Uma questão de Confiança

By lilithemaid

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Foi nos prometido dragões pelos nossos antepassados mas quando eles chegaram, e como a humanidade não tinha c... More

Ar
Água
Terra

Fogo

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By lilithemaid

            Ataque. Defesa. Ataque

            Ataque. Ataque. Defesa.

            Esquerda. Direita. Salta e estucada.

            - Menina! O seu pretendente deve estar a chegar e a menina ainda assim vestida! Tem de se preparar imediatamente! - diz uma das criadas do meu pai.

            - Eu - dou um golpe seco no ar - não preciso - dou uma volta em torno de mim - de um - dou um golpe de cima a baixo no ar - marido!

            - Menina! Uma rapariga deve ser casada antes dos vinte anos senão será chamada de solteirona e trará desonra para a sua família!

            - Eu já sou casada! - olho para ela empunhando a espada - apresento-te o senhor meu esposo!

            - Menina! - esta criada não sabe dizer mais nada?

            - Manda o tipo embora. Tenho mais que fazer.

            - Menina Priscila…

          - Sou eu! Diz-me que o tipo ficou pelo caminho e não vem. - não… quem falou tinha sido o tipo.

            - A famosa Rosa de Fogo. É um prazer finalmente conhece-la.

            - E tu quem és?

            - Este! - Diz a criada de antes - é o menino Píracules, o herdeiro da família Kretole, Conde das Terras do Sul.

            - Terras do Sul, ein? - Paro com os movimentos da espada e olho para ele enquanto limpo o suor da testa com a minha camisola. - Diga-me lá senhor conde… porque quereis casar comigo?

            - A menina é conhecida por ser a mais bela donzela de todo Kleignight, a mais fugaz! De certo que tal fugacidade apenas precisa de algum amor para se atenuar.

            - Porque sou bonita e brava? É isso?

            - Que mais pode um homem querer para além de uma bonita esposa.

            - As tripas no corpo. Coisa que não vai acontecer se continuar na minha presença. Recuso qualquer coisa contigo e espero nunca mais te por a vista em cima.

            Mais um dos tão bem falados “senhores” que só querem ter a esposa mais bonita que eles conseguirem, para puderem se gabar aos outros, e vêm com falinhas mansas sobre sermos as únicas para eles quando, na verdade, eles nos põem os cornos. Se depender de mim a única coisa com quem eu me tenciono unir num acordo sagrado é com as minhas armas: o meu punhal e a minha espada. Só preciso deles e não preciso de nenhum homem para me sentir mais mulher. Eu sei que sou uma desde que me toquei no meio das pernas e vou continuar a ser, com ou sem casamento.

            - Pai, nós temos de falar.

            - Ouvi o teu pequeno discurso no pátio Priscila. Minha filha não me interpretes mal mas…

            - Eu não me tenciono casar com ninguém. Eu já perdi a conta sobre quantas vezes eu já te disse isto!

            - Filha tu já tens dezasseis anos… com a tua idade eu já tinha pedido a tua mãe em casamento.

            - Eu não quero saber! Eu não me vou casar com nenhum daqueles tipos e eles NEM SEQUER sonhar em me tocar se querem ficar com as tripas dentro do estômago e com a cabeça sobre os ombros.

            - Isso não é modo de uma senhora falar.

            - O modo de uma senhora falar é com a boca dela! Se eu falar com a minha boca, estou a falar como deve de ser!

            - Minha filha. Imploro-te! Pelo menos dá uma hipótese ao rapaz.

            - Eu já conheço o tipo de pessoa que ele é! Disse-me que homens só querem uma esposa bonita.

            - E que mal tem? Que mal tem um homem querer uma mulher bonita?

            - O problema é que vocês homens querem uma esposa bonita para se gabarem uns aos outros porque no que toca a estimar essa esposa bonita vocês nem perto disso o fazer!

            - Nem todos os homens são assim.

            - Não quero saber! Eu não preciso de um casamento para me puder considerar uma mulher. Basta eu pensar que sou e chega!

            - Priscila! Uma senhora de bem deve ser casada e… Priscila!

            Ele grita que nem uma criança assustada quando atiro a minha espada para a mesa.

            - O senhor meu esposo e o nosso filho, o menino punhal! - ponho o punhal á direita da espada.

            - Priscila tu estás-te ouvir, minha filha? Ouve o teu pai, que só querer o teu bem e…

            - Não duvido que só queres o que TU achas que é melhor para mim, mas ninguém aqui nesta casa me conhece melhor do que eu mesma. 

            - É só que… o funeral do rei vai ser hoje e… isso pôs-me a pensar que… eu não vou estar presente na tua vida.

            - Eu sei defender-me pai!

            Pego nas minhas armas e saiu do escritório do meu pai. Só queria era ver o que ele dizia se fosse ele que estava a ser empurrado para um casamento arranjado. Para o diabo com eles, os malditos casamento e os cânones que dizem que só as mulheres que parem crianças é que são dignas.  Todas as mulheres são dignas.

            Saiu para o mesmo pátio e encontro o tipo de antes.

            - Menina Priscila, gostaria que a menina me ouvisse por breves mementos. - diz ele, todo arrogante.

            - Não. - e continuo a andar

            - A menina deve ter sofrido um desgosto de amor para ser tão fria para comigo mas perdoo-a. A minha bondade e as minha intenções são das mais puras e…

            - Ouve lá pindérico! - Farta desta conversa, eu paro e viro-me para ele - eu não me vou casar contigo porque não quero! Não porque me partiram o coração, não porque desconfio de ti, mas porque não é da minha vontade!

            - A menina ainda é jovem e é por isso que age assim. É apenas a sua idade e inocência a falarem.

            Recomeço a andar porque se eu ouvir mais um disparate da boca desta vara verde, eu juro por Pivurise, que eu não vou parar até ele estar todo esburacado!

            Continuo a andar até ao armeiro, onde pouso a minha espada e punhal, e saiu. Desta vez, com o tipo ainda atrás de mim e a falar como ainda me vou arrepender desta decisão, dirijo-me para os estábulos onde pego no meu cavalo castanho claro e preparo-lhe a cela.

            - Ah! Vejo que a menina deseja passear a cavalo. Não é para me exibir mas sou o melhor cavaleiro das Terras do Sul. Mas não se preocupe porque irei abrandar para a menina puder me acompanhar.

            Ignoro-o e continuo a prepara o meu cavalo para puder sair dali, senão vai haver sangue neste chão.

            Quando acabo de apertar os cintos e correias da cela, monto-o e saiu dos estábulos. O tipo ainda atrás de mim pede para esperar já que os criados ainda lhe estão a prepara o seu, mas ignoro-o. Saiu pelo portão da frente e continuo a cavalgar pela estrada fora até aos campos de trigo do meu pai. Quando chego salto por cima da vedação e continuo a galope pelos campos fora. Não tenho medo de me perder porque não é a primeira vez que percorro estes campo mas mesmo assim mantenho-me sempre atenta para não ir contra ninguém. Depois de algum tempo chego ao pé de uma arvore alta e oiço uma voz.

            - Outro pretendente? - diz o Keru, o meu único amigo. Ele tem os dourados, a pele escura como a minha e o cabelo é castanho com rastas que lhe chegam aos ombros.

            - O que é que queres? Com a morte do rei o meu pai está-se a passar com a crise de meia idade.

            - É… eu ouvi sobre isso. Mas tu tens mesmo de parar com as fugidas para aqui.

            - Tu não vais começar com a conversa de eu ter de me casar, pois não? - digo irritada.

            - Não! Eu só acho que devia de haver outra forma de negares os teus pretendentes!

            - Eu já tentei de tudo! Mas eles acham sempre que me estou a fazer de difícil! Parece que a linha que separa o sim e o não deles está meia esbatida! - digo sentando-me, derrotada, ao lado dele.

            - O que é que esperas? Eles viveram sempre a pensar que as mulheres só querem homens e ficar grávidas, não que isso tenha algum mal mas... quando lhes aparece tu, que diz que não, eles não querem acreditar.

            - A educação destes tipos é perto de nenhuma! - levanto-me toda irritada e dou um valente soco na arvora tão forte que oiço algo a cair - Palermas! Idiotas!

            - Obrigado pela maçã - diz ele, rindo, limpando-a á camisola azul clara - mas não posso deixar de concordar contigo. Nós, rapazes, parecemos ter nascido sem educação nenhuma sobre com  tratar uma senhora devidamente.

            - Que é… ?

            - Como um ser humano! Uma pessoa! Vocês são raparigas… não são muito diferente de nós. Vocês deviam de ser livres e escolher com quem casar, quando quisessem e sem problemas, tal como nós rapazes.

            -… és oficialmente o único rapaz com quem eu consigo ter uma conversa sem querer decapitar.

            - F-Fico feliz… eu gosto muito da minha cabeça nos meus ombros. - ele põe a mão dele sobre a minha - mas tu tens de ter um pouco mais de calma. Não porque és uma rapariga, mas porque tu ferves em pouca água.

            - Eu sei, eu sei… mas é mais forte que eu… eu só detesto a maneira com toda a gente me diz que eu preciso de um homem para puder dizer que sou uma mulher decente!

              -Tens de ter calma. Vai-se tudo resolver.

            Ele dá-me metade da maçã que caiu e acaba ali a conversa.

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