Possessive || Tom Riddle

Oleh christiancoulson

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Após a morte dos pais, Angel Swan, uma garotinha de apenas 9 anos, passa a morar no Orfanato Wool, onde conhe... Lebih Banyak

Chapter 2 - Swan
Chapter 3 - Biboca Diagonal
Chapter 4 - Sonserina
Chapter 5 - Ciúmes
Chapter 6 - 3º ano
Chapter 7 - Fantasmas do passado
Chapter 8 - Novas sensações
Chapter 9 - Pequeno Anjo
Chapter 10 - Mestiço
Chapter 11 - Tom Riddle
Chapter 12 - Arte das Trevas
Chapter 13 - Horcruxes
Chapter 14 - Medo
Chapter 15 - Beijo
Chapter 16 - Ataques Trouxas
Chapter 17 - Grindelwald
Chapter 18 - Beijos e mais beijos
Chapter 19 - Carta
Chapter 20 - confiança
Chapter 21
Chapter 22 - Festa
Chapter 23 - A dama de vermelho
Especial de Natal - Bônus
Chapter 24 - Basilisco
Chapter 25 - Desaparecida
Chapter 26 - Descoberta
Chapter 27 - Obliviate
Chapter 28 - A verdade
Chapter 29 - Doente
Chapter 30 - Você tem uma parte de mim
Chapter 31 - Planos
Chapter 32 - Pesadelos
Chapter 33 - Firewhisky
Chapter 34 - Culpa
Chapter 35 - May
Chapter 36 - Ministério da Magia
Chapter 37
Chapter 38
Chapter 39 - Trabalho
Chapter 40
Chapter 41 - Teorias
Chapter 42 - Dúvidas
Chapter 43
Chapter 44 - Desmascarada
Chapter 45 - Morte
Chapter 46 - Fim
Chapter 47 - Epílogo

Chapter 1 - Orfanato Wool's

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Oleh christiancoulson

Eu encarei o edifício de estatura média em minha frente. Os grandes portões negros, na qual uma senhora de cabelos grisalhos vinha atrás rapidamente. O exterior do prédio era cinza e frio, mas o interior parecia ser ainda pior enquanto a velha senhora me acompanhava até seu escritório, uma sala pequena e com demasiados objetos verdes. O ambiente era iluminado apenas pela luz do céu nublado, como costume em Londres.

— Precisa me dizer o que aconteceu, querida. – A velha disse, me olhando com pena. Ela suspirou ao me ver em silêncio, sabendo que eu não iria falar, e remexeu seus ombros, ela parecia sem paciência.

Você é só um peso morto, Angel.

— O que acha de começarmos nos apresentando? – Ela sorriu e se curvou para ficar na minha altura. – Meu nome é Sra. Cole, e o seu é...?

— Angel. – Eu sussurrei tão baixo que não tive certeza se a mesma ouviu, mas sua feição satisfeita tirou minha dúvida.

— Ok, Angel... pode me dizer quantos anos você tem?

— 9. – Eu falei, dessa vez um pouco mais alto.

— Ótimo, estamos progredindo. – Ela disse fingindo animação. – Onde estão seus responsáveis? – Meus olhos lacrimejaram antes que eu pudesse lembrar do que houve com eles, mas eu já sabia o que havia acontecido.

— Eles morreram. – Segurei, com todas as minhas forças, o choro. Minha voz saiu embargada, mas não consegui derramar uma lágrima sequer.

— Oh, querida, eu sinto muito. – A frase parecia ensaiada, mas não me importei. Fiquei feliz que a senhora Cole percebeu que eu apenas queria ficar sozinha. – Venha, Angel, levarei você para seu quarto e pedirei para alguém a chamar na hora do almoço.

— Eu irei ficar aqui? – Meu coração se esquentou pensando que a mesma iria me acolher, mesmo que seja um orfanato frio e sem emoção.

— Receio que sim, querida... – Eu abracei ela, a interrompendo. Sra. Cole deixou escapar uma risada enquanto me abraçava de volta. – Venha, logo será o jantar.

Eu me separei dela e a segui para o andar de cima do orfanato. O interior era todo cinza, com escadas verdes e de madeira velha, ameaçado cair a qualquer momento. Nós subimos até um corredor com alguns quartos em ambos os lados. Somente uma das portas estava fechada.

— Você ficará aqui, docinho. – A sra. Cole disse, parando na porta que dava de frente para o quarto fechado. – Fique pronta para jantar antes das 18:00, ok? – Eu apenas assenti e ela saiu, me deixando sozinha em meu novo quarto.

Observei o cômodo pequeno, mas confortável. A cama ficava encostada na parede, ao lado de um guarda-roupa de madeira antiga. Uma mesa de estudos estava posta abaixo de uma janela grande, que ofertava uma visão vasta do bairro de Londres na qual estava afundado em neve.

Lembrei das palavras da sra. Cole, que me diziam para ficar pronta para jantar, mas eu não possuía nenhum tipo de roupa comigo além da que já está em meu corpo. Eu suspirei, trêmula, e me sentei em minha cama, me permitindo chorar.

As lágrimas quentes escorreram pelo meu rosto sem parar, assim como pequenos soluços escaparam de meus lábios. A imagem dos meus pais sendo mortos ecoava em minha cabeça sem parar.

"Você é um peso morto, Angel." Meu pai havia dito pouco antes dos bruxos entrarem e matarem ele e a mamãe. Essa frase ecoava junto com a cena em que a luz verde atingiu os corpos deles, os matando na hora.

Eu havia conseguido fugir com a ajuda de Tikky, minha elfa doméstica. Ela havia me aparatado para o Orfanato Wool. Implorei para que ela viesse junto comigo, mas ela disse que tinha de ir para outro lugar antes de me encontrar novamente. Eu fiquei ainda mais devastada. Tikky havia deixado apenas uma carta comigo, dizendo para eu entregar à senhora do orfanato. Eu faria isso quando me sentisse melhor, mas, agora, eu só queria que a dor cessasse.

— Você é a garota nova, certo? – Um menino de cabelos curtos e negros apareceu em minha porta, me olhando com a expressão neutra. Eu assenti, respondendo à sua pergunta, e funguei enquanto limpava meu choro. – Me acompanhe, vou levar você até a sala de jantar.

Eu assenti novamente e me levantei , seguindo o garoto até o andar de cima. Eu fiquei curiosa para saber seu nome, mas não me dei ao trabalho de perguntar, apenas observei o local ainda mais e fiz de tudo para me distrair dos pensamentos desagradáveis.

— Sente-se em qualquer lugar, o jantar logo será servido. – O menino disse e se retirou. Franzi a testa, me perguntando se ele não iria comer.

— Ai, credo. Quando que aquele pirralho vai fazer 18 anos para vazar logo daqui? – Uma garota de cabelos loiros e olhos castanhos disse alto, fazendo com que o grupo de crianças ao seu redor gargalhasse.

Eu me sentei longe deles e observei três moças virem com roupas de cozinheiras e uma bandeja com vários pratos de sopa. Elas colocaram um prato para cada criança, incluindo para mim, e saíram rapidamente. Eu suspirei ao olhar para a sopa e ver que ela não era nada apetitosa, mas era a única coisa comestível no lugar, então não me permiti reclamar. Logo, a garota de cabelos loiros começou a falar novamente.

— O que acham de esperarmos ele vir e jogar um prato de sopa nele? – Ela perguntou baixo, mas alto o suficiente para que eu ouvisse de maneira intrusa, para um grupinho de crianças ao seu lado e na sua frente.

— Mas e se a senhora Cole brigar com a gente? – Um menino de cabelos escuros e pele morena perguntou baixo, olhando para os lados.

— Você sabe que ela detesta o Riddle, ela vai ficar até agradecida por isso. – A loira deu uma risadinha, junto com outras duas crianças.

— Não sei, Amy... ainda acho que isso não vai dar certo. – A loira, que agora descobri que se chama Amy, revirou os olhos para o amigo.

— Qual é, Dennis, vai amarelar? – As crianças riram novamente, eu não aguentava mais suas risadas.

— Não, é só que... – Amy o interrompeu.

— Então pronto. Eu e você iremos derrubar um prato de sopa nele enquanto Billy e Eric chamam as outras crianças para ver. – A essa altura, eu já havia entendido tudo, mas não entendi o motivo dessa menina querer fazer tal coisa com o garoto. Ele parecia ser legal para mim.

Eu voltei a olhar minha sopa e fingi estar comendo, apenas esperando Amy e seus amigos implicarem com o garoto. A sala de jantar já estava quase vazia, por causa das crianças que já haviam terminado de comer e ido parar seus quartos.

— Vão, chamem as crianças que já saíram daqui. – Amy ordenou para as duas outras crianças, que eram Billy e Eric.

— Mas e a novata? – Dennis perguntou baixinho quando Eric e Billy saíram. – Ela vai ficar aqui?

— Não me interessa, desde que ela não atrapalhe. – Amy disse, revirando seus olhos. Ela foi até seu prato de sopa intocado, na qual ela havia deixado de comer apenas para jogar no garoto. – Pegue um prato de sopa. – Ela disse para Dennis, que foi até um prato de sopa intacto e pegou o mesmo, ficando ao lado da porta enquanto Amy ficava do outro lado, de frente para ele, ambos esperando o garoto chegar.

Algumas crianças já haviam vindo pra cá, ficando ao meu lado e sentados no grande banco da mesa de jantar. Eu me senti irritada por ver todas as crianças querendo pregar uma peça naquele garoto e me levantei, pegando meu prato de sopa e a colher, saindo dali logo em seguida.

Após eu passar pela porta, encontrei o garoto vindo em minha direção, provavelmente querendo ir até a sala de jantar. Porém, quando eu passei por ele, eu puxei seu braço, fazendo ele dar meia volta e ser levado por mim até meu quarto.

— O que pensa que está fazendo? – Ele perguntou, irritado, tentando se soltar.

— Acredite em mim, você não vai querer ir até a sala de jantar. – Eu abri a porta do meu quarto e entrei junto com o garoto, que entrou sendo puxado por mim. – Aqui. – Eu o soltei e ofereci meu prato de sopa intocado. – Pode comer, eu não estou com fome mesmo. – Eu dei de ombros e sorri, o prato esticado em sua direção. O garoto estreitou os olhos para mim, parecendo desconfiado. Eu suspirei, sabendo que teria que explicar a situação para ele. – Uma garota chamada Amy e um garoto chamado Dennis iriam pregar uma peça em você na sala de jantar com todas as outras crianças olhando. Você não pode ir pra lá.

— E porque você me ajudou? – Ele perguntou, parecendo mais tranquilo em relação à mim.

— Só acho injusto que algumas crianças se sintam superiores à outras. No fundo, somos todos iguais. – A expressão do garoto murchou um pouco.

— Não somos todos iguais. – Ele murmurou, desviando seu olhar para a janela.

— Claro que somos. Você tem um coração e uma alma, assim como todo mundo. – Eu dei de ombros. O garoto me olhou de novo e sorriu levemente. Ele olhou para o prato de sopa ainda em minhas mãos e pegou ele.

— Tudo bem se eu comer aqui? – Ele olhou receoso para mim.

— Claro que sim, pode de sentar. – Eu me sentei na cama ao seu lado e observei ele comer.

— Obrigada. – Ele disse, baixinho.

— Eu sou Angel. – Estendi minha mão para ele, decidindo mudar o assunto para deixar ele mais confortável. O mesmo colocou a colher no prato e apertou minha mão.

— Sou Tom. – Ele não parecia gostar muito do nome, pelo jeito que ele disse.

— E então, Tom, está aqui há quanto tempo? – Não sabia se era uma decisão sábia tocar nesse assunto, mas eu queria muito conhecê-lo melhor.

— Desde que eu nasci. – Ele deu de ombros e voltou a comer, agora mais deprimido. Droga, assunto errado, Angel.

— E o quê você gosta de fazer no seu tempo livre aqui? – Pude ver um sorriso se formar em seu rosto.

— Ler. – Ele me olhou. – Tem uma biblioteca enorme e repleta de livros aqui.

— Eu também adoro ler! – Eu disse, dando uma risada baixa. Ele sorriu também e me observou por um segundo antes de voltar a comer.

— Posso leva-la até lá amanhã, se quiser. – Tom falou como se eu não gostasse de ler, segurando o riso.

— É claro que eu quero, eu adoraria. – Eu me remexi, animada, e suspirei, nem percebendo que as memórias ruins já haviam deixado minha mente em paz.

— Se não se importar em responder, pode me dizer por que você está aqui? – Eu senti minha boca ficar seca. Eu mexi minha perna em sinal de ansiedade, desviando o olhar para o chão.

— Bem... – Fomos interrompidos por batidas raivosas na porta. Olhamos para a sra. Cole, que havia entrado às pressas no meu quarto.

— Por Deus, você está aqui, garoto! – Ela olhou para Tom e foi até ele, pegando em seu braço e levando para fora do meu quarto. – Porque você não foi jantar?! Ficará de castigo, sabe muito bem as regras!

— Senhora Cole, a culpa é minha. – Eu me levantei e pronunciei as palavras antes de pensar duas vezes. A velha parou, fazendo Tom parar também, e os dois me observaram. – Eu chamei Tom para comer aqui, eu apenas queria conhece-lo melhor. Por favor, não coloque a culpa nele. – Eu abaixei a cabeça, me sentindo mal por Tom ter sido tratado daquela maneira.

A velha suspirou antes de falar: — Está bem, os dois ficarão de castigo. – Ela soltou Tom e apontou o dedo para nós dois. – Amanhã cedo quero os dois em pé, irão se encarregar de limpar a biblioteca.

Evitei sorrir com isso, eu adorava ajudar Tikky com as limpezas de casa. Ainda mais na biblioteca. Olhei para Tom, que também parecia não ter se importado com a tarefa.

— Sim, senhora. – Eu disse, fingindo estar respondendo à uma missão. Observei Tom segurar o sorriso. A senhora Cole revirou seus olhos e saiu balançando a cabeça em negação. Eu e Tom nos entreolhamos e demos uma risada baixa e curta. – Te vejo amanhã, Tom.

— Até amanhã, Angel. – Ele acenou para mim e foi para seu quarto, que era de frente para o meu. Então o único quarto com a porta fechada era o dele..? As crianças daqui devem implicar com ele desde sempre. Por Merlin, como ele consegue lidar com isso?

Eu suspirei e fechei a porta do meu quarto também, deitando em minha cama e abraçando meu próprio corpo pelo frio extremo e pela roupa fina que eu estava. Lembrei da carta que Tikky me pediu para entregar à senhora Cole. Amanhã eu entregarei, por ora, preciso apenas dormir. Pensei e caí no sono logo em seguida.

— Angel? – Ouvi alguém sussurrar ao meu lado e uma mão tocar meu ombro timidamente.

— Hm...? – Eu resmunguei, me remexendo na cama e tentando dormir de novo.

— Já é quase 06:00, você precisa levantar. – Reconheci a voz, era de Tom. Eu me virei e abri meu olhos, olhando para sua figura pequena, porém maior que a minha, parada ao meu lado.

— Bom dia. – Eu disse, bocejando, e me levantei.

— Bom dia. – Tom parecia animado. Eu apenas arrumei meu cabelo e suspirei, indo para o lado de fora do meu quarto. – Você não vai se trocar antes de ir? Nós vamos nos sujar bastante.

— Eu não tenho outras roupas. – Eu dei de ombros e parei no lugar, esperando Tom fechar a porta do meu quarto e vir até o meu lado para irmos.

— O orfanato oferece roupas para crianças que vieram sem nada. – Ele disse e começamos à andar até o segundo andar.

— Bem... eu ainda não ganhei nada. – Eu disse. – Mas tudo bem, sei que daqui a pouco a senhora Cole encontra alguma solução.

— Espero que sim. – Ele disse e abriu a porta de uma sala enorme com várias estantes de madeira velha que iam até o teto, na qual precisavam de escadas para alcançar o topo. Um sorriso iluminou meu rosto, imediatamente, encantada pelo lugar. – Bem, o lugar realmente é incrível, mas temos que limpar tudo. – Tom me observou e esperou, pacientemente, eu terminar de olhar o local.

— Ok, devemos começar varrendo o chão. – Eu disse, remexendo meus ombros e amarrando meus cabelos em um coque bem preso.

— Mas ele não ficaria sujo de novo depois que tirarmos o pó dos livros? – Ele fez uma careta enquanto arregaçava as mangas da blusa.

— Nós iremos varrer agora apenas para que o pó do chão não voe para os livros depois de limpos. – Ele assentiu devagar e pegou dois panos, duas vassouras e um balde que foram deixados ali para nós. Ele me entregou uma vassoura e colocou os panos e o balde no chão perto da porta. – É melhor começarmos logo, aí terminaremos até a hora do almoço.

— Ok. – Tom concordou e foi em direção a um corredor, enquanto eu ia no corredor do lado. – Quantos anos você tem? – Ele perguntou após um tempo que já estávamos varrendo.

— 9. Eu farei 10 anos daqui há dois meses. – Eu disse, lembrando que o ano novo já estava próximo. – E você?

— Eu farei 10 anos daqui há 2 meses também. – Ele disse e eu parei de andar, puxando três livros da estante e vendo que ele também tinha ido até o espaço sem livros para me olhar. – Que dia você faz aniversário? – Ele perguntou.

— 31 de dezembro. – Observei Tom arregalar os olhos e sorrir.

— Eu também! – Ambos demos risadas. – Você é bem legal. A única criança legal daqui. – Ele murmurou a última parte.

— Você também é legal. E, quanto às outras crianças, elas ainda não estão no nosso nível de maturidade, então é difícil para elas entenderem o valor que uma pessoa tem. – Eu disse, voltando a varrer. Tom pensou por um momento antes de voltar a varrer também.

Continuamos varrendo até limparmos todo o chão da biblioteca. Eu comecei limpando a parte esquerda de uma das estantes, enquanto Tom limpava a direita. Vez ou outra, eu dava um espirro por conta da sujeira, fazendo com que Tom desse risada sempre que isso acontecia.

— Olha se não é a novata traidora. – Ouvimos a voz de Amy e olhamos para a mesma, que estava parada na porta com Eric, Billy e Dennis. – Você arruinou nossa pegadinha, sua putin...

— Amy. – Dennis a impediu de continuar. Amy o encarou sem paciência e bufou.

— Que seja, ela vai pagar por isso. – Ela olhou para Tom em seguida. – Você também, aberração. Agora vocês dois se tornaram meu alvo. – Ela saiu logo após terminar de dizer. Eu senti o ódio tomar meu corpo quando ela chamou Tom de aberração e pensei em ir atrás dela, mas Tom segurou minha mão após eu dar três passos na direção da saída, me impedindo de ir.

— Não vale a pena. – Ele disse, suspirando. – E não podemos nos encrencar ainda mais, pense nisso. – Tom estava certo.

Eu respirei fundo, me acalmando. A mão gelada de Tom ainda estava segurando a minha, então olhei para elas e corei levemente. Tom percebeu que ainda estava segurando minha mão e soltou a mesma, ficando vermelho também. Ambos voltamos a varrer, corados de vergonha, e fingimos que nada aconteceu. 

Três horas depois, nós já havíamos terminado tudo. Ambos nos sentamos no chão, exaustos, e com as costas apoiadas em uma estante de livros.

— Deveria ter algum sofá ou poltrona aqui. – Eu disse, fechando meus olhos por estar com sono e cansada.

— Vou tentar falar com a senhora Cole sobre isso, agora que mais uma criança vai usar a biblioteca, talvez ela considere essa ideia. – Ele disse e eu abri meus olhos, olhando para o mesmo.

— Só você usa a biblioteca? – Ele assentiu. – Que sonho, essa biblioteca é gigante. – Eu olhei para o teto de madeira velha.

— Bem, agora ela é sua também. – Ele disse e eu desviei meu olhar do teto para ele, vendo que Tom também me observava.  – Porque você veio para cá? – Eu suspirei com a pergunta, voltando a lembrar de meus pais.

— Tom e Angel, vejo que já terminaram tudo para estarem sentados aí batendo papo. – Senhora Cole apareceu na porta com os braços cruzados.

— Na verdade, já terminamos sim, senhora Cole. – Eu peguei a mão de Tom e me levantei, fazendo ele se levantar também. – Podemos ir comer? – Ela estreitou os olhos e assentiu, dando espaço para que passássemos por ela pela porta.

Nós fomos tomar café em silêncio, ambos tomando cuidado para que Amy e seus amigos não nos achassem.

— Espere aqui. – Eu disse para Tom, que me olhou confuso. Eu o deixei parado do lado de fora da sala de jantar e entrei com cuidado, vendo se a sala estava vazia. Por sorte, Amy e Denis não estavam aqui para pregar peças no Tom. – Venha. – Eu o chamei e ele entrou, se sentando no banco velho ao meu lado.

— Então, sobre seus pais... – Ele disse após algum tempo em silêncio.

— Eles morreram há alguns dias atrás. – Eu disse, tentando parecer forte e fingir que já sei lidar com isso. – Minha elfa doméstica, Kitty, me trouxe até aqui. – Eu remexi a comida em meu prato, o choro entalado em minha garganta.

— Sinto muito. – Tom colocou a mão em meu ombro de forma compreensiva. Eu sorri tristemente para ele.

— Sinto muito pelos seus pais também. – A feição dele murchou, como se ele tivesse ficado bravo com isso.

— Eu não conheço eles mesmo. – Tom deu de ombros, indiferente, e tirou a mão de meu ombro, voltando a comer seu mingau. – Minha mãe morreu no meu parto, e eu não conheço meu pai.

— Tenho certeza de que sua mãe amava muito você, mesmo sem ter nascido antes, o amor dela por você teria sido enorme. – Ele pareceu ter ficado feliz. – Assim como a chatice da Amy. – Tom riu pela analogia e eu ri também.

— Ela realmente é muito chata, acho que nada consegue ser maior que isso. – Nós rimos novamente e terminamos de comer. Nos levantamos e fomos até o lado de fora da sala de jantar. – Quer ficar na biblioteca até a hora do almoço? 

— Com certeza. – Eu disse, animada, e entramos na biblioteca, fechando a porta logo em seguida. Começamos a conversar sobre nossos livros favoritos e sobre nossos gostos pessoais. Infelizmente, chegamos no assunto de escola, uma coisa que me deixou receosa por lembrar que Tom não sabia que eu era uma bruxa.

— Temos aulas de segunda à sexta. Em dezembro, nós temos férias de algumas semanas para relaxarmos. – Ele explicou. – Você vai gostar, tenho certeza.

Eu apenas assenti, sem saber se eu deveria falar sobre isso com ele. Talvez Tom não me perdoaria se eu fosse para Hogwarts e deixasse ele aqui sozinho. Mas eu ainda tinha até o ano que vem para pensar nisso.

— Está tudo bem? – Ele perguntou, percebendo que eu estava perdida em pensamentos.

— Sim, está sim. – Eu sorri e ambos voltamos à ler. Meu coração se esquentou ao pensar que todos os dias, a partir de hoje, eu teria um amigo ao meu lado. E foi isso que aconteceu pelas próximas semanas. Eu e Tom vínhamos todo o dia para a biblioteca, seja para conversar ou para ler, nós passávamos nosso tempo livre ali. Amy implicava cada vez mais conosco, mas ainda não havia pregado nenhuma pegadinha sem graça. Ela ficava me chamando de "namoradinha da aberração" e eu detestava isso, mas Tom sempre me impedia de ir atrás dela e brigar com ela. Vez ou outra, eu dormia no quarto de Tom por conta dos pesadelos que comecei a ter dos meus pais, eu ainda não o contei sobre como meus pais foram mortos, e nem tinha coragem de contar a verdade, eu não estava pronta para perder ele e ficar sozinha no orfanato. Eu já havia entregado a carta para a senhora Cole no mesmo dia em que eu e Tom limpamos a biblioteca. Segundo ela, a carta dizia que minha "tia" Tikky iria viajar para buscar a herança que meus pais vieram guardando desde então. Kitty havia deixado uma quantia de dinheiro trouxa grande para emergências, uma quantidade grande até demais, o que me preocupou em relação à quantia da minha herança, eu não estava confiante de que conseguiria cuidar de muito dinheiro. Eu já havia comprado algumas roupas e pijamas para ficar no orfanato, junto com alguns sapatos e produtos pessoais. Tudo estava certo.

Já fazia três semanas desde que eu e Tom havíamos nos conhecido, eu e ele estávamos a caminho da sala de jantar nesse momento após esperarmos todas as outras crianças comerem. Porém, assim que entramos, senti um líquido gelado ser jogado sob meu corpo. Eu soltei um arquejo de susto e vi que Tom havia sido atingido com o líquido ainda mais do que eu. O ódio inundou meu corpo quando ouvi risadas e xingamentos direcionados à Tom, que vinha das outras crianças do orfanato, principalmente de Amy. Eu a encarei com raiva nos olhos. Dessa vez, Tom não me impediu de avançar em Amy e puxar seus cabelos, fazendo com que a mesma caísse no chão. Eu subi em cima dela e comecei a desferir tapas fortes em seu rosto, enquanto Tom observava a cena com um leve sorriso no rosto.

— Para, sua maluca! – Amy gritou, tentando se defender inutilmente. – Façam alguma coisa, seus inúteis! – Ela gritou para seus amigos parados atrás de nós.

— Você nunca mais fará nada com Tom, entendeu?! – Eu esbravejei, segurando os pulsos dela e apertando com toda a força que eu tinha, fazendo a mesma chorar ainda mais. – Nem você e nem nenhum de seus amiguinhos. Fiquem longe dele!

Eu me levantei, empurrando os pulsos dela com força na direção do chão, e puxei Tom para sairmos dali antes que a senhora Cole chegasse. Antes que Tom falasse algo, eu falei para ele ir tomar banho enquanto eu fazia o mesmo. Após eu trocar de roupa no banheiro feminino do orfanato, encontrei com Tom no corredor, saindo do banheiro também.

— Aquilo foi incrível. – Tom disse, dando uma risada baixa. – Obrigada por aquilo. – Eu puxei ele para andarmos.

— Não precisa me agradecer, você precisa aprender a revidar. – O empurrei da direção do seu quarto e fechei a porta após eu entrar no mesmo. – Se eu viesse atacar você, como se defenderia?

— Ahn... não fazendo nada...? – Ele disse e eu bati a mão na testa, suspirando.

— Não, Tom, isso não é se defender. Isso é deixar o agressor fazer o que ele quiser com você, e você não pode deixar isso! – Eu disse e me posicionei na frente dele, lembrando das aulas que tive com o professor de luta que meus pais insistiam em eu ter. Mesmo eles sabendo o básico de luta, eles eram ocupados demais para ensinarem para mim. – Erga seus braços e posicione eles na frente do seu corpo. – Ele fez o que eu pedi. – Ótimo, agora eu vou me aproximar, tentando atacar você, e você irá prender meus braços atrás das minhas costas e me virar, entendido? – Eu não esperei ele entender, apenas me aproximei dele, vendo o mesmo arregalar os olhos para mim, e fingi que estava indo bater nele. – Tom! – Eu esbravejei ao ver que ele não iria fazer o que eu disse.

— Desculpa, desculpa. – Ele respirou fundo. – Vamos tentar de novo, pode ser? – Eu assenti e me afastei apenas para me aproximar novamente, ameaçando bater nele de mentira. Porém, senti suas mãos agarrarem meus pulsos e me virarem de costas para ele, prendendo meus braços para trás e soltando eles logo em seguida. Eu dei risada e me virei de volta, lhe dando um arrastão e fazendo Tom cair de bunda no chão e reclamar de dor no braço.

— Você tem que manter meus braços presos Tom, você não pode soltá-los até que eu me renda. – Eu estendi a mão para ele pegar, mas o mesmo me puxou e me fez cair em cima dele. Nós demos risada enquanto eu rolava para seu lado e deitava as costas no chão, suspirando.

— Podemos não lutar mais hoje? Quero passar meu tempo lendo com você. – Ele disse, fingindo estar deprimido, e eu ri enquanto me levantava.

— Tá bem. – Eu me deitei em sua cama e Tom deitou ao meu lado, pegando um livro para lermos.

— Isso não faz sentido. – Tom disse após terminarmos de ler todo o livro, o que havia levado uma hora. – Porque ele teve que morrer? Não era mais fácil ele ter subido na porta junto com ela e ver se eles afundariam na água?

— É um romance trágico, foi feito para as pessoas se emocionarem no final. – Eu dei de ombros e me sentei na cama. Tom leu a parte de trás do livro, me olhando logo em seguida.

— Aqui diz que isso tudo aconteceu de verdade, ou seja, Jack realmente se sacrificou inutilmente por Rose. – Tom bufou e jogou o livro para longe.

— Isso foi um ato de amor. – Eu disse, imaginando como seria se alguém se sacrificasse romanticamente por mim.

— Isso foi estúpido. – Ele disse e suspirou. – Quer dormir aqui hoje?

— Posso? – Ele assentiu. Eu exclamei, feliz, e abracei ele. – Boa noite, Tom.

— Boa noite, Belle. – Ele me chamou pelo apelido carinhoso e eu sorri, me deitando ao seu lado e abraçando seu corpo. Tom depositou sua mão gelada em meu ombro e dormimos logo em seguida. Os pesadelos não fizeram parte dos meus sonhos daquela noite.








~ oi, hihi
~ dúvidas sobre a fanfic nova?
~ o 2º, 3º, 4º e 5º capítulo já estão prontos, mas ainda tenho que revirar antes de postar, então talvez demore algumas horas 

obs: talvez eu poste mais uma fanfic ainda hoje. 

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