Em estado de torpor, senti Agares me beijando. Seu beijo estava cheio de possessividade, mas também muito gentil e suave. Seus lábios e dentes sugaram meus próprios lábios, como se ele chupasse um doce saboroso que era difícil de obter para si mesmo. O clímax agradável que eu tive uma vez, logo desapareceu, evacuando completamente da minha consciência. Apenas uma sensação desconhecida, como a do rescaldo de ser submerso no vinho, permaneceu. Meu peito estava macio e úmido, com a mesma sensação quente e difusa de uma bola de algodão redonda e fofa.
Eu entreabri meus olhos úmidos e enevoados e não pude deixar de devolver o beijo. Nossas respirações se entrelaçaram, como se estivéssemos roçando nas pontas de nossos narizes. Eu não conseguia nem parar de usar minha língua para sentir em torno de suas presas, o tempo todo, ele mordiscou minha língua, esfregando-se contra ela cuidadosamente de uma forma provocadora. Então, ele arrastou pelo meu queixo para morder meu pomo de adão, embora não de maneira leve nem áspera, como se ele ainda não tivesse o suficiente.
Engoli um bocado de saliva e fechei os olhos, deixando escapar um suspiro de descontentamento. Minhas pernas se agarraram incondicionalmente ao rabo de Agares e começaram a se esfregar contra ele. Minha cintura, que estava colada em seu peito, começou a se torcer inquieta. A chama dentro do meu corpo mais uma vez se acendeu.
Logo depois de um pouco de provocação, iniciamos outra guerra inevitável e repetimos o ato várias vezes. Eu nem sabia quanto tempo ficamos revirando até que, finalmente, acabei perdendo a consciência de exaustão.
Antes de começar a acordar lentamente, parecia que o tempo tinha diminuído, quase como se alguns séculos tivessem se passado.
Meu cérebro ainda estava em um estado turvo e confuso e instintivamente coloquei um punhado de água do mar em concha para despejar sobre minha cabeça. O frescor da água invadiu profundamente minha medula óssea, e minha mente fervente e caótica logo esfriou lentamente.
Quando abri os olhos, fiquei surpreso com o que vi: o espaço estreito e escuro original havia se tornado muito mais claro. Era como se todos os lugares em que meus olhos pousaram fossem iluminados por lâmpadas fluorescentes, de modo que até mesmo as rachaduras e falhas nas rochas eram vistas com clareza.
Mas não havia nenhuma fonte de luz aqui.
A cena era muito estranha. Era como se... eu estivesse olhando pelas lentes de uma câmera de visão noturna para ver o mundo exterior.
O que estava acontecendo?
Toquei meus olhos, mas não havia nada os cobrindo. Ainda assim, imediatamente notei uma luz fraca e fraca mostrando minha pele, como se emitida pelos meus olhos. Que diabos. Meus olhos estão brilhando? Não posso deixar de pensar nos olhos perscrutadores de Agares na escuridão e estremeci. É outro sinal de mutação - então, tenho a capacidade de ver no escuro?
Eu mudei meus olhos para o rosto de Agares, que estava flutuando de costas na água. Eu podia ver claramente que seus olhos estavam fechados, seu peito forte ondulando uniformemente, enquanto seu corpo estava coberto com hematomas, marcas de mordidas e arranhões. Agares aparentemente tinha caído em um sono profundo e parecia estar muito cansado de consumir muita energia.
Continuei olhando para Agares, incapaz de desviar o olhar nem por um momento. Eu não queria admitir, mas sua aparência adormecida realmente exalava uma atração mortal, e eu não pude deixar de estender a mão - só para poder tocar aquelas marcas dele.
Meus dedos correram ao longo de sua clavícula, seu peito e até mesmo para baixo em direção ao abdômen. Um impulso indescritível espalhou-se por mim, como uma ondulação causada pelo contato da ponta do dedo contra a água. De repente, abaixei minha cabeça para chegar mais perto de seu rosto. No momento seguinte, quando eu não tinha certeza do que, exatamente, queria fazer, vi claramente meu reflexo na água escura: meus olhos ficaram vermelhos junto com meus lábios inchados. Não acabou aí, meu cabelo estava molhado e grudado no meu rosto pálido. Meu pescoço, tórax e abdômen estavam todos adornados com traços roxo-avermelhados que sobraram de nosso vívido amor. Havia também uma grande marca de mordida em um lado do meu mamilo que era marcante para os olhos. A marca dos dentes em si era bastante profunda e profunda, lembrando uma marca de propriedade.
Minha mente ainda desordenada explodiu instantaneamente. Como uma alma que vagava livremente pelo céu até ser finalmente sugada de volta para sua concha vazia, imediatamente me lembrei de como estava desenfreado enquanto atendia aos caprichos de Agares para fazê-lo feliz. Até me lembrei da minha própria aparência enquanto o estava seduzindo ativamente. Em um instinto, minha autoestima entrou em colapso, deixando meu corpo inteiro tremendo em estado de choque. Inconscientemente, virei as costas, coloquei minha cabeça na parede de pedra e bati com força várias vezes. A força que foi exercida foi tão forte que quase fiquei inconsciente. Cara, eu só queria desmaiar e acordar para descobrir que tudo era apenas um pesadelo!
Droga, eu realmente… fiquei assim! Como posso ainda ser considerado um homem normal e hétero agora!?
Meu corpo agora estava descontrolado por qualquer motivo! Qual era a diferença entre meu corpo e um cadáver ambulante que era movido unicamente por desejo instintivo?!
Agora... minhas chances de me tornar um tritão realmente aumentaram! Isso foi terrível! Não consigo discernir quanto tempo esse estro terrível vai durar, nem quantas vezes vai precisar ser repetido...
Eu bati com raiva vários socos contra a pedra na minha frente, como se fosse o rosto de Agares. No entanto, bater na pedra não ajudou em nada além de fazer meu punho doer - o som da respiração baixa por trás ainda era firme e suave. O criador de toda essa turbulência ainda estava dormindo, sem nenhum sinal de sequer acordar.
Mas, na verdade, nem tive coragem de pisar no rabo de peixe enrolado embaixo do meu corpo. Eu só pude fechar meus olhos, chorando sem realmente derramar nenhuma lágrima, enquanto pressionava minha testa contra a parede de pedra áspera, tentando me acalmar.
A caverna estreita estava incrivelmente silenciosa. Havia uma fragrância forte e doce misturada com meu próprio aroma original permeando a atmosfera. Enquanto eu sentia o cheiro, minha respiração normal e estável não conseguia ser mantida. A cena intensa de nossa cópula alguns momentos atrás ainda estava vividamente bem na minha frente, nunca deixando minha consciência totalmente, sempre persistente. A irritabilidade e a impaciência de antes estavam voltando instantaneamente. Droga, eu ia ficar duro de novo.
Porra! Pressionado contra a parede de pedra, respirei fundo algumas vezes para suprimir o impulso perigoso que ocorria dentro do meu corpo e então olhei para trás em direção a Agares. Vendo que ele ainda não acordou, saí da caverna subaquática sem hesitar. Cuidadosamente, examinei meus arredores e descobri que a água outrora infestada de tritões, naquele momento, era calma e serena. A superfície da água era como um espelho, pois refletia o luar de cima. Agora, com minha nova capacidade de ver no escuro, minha linha de visão era tão brilhante quanto o dia. Depois de confirmar minuciosamente que não havia perigo oculto na água, comecei a tatear o penhasco de onde caí.
Não sabia se era por causa da variação do meu corpo, mas de repente descobri que minhas mãos e pés estavam mais poderosos do que antes, e que meus dedos podiam se prender firmemente contra a parede de rocha molhada sem escorregar. Meu corpo parecia uma lagartixa, subindo facilmente na parede de rocha. Em quase nenhum momento, quase subi ao topo desta caverna profunda e extremamente íngreme.
Tudo isso, talvez, fosse devido à capacidade dos corpos dos tritões de secretar algum tipo de muco de fricção que tornava mais fácil para eles se moverem em terra e evitava que sua pele secasse. Em todo caso, essa descoberta inesperada me deu muita energia e uma maior esperança de voltar ao normal.
Mas então, quando eu estava a poucos metros do topo, fortes ventos fortes foram ouvidos à distância.
Achei que fosse um furacão chegando perto do mar, então apressei minha escalada. Quando consegui me estabilizar firmemente até parar, olhei para a fonte do vento e percebi que estava completamente errado.
Não foi furacão, foi... vários helicópteros descendo para pousar!
Eu fiquei lá, estupefato. Em um piscar de olhos, vários helicópteros pousaram na minha frente. Os ventos fortes e cortantes produzidos por suas hélices agitavam as pontas das minhas roupas, assim como a poeira e as folhas que se agitavam ao meu redor. Tive de levantar o braço para proteger os olhos, que estavam lacrimejando por serem constantemente soprados. A próxima coisa que eu soube foi que havia dezenas de homens armados vestidos de preto pulando de cima. Instintivamente, me afastei, cambaleando alguns passos para trás, percebendo de repente que eram todos homens de Sakarol!
No entanto, neste momento, não havia espaço para escapar sobrando. Com dezenas de focinhos pretos apontando diretamente para mim, fui forçado a fazer um gesto padrão de rendição, imediatamente mostrando que não tinha intenção de resistir, e lentamente me agachei. Atrás de mim, sem um aviso, uma mão estendida me empurrou de rosto para baixo no chão de terra, empurrando as duas mãos para trás antes de amarrá-las com alguma coisa. Quando toquei minhas costas, percebi que ainda estava nu, como um porco pronto para ser abatido.
No entanto, nem tive tempo de sentir vergonha, porque a situação atual foi muito repentina. Foi a tal ponto que meu cérebro ficou completamente confuso! Não consegui ver nada devido às luzes brilhantes do helicóptero. Havia um zumbido enorme em meus ouvidos, e eu sabia que as figuras trêmulas ao meu redor estavam gritando. Minha mente ficou em branco por dezenas de segundos, mas, de repente, vi aquelas mesmas pessoas correndo em direção à entrada superior da caverna oca, apontando suas armas para dentro dela. Foi quando acordei num piscar de olhos!
Espere, Agares!
Por um momento, uma enorme sensação de ansiedade encheu meu peito, fazendo-me sentir uma forte pulsação. Lutei para virar com força bruta, que não sabia de onde vinha, e dei um soco no cara que estava me suprimindo por trás. Então, corri até aqueles homens armados e gritei: “Ei, o que vocês vão fazer. Não faça isso. Ei!"
"Desharow!" A voz de Rhine rugiu atrás da minha orelha. Um braço forte veio abruptamente de um lado, agarrando-se imediatamente ao meu redor e me arrastou para trás.
"Droga, Rhine, seu filho da puta, me solte!"
Eu gritei, assistindo impotente através de minhas lutas, enquanto os homens armados puxavam um pedaço de rede metálica. Ele brilhou com faíscas elétricas perigosas e foi jogado na caverna.
No segundo seguinte, ouvi o rugido angustiado de Agares vindo de baixo, acompanhado por uma fumaça sibilante de eletricidade sob a água. O som pareceu penetrar em meus tímpanos, indo até o fundo do meu coração, me apunhalando até que eu comecei a tremer. Todo o meu coração parecia que estava firmemente agarrado por uma garra afiada, deixando-me incapaz de respirar. Eu não conseguia entender por que meu coração doía tanto, mas também não podia ter nenhum tempo livre para pensar sobre isso. Só havia um pensamento circulando em minha mente, não posso aceitar que Agares pudesse morrer assim.
Fiquei olhando para a boca da caverna, como um lobo moribundo, lutando contra os olhos vermelhos. Por um segundo, Rhine não conseguiu me segurar, então consegui dar alguns passos para frente quando ganhei a vantagem. De repente, derrubei um dos homens armados, sentei pesadamente em cima dele e peguei sua arma. Mirei em um dos caras que segurava a rede de ferro e gritei até ficar rouco.
"Seus desgraçados, é melhor vocês puxarem a rede, ou então eu atiro!"
No momento em que minha voz soou, eu senti uma queimação severa vindo da minha coxa, e a enorme força motriz fez meus joelhos afundarem no chão. Na próxima fração de segundo, eu senti uma dor dilacerante e dilacerante, e imediatamente soube que alguém havia aberto fogo contra mim. Mas, em vez de olhar para quem estava mirando em mim, ainda não hesitei em puxar o gatilho para o cara segurando a rede de ferro na minha frente.
A partir do momento em que a bala saiu do cano, o recuo me jogou no chão. Em seguida, um par de braços veio por trás para render meus braços à força. Essa pessoa também usou o joelho para pressionar minhas costas. Todo o peso de seu corpo foi usado para me pressionar no chão para que eu não pudesse me mover. Mesmo meus gritos e gritos ficaram presos no meu peito. Apenas gemidos intermitentes podiam ser ouvidos.
O rugido de baixo foi ainda mais ensurdecedor, me deixando tremendo só de ouvi-lo. No entanto, eu só podia ficar deitado no chão lamacento. Tentei o meu melhor para erguer a cabeça, mas apenas para assistir, impotente, enquanto a rede de arame era puxada pelo gancho do helicóptero e levantada lá embaixo.
A fricção do metal contra a parede de pedra criou um som penetrante, como o impacto do metal e da pedra batendo uma na outra e se espatifando em pedaços menores. Envolvido no coração da rede estava uma sombra furiosa e selvagem, suas garras cortando loucamente contra a rede de metal indestrutível com sua poderosa cauda de peixe mortalmente reprimida por dentro, com apenas metade da ponta da cauda para fora. Da sombra e luz mosqueada da malha, avistei metade do rosto de Agares que estava cheio de disposições malignas. Neste momento, aquele par de olhos longos, estreitos e sombrios foi preenchido com uma repreensão como se eles estivessem pingando sangue, mas eles estavam cheios de desejo enquanto olhavam diretamente para mim.
Droga, para onde esses nazistas o estão levando!
Eu cerrei os dentes, querendo chamar Agares, mas apenas algumas sílabas quebradas foram espremidas da minha garganta. Eu enrolei meu punho com força e tentei lutar para me levantar para fazer algo. No entanto, o peso nas minhas costas estava esmagando minha espinha. Eu queria olhar nos olhos de Agares, mas minha visão de repente turvou. Eu só pude assistir enquanto a rede se apertava ainda mais e era carregada por um helicóptero em outra direção, antes de finalmente desaparecer da minha vista.
O líquido quente parecia escorrer silenciosamente de minhas bochechas, mas quando pisquei, descobri que não havia lágrimas. No entanto, a dor em meu peito latejante era tão profunda e real que eu estava ofegante, sem fôlego e paralisado no chão lamacento, como um peixe moribundo.