07:20, segunda feira, 13 de agosto.
-Sabe... quando eu escutei sua voz do outro lado da linha, pedindo ajuda, senti um aperto tão grande no peito e uma vontade imensa de te proteger...
Ele faz uma pausa e logo solta um suspiro frustrado.
Balanço meus pés apoiando meus braços na mesa daquela sala onde estávamos antes. Agora estamos sozinhos porque Sr. e Sra. Deinert junto com Sina e os policias foram resolver mais algumas coisas sobre pra onde eu vou.
-Any, me deixa proteger você?
-Que?
-É, proteger você. Me doeu ouvir as coisas que ele te falou ontem. Não vou deixar mais ninguém te fazer mal, mesmo que isso custe minha vida.
-Uau! Isso é tão... lindo. Obrigada Josh. Por tudo. Eu aceito ser sua protegida.- solto um risada fraca. -Porém isso significa você arcar com minhas carências. Meu preço é esse, é pegar ou largar.
Ele finge pensar um pouco com a mão no queixo e logo a estende para mim que estou em sua frente do outro lado da mesa.
-Aceito.
-Isso inclui abraços e me mimar também, porque eu sou difícil.
-Por mim tudo bem.
Rio tímida e apertamos as mãos.
-Espera, você está falando sério?- pergunto desacreditada.
-Sim, ué. Acabamos de fazer um acordo e ate mesmo apertamos as mãos.
-Eu achei que você estava brincando. Sei lá, é estranho alguém fazer isso por mim.
-Any, você é uma pessoa incrível que merece o mundo. Não se rebaixe. E apartir de agora é oficial, você é minha protegida e eu sou obrigado a assumir suas carências e te mimar muito. Promessa de dedinho, vale mais que um aperto de mão.
Ele estende o mindinho e eu entrelaço nossos dedos.
Para, Any, não vai chorar denovo!
Tarde demais!
-Any? Por que tá chorando, pequena?
Pequena.
O caralho, Josh! Pare de ser perfeito.
Ele levantou da cadeira e veio até mim se abaixando em minha frente. Fungo e passo a mão no nariz.
-Obrigada, Josh. Não sei como te agradecer. Você nem me conhece e já aceitou me proteger. E mesmo que eu continue achando que isso não seja uma promessa de verdade, é um gesto tão grandioso e com uma importância enorme pra mim.
-Any,- ele me levantou da cadeira me deixando de frente a ele enquanto o mesmo segura meu rosto e seca minhas lágrimas. -não é uma promessa em vão. Eu acabo de encontrar o sentido da minha vida: cuidar de você. Minha vida é tão chata e complicada, trás um pouquinho de cor a ela? Prometo fazer de tudo para colorir a sua também. Podemos ser melhores amigos, o que acha? O porto seguro um do outro, hein?
-Acho uma ideia incrível. Prometo cuidar de você e tentar colorir sua vida também.
Rimos e nos abraçamos.
-Não acha estranho?- pergunto depois de um tempo em silêncio.
-O que?
-Nos conhecemos ontem, isso tem menos de vinte e quatro horas, e ja fizemos promessas e viramos melhores amigos.
-Não, não acho estranho. Senti uma conexão tão forte com você, Any, que é como se eu te conhecesse a vida toda.
-Sinto o mesmo.
-Oi, oii!- Sina entra na sala e nos soltamos do abraço. -Desculpa atrapalhar o momento casal de vocês, por sinal, já shippo. Ia falar "meu casal" mas não quero parecer talarica.
Reviro os olhos e mando ela parar de enrolar.
-Ah, certo! Pode vim comigo, Any? Temos que conversar. Prometo que depois não atrapalho mais o casal ai.
-O que é?- pergunto ignorando sua última fala.
- Vamos logo!
Assinto e digo a Josh para me esperar, ele assente e saímos da sala.
-Não assumiu porém não negou, quem cala consente.- Sina sussurra.
-Se fode! Somos amigos e estamos nos conhecendo ainda. Não tem mais de vinte e quatro horas que nos conhecemos.
-O amor não tem tempo para se formar no coração dos apaixonados.
-Va trabalhar, Sina. Me erra!
Ela ri e passa os braços em meus ombros. Estávamos em frente a uma outra sala prontas para entrar quando Sina se vira para mim.
-Estou tão animada. Tenho certeza que você vai amar.
-Para de me deixar curiosa, Deinert.
-Vai, entra!
Entro na sala e lá estavam Luisa e Carlos Deinert e a policial que cuidou de mim ate agora.
-Oi?- pergunto entrando atraindo olhares ate mim. -Me falaram que tem uma coisa para mim aqui, o que é?
-Oi, querida.- tia Luísa me chama para um abraço. Já tínhamos nos encontrado antes de eles virem para essa sala, e eles foram tão cautelosos comigo. Nunca me senti tão amada como hoje.
-Então, meu amor, como Sabi está no Japão e não conseguimos contato com ela...- tio Carlos começa. -decidimos que você vai morar conosco, o que acha?
Minha boca se abre em um "O" e eu fico um momento analisando a informação. Até conseguir sorrir e gritar:
-AAAAAHH! MEU DEUS! ISSO É SÉRIO? VOCÊS VÃO ME "ADOTAR"?
Eles riem e assentem.
-Você sempre foi nossa filha, só que agora conseguimos fazer com que morasse conosco. Aceita?
-CLARO QUE SIM! AÍ MEU DEUS! EU ESTOU TÃO FELIZ! OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA!
Pulo neles dando um abraço enquanto eu agradecia o tempo todo.
-Aaaah, qual é?- Sina faz cara de tédio. -Por quê isso, pais? Agora vou ter que aturar ela, dividir meu quarto, minhas roupas e todas as minhas coisas com ela? Não quero! Essa menina chata. Não, chata não. Insuportável! Não podemos só colocá-la no botequim ali da esquina com uma placa escrito "Se alguém quiser, é só levar"?
-Ah, Sina, me poupe sua imunda!- reviro os olhos.
Nós rimos e ela me abraçou.
-Eu to tão feliz, vou ter uma lombriga como irmã. Isso é incrível!
-Sina!- a olho com tédio.
-Brincadeira, brincadeira. Você já era minha irma antes, sempre foi. Eu sempre fui irmã de uma lombriga.
-Você não tem jeito, meu Deus!- ela gargalhou e segurou meu rosto com as duas mãos.
-Vou poder cuidar de você de pertinho agora. Vinte e quatro horas por dia. Você não vai se livrar de mim!
-E nem quero. Obrigada gente, vocês sempre foram minha única família.
-E sempre consideramos você nossa filha.- tia Luísa disse me dando um beijo na bochecha.
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