Vendetta di Lucrézia (Vinganç...

By vaiescrevermaria

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"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem." - Nietzsche. Lucrézia Caccini é uma jovem gen... More

Folha de Rosto
Prefácio:
1- L'INIZIO DELLA FINE (O começo do fim)
2- IL DANNATO GIORNO! (O maldito dia!)
3- ADDIO, NONNO! (Adeus, vovô!)
4- SENZA TESTA (Decapitado)
5- SCAPPARE (Fugir)
6- SUCCHIARE, MARTINELLI! (Chupa, Martinelli)
7 - GIOCATO AI LIONS (Jogado aos leões)
8- IL FRIGO (A geladeira)
9- FAMIGLIA UNITA (Família unida)
10- CONOSCI IL TUO NEMICO! (Conheça seu inimigo!)
11- IL ACCORDO (O acordo)
12- IL FIDANZAMENTO (O Noivado)
13- IL MATRIMONIO (O Casamento)
14- IL MATRIMONIO II (O casamento- parte 2)
16- FANTASMI DEL PASSATO (Fantasmas do passado)
17- NOTTE DI NOZZE (Noite de núpcias)
18- NUOVA CASA (Casa nova)
19- VECCHI AMORI (Amores antigos)
20- BUONGIORNO, FAMIGLIA! (Bom dia, família!)
21- IL PRIMO BACIO (O primeiro beijo)
22- USATO (Usado)
23- IL SALVATAGGIO (O resgate)
24- LA MUSICA (A música)
25- SILENZIO PICCOLA PUTTANA! (Silêncio vadiazinha!)
26- CENERE (Cinzas)
27- CENERE II (Cinzas- parte 2)
28- DI COSA SEI CAPACE? (Do que você é capaz?)
29- SFILATA (Desfile)
30- PAGHERAI PER QUELLO (Vai pagar por isso)
⚜- Genealogia
31- CENA DEL CONSIGLIO (Jantar do Conselho)
32- IL PRINCIPE (O príncipe)
33- AL LIMITE (No limite)
34- MEMORIAS (Recordações)
35- MEMORIAS II (Recordações parte 2)
36- CHI SONO? (Quem sou eu?)
37- PER LA FAMIGLIA (Pela família)
38- SOFFOCATO (Sufocada)
39- VOGLIO POTERE (Quero poder)
40- BENVENUTO NEL BUSINESS (Bem vindo aos negócios)!
41- SONO I MIEI OCCHI (São meus olhos)
42- UCCIDIMI, TI PREGO! (Me mate, por favor!)
43- MIE BATTAGLIE (Minhas Batalhas)
44- IL VULCANO ERUTTÒ (O vulcão entrou em erupção).
45 - UN LEONE PER VOLTA (Um leão por vez)
46- TRIONFO DEI NEMECI (Triunfo dos inimigos)
47 - MATRIMONIO CRUENTO (Casamento Sangrento)
48 - NON LASCIARMI, PER FAVORE (Não me deixe, por favor)
49 - RITORNO AL CASINÒ (Volta ao cassino)
50- ACCORDO TRA AMICI (Acordo entre amigos)
51 - LA DISCOTECA DEL GIORDANO'S (A boate dos Giordano's)
52- NO, MAMMA! NO! (Não, mamãe! Não!)
53- NUOVO AMICO (Novo amigo)
54- DESTINO SEGNATO (Destino selado)
55 - SFUMATURE DI ROSSO (Tons de vermelho)
56 - BUCO NERO (Buraco negro)
57-RICOMINCIA (Reiniciar)
58 - SCINTILLA (Fagulha)
59 - ROVINE (Ruínas)
60 - TRIONFO (Triunfo)
61- AFFOGATO (Afogado)
62 - NIKAH (Contrato de casamento)
63- VECCCI AMICOS (Velhos amigos)
64 - DISTRETTO A LUCI ROSSE (Distrito da Luz Vermelha)

15- ADDIO AL NUBILATO (Despedida de solteiro)

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By vaiescrevermaria

Na véspera do noivado:

Piero Martinelli

- Don Piero, é um prazer fazer negócio com o senhor!

- Mostre- me as armas e eu direi o mesmo, Giancarlo.

- É claro! Venha, vou lhe mostrar o carregamento, essas belezinhas vieram direto do leste europeu.

- Kalashnikov, AR- 15... metralhadoras, rifles assalto, parece que está tudo aqui. O preço é o que combinamos? -

- Don, na verdade, houve alguns problemas na hora do transporte. O preço subiu.

- Acho que não, Giancarlo. Não tenho culpa da incompetência de seus homens. 1 milhão de dólares pela carga e não se fala mais nisso!

- Mas senhor, imprevistos acontecem. Sei que está a pouco tempo nos negócios. Mas...

- Está insinuando algo? Você deveria ter cuidado com o que diz.

- Sendo assim, vou lhe fazer outra proposta: Que tal eu levar os dólares e as armas? E te deixar vivo, bambino?

Assim que Giancarlo terminou de falar, seus homens apontaram as armas para mim. E armas apontadas para minha cara são mais comuns do que deveria. Não que confiasse nele, mas quem esse cornuto achava que era para me enfrentar.

- Stronzo, não seja mais tolo. Acha mesmo que pode passar a perna em mim?

Instantaneamente meus homens destravaram as pistolas. Cazzo, não queria um banho de sangue, só que talvez fosse necessário. Vendo a reação rápida o associado amedrontou-se.

- Camomillati (Acalme-se), chefinho!

- Agora, vou levar o carregamento como uma cortesia. Va bene (certo)? Lembre-se eu sou o Don. Posso pedir sua cabeça a qualquer instante.

A tensão no recinto só aumentou. O desgosto no rosto dele era nítido. Giancarlo não iria aceitar, o velho receptivo logo se tornou desagradável. Obviamente sua simpatia não passava de um truque.

- Piccolo(pequeno), eu negocio desde de antes de você nascer. Só tem alguns meses que você assumiu a máfia, ainda precisa comer muito feijão para ter o respeito devido.

- Para quem tem tanta experiência, já deveria saber quem pode ou não te matar. E já que sabe tanto sobre mim, imagino que já ouviu falar que não suporto traidores. - Dei um sorriso debochado e diabólico.

Dizem que quando se está acuado a melhor defesa é o ataque e foi exatamente isso que Giancarlo fez, ao disparar tiros contra meus homens. Apesar do som dos tiros ainda me incomodar, não era um tiroteio. Destravei meu revólver e acertei o arrombado no ombro. Ele correu e fui atrás, sinalizando para que meus homens acabassem com a raça dos traidores que seguiam Giancarlo.

Estávamos nas docas da cidade, onde tinha muitos contêineres, pouca movimentação e quase nenhuma fiscalização, ou seja, um ótimo lugar para negociações do submundo. E também parecia um verdadeiro labirinto, facilitando a fuga do figlio di putanna, porém não ia deixá-lo fugir assim. O rato estava ferido não ia longe. Continuei a busca, com a trinta e oito engatilhada, não demorou e Ruggero Martinelli juntou- se a mim na caçada.

- Deram um fim neles? - cerrei os olhos.

- Sim, logo logo estarão com a boca cheia de formigas. - Ruggero riu da própria piada.

Não que fosse gargalhar do humor sádico do meu primo, todavia não tive tempo de tentar, sem delongas mais tiros vieram na nossa direção. Nos separamos, cada um foi para trás de um das enormes caixas de metal. Ainda pareados gritei:

- Ruggero, ligue pro Matteo e peça reforços. Vamos precisar para limpar aquela bagunça lá trás.

Ele assentiu. Eu fiz um sinal indicando que iria dar a volta, só estava esperando o trapaceiro abrir o bico para descobrir sua localização e logo a voz de Giancarlo voltou a ecoar no ambiente:

- Seus homens não vão chegar a tempo, Piero. Se renda!

Aham! Minha língua coçou para dizer que todos os capangas deles estavam mortos, no entanto optei por dizer isso enquanto o matava. Quando ele falou, segui o som à espreita e acertei um tiro no braço direito fazendo sua arma cair longe. Me aproximei, ele se contorcia de dor e tentava alcançar a pistola, já caído no chão devido ao impacto da bala. Pisei em sua mão, esmagando seus dedos. A sola do sapato me impedia de sentir seus ossinhos esmigalhados. Ri de sua cara antes de mandá-lo lá pra baixo.

- Seus homens estão mortos. E você está aqui a mercê da minha bondade e diga-se de passagem não é muita. Eu te avisei Giancarlo: não gosto de traidores!

- Não, por favor! Não...

O medo ficou evidente no seu olhar, seu cenho franziu misturando dor e pavor. Ignorei suas súplicas e minha própria vontade de não matá-lo. Atirei bem no meio da sua testa, a cabeça dele ricocheteou de leve no chão devido a intensidade do disparo. E o sangue dele começou a escorrer lentamente pelo chão, cobrindo os pedaços de massa encefálica que saiu junto.

Odiava essa parte. Não sou um monstro, mato porque é preciso, não porque gosto. Entretanto, deixar o bastardo ir depois de me desrespeitar não era uma opção. Devia mostrar ao Conselho que teria a estima de todos nem que fosse na base da bala. Antes de me afastar fechei os olhos de Giancarlo, depois fui em direção ao carro.

Já no carro, limpei algumas gotas de sangue que respingaram em mim, guardei minha arma e verifiquei a maleta com o dinheiro. Fui interrompido por batidas no vidro.

- E então tivemos muitas baixas? - indaguei.

- Dois homens, Beto e Frederico. - Ruggero respondeu.

- Eram bons homens, dê minhas condolências às famílias e tome! Reparta o dinheiro da compra fracassada entre elas. - disse e em seguida entreguei a mala cheia de dólares para Ruggero.

- Va bene! E os corpos? Matteo não deu retorno sobre mandar reforços.

- Jogue na água. Antes dê mais alguns tiros nos corpos para não flutuarem.

Ele concordou e o observei se distanciar do veículo. Ruggero tem o mesmo porte físico dos Martinellis, os cabelos dourados e os olhos azuis. Assim como meu pai, tio e irmãos. Sim, eu era o único diferente, puxei os fios castanhos escuros de Mamma. Meu primo é um bom soldado, atira como ninguém, obedece mas não se dá bem com decisões complexas. Apesar de primos nunca fomos próximos, diferente dele e Lucca que eram unha e carne.

Hoje o dia hoje foi daqueles, não via a hora de chegar em casa e me preparar para o martírio que seria meu noivado. Melhor dizendo: me preparar, enchendo a cara com um bom martini com gelo.

[...]

Assim que abri a porta de casa me deparei com um monte de marmanjos bebendo, fumando e dançando, luzes coloridas e música alta. Todos bem vestidos. É verdade que nós da máfia gostamos de um estilo mais formal.

Era só o que me faltava...

- Cazzo! Que merda é essa na minha casa?

- Enfim você chegou. - disse Guero.

- Foi você que armou isso, porra?

- Eu sou seu padrinho de casamento é óbvio que ia te fazer uma despedida de solteiro. Relaxe, fratello(irmão)!

- Que merda hein? Quero essa gente toda fora da minha casa. Agora! - fechei a cara.

- Babucchione(Tapado)! Aproveita a festa, tem bebida suficiente para deixar dois times de futebol em coma alcoólico. Andiamo! Vamos beber que você esquece que está bravinho. - retrucou Guero, todo animado.

- Vaffanculo!(vá se foder!) Mas aceito a bebida.

E foi isso que fiz. Depois de várias doses de whisky, vodka, grappa e outros destilados eu até estava achando a comemoração interessante. Não nego que gosto de uma boa farra. Após me arriscar em alguns passinhos de dança com os conhecidos. Me sentei no sofá, que inclusive cheirava a cerveja e comecei a tragar um baseado.

Enquanto esperava a lombra vir, olhava meus conhecidos, colegas e seguranças se divertindo, alguns cheiravam um certo pozinho, se é que vocês me entendem. Vi também batizarem o ponche com ecstasy. Ai, ai, ai em breve as coisas iam ficar muito loucas.

Já estranhava  o sumiço de Matteo, quando ele apareceu e sentou- se do meu lado com uma cerveja na mão.

- E você também sabia disso?

Matteo deu um gole longo na bebida antes de me responder.

- Só descobri quando vi a casa enchendo de gente. - Meu amigo riu fraco.

- Me lembre de matar Guero depois. Odeio esse bando de gente na minha casa, ainda mais quando a minha cabeça está a prêmio.

- Não se preocupe! Guero mandou verificar tudo, desde as bebidas até cada pessoa que entrou nesta casa. Os únicos que estão armados são seus seguranças. Então, deixa de paranoia, pirla!(estúpido!) - me deu um tapinha descontraído nas costas.

- Hum, menos mal.

É, talvez fosse paranoia minha, ou não. Confesso que a partir do momento que me tornei o Don desconfio até da minha própria sombra. Só confio mesmo em Matteo e Guero, eles são mais que meus amigos, são os irmãos que a vida me deu.

Nós três estávamos sentados no sofá - que além de fedido estava todo manchado. Dio mio! Sandra vai me puxar pelas orelhas quando vir o estado do móvel - gargalhando de alguma piada estúpida que Guero fez. Assim que vi Luigi chegar, meu sorriso se desfez.

- Porca miseria!(Puta merda!) Você chamou esse bastardo?

- Não, mas ele viria de qualquer jeito. Sabe como Luigi é. Ignore ele!

Tentei ignorá-lo mesmo. E ele não estava sozinho, após entrar no recinto um fila de mulheres com roupas minúsculas, bundas avantajadas e peito saltados, de todos os aspectos: loiras, negras, ruivas, morenas, asiáticas chegou junto. Os homens da sala ficaram todos boquiabertos. Luigi falou algo para as moças e elas começaram a se dispersar pelo local e dançar. Algumas subiram na mesa e começaram a rebolar, outras foram para o meio da escada, assim ficando na vista de todos. Os caras gritavam e olhavam extasiados para a cena. Até Guero e Matteo demonstraram empolgação. Não pude deixar de olhar, a maioria eram mulheres incrivelmente atraentes. Meu meio irmão, é claro, estava adorando os cumprimentos que recebeu e toda a atenção voltada para ele.

Passaram-se alguns minutos nessa euforia e a quantidade de drogas lícitas e ilícitas que a maioria já tinha ingerido só deixava as coisas mais irreverentes. Estava até curtindo a vista, quando tive o desprazer de ver o bastardo se aproximar.

- Não sabia que você tinha virado dono de um puteiro, Luigi. - ri debochado.

- É isso que pensa de mim, irmão? Eu tive todo o trabalho de lhe dar um belo presente de noivado e é assim que você me agradece? Me difamando. - Fez aquela cara de sonso e fingido, que odeio desde sempre.

- Quem não te conhece que te compre! Você sempre tem uma segunda intenção, com tudo que faz. Igualzinho a papá.

- Está vendo! Sempre fazendo mal juízo de mim. Não é minha culpa se Papá não te ensinou como viver bem.

- Verdade! Papá estava ocupado demais fodendo a puta da tua mãe. Inclusive deve ter sido ela que te apresentou as prostitutas que trouxe hoje. - Meu rosto já estava tomado pela raiva e a essa altura já tinha me levantado para encarar Luigi.

- Ah é, então é assim que quer? - O riso cínico veio acompanhado de um olhar maldoso.- Sabe eu trouxe as meninas aqui para animar a festinha mas pelo visto você tem os meus gosto que Lucca.

Figlio di putanna, literalmente. Senti o ódio percorrer todo o meu corpo e empurrei Luigi, ele repetiu o movimento contra mim. Os empurrões de ambos foram fortes, não sei como não caímos no chão naquele momento. As pessoas ao redor nem perceberam, estavam completamente embriagadas. O olhar dele aprofundou-se em tanta raiva quanto o meu. E ele continuou

- Que foi? Está bravinho? Todo mundo sabe que Lucca gostava de queimar a rosca. Só não sabia que você também gostava, irmãozinho.

Que se dane! Parti para cima de Luigi, lhe dei um soco no olho esquerdo e ele revidou acertando meu nariz. Não demorou e já estávamos no chão, atracados e trocando socos. Quando disse, batendo novamente no seu rosto, enquanto ele se protegia com os braços.

- Nunca mais fale do meu irmão. Seu bastardo de merda! E daí? Se Lucca era gay ou não, isso não é da sua conta ou da de ninguém, entendeu? - dizia e ao mesmo tempo continuava com os golpes.

O maletto não me respondeu, em vez disso acertou alguns socos nas minhas costelas, me fazendo sair de cima. Cai de costas no chão, ele veio com um murro, que atingiu em cheio meu queixo.

- Seu cornuto! Papá tinha razão, você sempre foi um fraco!

Enfurecido retomei o controle da briga. Cada palavra que saia da boca daquele verme só me deixava com mais raiva, se tivessem deixado teria o matado de porrada ali mesmo. Só que Matteo e Guero conseguiram me segurar depois de muita relutância e Ruggero tirou rapidamente Luigi dali. Ainda tentei ir atrás mas eles não me deixaram passar.

- Calma, fratello! - Matteo falou enquanto me barrava.

- Va a farti fottere!( vá se foder!) Devia ter me deixado matá-lo, porra!

- Não pensa, Piero? É seu irmão. Por mais que o odeie, ainda é seu irmão. - Guero entrou na conversa.

- Meio irmão. - disse ainda irritado.

- Ele já foi, va bene (tudo bem)?

- Va bene o caralho! Aproveitem a festa! Já deu por hoje.

Limpei o sangue que escorria no canto da minha boca, peguei uma garrafa de vodka e subi para o meu quarto.

[...]

Era cena deprimente de se ver: estava jogado na cama, ao lado meio litro de vodka, depois de ter quebrado tudo que vi pela frente, a televisão de 55 polegadas ficou toda rachada e eu nem lembro o que joguei nela, o abajur do lado da cama não para de piscar, devo ter esbarrado nele também. No chão tem centenas de pedaços de vidro da porta, que dava para varanda. A minha poltrona se encontra virada de ponta a cabeça, a maioria das almofadas estavam destruídas no piso do quarto.

Que merda de vida! A única coisa que queria hoje era beber até esquecer que amanhã- digo hoje, afinal já passou de 3 da madrugada- vou oficialmente ser noivo e o que consegui? Ser traído meu melhor traficante de armas, perder meus homens, ainda ter que aturar Luigi discriminando meu irmão, defunto, e lembrar do quanto meu pai me odiava. Cazzo!

Que dia!

- Velho desgraçado! - falei alto ao lembrar de Vicenzo e depois tomei mais alguns goles da bebida alcoólica.

Pelo visto o resto da noite ia ser assim, me lamentando e enchendo a cara, até dormir. Contudo, fui tirado do meu momento quando a porta se abriu. Rapidamente peguei a arma e apontei em direção a porta. No momento que a mulher adentrava percebeu, ela colocou a mão no peito e seu rosto ficou pálido. Vendo que ela não oferecia risco abaixei o revólver.

- Quem é você?

- Violetta... Senhor, mil perdões! Eu estava procurando o banheiro. - Disse toda desajeitada. A bela moça tentava tapar seu corpo quase todo descoberto enquanto falava.

- Se o Luigi te mandou aqui pode esquecer. Não transo com prostitutas!

- Olha, não faço ideia de quem seja Luigi, mas o senhor está me ofendendo.

- Você e suas amiguinhas chegaram com ele. E quando subi as escadas uma delas estava fazendo um boquete no meu segurança, Vai me dizer que não são prostitutas?

As lágrimas pretendiam cair dos olhos dela, só que ela se conteve para responder.

- Nem todas são prostitutas. Eu não sou! Só danço e nada mais.

- E por que anda com elas?

- As vezes faço bico de dançarina na boate que elas trabalham.

- Humrum! - É, dei corda.

- Quando falaram que era uma festa na casa do Don fiquei morrendo de medo de vir. Só estou aqui porque o dinheiro é bom, preciso dele para comprar os remédios da minha mãe e pagar a faculdade.

- E o que a sua mãe tem?

Vi que a incomodava, estar quase nua no meu quarto, então peguei uma camisa no closet e dei para ela vestir. Ela realmente não parecia ser uma puta que meu irmão contratou. Não desse jeito, pelo menos.

- Ela tem lúpus. E as coisas só pioraram depois da última troca de Don. Ah, me perdoe! Não quis lhe...

- Só sou Don há alguns meses, mas sinto muito que sua mãe tenha piorado. - Não via menor ligação. O que caralho eu tinha a ver?

- Não é dessa troca. Me refiro a troca dos Caccinis pelos Martinellis. Meu pai era um soldado leal do senhor Caccini e morreu lutando por ele, até o fim.

As palavras de Violetta me tocaram de um jeito que não gostei. Me fez lembrar todo o mal que meu pai fez aos Caccini e a tantas outras famílias e o pior: daqui a algumas horas eu me tornaria noivo de uma Caccini. Porra! Quando deixei meus pensamentos de lado vi que ela chorava.

- Não chore! Não gosto de ver nenhuma mulher chorando.

Ela rapidamente tentou enxugar as lágrimas mas elas continuaram caindo

- Desculpa, Don! Desculpe! Eu... eu...

- Não precisa ter medo de mim. Não sou tão desalmado quanto pensa. - me aproximei dela.

- Mais uma vez: Desculpe!...

- Violetta, não é? Você não precisa se desculpar o tempo todo.

- É, des.... Ok! Minha mãe sempre disse que devemos respeito ao Don e o quanto eles podem ser cruéis. Especialmente o seu...

- Não fale dele! Do meu pai. Já estou farto de aguentar o fantasma dele me assombrando por hoje.

- Va bene! Se o senhor me der licença já vou.

- Você faz faculdade de que, ragazza?

- História.

- E gosta dela?

- Claro! É o curso dos meus sonhos.

- Talvez não devesse ter te chamado de puta. - Admiti. - Nem mesmo te julgar por conta da roupa.

- Ninguém vende o próprio corpo porque quer, pelo menos não a maioria. Essas garotas tem inúmeros problemas, ralam muito para pôr comida na mesa.

- Acho que entendi o que você quer dizer. - Lancei um olhar compreensivo.

- Sabe, o senhor é diferente. Não é como os caras da máfia, que já saí.

- Pode me chamar de você. E aliás vou tomar isso como um elogio.

Ela riu, um riso inocente. Como quase tudo nela, parecia puro apesar dos trajes e de muita maquiagem. Não sei se eu estava carente demais ou se era só o efeito do álcool, mas a beijei.

Ela retribui o beijo, dali em diante as coisas esquentaram mais e quando vi já havia transando com Violetta. De inocente ela só tinha a cara, pois me fez ir à loucura com seus movimentos. Viramos a noite entrelaçados. Puta merda, que mulher intrigante e aprazível. Ao terminamos, percebi que ela adormeceu. Recolhi as camisinhas e joguei as fora. Peguei um edredom e coloquei na minha poltrona, após desvirá- la e fui descansar nela. Não pretendia dormir, ainda assim fui vencido pelo cansaço.

[...]

Meus olhos ainda estavam pesados, a luta era grande para conseguir abri-los e a ressaca de matar não ajudava. Finalmente consegui ver tudo com clareza o quarto parecia arrumado, dentro do possível. Olhei para cama e vi Violetta sentada me olhando, meio encantada. Cazzo!

- Que horas são? - perguntei tentando me alongar.

- Se seu relógio estiver certo, são quase 3 horas da tarde.

- Porra! Eu... é... - tentava achar as palavras enquanto catava minhas roupas. Achei uma calça de moletom e a vesti. Já não tinha mais para onde correr, tinha que encarar a mulher na minha cama.

- Violetta! - Chamei sua atenção.

- Não precisa, já sei o que vai dizer: que eu sou muito bonita mas não passo disso, não tem problema. Já estou acostumada. Já estou indo também.

- Espera! Não é isso. Você é maravilhosa e também parece ser super inteligente..

- Mas... Sempre tem um mas. - sua voz doce ficou marcada pela tristeza.

- Mas... Perdonami (desculpe)... Daqui a pouco é meu noivado e em semanas será o casamento. E pretendo ser fiel a minha esposa. Você entende, não é?

- Sim, é claro! Espero que você e a sua esposa sejam muito felizes. - ele riu fraco, parecia envergonhada.

- É... bem, se quiser, depois pode passar lá na Confecção Martinelli, talvez tenha um emprego de meio período para não atrapalhar sua faculdade e que você não precise dançar por uns trocados.

- Obrigada, mesmo! - ela me deu um abraço afetuoso e apertado. Dei um tapinha desconcertado nas suas costas.

Após ela se vestir, guiei a moça até a saída. A casa estava um caos. Passei os dedos entre os cabelos quando percebi o estado do local, tinha litros secos e quebrados por todo lado. Santo cielo!

- O resto da noite foi boa, fratello?

Fui surpreendido por Guero, que entrava na sala e aparentava estar tão acabado quanto eu.

- O que?

- Eu vi a ragazza que saiu do seu quarto. E pelo visto você se divertiu muito mais lá em cima do que na festa.

- Zitto! (Cale- se!) Quer que Matteo escute? Se ele descobrir vai me encher o saco. - lhe dei um tapa de leve na cabeça.

- Lordo (bruto)! Então, você sabe que fez merda - meu primo começou a rir alto.

- Tecnicamente não. Ainda não sou comprometido.

- Hum... E está com medo do Matteo por que?

- Porque vou me casar com a prima dele e você sabe como ele é super protetor.

- É melhor contar. Já vou logo avisando.

- Fica na sua, aí!

- Va bene! Vou fingir que não vi nada. Não sabia que moça de ontem era seu tipo de mulher... - fez aspas com as mãos.

- Ela não é prostituta, inclusive é até uma garota legal.

- Ih Piero, está muito emocionado. Já está todo apaixonadinho por ela.

- Vaffanculo! Já me viu apaixonado alguma vez?

- Tem uma primeira vez para tudo.

- Cazzo, deixe de besteira! Aliás, cadê a porra do meu consigliere?

- Saiu. Deve ser por isso que a casa está uma zona.

- E você estava onde?

- Dormindo, ué.

- É por isso que Matteo é o consigliere.

- E eu sou a alma desta casa, tá? Sem mim a vida de vocês seria um tédio. Matteo é chato e você vive estressado.

- Tá, tá, tá... Sei! Diz pros empregados limparem isso. Eu preciso de algo forte para começar o dia.

- São 3 horas da tarde, criatura!

- Toda hora é hora de um bom Martini.

- Cazzo, fratello! Você não tem jeito mesmo.

Rimos juntos e depois fomos fazer o que combinamos






Continua...




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