๐…๐„๐„๐‹ ๐ˆ๐“ ๐’๐“๐ˆ๐‹๐‹ แŸธ ๐–ป...

By yourselfpark

343K 29.6K 37.7K

๐Ÿ”ฎ ๐—ฒ๐—บ ๐—ฎ๐—ป๐—ฑ๐—ฎ๐—บ๐—ฒ๐—ป๐˜๐—ผ โ”โ”โ” โ› onde mahina encontra a paz que tanto precisava no caos que รฉ Bakugou Kat... More

๐…๐„๐‹๐‹ ๐ˆ๐“ ๐’๐“๐ˆ๐‹๐‹
๐†๐‘๐€๐๐‡๐ˆ๐‚๐’
โ–ฌโ–ฌโ–ฌ ๐—ณ๐—ถ๐—ฟ๐˜€๐˜ ๐˜€๐˜๐—ฒ๐—ฝ
โฉฉ : ๐™ค๐™ฃ๐™š , ๐—Œ๐—ˆ๐–ผ๐—‚๐–บ๐—… ๐–ป๐—Ž๐–ป๐–ป๐—…๐–พ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™ค , ๐–ฟ๐—‚๐—€๐—๐—
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ง๐™š๐™š , ๐—„๐—‡๐—ˆ๐—๐—‚๐—‡๐—€
โฉฉ : ๐™›๐™ค๐™ช๐™ง , ๐–ฝ๐—‚๐–ฟ๐–ฟ๐–พ๐—‹๐–พ๐—‡๐—
โฉฉ : ๐™›๐™ž๐™ซ๐™š , ๐–พ๐—‡๐–ฝ๐—‚๐—‡๐—€
โฉฉ : ๐™จ๐™ž๐™ญ , ๐—’๐—ˆ๐—Ž ๐–ผ๐—๐—ˆ๐—ˆ๐—Œ๐–พ
โฉฉ : ๐™จ๐™š๐™ซ๐™š๐™ฃ , ๐—†๐—‚๐—Œ๐—Ž๐—‡๐–ฝ๐–พ๐—‹๐—Œ๐—๐–บ๐—‡๐–ฝ๐—‚๐—‡๐—€
โฉฉ : ๐™š๐™ž๐™œ๐™๐™ฉ , ๐—‰๐—‹๐—‚๐—ˆ๐—‹๐—‚๐—๐—’
โฉฉ : ๐™ฃ๐™ž๐™ฃ๐™š , ๐—‡๐–บ๐—Œ๐—๐—’
โฉฉ : ๐™ฉ๐™š๐™ฃ , ๐—€๐–บ๐—†๐–พ ๐—ˆ๐—๐–พ๐—‹
โฉฉ : ๐™š๐™ก๐™š๐™ซ๐™š๐™ฃ , ๐–บ๐—Ž๐–ฝ๐–บ๐–ผ๐—‚๐—๐—’
โฉฉ : โฐยน ๐™จ๐™ฅ๐™š๐™˜๐™ž๐™–๐™ก , ๐–ป๐–บ๐—„๐—Ž๐—€๐—ˆ๐—Ž ๐—„๐–บ๐—๐—Œ๐—Ž๐—„๐—‚
โฉฉ : โฐยฒ ๐™จ๐™ฅ๐™š๐™˜๐™ž๐™–๐™ก , ๐–ป๐–บ๐—„๐—Ž๐—€๐—ˆ๐—Ž ๐—„๐–บ๐—๐—Œ๐—Ž๐—„๐—‚
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ก๐™ซ๐™š , ๐—‹๐—ˆ๐—†๐–บ๐—‡๐–ผ๐–พ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐–ผ๐—ˆ๐—‡๐–ฟ๐—Ž๐—Œ๐—‚๐—ˆ๐—‡
โฉฉ : ๐™›๐™ค๐™ช๐™ง๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐–ผ๐–บ๐—๐–บ๐—…๐—‹๐—’
โฉฉ : ๐™›๐™ž๐™›๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐—‡๐–พ๐—‹๐—๐–พ๐—Œ
โฉฉ : ๐™จ๐™ž๐™ญ๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐—Ž๐—‡๐–ผ๐—ˆ๐—‡๐—๐—‹๐—ˆ๐—…๐—…๐–บ๐–ป๐—…๐–พ
โฉฉ : ๐™จ๐™š๐™ซ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐–ฝ๐—‚๐–ฟ๐–ฟ๐–พ๐—‹๐–พ๐—‡๐–ผ๐–พ?
โฉฉ : ๐™š๐™ž๐™œ๐™๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐—๐—‚๐—
โฉฉ : ๐™ฃ๐™ž๐™ฃ๐™š๐™ฉ๐™š๐™š๐™ฃ , ๐–ฟ๐—ˆ๐—‹๐—€๐–พ๐—
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ , ๐—‰๐—๐–บ๐—Œ๐–พ
โ–ฌโ–ฌโ–ฌ ๐˜€๐—ฒ๐—ฐ๐—ผ๐—ป๐—ฑ ๐˜€๐˜๐—ฒ๐—ฝ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™ค๐™ฃ๐™š , ๐–ฟ๐–บ๐—๐–บ๐—…๐—‚๐—๐—‚๐–พ๐—Œ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™ฉ๐™ฌ๐™ค , ๐–ฟ๐—ˆ๐—‹๐–พ๐—Œ๐—
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™ฉ๐™๐™ง๐™š๐™š , ๐–ป๐—ˆ๐—๐— ๐—ˆ๐–ฟ ๐—Ž๐—Œ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™›๐™ค๐™ช๐™ง , ๐—Œ๐—‚๐—‡๐—€๐—Ž๐—…๐–บ๐—‹๐—‚๐—๐—’
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™›๐™ž๐™ซ๐™š , ๐–บ๐—๐—๐–บ๐–ผ๐—„ ๐—‰๐–บ๐—‹๐—. โฐยน
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™จ๐™ž๐™ญ , ๐–บ๐—๐—๐–บ๐–ผ๐—„ ๐—‰๐–บ๐—‹๐—. โฐยฒ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™จ๐™š๐™ซ๐™š๐™ฃ , ๐—Œ๐—๐–บ๐—‹๐— ๐—ˆ๐–ฟ ๐–ผ๐—๐–บ๐—ˆ๐—Œ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™ฃ๐™ž๐™ฃ๐™š , ๐—€๐—Ž๐—‚๐—…๐—๐—’
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™ฎ , ๐˜ด๐˜ต๐˜ณ๐˜ข๐˜ฏ๐˜จ๐˜ฆ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™ฎ ๐™ค๐™ฃ๐™š , ๐˜ฑ๐˜ญ๐˜ฆ๐˜ข๐˜ด๐˜ฆ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™ฎ ๐™ฉ๐™ฌ๐™ค , ๐–จ ๐–ผ๐–บ๐—‡'๐— ๐–ป๐–พ ๐–ฟ๐—‚๐—‡๐–พ
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™ฎ ๐™ฉ๐™๐™ง๐™š๐™š , ๐—†๐–บ๐—Œ๐—„
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™ฎ ๐™›๐™ค๐™ช๐™ง , brother?
โฉฉ : ๐™ฉ๐™๐™ž๐™ง๐™ฉ๐™ฎ ๐™›๐™ž๐™ซ๐™š , Oikawa.

โฉฉ : ๐™ฉ๐™ฌ๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ฎ ๐™š๐™ž๐™œ๐™๐™ฉ , ๐–พ๐—Œ๐–ผ๐–บ๐—‰๐–พ

4K 379 258
By yourselfpark

meu coração quase falhou quando eu acordei e vi
30K DE LEITURAS !!!!

obrigada minhas estrelinhas, vocês são tudo de bom !
* sintam-se abraçadas virtualmente *


▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

🔮


A brisa tênua lambe minha pele e adentra minhas narinas, causa uma sensação entorpecente e relaxante. Fecho meus olhos a fim de aproveitar o momento calmo que antecede o discurso de Aizawa-sensei à frente dos nossos novos dormitórios, que agora pareciam ainda mais seguros e bem equipados que antes.

Sinto um latejar suave em minha perna quando apoio meu peso em um só lado, volto a posição inicial com uma careta e logo sinto uma dor aguda circulando em minhas têmporas. Massageio o lugar com cautela, enquanto as vozes dos meus colegas atingem meus tímpanos como agulhas e me fazem fechar meus punhos com um pouco de força para controlar a sensação incômoda.

Uma semana se passou desde a luta entre All Migth e o vilão All For One no Distrito de Camino, consequentemente, faz exatamente uma semana que Bakugou foi resgatado. A descrença da sociedade em cima dos heróis cresceu absurdamente nesse meio tempo, já que sem o símbolo da paz e pilar do povo, a esperança escapou entre nossos dedos.

Bakugou andava mais quieto que o normal, as poucas vezes falei com o mesmo durante os últimos sete dias pude perceber isso claramente, ainda não sabia o que podia ter acontecido no sequestro para causar tal atitude no loiro, porém, eu pretendia descobrir o mais rápido possível. Minha internação prolongada por três dias a mais do que todos os meus outros colegas não permitiu que qualquer atitude para ajudar Katsuki fosse tomada.

Meu estado de saúde físico não era dos melhores, na verdade, acho que nunca estive pior. O cansaço me atingia frequentemente pela quantidade redobrada de remédios que estava ingerindo, a fim de diminuir meus colapsos neurais que se encontravam em níveis alarmantes de acordo com os médios. Meus sentidos estavam extremamente sensíveis, principalmente a audição, que me causava lapsos dolorosos sempre que alguém próximo levantava minimamente seu tom de voz.

Minha mente se resumia a uma aglomeração de ideias desorganizadas e sem o menor sentido, causando-me uma dor de cabeça exorbitante. Massageei minhas têmporas torcendo para que o incômodo passasse mais rápido possível, ao mesmo tempo em que meus olhos vagavam para cima e uma sensação desconfortável percorresse o meu corpo junto às inúmeras gotículas de suor.

Que calor infernal.

ㅡ Antes de vocês conhecerem as novas instalações ㅡ A voz de Aizawa chamou minha atenção. ㅡPor mim, Midorya, Todoroki, Iida, Yaoyorozu e Kirishima, que foram até Camino para resgatar Bakugou, e os outros treze alunos que sabiam disso e não tentaram impedir ou avisar alguém, deveriam ser expulsos.

Arregalei os olhos com a declaração do sensei e uma tensão percorreu toda a Turma. A maioria se encontrava cabisbaixa e preocupada, até porque, sabíamos que ele estava com total razão caso decidisse tomar tal atitude.

ㅡ Essa Turma deveria ser resumida a somente aos seis alunos que não tinha absolutamente nenhum conhecimento sobre isso ㅡ Ele virou de costas para todos nós. ㅡ Saibam que o único motivo de ainda estarem aqui, é pela antecipada aposentadoria de All Migth ㅡ Ele caminhou para dentro do dormitório. ㅡ Depois que se acomodarem, falarei sobre as licenças provisórias.

Assim, Aizawa sumiu da nossa vista, deixando todos os presentes tensos e preocupados com os acontecimentos que iriam suceder nos próximos dias. Caminhei até o parapeito que dividia o dormitório da Turma 1-A dos seguintes e me sentei no mesmo, esperando a sensação incômoda em minha mente se dissipar um pouco, enquanto o calor daquela manhã me deixava impaciente.

Olhei para os demais alunos e os observei de longe; Kageyama conversava normalmente com Kirishima, enquanto Yachi parecia estar entretida em lhe fazer cócegas para irritá-lo. Oikawa, por outro lado, estava conversando com Midorya e Shoto, provavelmente perguntando como havia sido o resgate de Bakugou, já que o mesmo ficou comigo o tempo inteiro no hospital e não tinha conhecimento sobre a ação tomada pelos mesmos.

Minhas orbes viajaram pelos presentes ao pensar em Katsuki, logo o flagrando me encarando. Assim que nossos olhares se cruzaram, o mesmo desviou e abaixou sua cabeça claramente envergonhado, começando a caminhar rapidamente para dentro do novo dormitório. Acompanhei seus passos, com total consciência que ele deveria querer conversar com alguém, já que pelo o que havia entendido, Bakugou não falou sobre o assunto do sequestro desde que foi resgatado.

Assim que adentro o local, não consigo evitar de ficar surpresa com estrutura tão bem preparada para nos receber. Nossos antigos dormitórios eram bem arquitetados e avançados, mas estes os superavam completa e absurdamente; ignorando minha curiosidade em conhecer o restante do lugar, dei pequenos passos em direção a cozinha e avistei o elevador que levava para os outros andares no fim do cômodo.

Entrei no mesmo, apertando o terceiro andar, onde ficava o quarto de Bakugou. Para que não gerasse nenhum tipo de dúvida, ficamos com os mesmos andares e quartos do antigo dormitório e sabendo disso, não precisei perguntar ou procurar pelo loiro quando as portas metálicas se abriram automaticamente, dando-me passagem livre para o corredor destinado a quartos masculinos.

Minha mão foi de encontro ao trinco da porta e logo a abri, sem pedir qualquer permissão para entrar, tanto pelo cuidado para que nenhum dos meninos me vissem aqui caso subisse para o seus quartos, quanto por já saber que a resposta de Bakugou seria, simplesmente, " - Entra logo, patricinha! ".

Kacchan? ㅡ O chamei ao não notar sua presença no cômodo.

De repente, a porta do banheiro é aberta lentamente, revelando a silhueta alta e musculosa de Bakugou, vestida somente por uma toalha que o cobria da cintura para baixo. Senti minhas bochechas esquentarem ao perder minha atenção por seu corpo, fazendo com que desviasse o olhar imediatamente para o chão e sentasse em sua cama sem lhe encarar.

ㅡ D-Descupa ter entrado assim... ㅡ Sussurrei acanhada.

ㅡ Você já me viu com muito menos que isso ㅡ Ele disse em seu tom monótono. ㅡ E de qualquer maneira, eu ia mandar você entrar estando vestido ou não.

Kacchan! ㅡ O repreendi. ㅡ Eu ainda não consigo agir naturalmente quanto a isso...

ㅡ Besteira, você-

ㅡ Isso não importa! ㅡ O interrompi. ㅡ Não vim aqui para falar disso...

Me virei em sua direção, ainda sentada, encarando seus olhos que transmitiam uma sensação intensa e penetrante. Bakugou estava encostando em uma mesa de madeira que possuía alguns livros em cima; seus braços estavam cruzados na altura do peito, fazendo seus músculos saltarem ainda mais; o cabelo se encontrava levemente molhado e as gotículas de água ainda escorria pelo seu abdômen.

Analisei cada centímetro do seu corpo a procura de marcas, cicatrizes ou qualquer coisa que pudesse indicar que aqueles vilões haviam feito algo com ele. Eu sabia que de acordo com seu testemunho, eles haviam oferecido e tentado levar Bakugou para a Liga de Vilões, mas minha mente ainda não estava totalmente convencida que não tinham o ferido, até agora.

ㅡ Vai ficar me secando até quando? ㅡ Ele grunhiu irritado.

ㅡ Só estou certificando que não te machucaram.

ㅡ Fizeram o exame de corpo delito na delegacia ㅡ Disse, revirando os olhos. ㅡ Se quiser falar sobre isso, perdeu a viagem. Vai embora!

ㅡVocê não quer que eu vá. ㅡ Levantei uma sobrancelha, o desafiando.

ㅡ Desde quando você sabe o que eu quero? ㅡ Ele elevou seu tom de voz.

ㅡ Eu te conheço muito bem e sei que você está incomodado com alguma coisa relacionada a esse assunto, mas não quer falar ㅡ Suspiro derrotada, entrelaçando meus dedos uns nos outros e encarando os lençóis escuros que cobriam a cama. ㅡ Não minta para mim, por favor.

Bakugou virou seu rosto e encarou a parede ao seu lado. A pressão que mesmo faziam com seus braços cruzados estava deixando os dedos brancos, enquanto o maxilar se encontrava cerrado e seu olhar estreito. Ele estava, claramente, irritado e frustrado com seus próprios pensamentos, como se não soubesse o que falar ou como se expressar.

Eu sabia que Katsuki era um prodígio em quase tudo o que fazia, exceto em usar as palavras. Sinceramente, duvido que ele tenha conseguido expressar suas emoções ou até mesmo conversar sentimentalmente com alguém por mais de alguns meros segundos. Isso, obviamente, estava afetando qualquer tipo de diálogo que devêssemos ter sobre esse assunto.

ㅡ Só quero saber se você realmente está bem, em todos os aspectos ㅡ Disse calmamente e levanto-me da cama, virando de costas para ele. ㅡ Não precisa falar sobre o que aconteceu ou o que está o importunando, só-

Minha fala é interrompida assim que sinto suas mãos em meus ombros, virando-me de frente para ele e empurrando meu corpo contra a parede mais próxima de maneira rude. O baque mudo me faz estremecer por dentro. Suas palmas pousam na superfície que estou encostada, uma de cada lado da minha cabeça, impedindo que eu saísse do local.

Sinto a respiração falha de Bakugou sobre minha pele, enquanto ele analisa minhas feições e eu as dele; seus olhos exibiam um brilho desconhecido para mim, o movimento do seu peito estava desregulado e sua expressão transmitia... raiva? Sim, ele estava com raiva, parecia estar, principalmente, irritado.

Não... Eu não estou bem ㅡ Ele sussurrou contra mim. ㅡ Você se arriscou para me achar.

Arregalei os olhos com sua fala e abaixei a cabeça.

ㅡ C-Como...?

ㅡ Achou mesmo que eu não ia descobrir? ㅡ Ele agarrou meu queixo para que eu o encarasse. ㅡ Sabe o quanto eu fiquei me sentindo culpado só de pensar que você correu alguma merda de risco por minha causa?

Kacchan...

Bakugou soltou meu queixo e passou os dedos pela região, encarando-me com uma expressão que nunca havia visto em seus olhos antes. Suas mãos foram pressionadas contra minhas bochechas em um ato possessivo, enquanto ele colava meu corpo ao seu e encostava nossas testas, mesclando ambas as respirações e fechando os olhos.

Katsuki transmitia um ar de angústia, beirando o medo, algo novo para mim. O garoto que sempre se mostrava ser tão valente à frente de toda e qualquer situação, que não parecia ter se amedrontado pelo sequestro, pelas ameaças ou pelo perigo que correu, exibia nesse momento um desespero silencioso voltado a... mim?

ㅡ Nunca mais se arrisque dessa maneira ㅡ Ele cuspiu as palavras com raiva. ㅡ Principalmente por mim.

ㅡ Você só pode estar ficando louco! ㅡ Sussurrei irritada. ㅡ Você pararia de ajudar as pessoas para salvar a sua pele?

Tsc... Claro que não. Heróis-

ㅡ Protegem as pessoas e se arriscam - O interrompi, completando sua frase. ㅡ Kacchan, seja sincero, você faria o mesmo por mim? Se tivesse como me ajudar e me salvar-

ㅡ Eu não hesitaria! ㅡ Ele se afastou com raiva. ㅡ Acha que eu não faria isso?

ㅡ Tenho certeza que sim ㅡ Sorri suavemente. ㅡ Então, porque eu não posso fazer o mesmo por você?

Bakugou suspirou, grunhiu e se afastou completamente de mim. O loiro virou de costas e caminhou até a mesa de estudos que tinha em seu quarto, passando as mãos pelos cabelos freneticamente, antes de socar a superfície plana em que seus livros estavam e abaixar sua cabeça com um ar frustrado.

Meu coração pungiu em meu peito e uma sensação de medo percorreu meu corpo ao assistir tal cena. Nunca havia visto Katsuki perder o controle dessa forma; é claro que o garoto vivia estressado, distribuindo ofensas e seu mau humor característico já era costumeiro, porém, nunca presenciei o mesmo perder a noção das suas próprias ações ou necessitar descontar sua frustração fisicamente.

Você... ㅡ Ele sussurrou. ㅡ Desculpa.

Que...?

ㅡ Eu te assustei, eu só... ㅡ Ele se curvou perante a mesa e colocou seu rosto entre as mãos. ㅡ Você foi a única pessoa que realmente conheceu meu caos interno de todas formas e não foi embora.

ㅡ E você acha que agora eu vou? ㅡ Caminhei até ele e pús minhas mãos em seus ombros. ㅡ Acha que vou te deixar?

ㅡ Eu não quero perder você, patricinha de merda ㅡ Seus olhos foram de encontro aos meus. ㅡ Você podia ter morrido ao tentar me achar. Aizawa me contou que você teve um ataque isquêmico pouco tempo antes disso.

Kacchan, eu sabia o que tinha que fazer, não pode me julgar por isso ㅡ Acariciei sua bochecha. ㅡ Eu sei que não é fácil e realmente, você é um caos ㅡ Ri irônica. ㅡ Mas eu estou aqui, certo? Eu não vou a lugar nenhum.

Os olhos de Bakugou cintilam em expectativa, enquanto meus lábios vão de encontro aos seus e nossas respirações se mesclam freneticamente. Meus dedos perpassam por seus fios ao sentir os braços fortes do loiro enlaçarem minha cintura em um aperto rude, como se quisesse se certificar que eu não iria sair dali.

O sorriso espontâneo nasceu em meu rosto e minha respiração falha ao sentir a testa de Katsuki em meu ombro, notando que o mesmo estava me abraçando. Era uma coisa rara de acontecer, já que os únicos momentos em que o garoto tinha esses gestos de carinho comigo eram quando estávamos deitados, conversando distraidamente ao ponto de nem perceber tais ações.

Nessa mesma posição, permanecemos por mais alguns minutos, sem se preocupar com qualquer coisa que estivesse ao nosso redor.

Sim, tudo o que eu queria era estar ali, com ele.



▬▬▬▬▬ 時間 ▬▬▬▬▬



Dia seguinte,
Zona de Treinamento D.


ㅡ Falamos pouco sobre a licença provisória de vocês durante o Acampamento ㅡ A voz de monótona de Aizawa preencheu nossos ouvidos. ㅡ Normalmente, mandamos os alunos para esse teste no segundo ano, mas com os acontecimentos recentes, vocês irão logo.

ㅡ Esse lugar foi preparado exclusivamente para que vocês treinassem para o exame da licença provisória. ㅡ O herói, Cementoss, disse.

ㅡ Espero que levem isso a sério, até porque seus níveis de poder, como mostrei durante o Acampamento, estão bem abaixo do que deveriam estar ㅡ Nosso sensei disse, com um certo descontentamento em sua voz. ㅡ Dêem o seu máximo.

ㅡ Certo! ㅡ A voz de todos os alunos soou pelo lugar.

O amplo ginásio coberto por inúmeras estruturas diferentes estava preparado para que aprimorassémos nossas habilidades de uma forma que até então, não havíamos conseguido. As palavras de Aizawa sensei caíram sobre nossos ombros como uma cachoeira de fatos irrevogáveis, que precisavam ser aceitos por nós mesmos o mais rápido possível.

Era claro que os acontecimentos recentes acabaram atrapalhando nosso progresso de todas formas possíveis, já que nunca estávamos completamente centrados em melhor nossas habilidades, sempre havia algo "a mais" para nos preocuparmos. Todos ali sabiam disso, porém, usar tais fatos como desculpa para nosso atraso de poder não estava nos planos de ninguém; iríamos melhorar e passar na licença provisória.

Cada aluno se dirigiu a um local específico da zona de treinamento; a tensão prevalecia entre todos os alunos que estavam focados demais em descobrir ou aprimorar suas próprias habilidades. Com isso, me aproximei do canto mais afastado do restante do ginásio, a maioria dos presentes acabou se concentrando no meio das estruturas, onde poderiam treinar fisicamente.

Olhei ao redor e me concentrei em sete rochas que estavam soltas no local, levantei as mesmas e respirei profundamente, enquanto fazia movimentos com os dedos no intuito de quebrar os objetos que estavam sob o meu controle. Um, três, cinco, dez segundos foram necessários para que eu conseguisse transformar todas as rochas em diversos pedregulhos, lançando-os contra a parede.

Enquanto os destroços caíam sobre o chão, imagens dos noticiários locais exibidas na noite passada perpassam por minha mente. Foi a primeira vez em sete dias que informações sobre os vilões envolvidos no sequestro de Bakugou e o homem que lutou contra All Migth foram divulgados ao público, trazendo uma tensão maior para todos aqueles que têm esperança nos heróis.

All For One.

O nome dado àquele que quase derrotou o símbolo da paz da humanidade. Algumas semanas atrás, se alguém me dissesse exatamente isso, provavelmente, eu riria do mesmo ou levaria como uma simples teoria da conspiração. Porém, hoje, essa é a realidade que culmina em nossos corações e nos fazem ter medo do amanhã, que se encontra tão incerto e perigoso quanto um dia foi, um dia que o povo sequer lembra que existiu.

Essa segurança dada a todos nós foi resultado da força e capacidade que All Migth sempre mostrou a todos. Ele reprimiu ameaças globalmente, fez com que todos os vilões ficassem retraídos e não tivessem a menor coragem de fazer algo contra a população. Os últimos anos foram repletos de segurança e conforto, oferecidos pelos esforços ininterruptos do herói número 1.

Agora, não temos mais um pilar para apoiar nossas esperanças, fazendo com que todos aqueles que desejam ser heróis um dia carreguem em seus ombros a responsabilidade que antes se encontrava nas costas de somente uma pessoa. Parece algo simples, levando em consideração a quantidade de jovens que desejam seguir esse caminho, porém, a humanidade precisa de alguém para ser seu porto seguro e isso, é algo difícil de ser encontrado.

Minhas mãos se movimentam diversas vezes a fim de controlar os objetos presentes naquele lugar, para depois, movê-los somente com minha telepatia. A cada treinamento, podia sentir meu autocontrole aumentar, esse progresso fazia com que a animação crescesse em meu âmago e a esperança de conseguir dominar minhas habilidades completamente ressurgisse aos poucos.

ㅡ Mahina! ㅡ Escutei a voz longínqua de Yachi e me virei para trás, olhando-a. ㅡ Aconteceu um desastre!

ㅡ O que houve? ㅡ Encarei sua face pálida e acompanhei as gotículas de suor escorrerem por sua pele. ㅡ Desembucha, Yachi!

ㅡ A Liga dos Vilões atacou a prisão que o All For One estava sendo mantido! ㅡ Ela respondeu, desesperada.

Estava?

ㅡ All For One escapou da prisão.


Continua no próximo capítulo.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

𓍼

oi estrelinhas, como estão? gostaram do capítulo?

entramos na fase final de Feel It Still. faltam exatamente oito capítulos para a fic se encerrar, sem contar com os agradecimentos.

as coisas daqui para frente vão seguir a linha cronológica da quarta temporada (Overhaul será inserido), exceto os acontecimentos relacionados ao All For One que serão bem diferentes.

* momento soft de Bakugou se mostrando cadelado pela Mahina foi a parte mais gostosa de ser escrita hajdinssj *

um beijão e até próxima !!!

Continue Reading

You'll Also Like

181K 12.8K 83
"To ficando ๐˜ƒ๐—ถ๐—ฐ๐—ถ๐—ฎ๐—ฑ๐—ผ nesse beijo teu" - ๐—Ÿ๐—ฒ๐—ป๐—ป๐—ผ๐—ป lembro quando nรณs nem tava junto, mas se falava direto geral dizendo que nรณs combina muito...
168K 5.9K 112
โ€ข โœจษชแดแด€ษขษชษดแด‡ ส€ษชแด„สœแด€ส€แด… ส€รญแด๊œฑโœจ โ€ข
1.1M 53.4K 61
(EM REVISรƒO) Gabriela รฉ a filha do dono do morro, mas por causa de problemas familiares ela teve que se mudar para os Estados Unidos. E agora, jรก co...
243K 28.4K 30
๐‹๐ˆ๐“๐“๐‹๐„ ๐Ž๐‹๐ƒ๐„๐‘โ”ƒApรณs a morte dos seus pais, Eliza Swan foi acolhida por seu irmรฃo mais velho, Charlie, e desde entรฃo, foi morar com o mesmo e...