com todo amor,
Seu pai."

Eu choro.

Meu debulho em lágrimas, e soluço sobre o papel fino que contém a caligrafia do meu pai. Me sinto tão aliviado, ao mesmo tempo tão amedrontado, que permaneço perdido.

É quando o meu telefone começa a tocar.

E pelo toque, eu sei.

É ele.

É Jimin.

Eu demoro um pouco para atender. Vejo o seu contato, suspiro, e minhas mãos tremem quando, no último segundo, eu atendo o celular.

— Alô... — eu sussurro, praticamente sem fôlego, e espero ouvir a voz do meu amor. Espero ouvir a voz de Jimin.

Espero que o amor que sinto por ela, me guie.

Mas... não é ele que me responde.

E por incrível que pareça, eu imediatamente reconheço a pessoa do outro lado da linha, que seriamente, me diz:

— Olá, Jungkook. É o Yoongi. Sou o amigo do Jimin. Preciso que venha até mim... você precisa saber de muitas coisas.

❤️

Jungkook de cabelo azul. É o que tenho a dizer.

Brincadeira... hihi espero que tenham gostado da att meus amores! A próxima vai ser uma das mais legais, acho que vocês vão ficar bem surpresos (se bem que deixei umas coisas óbvias, mas enfim, finjam que ficaram surpresos tá!)

Espero que tenham gostado da att de hoje! Odeio fazer meu bebê tristinho, mas ele ficou assustado demais... 🥺

Boa noitinha e até a próxima atualização! Vai demorar um pouco porque vou focar em EECR (outra fic minha) na semana que vem! Então s próxima att fica pra terça, dia 9 de março!

Beijinhos e até lá! ❤️

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