Amor&Sexo

By MalekaNunes

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A coluna Amor&Sexo é a favorita dos leitores da revista Brilho, porém, Rebecca está sem ideias brilhantes des... More

NOTA DAS AUTORAS
13 CARAS QUE QUERO PEGAR
1.1 TÉRMINO
1.2 DESEMPACOTANDO
1.3 OPENHOUSE
1.4 A PROPOSTA
2.1 HAPPYHOUR
2.2 ACEITE
2.3 PLANO DE AÇÃO
2.4 CARTÃO
2.5 PRIMEIRA REUNIÃO
3.1 PREPARAÇÃO
3.2 EVAN
3.3 SEGUNDA REUNIÃO
3.4 MERECIMENTO
3.5 PRIMEIRO ENCONTRO
4.1 PRIMEIRO FORA
4.2 PRIMEIRA MENSAGEM
4.3 DESCAFEINADO
4.4 HÁBITOS DIFERENTES
4.5 SALGADO ESPECIAL
4.6 A NIGHT
5.2 MOÇO
5.3 PRIMEIRA BRIGA
5.4 CAFÉ
5. 5 TERCEIRA REUNIÃO
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5.1 FEEDBACK

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By MalekaNunes

Três dias se passaram e Fred ainda não tinha me ligado.

Estava fingindo ser uma mulher forte e independente, que eu não me importava e que não olhava para o celular de cinco em cinco minutos; uma mentira mal contada, claro.

Eu não saia de perto do meu celular, com medo de que ele mandasse qualquer sinal de vida e eu não conseguisse ver a tempo. Pensei em lhe mandar uma mensagem, mas achei que eu seria muito oferecida depois de ter arrastado ele pro banheiro da boate. Era a vez dele fazer algum movimento para equiparar a balança.

Depois das fatídicas quarenta e oito horas, eu mandei aquela lógica pro inferno e mandei a mensagem mesmo assim. Escrevi ela umas duzentas vezes e apaguei 199, até chegar em um "oi, sumido" ridículo e previsível, mas concluir que eu não ia conseguir fazer melhor do que aquilo com tanta coisa na cabeça.

E não obtive nenhuma resposta. Nenhuminha.

Se eu estava tentando disfarçar, significava que toda a redação já sabia que eu estava desesperada esperando a maldita ligação. Isso se devia ao fato de que meu melhor amigo era o rei das fofocas e que espalhara para todos que eu transei no banheiro de uma boate e que o cara ainda não tinha me ligado.

Grande amigo.

Mas eu sabia que era maior do que ele.

Kaila resolveu soltar piadinhas sobre eu ser uma putinha mal paga e que ele me ligaria quando recebesse o troco da passagem de ônibus, o que, de acordo com ela, era suficiente para me pagar. A filha da mãe se achava a melhor porque escrevia sobre dietas. Ela só não tinha percebido que as pessoas só faziam as dietas dela para transar mais com as dicas que eu escrevia na minha coluna!

— Cadê a sua dignidade? — Victor apareceu do nada na minha mesa e bem na hora que Henrique passava com um café, voltando da cozinha. Ouviu a pergunta de Ví, parou para olhar bem na minha cara (que eu estava tentando esconder atrás do meu biombo e do meu monitor, enquanto checava meu celular) e soltou uma gargalhada, antes de voltar para sua mesa, balançando a cabeça negativamente. — Solta isso agora!

Eu larguei o celular em cima do meu teclado e Victor deu a volta na minha mesa, pegando o aparelho e guardando dentro da primeira gaveta. Antes que eu lhe dissesse que não iria adiantar de nada, ele trancou e pegou a chave.

EI! Meus clipes estão aí!

— Mas eu...

— Você nada, piriguete, cala a boca! — Brigou comigo e eu fiz bico para ele. — Não vai ficar assim por causa de uma foda média. Vai lá atrás do número três e para de ficar aí se lamentando. Ao menos você foi metida por um gostosão uns dias atrás. Quer trocar? Eu aceito.

Acabei rindo com Victor e ele me deu uma piscadinha ao me ver abrir o meu editor de texto favorito.

— Isso, vadia, vai escrever! — Elogiou. — Sua chave vai estar com a Mirzan.

Antes que eu pudesse gritar "Não, com a Mirzan não!", ele já estava entregando a chave. Ele sabia que podia ser comprado com fofoca, mas Mirzan era incorruptível. Eu só teria o meu maldito celular de volta quando a louca quisesse, e ela não iria me devolver antes que eu estivesse superada da minha crise de inferioridade com a falta de ligação de Fred.

Resolvi que meu texto sobre A Ligação do Dia Seguinte seria o suficiente para convencê-la que eu estava curada e comecei a escrever feito uma louca.

Aparentemente sexo fazia bem pro meu trabalho.

Duas horas depois, eu estava com o esqueleto da coluna pronto e só precisava revisar e alimentar com as palavras certas, estatísticas que eu retirava perguntando para os meus colegas de andar e mais informações importantes retiradas do Google. E voilá, mais um sucesso!

Lá estava eu, trocando issos por aquilos, quando Henrique achou por bem enfiar a cabeça por cima do meu monitor e apoiar o queixo no topo dele.

— Cadê seu celular, boneca? — perguntou, rindo. — Tocou?

Cerrei meus olhos para ele e decidi que iria ignorá-lo tal como estava fazendo com Fred. Minha coluna precisava de mim e homem nenhum iria tirar minha atenção agora.

— Ei, não fiques zangada, eu tô brincando — deu a volta no meu cubículo e parou exatamente atrás de mim. Senti sua respiração em meu cabelo e me afastei, no susto, enquanto ele passava os olhos pelo meu texto — Hm... "A Ligação do Dia Seguinte, não seja essa garota". — leu em voz alta. — Muito bom, Rebecca. Exceto que tu és essa guria.

— Sai daqui! — resmunguei para Henrique.

Empurrei-o pela cintura e acabei fazendo minha cadeira de rodinhas seguir o contrário do meu movimento e bater na minha mesa. O estrondo fez alguns olhares se virarem para nós dois. Vi Victor balançando a cabeça negativamente, antes de voltar a prestar atenção no seu computador.

Virei-me de volta para a minha tela, ainda querendo ignorá-lo com a força do poder da minha coluna. Ele riu e então jogou uma pasta em cima do meu teclado, o que apagou um parágrafo inteiro do meu texto e escreveu algumas letras desconexas e sem sentido no lugar.

— PUTA MERDA! — berrei.

— Ih... a puta tá falando de merda, deve ter dado o cu — Kaila disse para a sua companheira de biombo, mas o silêncio seguido ao meu palavrão foi tão grande que eu consegui ouvir, mesmo que ficássemos distantes.

Algumas pessoas riram, outras, como meus amigos, se indignaram. Henrique só ficava repetindo "Desculpa, boneca". Levantei-me, o dedo em riste na direção de Kaila.

— Eu só não te mando tomar no cu porque sexo é bom e você não merece, sua vaca! — gritei.

Ao ouvir as palmas de Victor e a comemoração que ele, Adhara (que estava gritando "uhul") e Mirzan (que assobiava) protagonizavam, eu voltei a me sentar, não sem antes sorrir maleficamente para a cara de bunda que ela fazia.

Um Ctrl+Z recuperou meu texto. Mas isso não tirava Henrique da culpa e nem me deixava menos zangada. Empurrei sua pasta para o lado e estava dedicada a continuar ignorando sua presença, quando ouvi seu suspiro e ele abriu-a, deixando que eu visse a foto da minha próxima vítima, ao qual eu reconheci sem nenhuma dificuldade como Caio.

Caio ainda era uma graça, embora a maturidade tenha lhe feito muitos favores com aqueles fios grisalhos na barba, e eu me peguei encarando sua imagem com uma expressão meio embasbacada.

Foco, Rebecca!

— Pode estudar à vontade. Se precisares de mim, estarei na minha batmesa — disse.

Ri na cara dele de sua expressão do Batman, mas não sabia se ele não se importou ou se já estava acostumado com a chacota; apenas caminhou de volta à sua mesa como se eu não tivesse feito nada.

Assim que ele se afastou, meu telefone tocou. Revirei os olhos, sabendo que era Victor querendo saber o que Henrique estava fazendo na minha mesa. Por isso que ele era o maior fofoqueiro da cidade.

— Boa tarde, você ligou para o disque sexo — atendi. — tecle um para ter uma pica negra enfiada no seu cu, tecle dois para chupar o pau...

"Boa tarde, Rebecca"

Puta merda. Era Zara.

— Bo...Boa tarde — gaguejei e apertei os olhos de vergonha.

"Rebecca, pode vir na minha sala um minutinho, por favor?"

— Cla-aro.

Eu estava fodida. Fodida com farofa e meia. Uma galinha depenada na encruzilhada, com velas e dendê. Eu nunca tinha feito macumba, então não sabia se realmente usam galinhas depenadas em uma encruzilhada, mas se usarem, certeza que eu era uma.

Levantei-me e caminhei até a sala de Zara como se estivesse indo para a forca. Eu provavelmente já estava encrencada por ter gritado com a Kaila e agora, com essa ligação, eu teria uma advertência com certeza.

Bati na porta dela e ouvi um "entre" calmo, para me dar de cara com ela e com Alek.

Ah, o Alek.

Comecei a hiperventilar na hora. E em pensar que Victor achava que ele que me enviara o bilhete anônimo e que queria me comer, eu já sentia minhas pernas bambas.

Ai meu Deus! Será que ele tinha escutado o disque sexo? Socorro, meu santinho!

— Rebecca — Zara falou, enquanto eu fechava a porta atrás de mim — chamei você aqui para te...

Demitir? Matar? Te dar férias preventivas?

— ... Parabenizar...

Arrancar seus mamil... PARABENIZAR?

— ... Pelo sucesso da coluna. Os comentários duplicaram com seu último texto e os negativos diminuíram consideravelmente. — Ela continuou falando e eu sabia que eu estava parecendo uma gazela patética, com as pernas cruzadas em uma posição esquisita, parada em pé no meio da sala dela e com a boca escancarada de surpresa. — Só quero que você continue com o ótimo trabalho. A próxima coluna já está pronta?

Eu abri e fechei a boca algumas vezes, ciente de que ela estava me fazendo uma pergunta. Para me atrapalhar, ainda, Alek me deu uma piscadinha de olho e eu quase desmaiei.

— Ah... Sim. Estou revisando e mexendo ainda, mas a base já está pronta. É.

— Consegue me entregar amanhã? — ela perguntou e eu concordei com a cabeça. — Ótimo. O investigador já lhe passou o próximo alvo?

Alvo? Zara moderninha, falando igual a plebe. Arrasou! Victor teria um enfarte de alegria quando eu lhe informasse que o apelido pegou e era certeza que ele usaria dali para frente incansavelmente.

— Sim. Vou estudar depois que acabar a primeira revisão.

— Ótimo. — ela acenou com a cabeça daquela forma que dizia que estávamos dispensados e eu me virei para sair da sala. — E, Rebecca? — voltei-me para ela novamente. — Tente não trabalhar de operadora de telemarketing sexual enquanto estiver aqui, sim?

A bendita da minha chefe estava fazendo chacota com a minha cara e eu não consegui evitar rir. Balancei a cabeça negativamente e corei um bocadinho quando me lembrei que Alek ainda estava por ali. Sai quase correndo da sala dela e encontrei Victor, Mirzan e Adhara ao redor da minha mesa.

Antes que eu pudesse concluir o que era, Victor me pegou pelos ombros e me empurrou com pressa até o meu biombo.

Tinha um lírio e uma carta em cima da minha mesa.

Bom, ao menos meu amigo fofoqueiro não abria as minhas cartas.

— Abre! — foram três pedidos distintos e insistentes e eu corri para abrir o envelope. Escrito com uma letra caprichada e bonita, encontrei a seguinte mensagem:

"Se ele não ligar, quem sabe eu não te ligo?"

Céus. Quem estava me mandando essas coisas fofas?

— Ele estava lá na Zara, não estava?

— Quem?

— O Alek, é claro.

— Também estou achando que é ele.

— Nossa, ele é tão gostoso.

— Imagina ele sem roupa!

— Eu acho que ele é um chefe bem legal!

— Eu acho que ele é um gostoso. É isso que ele é.

— Ele bem que podia me chamar pra uma "reunião" rápida. Eu iria.

— Nossa, eu também.

— Gente, vocês são tão pervertidos!

Os meus três amigos desesperados estavam fofocando sobre a minha carta e eu nem conseguia acompanhar quem era quem e o que eles estavam falando. Eu estava concentrada em ler e reler as palavras escritas no papel, tentando buscar na minha mente quem poderia ter escrito aquelas coisas doces. Cheirei o lírio enquanto os três começavam uma discussão sobre qual era o tamanho do documento de Alek (na verdade, isso era Victor e Mirzan. Adhara estava dizendo que ele era uma boa pessoa) e eu tentei me situar.

— Uns vinte e cinco centímetros.

— Nossa, amiga, não exagera. Quarenta e três no mínimo!

— Isso nem existe, seu lunático.

— Acho que a Becca está apaixonada — Adhara pontuou.

Os três se viraram para me olhar no exato momento que eu estava com o nariz enfiado no lírio e de olhos quase fechados. Ótimo. Eu seria zoada até a minha terceira geração.

A verdade é que eu estava começando a realmente cogitar ser Alek. Zara me chamou para me parabenizar quando ele estava em sua sala, ele deu sua piscadinha de aprovação durante e aí, quando voltei, a mensagem estava em minha mesa? Parecia bem óbvio.

— Por que esse lírio, gente? Que aleatório!

— Achei romântico.

— Aposto que morre em um dia, ela não consegue cuidar nem de cacto.

— Saiam daqui, seus invejosos! — eu ri, empurrando Victor, sabendo que as meninas iriam embora com ele, para fofocar longe de mim. — Me deixem trabalhar!

Os três se foram com uma careta e eu coloquei meu lírio em meu porta-lápis, voltando a me sentar. Guardei a mensagem na minha caixa de clipes junto com a anterior, suspirando de felicidade.

Se era Alek... Eu não conseguia nem pensar. Aquele Deus negro em forma de chefia... Kaila ia morrer se soubesse que ele estava me mandando aquelas cartas. Talvez, estivesse me mandando em anônimo justamente para que eu e a minha boca grande não arrumássemos confusão com ela.

Sinal que me conhecia bem.

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