Dois Opostos

由 Lua_Sima

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Dizem que a guerra faz apenas duas coisas com as pessoas, ou mata, ou marca para sempre seus sobreviventes. ... 更多

Dedicatória
Epígrafe
Prólogo: Expresso de Hogwarts
Capítulo 1: Amigos?
Capítulo 2: Olhares
Capítulo 3: Cretino
Capítulo 4: Possibilidades
Capítulo 5: Triunfante
Capítulo 6: Pesadelos
Capítulo 7: Ex-Comensal
Capítulo 8: Luz e Trevas
Capítulo 9: Jogo
Capítulo 10: Compatíveis
Capítulo 11: Vingança
Capítulo 12: Poder
Capítulo 13: Uma dança
Capítulo 14: Crucius
Capítulo 15: Salvador do Malfoy
Capítulo 16: Ninguém
Capítulo 17: Minha causa
Capítulo 18: Flashback
Capítulo 19: Pijama Amarelo
Capítulo 20: Hipócritas
Capítulo 21: Fogo
Capítulo 22: Abstinência Malfoy
Capítulo 23: Ofego
Capítulo 24: Apaixonado
Capítulo 25: Ministério
Capítulo 26: Casa
Capítulo 27: Melhor amigo
Capítulo 28: Com afeto
Capítulo 29: Importância
Capítulo 30 - Estou aqui
Capítulo 31 - Simplicidade
Capítulo 32: Significado
Capítulo 33: Quentura
Capítulo 34: Farol
Capítulo 35: Linha Tênue
Capítulo 36: Segurança
Capítulo 37: Galáxia
Capítulo 38: Favorito
Capítulo 39: Válvula de escape
Capítulo 40: Inverno 1997
Capítulo 41: Avada
Capítulo 42: Draco Black
Capítulo 40: Brilhando
Capítulo 41: Recordar
Capítulo 42: Livres
Capítulo 43: Fugir
Capítulo 44: Incapaz
Capítulo 45: Sempre
Capítulo 46: Ação e Reação
Capítulo 47: Amor
Capítulo 48: Aviso
Capítulo 49: Destrono
Capítulo 50: Eu te odeio
Capítulo 51: Confiança
Capítulo 52: Willians
Capítulo 53: Tiziano
Capítulo 54: Ele vai pagar
Capítulo 55: Sorte
Capítulo 56: Chance única
Capítulo 57: 100%
Capítulo 58: Julgamento
Capítulo 59: História
Capítulo 60: Intuição
Capítulo 61: Reage!
Capítulo 62: Liberdade
Capítulo 63: Vasto amor
Capítulo 64: Rótulos
Capítulo 66: Memorável
Capítulo 67: Nosso
Capítulo 68: Mudança
Capítulo 69: Três anos
Capítulo 70: Reações
Capítulo 71 - Snape Filho
Capítulo 72 - Lancaster
Capítulo 73 - Cofre
Capítulo 74: Conselheiro
Capítulo 75: Encontro
Capítulo 76 - Salvo
Capítulo 77: Juras
Capítulo 78: Herói
Capítulo 79: Lumos Maxima
Capítulo 80: Jura de dedinho
Capítulo 81: Padrinhos
Capítulo 82 - Casamento (final - parte um)
Capítulo 83: Obrigado, Harry Potter (final)
Epílogo
Agradecimento
Livro Físico
E-BOOK GRÁTIS

Capítulo 65: Mon amour

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由 Lua_Sima

Harry

- Olha, querido, entendo que isso é importante pra você, mas precisamos fazer isso agora? Eu tenho certeza que vou vomitar daqui uns cinco segundos. - Falo, com a língua mais enrolada do que eu esperava. São sete horas da manhã, e nós saímos da festa de formatura há pouquíssimo tempo, acho que nunca bebi tanto na minha vida, muito menos Draco.

Assim que a confusão com Jorge foi resolvida, os professores responsáveis por suas casas começaram a chamar os seus respectivos alunos e lhes entregar seus diplomas, no fim todas as velas do salão se apagaram e os diplomas começaram a flutuar para cima brilhando em neon de acordo com a cor da casa dos donos deles. Foi uma das cenas mais bonitas que já vi na minha vida, perdendo apenas para todas as vezes que já vi Draco sorrindo. Nossa quando foi que eu me tornei alguém tão surrealmente clichê?

Depois disso vamos levados para o lado de fora, que havia sido todo iluminado, com decorações de todas as casas espalhadas pelo lugar, inicialmente só nos foi servido ponche e bebidas não alcoólicas, porque Minerva disse que não queria ser responsável por no último dia de aula encontrar algum aluno morrendo de álcool no sangue, mas a meia noite os professores e as famílias se retiraram, dizendo que deixariam os jovens aproveitar suas festas sozinhos, claro que não demorou dez minutos para Gina e mais alguns outros alunos aparecerem carregados de Cerveja, Conhaque, Licor, Gim, Hidromel, Rum e Whisky de Fogo. Não sei como, mas tenho certeza que bebi uns dois copos de cada uma das bebidas.

Tudo começou com Blásio puxando Draco e eu com o braço e dizendo "vamos ver qual de nós vira esses copos de Whisky mais rápido", dali em diante tudo saiu do controle.

Agora minha cabeça já até desistiu de girar, está apenas em estado vegetativo arrastando meu corpo sem eu fazer o mínimo esforço pra isso. Algumas coisas já estão se perdendo na minha memória, tanto que é bem provável que depois que eu dormir um pouco alguém tenha que me lembrar o que aconteceu na festa, mas nesse momento consigo lembrar de: Blásio e eu em cima de uma mesa, sem camisa, dançando alguma coisa, que não tenho ideia de qual, como se não houvesse amanhã, enquanto Draco e Pansy ficavam nos jogando dinheiro como se fossemos dois prostitutos. Draco abraçado em Goyle chorando e dizendo "Você é meu melhor amigo, eu te amo tanto". Gina e Luna se beijando publicamente, se beijando talvez seja uma palavra leve para descrever como aquelas duas se atracaram.

Gina arrancando a força Pansy dos braços de Blásio, argumentando que "quem divide, multiplica", levando-a para um beijo triplo completamente inesperado entre as duas e Luna. Nunca vou esquecer que ao ver a cena Draco e Goyle caíram da cadeira de tanto dar risada de cara de Zabini, que inicialmente pareceu não entender nada, depois pareceu inconformado, por fim desistiu e se juntou as pessoas que estavam jogando flores nas garotas.

Goyle desaparecendo nos corredores com Daphe Grengraas, jurando que iam apenas dar um passeio. Draco pegando o microfone e começando a cantar Freddy Mercury tentando ardentemente imitar os gestos do cantor, em seguida me chamando pra cantar com ele "Everything I Do". Tenho certeza que fizemos uma performance brilhante, principalmente na parte de mim subindo no palco dizendo que não sabia onde estava a minha camisa, Draco rindo e jogando o terno dele em cima de mim. Jorge se agarrando com Angelina enquanto estouravam bexigas de água na cabeça das pessoas. Rony sentando no chão com terno aberto segurando um prato de comida nas mãos, Hermione sendo a mais sóbria se esforçando para tirar o namorado do chão, falhando miseravelmente quando ele a puxa e deita a cabeça no seu ombro.

Neville se ajoelhando para pedir Ana Abbott em casamento com um anel feito de massa. Dino arrancando o microfone da mão de um cara aleatório da Corvinal para fazer uma declaração incrivelmente confusa para Simas, que respondeu de uma forma ainda mais confusa derrubando os dois do palco.

Quando estávamos saindo - no caso tivemos que chamar Narcisa para nos buscar porque Draco e eu ficamos uns quinze minutos olhando um pro outro e dizendo "Você sabe onde você mora?" - Andromeda carregando Draco e Narcisa me carregando, o loiro recebeu uma ligação do Ministério para avisar que o corpo de Lucius já havia sido examinado e cremado como solicitado, que poderiam retirar as cinzas quando quisessem. Draco decidiu naquele exato segundo que iriamos pegar as cinzas, de início não entendi bulhufas nenhuma que ele estava falando porque minha cabeça estava focada em cavalos marinhos ou qualquer baboseira sem sentido, então fomos para o Largo Grimmauld onde Narcisa me jogou embaixo de um chuveiro e Andromeda levou o loiro para tomar um chá. Depois disso ele avisou que iria no Ministério e depois daria um jeito naquela "coisa".

Após o banho e após fazer um feitiço para curar temporariamente a bebedeira do meu sangue, me deixando medianamente sóbrio, mandei uma mensagem para o loiro pedindo que viesse me buscar para darmos juntos um jeito "naquela coisa", por isso agora estamos aqui, em uma praia que não sei onde é, mas que Draco nos trouxe para cá.

- Eu quero resolver isso de uma vez. - Draco também fez um feitiço para ficar temporariamente sóbrio, ou pelo menos melhor do que antes, porém não teve tempo de tomar banho que nem eu então parece bem pior, o cabelo está totalmente desgrenhado, tem purpurina colada por todo o seu corpo, seu terno está amarrado na sua cintura e as cinzas que ele segura nas mãos estão dentro de uma urna preta com o brasão dos Malfoy's.

- Não era melhor nós deixarmos o Ministério dar um jeito nisso? Lucius não é o tipo de pessoa que merece um funeral. - Pergunto, me encolhendo um pouco quando a brisa fria atinge o meu corpo.

- Isso não é um funeral. - Draco retira o terno da cintura o passando pelos meus ombros. - Não quero nada dele perto de mim, não quero que as cinzas dele estejam próximas, não quero acordar todo dia com a sensação de que ele continua ali... me vigiando.

- Você sabe que ele não está...

- Eu sei, mas preciso ter certeza. Essa praia é longe de Londres, sendo sincero é longe de tudo, descobri ela no tempo em que eu estava pensando em fugir dele. Jogar as cinzas de Lucius aqui é o como finalmente o deixar distante o suficiente de mim, inalcançável. - O loiro parece ausente quando termina de falar, como se sua mente estivesse bem afastada daqui, provavelmente perdida em lembranças não muito boas. Não consigo pensar em algo para dizer, algo que o conforte ou pelo menos alivie, então me contento em segurar sua mão, entrelaçando nossos dedos. Draco parece voltar novamente para a realidade, sorrindo levemente para mim, se aproximando um pouco mais, assim como eu, consigo sentir nossos braços roçarem um no outro.

Ele respira fundo, mordendo um pouco o lábio antes de abrir a urna, dando um pequeno solto para trás quando a abre, como se por alguma razão irracional Lucius pudesse saltar dali de dentro e o atacar.

- Está tudo bem... - Falo, virando-o para mim, levando a mão delicadamente até o seu rosto, fazendo movimentos circulares com as pontas dos dedos. - Ele não pode mais te machucar.

Draco encosta a testa da minha, respirando fundo mais uma vez, nessa hora se afasta dando alguns passos para a frente, em direção ao mar. O vento que emana da maré começa a se intensificar, mas isso não o atinge nem por um minuto, que continua andando firme para frente.

- Você me destruiu, Lucius. - Decide falar quando se aproxima o suficiente do mar, molhando um pouco os pés descalços e a dobra da calça. - Me destruiu como se eu fosse uma folha de papel que você pudesse rasgar e colar de novo a cada rabisco errado. Me destruiu e fez com que eu acreditasse que eu era descartável, que eu era o culpado por toda a dor que você me causou. Você era tão cruel ao ponto que me fazia acreditar que a culpa por eu estar sofrendo era minha, sendo que nunca foi, nunca foi. Eu era só um garoto assustado, Lucius, e você acabou comigo.

Algumas lágrimas escorrem dos seus olhos ao mesmo tempo que ele começa a despejar as cinzas no mar, com uma raiva e uma dor indescritível. Continuo em silêncio apenas segurando sua mão, pronto para o segurar caso seu mundo comece a desmonorar.

- Você matou toda a vida que havia em mim, me transformou em alguém tão indefeso e dependente de você, um coitado apavorado e medroso. Você imagina como me senti? O quanto eu chorei, gritei e supliquei pra que alguém me tirasse daquele inferno, mas mesmo assim eu queria te amar, passei anos, ANOS, Lucius, esperando que você me desse uma brecha pra te amar, uma brecha pra ser amado por um pai e não por um monstro.

As cinzas continuem caindo, sendo levadas pelo vento e pela água, se dissipando como se não fossem nada, como se não carregassem tanta dor como as palavras de Draco carregam.

- Mesmo depois de tudo, até no último segundo eu esperei que você pudesse mudar, esperei ver em seus olhos um pingo de mágoa, de bondade, de arrependimento, porém só vi medo, medo da morte, medo do que o seu filhinho havia se tornando, mas arrependimento? Isso não tinha. Que ingenuidade a minha achar que teria. Não queria te matar, "pai", não queria ver os seus olhos sem vida, mas sabe por que eu não queria? Você merecia. Ah! Como merecia, mas eu sempre soube que isso não ia mudar nada, você morto ou vivo eu continuaria com as mesmas lembranças, as mesmas cicatrizes, as mesmas mágoas, te matar não ressuscitaria o menino que você matou.

As últimas cinzas são finalmente levadas e nesse momento Draco desaba, se deixando cair no mar, ignorando completamente a água fria batendo contra si, atravessando suas roupas.

- Mas eu te perdoou, Lucius. - Sento no chão também, me arrepiando quando sinto o contato da água, porém não recuo, apenas puxo a sua mão de volta até a minha. Não digo uma única palavra, esse momento é dele, da dor dele, dos sentimentos dele, não cabe a mim interromper. - Te perdoo pelas minhas noites mal dormidas, dominadas pelos pesadelos que suas torturas me causaram, te perdoo por todas as vezes que procurei amor em pessoas rasas porque nunca tive uma representação do que é ser amado de verdade, te perdoo por cada corte que fiz pra esconder essa marca do meu braço, te perdoo por ser um ser humano tão infeliz. Eu te perdoo, Lucius.

"Te perdoo porque te odiar seria dar a vitória nas suas mãos, mas você não vai ganhar, Lucius, não vai, por isso eu te perdoo, porque não vou sentir no meu peito o mesmo ódio que você tentou me ensinar a sentir. Você não pode mais me machucar. Seu ódio não rescinde mais em mim. Eu sei amar, Lucius, eu consegui amar! Isso é a maior derrota que você poderia ter, todos os seus esforços pra me transformar na sua cópia não serviram pra nada, porque você morreu sozinho e odiado, mas eu estou vivo, vivo e amando."

Inesperadamente ele se vira na minha direção, subindo meio desconcertado a mão trêmula até meu rosto, o seu toque é calmo, porém o seu olhar é profundo, intenso, além de estar coberto de lágrimas, eles carregam emoções demais, mas mesmo assim a emoção que vejo prevalecer é o amor, talvez essa seja uma das coisas mais lindas sobre Draco Black, que mesmo nas situações mais obscuras eu ainda consigo enxergar o amor vibrante nos seus olhos.

- Vivo... - Sussurra, afirmando mais para si mesmo do que para mim, contudo seus olhos continuem fixos nos meus.

- Vivo. - Reafirmo, levando a mão até a sua cintura o puxando para deitar no meu ombro, ele sequer pensa antes de recostar a cabeça ali, olhando para o mar a nossa frente, o mar que acaba de levar consigo milhares de traumas, deixando para trás um homem calejado.

Ficamos assim durante um tempo, em silêncio, escuto Draco chorando baixinho, enquanto suas mãos se agarram na minha camisa, como se esse simples ato pudesse arrancar de si toda a dor que se instalou dentro dele. Somos interrompidos quando alguém se joga do meu lado, me levando a dar um pulo de susto, praticamente atirando o loiro para o lado oposto, que inicialmente também se assusta, porém depois começa a rir quando reconhece a pessoa intrometida.

- Eu deveria ter gravado isso. - Blásio lamenta, cruzando os braços e revirando os olhos, forçando uma expressão de decepção. - Minha vida, por Merlin me diz que você gravou.

- Por qual razão eu teria trazido uma câmera comigo? Eu ainda estou bêbada. - Pansy responde, também se jogando na água, do lado de Draco.

- Ok, o que vocês estão fazendo aqui? - Pergunto, quando eles finalmente param de debater sobre como meu susto foi belo.

- Nós passamos na casa do Draco pra entregar a sua camisa que eu não tenho de ideia de como foi parar comigo... Diga pra mim, nós não transamos né? - Caio na risada quando Blásio toma ao mesmo tempo dois tapas, um de Draco e um de Pansy. - Aí! Gente, pra que agredir? Eu só quero saber se não fui um talarico.

- Se tivesse me chifrado tudo bem? O foco é não ser talarico?

- Vida, prioridades né. - Depois de uma pequena argumentação confusa entre os dois, Blásio volta a falar.

- Enfim, Narcisa nos contou que vocês haviam saído e tudo mais.

- Foi bem fácil a convencer a nos dizer onde vocês estavam.

- De certa forma vocês ainda não explicaram o que vieram fazer aqui. - Draco comenta quando os dois terminam de explicar como nos acharam.

- Achamos que você iria ficar depressivo depois de fazer isso - Blásio explica, apontando para a urna nas mãos do loiro. - Deduzimos também que o anão de jardim aqui - Ele bate na minha cabeça antes de voltar a explicar. - não teria capacidade o suficiente para te animar muito, então viemos dar uma forcinha.

- Eu não sou tão baixo assim, seu imbecil. - Me defendo, mas quando percebo que todos me olham prontos para cair na risada decido focar no outro assunto. - E como pretendem fazer isso? - Percebo que quando questiono Blásio olha para trás dando uma piscadinha, antes que eu possa me virar para identificar o que exatamente ele está olhando Draco dá um grito de susto e é agarrado pelas costas, sendo erguido por Jorge, que corre mar adentro com ele o atirando na água.

- Não está nos planos de vocês fazer isso comigo também, não é? - Indago, pronto para me levantar e sair correndo.

- É claro que está. - Ouço alguns passos atrás de mim e ponho em prática o plano de levantar para sair correndo de quem eu descubro ser Ronald, não consigo correr para muito longe, nem por muito tempo, porque por estar preocupado em fugir de Ron não me dou conta quando Pansy me atinge com um Petrificus e Blásio se aproveita para me alcançar e jogar-me no mar também, retirando o feitiço quando atinjo na água para que eu não afogue.

- Eu odeio seus amigos. - Declaro, quando me aproximo o suficiente do loiro que já aceitou a derrota e está de pé com a água batendo na sua cintura.

- Seus amigos também estão envolvidos nessa emboscada. - Responde, me puxando para mais perto. Em um segundo nossos corpos estão separados pelas nossas camisas, no segundo seguinte estamos os dois despidos da cintura para cima.

Sinto-me perdido por alguns segundos pela imagem alucinante a minha frente, já vi várias vezes Draco saindo do banho com a toalha enrolada na cintura, mas agora estamos extremamente próximos, nossos corpos molhados estão literalmente grudados, por isso me sinto imerso pela beleza que é o loiro com os cabelos encharcados, os olhos azuis contracenando com o azul do mar, que parece horrível em comparação aos seus olhos, seu peitoral que por conta da fisioterapia está ficando um pouco mais forte, até as cicatrizes ficam lindas com a água pingando sobre elas.

Acabo rindo do sorriso e do olhar malicioso que tomam conta do rosto de Draco pela forma como me demoro olhando para o seu corpo e rosto.

- Acho que você é descendente de alguma Veela. - Comento, ainda intercalando o meu olhar por ele.

- Por que essa sua teoria extravagante agora? - Draco pergunta com um sorriso de orelha a orelha no rosto.

- Porque você é lindo demais para ser algo natural, não é possível que toda essa sua beleza foi destinada para um único ser.

- Meu Merlin, eu te amo. - Não é um eu te amo sério, é daqueles que se solta com espontaneidade, quando se está tão apaixonado por alguém ou a fala de alguém que a frase parece involuntária ao ser pronunciada, deve ser por esse motivo que ela é tão boa de se ouvir, fico a reproduzindo quando nossas bocas se chocam, quando sua boca praticamente devora a minha, não sei explicar como um beijo pode ser tão romântico e ao mesmo tempo tão ardente.

- Não sabia que magia não-verbal é o seu forte. - Falo quando nos afastamos, remetendo a como nossas camisas simplesmente desapareceram. Ele ri antes de morder o lábio e dar de ombros.

- Não pense besteiras, Potter, só as tirei porque elas estavam encharcadas.

- Quem disse que estou pensando besteiras, Black? - Uma de suas mãos sobe até o meu pescoço, o pressionando levemente, aproximando o meu rosto um pouco mais do dele, Draco deixa seus lábios a centímetros de distância do meu, me fazendo sentir sua respiração quente, então sussurra.

- Seu olhar diz muito sobre o que você está pensando. - Me afasto dos seus lábios apenas para ver a sua expressão de decepção com o ato.

- Sua decepção diz muito sobre o que você está pensando.

- Cretino. - Dou risada antes de ser enlaçado pelas suas mãos e ser novamente jogado para trás na água, quando emergimos Draco nem me deixa xingá-lo ou retribuir seu ataque, apenas se apressa em abocanhar minha boca na sua.

- Tá bom, pombinhos, já tiveram seu momento de paixão agora se preparem para a guerra. - Rony anuncia, ao mesmo tempo que Jorge nos entrega uma pistola de água, e então começamos uma batalha de "arminhas" dentro do mar, essa com certeza é a coisa mais sem sentido que nós já fizemos, mas é possível que ainda estejamos um pouco bêbados demais para percebemos isso. Certamente estamos bêbedos demais para percebemos isso.

Draco

Minha cabeça ainda está tentando me assassinar quando escuto uma voz distante seguida de braços me balançando na cama, sei perfeitamente que isso deve ser alguém buscando me acordar, mas também sei perfeitamente que meu corpo está indo contra essa tentativa porque meus olhos nem se movem quando reflito sobre abri-los. Por que eu fui beber tanto? Acho que não sinto meu corpo, na verdade sinto meu estômago pedindo para ser arrancado.

- O que você acha de eu jogar um Aguamenti nele? - Dessa vez reconheço a voz de Harry, mas não escuto nenhuma resposta vindo da pessoa com que ele está falando, porém a ideia de ter meu corpo encharcado, de novo, logo cedo me parece assustadora o suficiente para eu abrir os olhos e resmungar algo que nem mesmo eu entendo. - Eu disse que ameaçá-lo ia funcionar.

Narcisa dá de ombros dando um sorriso divertido antes de se aproximar para me dar um beijo na testa.

- Vou trazer um chá para você. - Sorrio quando ela sai do quarto nos deixando sozinhos. Esfrego os olhos para me adaptar com a luz forte do ambiente, mas falho miseravelmente quando Harry faz questão de abrir as janelas e iluminar ainda mais o quarto. Esse homem me detesta, não é possível.

- Você só pode estar de brincadeira comigo. - Reclamo, levando o travesseiro para cima do meu rosto, fazendo um enorme esforço para não o lançar na cabeça de Harry por estar interrompendo a minha vontade de mofar nessa cama até meu corpo parar de ter bebida dentro dele.

- Eu tenho uma surpresa. - Anuncia animadamente. Não abro os olhos, porém sinto a cama se afundar um pouco o que me leva a crer que ele acabou de se sentar para ficar mais perto de mim. Como alguém que estava a bêbado a menos de vinte quatro horas consegue estar tão bem disposto? Enquanto eu só quero hibernar até essa dor infernal passar na minha cabeça.

- Sua surpresa não podia esperar até eu dormir por três dias seguidos?

- Você dormiu das nove da manhã até as dez da noite, pra que bela adormecida se Draco Black vive no mundo?

- Não é possível que eu não possa ter uma ressaca em paz, Harry Potter. - Resmungo, virando-me de olhos fechados para o outro lado quando ele puxa o travesseiro do meu rosto para me forçar a o olhar.

- Eu também estava de ressaca, mas dormi oito horas como uma pessoa normal.

- Potter, você é uma criança que sobreviveu a uma Maldição da Morte o que exatamente em você é normal?

- Touché. - Não preciso nem o olhar para saber que ele deve ter acabado de fingir tirar um chapéu imaginário da cabeça e o abaixar para mim. - mas mesmo assim você ainda precisa acordar.

- Preciso é dormir por mais doze horas.

- Querido... por favor. - Harry enlaça minha cintura com as mãos, roçando o nariz lentamente no meu pescoço antes de depositar um beijo ali.

- Você é um saco, Potter, um saco. - Protesto, me dando por vencido ao me virar em seus braços para poder o olhar. - O que você quer?

- Nesse momento eu preciso que você levante.

- Mas pra que você precisa que eu levante?

- Meu deus, Draco, pare de fazer tantas perguntas, virou a personificação de um NOMs?

- Já disse que você é um saco? - Repito, mais uma vez me dando por vencido e levantando da cama, pegando rapidamente o andador quando ele me entrega. Olho ao redor notando que o meu quarto roupa está aberto, não armazenando a maioria das minhas roupas que foram colocadas em uma mala posicionada ao lado da porta. - Pra que essa mala? Você está planejando me sequestrar?

- Não precisa se preocupar foi sua mãe que escolheu as roupas que você supostamente vai precisar, então não precisar surtar dizendo que não sei escolher modelitos ou algo do gênero.

- Eu vou é surtar porque não sei porque preciso de uma mala.

- Nós vamos fazer uma pequena viagem. - Harry fala animado, me seguindo até o banheiro, ignorando por completo meu pedido para que espere eu escovar os dentes antes de me perseguir pelos cômodos da casa. O olho chocado, não falamos sobre viajar pra lugar nenhum desde que voltei a estudar, nem falamos sobre isso ontem, quando carambolas esse homem decidiu que vamos viajar?

- Viagem pra onde?

- Pra um lugar.

- Uau, grande informação, muito obrigado. - Ironizo, gaguejando um pouco para falar por conta do creme dental na minha boca.

- De nada. - O moreno vira as costas para mim se abaixando para pegar a minha mala e segue em direção a saída. - Te espero lá embaixo, não deixe que sua mãe te coaja a comer alguma coisa, já avisei a ela que comeremos no caminho.

- Harry! - Grito, pensando em formas de o socar porque ele sabe muito bem que não posso correr atrás dele para que pare e me escute. - Você ainda não me disse para onde nós vamos1

- Fugitivos apaixonados, mon amour. - Harry grita de volta, já na escada. - Não foi você que me disse que fugitivos não tem um lugar certo para fugir?

Quando chego perto o suficiente da porta para poder o questionar mais sobre essa viagem inesperada já não encontro mais nenhum sinal do moreno, sei que fui eu que dei a ideia de sermos fugitivos apaixonados, mas achei que eu seria o primeiro a achar um lugar para fugirmos, o plano era pelo menos eu saber para onde iriamos, não estava no meu planejamento ser a pessoa que não sei para onde vamos, mas pelo jeito criei um monstrinho vou ter que lidar com ele.

Antes que eu possa voltar para dentro do quarto para tomar um banho, minha mãe entra trazendo uma bandeja com uma xicara de chá e alguns biscoitos, que pela aparência foram feitos pela própria.

- Ele deve ter gritado quinze vezes para eu não te dar comida, mas uns biscoitos não são nada demais. - Sinto muito, Harry, minha mãe acabou de me coagir a comer.

...

Uso um feitiço para levitar o andador até o andar debaixo e o substituo pela bengala para poder descer a escada com o auxilio do corrimão, essa com certeza é a parte que eu menos gosto de estar me acostumando novamente a fazer coisas rotineiras, porque descer escadas faz com que meu corpo inteiro seja obrigado a se contorcer e sem o andador de certa forma me sinto em perigo descendo uma, não confio mais na minha capacidade motora, tanto que em Hogwarts fiz Pansy, Blásio e Goyle fazerem praticamente uma barreira protetiva em volta de mim para caso eu caísse. Harry também fazia isso, mas na última fisioterapia a fisioterapeuta disse que seria interessante às vezes eu tentar descer sozinho - claro que sobre supervisão - porque isso além de estimular o funcionamento dos meus músculos, também estimula minha mente a se adaptar a andar sem medo, com essa informação Harry decidiu achar ótimo me deixar descer apavorado as escadas dos lugares. Queria poder dizer a fisioterapeuta o quanto isso me estimula a querer a amaldiçoar.

- Você foi muito bem. - Harry fala motivador, o procuro com os olhos o encontrando escorado no batente da porta. Ele está absurdamente lindo. Usando um jeans liso azul claro, dobrado na barra o que deixa visível suas meias brancas combinando com seu tênis também branco, para cima está com uma camisa branca coberta por um casaco vermelho que parece um pouco largo demais para o seu corpo, eu acharia isso ridículo em qualquer outra pessoa, mas nele posso dizer que com certeza intensifica seu charme.

- E você amou me ver em pânico. - Ele tira as mãos do bolso, se aproximando para tocar meu rosto amorosamente.

- Eu nunca vou amar ver você em pânico - Em mais um de seus atos deliberadamente carinhosos que me fazem sentir minhas bochechas corando ele beija minha testa, sorrindo ao se afastar. - mas eu tenho que pensar no que é melhor pra você.

- Por que você é tão fofo de manhã cedo? Sabe que não sei pensar em respostas a altura quando acabo de acordar.

- Primeiro, não é de manhã cedo são dez horas da noite. Segundo, seu olhar é a única resposta que eu preciso.

- Primeiro, eu acabei de acordar então é de manhã sim... - Harry me interrompe para poder dar risada ao responder.

- Disse o dono do sol, do dia e da noite.

- Sim, que bom que você sabe. - Respondo, tentando ignorar a sua ironia descabida. - Segundo, já disse para parar de ser fofo quando não tenho respostas.

Harry desce a mão até a minha, entrelaçando nossos dedos.

- Vamos? - O sorriso em seu rosto é tão alegre, que me faz me sentir animado para viajar para um lugar que eu nem sei qual é.

- Você não vai mesmo me dizer pra onde? - Tento mais uma vez, fazendo a minha melhor expressão de bondade.

- Você é um manipulador, mas hoje estou imune a isso, quando chegarmos você vai saber. - Reviro os olhos. - Confia em mim?

- Você precisa parar de jogar minhas frases contra mim. - Reclamo, mas me dou por vencido, desistindo de argumentar, melhor esperar que acabe soltando sem querer ao decorrer da viagem do que forçar algo que ele claramente não vai dizer. - Confio.

- Então vamos.

- Tá, vai indo, vou dar tchau pra minha mãe. - Harry assente, avisando que vai colocar minhas coisas no carro, porque as dele ele já foi buscar na Toca e já estão prontas. Eu acho que nunca vou me acostumar com a naturalidade que o Ministério disponibiliza um carro pro Harry sempre que ele pede, como se estivessem dando uma água ou algo sem nenhum valor.

Sigo em direção a cozinha, sorrindo quando encontro Narcisa cantando alegremente com Monstro enquanto os dois pelo jeito estão batendo um papo e fazendo mais biscoitos, às dez horas da noite?

- Mãe? - Chamo uma duas vezes até que ela perceba que está sendo chamada e faça um movimento com a varinha para desligar o rádio.

- Oi filho, achei que não viria me dar tchau.

- Vocês sempre ficam batendo um papo de noite sem motivo algum? - Pergunto apontando para Monstro que acena contente para mim. - E não me chamam?

- Só quando tenho novidades para contar a ele. E você estava estudando até poucas horas atrás, como eu poderia ir te chamar em Hogwarts?

- Essa história está ficando cada vez melhor, e adoraria ficar para ouvir mais sobre essa amizade inesperada, mas Harry está me arrastando para uma viagem para "o lugar onde não sei".

- Ah, ele me contou, parecia bem entusiasmado. - Narcisa conta dando de ombros, aparentemente ela também já entendeu que não vale a pena discutir com Harry quando ele cria essas ideais mirabolantes. - Arrumei as suas malas com as roupas que você mais gosta e mais algumas coisinhas necessárias.

- Você tem alguma ideia de para onde seu genro pretende me levar? - Faço minha expressão de pedinte, mas minha mãe apenas ri.

- Não, o garoto está guardando esse segredo a sete chaves. - Não digo nada, mas minha feição de desconfiança deve ter entregado que não acreditei muito na sua resposta, porque ela segura meus ombros voltando a falar. - É sério, eu não tenho nenhuma noção de pra onde vocês vão.

Ouço a buzina ensurdecedora do carro do lado de fora e me apresso em abraçar minha mãe, me despedindo.

- Como vou saber que ele não te sequestrou? - Grita quando já estou na porta.

- Mãe, ele de certa forma está sempre me sequestrando. - Rimos, e enfim consigo chegar ao carro depois de ouvir mais quinhentas recomendações dela e mais uns oitocentos "se cuide".

- Pronto para nossa primeira inesquecível viagem de casal? - Demoro algum tempo para perceber que Harry ainda está esperando por uma resposta minha, porque perco alguns minutos o observando, me deliciando com o som da palavra "casal" saindo da sua boca, a mesma sensação gostosa que sinto toda vez que a palavra "namorado" é pronunciada por ele, já faz sete meses, mas às vezes parece que somos perdidamente apaixonados há pouquíssimos segundos, como se tudo fosse novamente a primeira vez. É tão bom poder encontrar todos os dias o amor da minha vida nos seus olhos.

- Eu tenho outra opção a não ser estar pronto? - Brinco, me recostando melhor no banco.

- Na verdade não. - Ele ri, me contagiando com sua risada, involuntariamente tiro uma de suas mãos do volante a colocando sobre a minha coxa e entrelaçando nossos dedos.

- Agora estou pronto. Você que se vire para dirigir com apenas uma mão. - Aviso, tentando fingir indiferença, ignorando as borboletas que se formam no meu estomago quando ele começa a fazer sua mania de acariciar minha mão com seu dedão. Viro-me para a janela, procurando lá fora algo que não me balance tanto quanto o calor dos seus dedos.

Harry em algum momento decidiu me avisar que a viagem é de mais ou menos três/quatro horas, por essa razão me contentei em abaixar o banco para trás para poder ficar mais confortável. Descobri também depois de quase uma hora que Harry é uma pessoa intensamente animada quando se trata de viajar, devo ter rido mais nesse tempo do que ri em toda a minha vida, na maioria das músicas o moreno fez interpretações brilhantes delas, em algumas até mesmo imitando o tom de voz dos cantores. Agora estamos parados, esperando nossos pedidos chegarem, em uma lanchonete trouxa muito aconchegante.

- Eu não sei como você ainda não ainda não desapareceu. - Harry comenta aleatoriamente, me fazendo prensar os olhos em confusão. - Tipo você ficou umas doze horas sem comer e a primeira coisa que pede é sushi? Quem escolhe sushi quando se tem a opção um hamburguer tamanho família acompanhado com coca e batata frita?

- Alguém que não quer morrer com câncer? - Replico, isso deveria ser um padrão, não é?

- Aí, você é realmente um velho rabugento. - O moreno cruza os braços fingindo indignação. - Como vou te aturar quando tivermos oitenta anos? Você vai ser um velho insuportavelmente irritante.

- Eu não tenho culpa se no meu estômago não tem um buraco negro. E eu vou ser um velho adorável, amado por todos.

- No seu estômago eu acho que tem lombrigas. E o velho amado serei eu, você no máximo será legalzinho.

- Seu amor por mim é encantador. - Retruco, rindo quando mesmo com a cara fechada ele me faz um coração com as mãos.

Eu odeio admitir quando Harry tem razão, mas depois de terminar meu sushi me senti chamado pelas batatas fritas na minha frente, claro que o moreno não podia simplesmente me dar as benditas batatas teve que armar toda uma cena no meio da lanchonete. A cena em si foi ele pegando as fritas e as erguendo para cima, enquanto eu tentava as pegar por cima da mesa sem parecer um doido esfomeado.

- Só lhe dou se me der um beijinho. - Harry faz uma biquinho, se aproximando um pouco mais de mim.

- Você é tão carente assim? - Contesto, jogando um sache de Ketchup nele para ver que se por alguma razão isso o distrai e o faz abaixar as batatas, mas infelizmente a ideia não funciona.

- É um crime querer um beijo do meu namorado?

- Me dê as batatas que eu te beijo.

- Me dê um beijo que eu te dou as batatas. - Ficamos um dez segundos mudos, olhando agressivamente nos olhos um do outro, como se estivéssemos travando uma guerra muita intensa entre nossa mente, sendo realista estamos travando uma batalha de quem vai piscar primeiro, não sei quem decidiu que iriamos decidir isso assim, mas pelo jeito é assim que vai ser.

- Piscou! - Berro, arrancando as batatas das suas mãos quando ele se assusta pelo meu grito inesperado. - Perdeu!

Harry cruza mais uma vez os braços, me mostrando a língua logo em seguida, são sempre engraçadas as suas reações perdendo para mim, mas também são sempre as suas reações que me fazem parcialmente dar o braço a torcer, sendo assim como uma batata, deixando o resto de lado para lhe dar um selinho rápido.

- É só para você tirar essa cara de tacho do rosto, não vem ficar animadinho não. - Digo quando me afasto, voltando a comer as fritas que estão verdadeiramente deliciosas.

- Pelo menos divide comigo já que fui que paguei pela minha comida. - Fala, mas agora já animado novamente, saltando da cadeira na minha frente para a cadeira ao meu lado, passando os braços em volta de mim.

- Já que o senhor pão duro quer tanto, divido.

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