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Passado
Dylan Parker é um homem apaixonado pela família. Dono de uma microempresa que vinha crescendo cada vez mais no mundo dos negócios. Com a possibilidade de ganhar maior visibilidade, ele toma a decisão de ir atrás de um dos maiores magnatas do país, Ricardo Daniels, um homem acusado de ser a cabeça da máfia local, mas sem provas nada se pode fazer.
Daniels tem o nome de todos os integrantes das autoridades em um caderninho, em uma folha de pagamento.
Vendo que o negócio de Parker tem futuro, Daniels resolve firmar um acordo.
- Então você procura um investidor. - Daniels observa Parker atentamente enquanto se senta em sua cadeira.
- Sim. - o homem a sua frente diz.
- Vejo que tem visão de futuro, gosto disso. - seu sorriso esnobe presente em seu rosto.
- Então Sr Daniels, vai me ajudar? - pergunta Dylan já impaciente.
- Mas é claro. - o suspiro de Dylan deixou claro que ele tirou um peso de suas costas. - Desde que um acordo seja firmado.
- Um... um acordo? - Dylan volta a ficar tenso.
- Sim, meu caro. Um acordo.
- E sobre o que seria tal acordo?
Ricardo lhe lançou um sorriso diabólico.
- Você terá tudo o que quiser, o quando dinheiro precisar. Eu sei o seu fiel investidor. - Ele não pode deixar de notar o brilho no olhar de Dylan. - Mas em troca, eu quero um acordo de casamento.
Casamento? Do que esse homem está falando? Pensou Dylan. Eu já sou casado!
- Perdão mas acho que houve um equívoco. - levantou da sua poltrona. - eu sou um homem casado.
- Mas eu não me referia a você. - Debochou Ricardo. - E sim a sua filha, Allyson.
O corpo de Dylan se enrijeceu com o mencionar de sua filha. Pelo jeito Ricardo fez a lição de casa, em nenhum momento ele falou da Allyson nessa sala.
Ricardo foi em direção ao homem e colocou suas mãos sobre seus ombros.
- Façamos o seguinte. Quando sua filha completar vinte e um anos, ela será a nova senhora Daniels, o que acha? Seu negócio tem futuro e com a minha ajuda, você chegará longe. Nossos filhos juntos darão muitos lucros.
Dylan não poderia negar que Ricardo estava certo. Com dinheiro e um investidor abrindo portas, ele chegaria longe, sabia que tinha potencial para aquilo.
Mas a balança pesou quando se tratava da felicidade da sua única filha. Valeria a pena vendê-la como um objeto somente por sua ganância?
Ele tinha condições de viver uma vida boa, mas não a melhor. E era o melhor que ele queria proporcionar a duas mulheres da sua vida, foi isso que ele prometeu a Melissa quando se casaram.
Por maior que fosse o preço, ele estaria disposto a pagar.
- Eu aceito. - sua voz soou dura.
- Ótimo. - O olhar de Ricardo Daniels brilhava. - Sente-se, temos papéis a assinar.
(...)
Com o passar do tempo, a empresa de Dylan foi crescendo mais e mais. Ricardo cumpriu tudo o que prometeu e abriu portas para a família Parker.
Dois anos já tinham se passado, Allyson estava virando uma linda garotinha e Melissa ainda não sabia do acordo, Dylan assim preferiu.
Ele observava Allyson brincando em um balanço no jardim de sua nova casa.
Meu Deus, pensou. Ela era apenas uma criança!
E por sua culpa, já tinha o destino traçado. Ser a mulher do próximo chefe da máfia. Era isso que ele queria para ela? E se o seu marido fosse violento? Se ele não a respeitasse e a machucasse? Era realmente isso que um pai queria para a sua garotinha?
Há seis meses atrás, uma acusação contra Ricardo Daniels surgiu, ligando o seu nome a uma quadrilha de tráfico de drogas. Nada foi comprovado e na mesma semana os boatos deixaram de circular a cidade.
Parker sabia que isso se dava ao fato dele ter comprado o silêncio de todos.
- Papai? - a garotinha de olhos verdes puxou a barra da sua calça, o tirando de seus pensamentos. - Papai você está me ouvindo?
- Oi princesa. - disse ele, se abaixando para ficar na altura da pequena. - o que deseja?
- Eu descobri o que quero ser quando crescer. Bailarina. - A garotinha colocou os seus bracinhos para cima e começou a girar.
O mundo de Dylan caiu.
Ele sabia que sua filha jamais realizaria esse desejo. Uma mulher de um mafioso não tinha direito a vontades, sua única função era realizar os desejos de seu marido e lhe dar herdeiros.
- Você não vai ser uma bailarina Allyson! - a voz do homem era dura.
Imediatamente Allyson parou sua dança. Mesmo sem entender o que seu pai queria dizer, os olhos da pequena se encheram de lágrimas. Era a primeira vez que seu pai havia gritado com ela.
Ela correu para dentro de casa e Dylan sentou no batente da varanda, levou as mãos ao rosto em um gesto de frustração.
- O que está acontecendo? - gritou melissa poucos minutos depois. - Amor, o que você falou para ela?
- Mel, não.
- Não o que? Amor, Ally estava lá dentro chorando e dizendo papai é ruim e não me deixa dançar. Você brigou com ela?
- Quer a verdade Melissa? - a morena assentiu. - Allyson não vai ser uma bailarina. Aliás, ela não vai ser porra nenhuma porque eu sou um maldito que arruinou todas as suas chances.
O choque era evidente no olhar de sua mulher.
- Do que... Do que você está falando Dylan? Allyson é apenas uma criança!
- Uma criança prometida ao filho de um mafioso, Melissa. Eu sou um bastardo que fiz um acordo que a obriga a se casar quando estiver com vinte e um anos.
- Você não podia ter feito isso, Dylan. - Melissa foi pra cima do marido tentando agredi-lo. - Você não podia! Você não podia!
Dylan segurou os pulsos de sua esposa enquanto lágrimas caíam dos seus olhos.
- Me perdoa Mel. Eu só estava pensando no nosso futuro.
O olhar de sua mulher era duro, mas cheio de decepção.
- Espero que goste de um futuro solitário, porque Allyson jamais te perdoará pela que você fez.
Sem esperar mais, ela entrou dentro de casa. Deixando um Dylan desolado para tras.
(...)
Os días se passaram e Dylan ainda não tinha conseguido o perdão da sua esposa.
Ele estava perfeitamente bem arrumado dentro de um terno, esperando pela sua reunião com Ricardo Daniels.
Havia virado costume eles se reunirem toda semana para conversar sobre o crescimento da empresa.
O elevador foi aberto, revelando uma mulher e um garotinho. Seu olhar não deixava dúvidas, era o filho do Ricardo.
- Scott por favor, me espere. - chamou a mulher que ainda estava saindo do elevador.
- Você está ficando velha, Susan. Precisamos arrumar umas bengalas pra você.
- Me respeite, garoto.
Scott bufa e se direciona a recepcionista.
- Avise a meu pai que quero vê-lo. Anda, tá esperando o que?
A arrogância não passou despercebida por Dylan. Como pode ser assim sendo tão pequeno?
- Desculpe Sr Daniels, mas o seu pai está ocupado.
Senhor Daniels? O menino tem meio palmo!
- Moça. - disse ele com um tom esnobe. - Se você sabe quem sou, sabe que mando em tudo nisso aqui. Então se você não quiser ser mandada embora e não quiser passar fome na rua. Eu acho melhor você se levantar e dizer ao meu pai que estou aqui.
Dylan arregalou os olhos enquanto a moça se dirigia a sala da presidência.
- Dylan, meu filho. Você precisa parar de tratar as pessoas assim. - A mulher que o acompanhava disse cabisbaixa.
- Eu trato como eu bem quiser, ela é uma funcionária, tem que me obedecer e fazer o que eu mandar. E não se esqueça que eu não sou seu filho, o que vale pra ela, vale pra você!
Um arrepio subiu pela espinha de Dylan, era assim que sua filha seria tratada?
Sem conseguir ficar naquela sala por mais um minuto, Dylan se levantou e correu de volta para a sua casa.
(...)
- Tem certeza de que pegou tudo o que precisamos? - perguntou Dylan a sua esposa.
- Sim. - Mel verificou a bolsa só para garantir. - Allyson filha, vamos.
A menina apareceu com o seu ursinho rosa em mãos, um presente de seus pais que ela não largava nunca.
- Estou pronta mamãe.
Eles saíram daquela casa, deixando tudo para trás. Dylan não vai deixar sua menina nas mãos de um arrogante como aquele.
Uma criança que é capaz de tratar uma pessoa daquela forma, o que será quando crescer? Dylan não poderia deixar que Allyson ficasse com uma pessoa assim.
Eles pegaram a estrada, rumo a liberdade. Acabando assim com um contrato que aprisionava sua filha.
E então, o acidente aconteceu.
(...)
Dois Anos Depois.
- Eu não me importo se acharam minha noivinha, pai. Já disse que não quero saber dessa garota. O contrato morreu, junto com os pais dela.
- Mas filho, entenda. Se trata da sua honra, como vão te respeitar sabendo que você foi abandonado por uma qualquer e ela ainda segue viva?
- Eu sou o dono de tudo, não preciso do respeito de ninguém.
Ricardo bufou irritado.
- Não é assim que funcionam as coisas Scott. Você acha que eu cheguei onde cheguei sem impor ordem? Cada ação gera reação meu filho. Se te desprezam, você deve fazer com que paguem.
Os olhos de Scott brilhavam de ódio, como ela pôde o rejeitar? Deveria ser uma honra o ter como marido, ele era herdeiro de um patrimônio milionário.
Olhando a mão do pai pousada sobre o seu ombro, Scott levantou o olhar e disse o que o homem ansiava escutar.
- Mate todos que estão com ela. Assim como da primeira vez, um acidente de carro. Eu quero que ela saiba que a morte está chegando. Ela vai pagar por ter fugido de mim.
Seu pai transbordava alegria.
- É isso. Esse é o meu garoto. - disse antes de sair da sala o deixando sozinho com o seu melhor amigo.
- Alguém já te disse que você é um babaca?
- Não enche, Clark.
- Fala sério Scott, como você pôde se deixar convencer tão fácil? Deixa a garota em paz!
- Já foi, Alex. Era isso que meu pai queria e eu o fiz. Eu lamento por ela, mas é isso o que acontece quando se desrespeita Scott Daniels.
Alex bufou.
- Tudo bem, se é isso o que você quer. Eu só acho que você ainda vai se arrepender, e quando isso acontecer eu estarei lá pra te lembrar que eu tentei impedir sua burrada.
Alex saiu da sala deixando Scott sozinho com os pensamentos.
Abrindo a gaveta da mesa do escritório de seu pai, Scott encontrou a foto da sua noivinha.
Eu não vou me arrepender, certo? Ela vai estar morta e eu ganharei o respeito de todos os integrantes da máfia.
Ele jamais poderia imaginar que encontraria Allyson Parker de novo.
(...)
- Mamãe, tem certeza que não posso ir mesmo assim?
- Tenho Allyson, você está doente e não tem condições de viajar agora. Mesmo que seja uma viagem curta. Angel ficará com você.
Allyson concordou acenando com a cabeça.
Depois de um ano sofrendo em um lar para crianças que mais parecia o inferno, Allyson conheceu Angel quando começou a frequentar a escola.
A garota vivia dividindo o seu almoço com ela e não demorou muito até elas se tornarem inseparáveis. Angel a chamava de irmã.
Quando seus pais conheceram Allyson, se apaixonaram pela doçura da garota. E não demorou muito até entrarem com um pedido de adoção.
Depois de todo o trauma vivido naquele acidente onde perdeu a família e só escapar por ter sido arremessada para fora do carro,
Allyson finalmente tinha encontrado um abrigo em um lar de verdade.
- Vai ser uma viagem curta, vocês sabem como são esses eventos. Eu preciso acompanhar o pai de vocês, mas amanhã estaremos de volta.
- Tudo bem mãe, eu vou cuidar da minha irmã. - Angel lançou um sorriso terno a Allyson.
- Eu sei meu amor. Me prometam uma coisa, não importa o que aconteça, vocês sempre ficarão juntas, ok?
As duas assentiram e ela continuou.
- Vocês sempre tomarão conta uma da outra, como duas irmãs de verdade, sempre se protegendo.
A mãe das meninas deu todas as recomendações a vizinha que ficaria responsável por elas. Principalmente sobre os horários da medicação da pequena Allyson.
Depois de se despedirem dos seus pais, as meninas os observaram o carro seguir na pista e virar a direita, sumindo de suas vistas.
O que elas não sabiam, é que aquele aperto no peito que ambas sentiram, significaría que o pior estava pra acontecer.
Quando dias se passaram sem nenhum contato com seus pais, a notícia ruim chegou.
Allyson havia perdido os seus pais, mais uma vez.
(...)
Bom dia meus amores !! 🥰
Tem um olho na minha lágrima 💔
O que acharam do bônus? Finalmente foi revelado onde a história desses dois se cruzaram.
Votem e comentem, por favor ♥️
Beijos meninas, até o próximo capítulo 😘♥️