Contos de Lucem - Ressurgir S...

By leticce_soares

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A queda de uma estrela em um continente infértil dá origem a cinco reinos abundantes de vida. Contudo, o impa... More

ZERO | A QUEDA
UM | HALINA SMARAGDINE
DOIS | SKADI ANTERIC
TRÊS | ZAIRE TERRAM
QUATRO | MALYA BASMAH
CINCO | A JORNADA
SEIS | KALE
SETE | ARDEN SMARAGDINE
OITO | O MAGO
NOVE | VIVIDAE
DEZ | O AFANADOR
ONZE | ONIRIUM SOMBRIA
TREZE | A MURALHA
CATORZE | OS EKSILER
QUINZE | INFERNO ALBUM
DEZESSEIS | MAR ASIRI
DEZESSETE | PALLADIAN
DEZOITO | BOSQUE WERAU
DEZENOVE | DOLENT
VINTE | O VALE DAS BRUXAS
VINTE E UM | LABIRINTO ENTREMONTES
VINTE E DOIS | A DAMA ALABASTRINA
VINTE E TRÊS | A TRAVESSIA
VINTE E QUATRO | ANTIGOS INIMIGOS
VINTE E CINCO | O RETORNO DO ALGOZ
VINTE E SEIS | A INSURREIÇÃO
VINTE E SETE | KELAYA VIMONAR
VINTE E OITO | O PÁRAMO E TENEBRIS
VINTE E NOVE | A VERDADE
TRINTA | FRONTEIRA MORTEM
TRINTA E UM | A ESTRELA
TRINTA E DOIS | O DESFECHO DA BATALHA

DOZE | O REI

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By leticce_soares

       Exaustos. Era assim que o grupo se sentia. Fazia dias que não tinham mais de três horas de sono e agora com a derrota significativa, demoraria para que tivessem noites tranquilas outra vez. Aceitando a sugestão de Kelaya, o acampamento fora desmontado sem demora. Ao invés de Ivory, iriam para Smaragdine escutar o Mago Idrovras Thaqirax.

     O ataque do afanador aliada à perda do fragmento atingira Arden em cheio, seu ego estava ferido. Todavia, não tinha muito tempo para pensar no próprio orgulho, pois sabia que a resposta do pai ao pouco progresso da jornada seria cheia de cólera e desgosto para com ele.

     Malya não estava em condições de conduzir o cavalo, Skadi e o voldsom concordaram em lhe dá uma carona até o reino das pedras. Nenhum dos dois Lectus pareciam muito sujeitos à conversa, era evidente que culpavam o resto do grupo pela perda do fragmento. Justo.

     — Malya. – Zaire chamou, quando já estavam na estrada. – Eu sinto muito.

    — Isso não importa. – retrucou a ivoriana pálida, com sua constante indiferença e hábito de interferir nas conversas.

    — Eu sei, mas é tudo que está ao meu alcance no momento. – replicou para Skadi, não conseguia olhar para a morena.

    — Você estava lá, Zaire. Viu o inferno que enfrentamos para pegar o fragmento. A princesa caiu de um precipício, Skadi ficou no quase e Kale por pouco não se afogou. – fechou os olhos se esforçando para fugir da tontura, os pesadelos lhe drenaram muita energia.

     — Sim, eu estava. Quase morri também, mas a briga com Arden não foi responsabilidade exclusiva minha. Teve a bruxaria... – queria se explicar.

     — A magia se aproveita das nossas fraquezas. Se pretende voltar vivo para sua família, aprenda a fugir das provocações que lhe tornem vulnerável. – interrompeu.

     — Você tem razão. Peço que me perdoe. – falou com sinceridade.

    — Esqueçamos o que se passou. – Malya deu uma batida no ombro do amaranto, aceitando o pedido de desculpas.

      No caminho para Nesta as conversas foram raras, só os soldados se atreviam a falar. Comentavam sobre a ansiedade de retornar ao lar depois de tantos dias longe de casa, a comida e o afeto que receberiam de suas respectivas famílias. Os amarantos estranhavam a conversa deles, não imaginavam que os smaragdinos fossem tão domésticos.

    Arden permanecia em silêncio, não trocava frases nem com sua irmã, que repentinamente abandonara as lágrimas pela a usual arrogância da realeza. Em seu coração, brotava a esperança de encontrar o noivo que fora levado para Tenebris, especialmente agora que tinha uma familiar tão forte e ágil.

      Vividae ficava nos limites da fronteira de Amaranto com Smaragdine, então o trajeto até Nesta era mais objetivo e seguro do que os outros que enfretaram anteriormente. Isso porque desde o primeiro ataque a capital smaragdina, a segurança de cada território do reino das pedras foi reforçado e os soldados estavam mais atentos.

      A expedição estava com muito sono acumulado, o que dificultava a clareza nos pensamentos. No final das contas, parar em Smaragdine, por pelo menos um dia, serviria para que tivessem uma noite em camas macias e lençóis sedosos.

      — Teu otimismo é ultrajante. – Halina exclamou para Kale, vendo o sorriso no rosto dele.

      Estavam há duas horas de distância de Nesta, mal conseguiam manter os olhos abertos de exaustão.

      — A jornada é mais fácil se enfrentada com esperança. – respondeu amável.

     — Perdemos um fragmento, o qual tu quase morrestes para pegar. – devolveu altiva.

     — Nós o recuperaremos, o destino tem seus fitos. – prosseguia gentil. – Quem sabe até consigamos reunir todas as partes do Coração a tempo de evitar uma guerra.

     — Grotesco. – cuspiu a princesa.

     — Sei que em seu coração há fé, princesa. Não precisa agir como se fosse inabalável. – recomendou sorrindo. – A flor lhe ajudou?

     — Sim. – fora pega de surpresa.

     — Fico feliz. – foi em direção a Skadi.

     Kale tentava animar o amigo desde o início da partida, mas o ivoriano parecia irredutível. Não queria mais ceder a nada que fosse irracional, isso o levara ao fracasso. Inadmissível. Seus protetores iriam castigá-lo assim que soubesse de sua falta de preponderância em defender os valores ivorianos. Tinha uma missão e sua obrigação era cumprir de acordo com as estatísticas e instruções mais apropriadas.

       — Chegamos! – Esteban exclamou contente.

      Era a terceira murada de vistoria. Haviam passado por outras duas cidades antes de Nesta, mas preferiram se distanciar das áreas urbanas para não chamar a atenção indevida. Entretanto, agora seguindo para o castelo era impossível não passar pelo comércio da capital.

     Os guardas abriram os portões, deixando a expedição passar. Antes que pudessem continuar um Mago aprendiz fez um teste para garantir que não havia amaldiçoados entre eles, Malya se preocupou com a verificação. No entanto, foram liberados sem nenhum sinal de Tenebris constando entre eles.

       No momento em que os cavalos trotaram no comércio, uma onda de reverências se alastrou entre os súditos. Se antes se curvariam por serem da realeza, as circunstâncias atuais demandavam uma devoção maior, já que eram heróis. Arden manteve os olhos no arreio de seu cavalo, sem olhar para ninguém.

     Chegaram no portão do palácio, o qual se abriu para o pátio, onde o rei esperava enraivacido. Os trabalhadores do estábulo pegaram os equinos, levando também o voldsom e o antílope vermelho. Os soldados foram dispensados, saíram felizes para suas casas. Restaram apenas os Lectus, a Comandante Ginevra, Arden e Keisha.

      — É verdade o que Kelaya nos disse? – o rei inquiriu sisudo.

    — Pai, nós... – Halina começou.

    — Estou falando com vosso irmão, Halina. – desmontou a imponência da filha.

    — Sim, é verdade. Perdemos o fragmento. A falha foi exclusivamente minha. – Arden olhou firme para o pai.

    O Rei Fergus tinha os cabelos da cor de centeio desbotado no comprimento dos ombros, uma barba grossa e emaranhada acompanhava as rugas no rosto do homem. Seus movimentos eram sólidos e perspicazes, revelando as inúmeras batalhas que ele lutara. Mas seus olhos eram vazios, ocos e inférteis desde o dia que vira seu filho carregando o corpo de sua amada rainha.

       Fergus tirou a espada da bainha, segurou-lhe pela lâmina e desferiu um golpe na face do filho com o pomo do cabo. Os outros no pátio se moveram assustados, até Zaire que notadamente desgostava do príncipe achou o ato um exagero.

     — Senhor... – Kale se insinuou.

     — Não. – murmurou Halina, contendo o palladiano.

     Arden cuspiu o sangue, levantou a cabeça e encarou o pai. Vislumbrando toda a raiva que o rei tinha dele.

     — Falhastes outra vez. Permitirás que Smaragdine pereça por conta de sua debilidade? – vociferou o rei.

    — Não, meu pai. Darei minha vida se necessário for. – contraviu.

    — Já escutei isso antes. – acenou, dispensando o filho.

       O príncipe saiu do pátio, adentrando no castelo sem olhar para atrás. Kelaya o esparava no ombral da porta, mas foi rejeitada com um gesto.
  
     — Os Lectus, afinal. – o rei assumiu uma postura mais cordial. – Ginevra, garanta que todos tenham um aposento e refeição adequados.

    — Sim, meu rei.– a comandante resguardou um pouco de irritação na voz.

     — E tu minha pequena. – Fergus abraçou Halina. – Nesrin sente muito tua ausência.

    — Venham comigo. – Ginevra chamou, do outro lado pátio, enquanto o pai reencontrava a filha.

    O grupo seguiu acuado para dentro do castelo, a grandiosidade do monumento adormeceu na mente o evento anterior. O castelo ficava cercada por árvores folhosas, havia uma arcada com detalhes minuciosos por onde eles entraram. Dentro do lugar, o teto era uma abóboda que ilustrava a história da dinastia smaragdina numa pintura hipnotizante. Do mezanino, desceram vários criados prontos para servir aos recém-chegados, a escada era decorada com pedras preciosas.

     — Terram, sua família foi trazida para o castelo após a invasão da base amaranta. – a comandante informou, quando os amarantos correram para o ente querido.

      — Zai! – Nia se jogou sobre o irmão.

     — Graças à Iya! – Imani exclamou. Andava cansada.

     A família se abraçou feliz, nunca ficaram tanto tempo longe um do outro. O restante observou alegre o reencontro, desejosos de sentirem o mesmo algum dia.

      — Keisha, o que está fazendo aqui? – Nia abraçou a amiga.

       — Estou junto dos Lectus, seguindo a jornada em busca do Coração de Dália. – explicou orgulhosa.

      — Sua tola. – replicou brincando a outra. – Começou com a bobagem de ser soldado, agora quer ser heroína.

     — Oh, é claro! – Zaire falou. – Esses são meus amigos, os outros Lectus. Skadi Anteric e Kale. – apontou para os dois.

    Skadi meneou com a cabeça, enquanto Kale sorriu largo, abraçando as duas mulheres.

    — Um palladiano, eu nunca tinha visto um antes. – Nia disse chocada.

     — Kale, minha mãe anda com uma terrível moléstia. Um cansaço e falta de energia sem fim. – lembrou-se da doença da mãe.

     — Ah, amigo acredito que seja o mesmo mal que acomete alguns anciões em Palladian. Sinto muito, mas não tenho ervas para isso. – desculpou-se. – A ligação compartilhada com a terra que os amarantos possuem é muito parecida com aquela que os palladianos têm com a ilha, com iminência de Tenebris o continente tem enfraquecido.

      — Não faz mal, querido. Já está fazendo tudo que pode. – a mulher agradeceu.

     — Ficará bem, mãe. – Zaire prometeu.

     — Não se preocupe com isso, sua prioridade deve ser retornar vivo para casa. – apertou a mão do rapaz.

     — Malya, não se esconda. – brincou Zaire vendo a celosiana se encolher. – Esta é Malya, muito habilidosa. – contou para mãe.

      — E muito bonita também. – Imani elogiou.

     — Obrigada. É prazer conhecer vocês. – sorriu sem graça.

     — Bem, agora que já se apresentaram, devem querer tomar um banho e descansar um pouco. Mago Idrovras só poderá encontrará-los à noite. – Ginevra pigarreou.

      Cada um dos servos que descera da escada se responsabilizou por um dos viajantes, levando-os para quartos suntuosos com camas quentes e aconchegantes.

     — Será estranho ficarmos separados, meus amigos. – Kale informou para Skadi e Zaire. – Sentirei falta. – estavam no corredor.

    — Ficaremos só esta noite, partindo ao meio-dia amanhã. Não é tempo suficiente para sentir a ausência de ninguém. – Skadi disse inexpressivo.

     — Bem, eu ficarei na edícula junto de minha família. – Zaire comunicou. – Descanse, Malya. Precisa recuperar as energias. – recomendou ao sair.

     — Realmente, sua aparência está prejudicada. – a ivoriana falou sem pudor.

      — Skadi não diga isso. – Kale condenou a amiga.

     — Não é uma ofensa, trata-se somente de uma constatação. – retorquiu inexpressivo.

     — Pois eu constato que lhe faltam modos. – brincou Malya.

     — Segundo meus dados, os celosianos não são os melhores... – começou.

     — Já chega, entre em seu quarto. – Kale empurrou o amigo, sorrindo para a celosiana. – Até daqui a pouco, Malya.

      — Até.

➳➳➳

    Do outro lado do castelo, Halina e seu pai seguiam para o quarto de Nesrin. Estavam silenciosos.

     — Não deveria ser tão duro com Arden. – a princesa falou receosa.

     — Quero recebê-la viva em meus braços, minha filha. Por isso, preciso ser duro com seu irmão. – explicou.

     — Ele está fazendo o possível para sermos bem sucedidos. – defendeu.

    — Pois que faça melhor. – insistiu.

    — Halina! – Nesrin gritou ao ver a irmã.

     A menina tinha oito anos, parecia-se muito com a irmã mais velha. Exceto a cor dos cabelos, o da criança era de um tom parecido com o do pai. Diferente de Halina e Arden que herdaram as madeixas loiras maternas. O príncipe além dos cabelos, tinha também os olhos de Kaira, o mesmo azul límpido e desafiador. Todas às vezes que o rei olhava para o filho via a esposa morta, o que aumentava sua rigidez.

     — Onde está Arden? – Nesrin perguntou.

    — Descansando. Poderá vê-lo mais tarde. – explicou Halina.
 
    — Halina também precisa descansar, Nesrin. Ela partirá outra vez amanhã ao meio-dia. – informou Fergus.

    — Mas já? Eles mal chegaram. – a criança ficou revoltada.

     — Lembra-se do que conversamos? – Halina olhou para irmã. – O smaragdino sempre põe seu reino como prioridade. Por isso, eu e Arden precisamos partir para proteger o futuro do nosso povo.

     Falar aquelas palavras doíam no âmago da princesa, não imaginava um futuro, no qual Caspian estivesse ausente. Precisava dele, anseava por tê-lo de volta em seus braços. Fora apenas por isso que resistiu às lágrimas, para resgatar seu amado. Ela não era a única precisava dele.

     — Agora vá, Halina. O Mago Idrovras Thaqirax virá no jantar. – o pai ordenou.

➳➳➳

    Após algumas horas de descanso, os Lectus receberam a recomendação de descerem para o jantar, no qual o Idrovras Thaqirax conversaria com eles sobre o estado atual da jornada. Foram entregues roupas para cada um, apenas por tradição. Arden e Keisha foram convidados a participarem da ocasião, em virtude da importância de ambos nos fatos.

      Malya se recusou a vestir as roupas dadas, assim como os outros. Apenas Skadi se trajou, pois era o que mandava o manual. Foram para a sala de jantar, onde a opulência não destoava do resto do palácio. Idrovras já estava sentado na mesa de jantar, conversando com o rei. Arden chegou depois de todos, com o lábio marcado pelo hematoma do golpe do pai.

     — Já soube da má sorte. – o mago parecia ainda mais cansado, sua aprendiz aparentava uma exaustão parecida. – Perdoem-me meu estado, é difícil controlar os avanços de Tenebris. Mas garanto que o Conselho está trabalhando para identificar o afanador.

      — O que devemos fazer até lá? – Kale questionou.

     — Seguir na busca dos outros fragmentos, se a parte roubada estiver no Vale das Bruxas, Kelaya com certeza irá recuperá-lo. Deixem o tal bruxo conosco, sigam o fluxo da jornada. – falou calmo.

      Depois disso, a discussão girou em torno da logística da viagem para Ivory. As roupas deveriam ser adequadas para o clima gélido, tudo já estava sendo combinado com os líderes ivorianos. O banquete dividiu espaço com mapas e ferramentas, onde todos puderam opinar. Após as decisões tomadas, um pequeno lazer foi oferecido aos viajantes cansados. Um teatro que mostrava o nascimento de Lucem foi encenado por crianças de bochechas rosadas, foi um momento terno, especialmente porque as crianças tropeçavam uma nas outras e erravam as falas. A Estrela Dália era interpretada por uma garotinha rechonchuda e mal-humorada, visivelmente insatisfeita com suas poucas linhas de diálogo e morte precoce. Já o pequeno que interpretava Nocti parecia exultante com sua participação, até uma rainha das sombras fora inclusa no roteiro. Colocaram uma verruga cômica na personagem que fazia parte de poucas canções de trovadores,  nunca fora vista a tal rainha, diziam que era apenas um elemento romântico para tentar humanizar o imperador sombrio. Era raro, mas Nocti possuía alguns admiradores na superfície que acreditavam em sua redenção.

    Quando tudo estava acertado, saíram da mesa em busca de uma noite tranquila e revigorante. Malya caminhou pelo corredor, tentando identificar seu destino pelas armas nas paredes. Entretanto, ainda não estava com suas energias devidamente restauradas, o que prejudicava sua memória. Deu meia volta, estava na ala errada do castelo. Tentou seguir Skadi e Kale no início, mas os dois foram antes ao estábulo ver os seus familiares, deixando-a perdida.

      — É mais fácil se localizar vendada nas dunas do que nesse inferno cravejado. – praguejou para si mesma.

      — Estás perdidas, celosiana? – Arden surgiu, saindo do quarto de Nesrin, tinha a colocado para dormir.

     — Sim. Para qual direção devo ir para retornar? – não queria se alongar no local.

    A moça não esperava encontrar o príncipe em suas andanças pelos corredores.

     — Pensei que os celosianos tinham todos uma memória inabalável para não se perderem no deserto. – provocou. – Eu mesmo a levarei para quarto ou prefere passar à noite no meu, como em viagem? – andou ao lado dela.

       — Não tem pudor em seu deboche, sua noiva deve estar por aqui. – manteve a frieza.

      — O que está insinuando, Malya? – zombou. – Achas que tenho segundas intenções com tu? Devo dizer que estás projetando teu próprio desejo em sua contastação.

      — Só me diga para onde ir e deixo você em paz. – ficou vermelha com as incitações dele.

      — Já disse que a levo. – insistiu.

     Ela olhou-o com desprezo e cólera, repudiava os tons audaciosos dele. Andavam pelos corredores, nos quais a luz era pouca, apenas a lua branca que passava pelos vitrais iluminavam o local. Das janelas, viam-se lindos jardins de flores em tons pastéis e fontes com estátuas elaboradas.

      — Diga-me o que pensas. – solicitou.

      Arden olhava para o rosto dela, calmo como um lago sem ondas, mas misterioso, como se guardasse uma tromba d'água pronta para romper na superfície.

      — Meus pensamentos pertence apenas a mim. – continuou seguindo o príncipe.

      — Mas eles são claros como água, tu me ojerizas. Tens repúdio de minha presença. – parou subitamente, encarando-a efusivamente.

      Malya vislumbrou os olhos azuis claro, a barba por fazer no maxilar marcado. Estava com o rosto relaxado, como acontecia muito pouco. Era quase angelical, se não fossem os hematomas dos repetidos conflitos. A postura dele, estava como sempre, impecável.

      Arden se aproximou mais da moça, que se afastou, encostando-se na parede em resposta. Os olhos de tons diferentes dela o chamavam numa linguagem cheia de temeridade. Impulsivamente, puxou-a pelo pescoço e selou os lábios dos dois.


 

 
   

   

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