Dentro do casulo de escuridão própria, Feyre sentia vontade de gritar. Sentia como se seu peito estivesse se abrindo.
Aquele que amara havia a prendido.
Trancafiado como um animal.
Como se não fosse nada.
Ela chorava como uma criança assustada.
E realmente estava.
Ela estava novamente presa. Em si mesma.
Sozinha e encolhida na própria dor.
Feyre amara Tamlin com todas suas forças. Morrera uma vez por ele.
Morreu por ele por quatro meses Sob a Montanha.
Se destruiu para que chegasse a esse ponto.
Sentia como se estivesse destruindo a sala com seus poderes.
Ela pedia socorro internamente.
Enquanto gritava com várias versões de si mesma na própria mente.
Faltava ar nos pulmões.
A boca estava seca.
Olhos doloridos de tanto serem fechados com força.
Machucava as próprias mãos enquanto apertava as unhas na carne da palma.
Me leve, estou viva
Nunca fui uma garota com a mente maligna
Mas tudo parece melhor
Quando o Sol se põe
Ela sabia que ninguém viria a salvar.
Lucien deixara Tamlin fazer isso consigo.
Ele via a amiga todos os dias se afundando.
Perdendo a cor.
Perdendo peso enquanto vomitava as tripas, não comparecendo aos jantares.
As tintas de Feyre se secaram.
Seus pincéis endureceram.
Seus quadros alegres nunca mais foram pintados.
Seus cabelos estavam menos brilhosos.
Olhos mais vazios de emoção.
Rosto mais magro e morto.
Olheiras apareciam.
O silêncio virou o castigo dela.
Enlouquecia debaixo da própria pele.
Força, poder absurdo, velocidade e tantas outras coisas que não consiguia controlar. Isso destruía ela.
Preocupação com as irmãs sobre o assunto tocado por Rhysand, Guerra.
Medo de si mesma. Medo de não cumprir com a promessa que fez a mãe.
Mas ainda assim, tinha esperança de que pelo menos ele volta.
Que Tamlin se arrependesse e voltasse o quanto antes.
Eu tive tudo
Oportunidades infinitas
E eu poderia pertencer à noite
Falso.
Era isso que todo aquele amor era.
Uma casa de mentiras.
Feyre agora ouvia os gritos de desespero de Alis.
O choro absurdo dela se misturavam com o da velha amiga.
Os soluços desesperados de Feyre.
- Ele me prendeu. - Sussurrou, choro prendendo na garganta e fazendo ela se vomitar depois de tanto soluçar. - Ele me prendeu.
Abriu os olhos finalmente, olhando ao redor de seu próprio casulo.
Escuro como tudo aquilo que dominava a si.
Seus olhos, seus olhos
Eu posso ver nos seus olhos
Seus olhos
Ela se lembrou dos olhos verdes esmeraldas olhando para si, ao lado do trono de Amarantha, sem fazer nada. Sem mostrar nenhuma emoção.
Isso a deixou com raiva.
Essa raiva dominou seu corpo. Fazendo com que se incendiasse.
- Vocês me prenderam. Vocês me mataram. - Não havia pessoa certa para quem ela dizia essas palavras. Mas era verdade.
A Feyre humana e bondosa morreu Sob a Montanha.
Amarantha quebrou seu pescoço com um golpe.
Feyre morreu depois de meses sendo torturada.
Morreu depois de salvar uma corte e agora estava sendo aprisionada para morrer de novo, por aqueles quem ela deu mais uma chance.
Isso a tomou.
O verde dos olhos de Tamlin não eram o suficiente para que a sensação de ódio diminuisse.
Você me faz querer morrer
Eu nunca vou ser boa o suficiente
Você me faz querer morrer
E tudo que você ama
Vai queimar na luz
Não se importou quando explodiu.
Chamas, escuridão, gelo, água, ar.
Tudo explodiu, em certa parte, a Mansão caiu.
A áurea de Feyre, a Quebradora de Maldições se expandiu.
Branca de maneira cegante e sufocante.
Qualquer pessoa que a olhasse temeria.
Aos olhos azuis acinzentados reluzindo o mais puro remorso.
Havia sangue dela prorpia em suas mãos.
Alis havia caído no chão, com o choque de uma mobília contra a mesma.
Os sentinelas não resistiram e desmaiaram.
Ela viu Morrigan assustada. Próxima a mesma e no chão.
E toda vez que eu olho dentro dos seus olhos
Você me faz querer morrer
Os olhos dourados de Mor procuravam uma saída dali.
Ao mesmo tempo que mantinham-se em Feyre.
Talvez estivesse fazendo planos para que a destruisse. Assim como o resto fez.
Ela temeu a Rhysand e os outros durante muito tempo.
Prendeu muito de si mesma em uma face boa.
Mas essa não era a real Feyre.
Nunca seria.
Nem mesmo ela sabia qual era sua face real.
Apenas sabia que estava perdida em uma escuridão muito profunda.
Estava quebrada.
Apenas continuava a caminhar para mais dentro dessa sensação de raiva, angústia e dor. As vezes deixava o vazio dominar.
Agora ela deixou que a raiva a comandasse.
Explodindo com aspirais de chama novamente, queimando as próprias roupas sem querer isso.
Mas não se importava.
Ela queria vingança.
Me prove, beba minha alma
Me mostre todas coisas que eu não deveria saber
Quando a Lua azul está em ascensão
Não precisou olhar para Morrigan novamente, quando começou a caminhar para a saída principal.
Nada a pararia até chegar em Tamlin.
Ao Grão-Senhor que a usou apenas para quebrar uma maldição.
Ao Grão-Senhor por quem ela ficou apaixonada.
Aquele o qual destruiu depois de terminar com a tarefa.
Ele comeu toda aquela Feyre que um dia quis que a família prosperasse.
Primeiro a deu esperanças para ter um bom futuro. Uma boa vida. Boa expectativa.
Segundo, destruiu entre as garras as quais quebrou a porta do chalé naquela noite de inverno. Enchendo a antiga casa de neve e medo.
Eu tive tudo
Oportunidades infinitas
E eu poderia pertencer à noite
Feyre queimaria a Corte Primaveril.
Mataria cada flor sem se importar.
Congelaria cada lago.
Desmancharia as árvores com seus ventos.
Tudo para que ele sofresse.
Depois de a fazer sofrer.
E fez isso por onde andou.
As chamas quais dominava, tomaram seu corpo, sem a queimar.
Isso a dava vontade de explodir novamente.
Mas não era necessário. Aonde pisava, o fogo se espalhava pela grama, incendiava tudo aquilo que já admirou.
Seus olhos, seus olhos
Eu posso ver nos seus olhos
Seus olhos
Tudo nos seus olhos
Seus olhos
Lucien estava no cavalo da frente, aterrorizado com a situação.
Tamlin chegou depois, analisando e pondo os olhos na ex-noiva.
Feyre atacaria. E começou a fazer isso.
Projetando facilmente uma lança em sua mão esquerda.
Feita por fogo. Se preparou para lançar, como a flecha no lobo que matou a um ano atrás.
Ela era a caçadora e eles a caça.
Correria atrás deles como se fossem um pedaço de carne.
Não importa o obstáculo.
Olhando naqueles olhos verdes, lançou. Com um impulso do braço para trás.
E pegaria em Tamlin se não fosse por ele.
Você me faz querer morrer
Eu nunca vou ser boa o suficiente
Você me faz querer morrer
E tudo que você ama
Vai queimar na luz
Rhysand apareceu a frente de Feyre.
Bloqueou a flecha com um escudo reforçado.
Os olhos violetas a fizeram travar no lugar.
Um impacto sobre si quando percebeu que Rhys estava demonstrando tristeza e dor também.
Como se a entendesse.
Com cuidado ele se aproximou levemente e ela recuou.
Não reparou quando deixou as lágrimas caírem.
Porque ele teve esse efeito sobre ela?
Feyre balançou a cabeça negativamente e olhou fixamente para Tamlin de novo.
- Ele me trancafiou. E se você não sair da minha frente. O matarei, assim como ele.
Mesmo que quisesse demonstrar determinação. A voz de Feyre falhou.
Agora ela preparava outra lança.
Gelo puro.
Que queimaria também qualquer coisa que tocasse.
- Não irei sair. E você sabe disso, Feyre...- Rhysand se aproximou levemente. E com rapidez, retirou a lança de Feyre e a pegou nos braços grandes, abraçando a mulher. - Respire. Essa não é você. Respire porque você estava livre. Você se libertou... Você se libertou.
Feyre tentou fugir dos braços de Rhys, mas a davam conforto. Ela não quis saber o porquê quando suas pernas falharam novamente. Pânico esvaziando de si e dando lugar a tristeza. Ao fato de que precisou se descontrolar para que ficasse livre daquele que amou.
E toda vez que eu olho dentro dos seus olhos
(Estou queimando na luz)
Você me faz querer morrer)
- Estou com tanta raiva dele quanto você. Mas caso o mate. Sabe que se arrependera mais tarde. E que isso trará problemas. Tamlin vai receber tudo o que fez com você de volta. Uma hora a Mãe faz seu trabalho. Agora, irei cuidar de você...
Rhysand disse uma última vez naquele local. Dando apenas tempo para que ela olhasse a Lucien e Tamlin com uma promessa de vingança.
Feyre ergueu o próprio queixo.
Fez uma adaga de gelo dessa vez e se apaixou, fincando-a no chão. O vento soprou, o fogo que queimou os lindos arbustos e flores do campo, se apagou.
- Irão pagar. Por cada segundo que passei sofrendo. Cada vômito que soltei. Desespero que senti. Culpa que me dominou. Raiva que se apossou do meu coração e muito mais. E como uma promessa a minha vida. Vocês irão cair e eu vou-os derrubar.
Como um feitiço, terra ao redor da adaga morreu.
Ela não iria derreter. Aquele gelo tinha ódio reluzindo dentro.
Feyre tirou o anel e lançou como um tiro a Tamlin.
Foi tão rápido que o Grão-Senhor não conseguiu reagir.
Acabou o acertando na testa e machucando bastante.
Caso fosse humano, isso teria o matado.
Eu morreria por você, meu amor, meu amor
Eu mentiria por você, meu amor, meu amor
(Me faz querer morrer)
Eu roubaria por você, meu amor, meu amor
(Me faz querer morrer)
E eu morreria por você, meu amor, meu amor
E Rhys a levou, o Grão-Senhor da Corte Noturna abraçou Feyre naquela noite, na casa da cidade.
Ele não a soltou por bastante tempo.
Deixou que ela se sentisse bem enquanto recebia carinho nos cabelos castanhos.
Rhysand cuidaria de Feyre com sua vida.
Curaria ela.
Faria de tudo para ver a pele da parceira brilhante novamente. Rosto cheio. Olhos com vida.
Cabelos brilhantes, lábios vermelhos.
Nada de vomitar de noite.
Nada de ser aprisionada ou deixada de lado.
Feyre ficou livre por conta própria.
E sempre seria livre ao lado de Rhysand.
Ela tinha o poder de escolher.
Poder de viver do modo que quisesse.
A Archeron teria finalmente liberdade de vida para fazer suas próprias expectativas.
Não enlouqueceria presa em si mesma.
E se isso acontecesse. Ele e o Círculo Íntimo a salvariam.
Como uma família e pessoas que se amam, deveriam fazer.
Vai queimar na luz
E toda vez que eu olho dentro dos seus olhos
(Estou queimando na luz)
Eu olho dentro dos seus olhos
(Estou queimando na luz)
Eu olho dentro dos seus olhos
Você me faz querer morrer