Contos de Lucem - Ressurgir S...

By leticce_soares

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A queda de uma estrela em um continente infértil dá origem a cinco reinos abundantes de vida. Contudo, o impa... More

ZERO | A QUEDA
UM | HALINA SMARAGDINE
DOIS | SKADI ANTERIC
TRÊS | ZAIRE TERRAM
QUATRO | MALYA BASMAH
CINCO | A JORNADA
SETE | ARDEN SMARAGDINE
OITO | O MAGO
NOVE | VIVIDAE
DEZ | O AFANADOR
ONZE | ONIRIUM SOMBRIA
DOZE | O REI
TREZE | A MURALHA
CATORZE | OS EKSILER
QUINZE | INFERNO ALBUM
DEZESSEIS | MAR ASIRI
DEZESSETE | PALLADIAN
DEZOITO | BOSQUE WERAU
DEZENOVE | DOLENT
VINTE | O VALE DAS BRUXAS
VINTE E UM | LABIRINTO ENTREMONTES
VINTE E DOIS | A DAMA ALABASTRINA
VINTE E TRÊS | A TRAVESSIA
VINTE E QUATRO | ANTIGOS INIMIGOS
VINTE E CINCO | O RETORNO DO ALGOZ
VINTE E SEIS | A INSURREIÇÃO
VINTE E SETE | KELAYA VIMONAR
VINTE E OITO | O PÁRAMO E TENEBRIS
VINTE E NOVE | A VERDADE
TRINTA | FRONTEIRA MORTEM
TRINTA E UM | A ESTRELA
TRINTA E DOIS | O DESFECHO DA BATALHA

SEIS | KALE

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By leticce_soares

       — Olá! – o desconhecido cumprimentou com um sorriso largo, como se nada tivesse acontecido.

       O rapaz tinha pele morena, cabelos compridos e olhos levemente encapuzados. Usava uma blusa azul clara folgada, a qual revelava tatuagens extremamente detalhadas no peito e braços. A calça que usava também era bastante leve e folgada, semelhante uma roupa de banho. Tinha uma sacola tiracolo, feita de um material semelhante ao das outras peças.

    — Quem és tu? – Arden veio mancando, com o machado ainda na posição de ataque.

    — Sou Kale! – exclamou entusiasmado.

     — Kale de onde? A qual família pertences? – o príncipe prosseguiu inquisitorial.

     — Ah, claro. Eu cheguei tão de repente... sou Kale, um Lectus. E minha família é Palladian. – respondeu alegremente.

     Todos ficaram estáticos, observando a euforia do recém-chegado. Ele parecia uma criança deslumbrada.

     — Então, eu acho que cheguei no momento ideal. Vocês estavam em apuros. – rompeu o silêncio, ainda falava exultante. – Vejo que dois de vocês já têm um familiar.

     A ivoriana permanecia montada em seu javali de cristal, a grande serpente de Zaire encolheu e agora se enrolava no braço do amaranto como uma pulseira.

    — Olá! – o palladiano estendeu a mão para o ivoriano.

    — Olá. Você também tem um familiar? – a ivoriana já preparava suas anotações.

    — É claro. – começou assertivo. – Tudo que tem vida no continente de Lucem e nos oceanos são meus familiares, assim como do povo de Palladian, omitiu que essa relação estava ficando fraca, devido Tenebris.

      O palladiano cumprimentou cada pessoa presente no local, inclusive os soldados que estavam recolhendo os cavalos assustados. Halina recuou ao aperto de mão do novo integrante, o qual se mostrou bastante compreensivo com a atitude da princesa.

     — Acho que posso lhe ajudar com esse ferimento. – afirmou ao ver Arden puxar a flecha da sua coxa, soltando um grunhindo tímido.

    — Não se preocupe, estamos há poucas horas de nosso destino. Lá, receberei cuidados médicos. – falou o príncipe.

    — Sei que acabei de chegar, mas eu não acho que seja uma boa ideia seguirmos viagem durante a noite. As criaturas ficam mais agitadas quando o sol se põe, é difícil se comunicar com elas. Talvez devêssemos acampar em algum lugar seguro. – sugeriu prestativo.

     — Certo. – Arden travou a mandíbula.

    O grupo seguiu caminhando, já que os cavalos não pareciam dispostos a serem montados, ainda estavam atordoados com o atentado.

      — Para onde foram os ladrões? – a ivoriana questionou. – Você os matou?

     — Oh, não. – negou assustado. – Só os enviei para um lugar distante.

    — Como chegou aqui? – perguntou de novo.

    — Não posso falar. – sorriu gentil.

    — Como podemos confirmar que é realmente um Lectus? – continuou.

   — Todos os palladianos são Lectus. – permanecia amável.

   — Não compreendo. – o rapaz pálido franziu o cenho.

    — Todos os palladianos estão conectados a força vital de Lucem. Portanto, qualquer um poderia ser um Lectus. – parecia feliz em responder as perguntas.

    — Agora sou eu quem não compreende. – Arden se manifestou. – Se todos os palladianos podem ser escolhidos, por que somente tu estás aqui? – parecia cético.

    — Os anciões de Palladian acharam que eu era o mais adequado para tal propósito, por isso eu vim. – seu olhar era afável. – Tem certeza de que não precisa de ajuda? Tenho ervas que podem curar seu ferimento rapidamente.

      — Tenho, agradeço a cortesia. – devolveu irritadiço.

    O príncipe estava mancando, havia feito um torniquete na área da flechada para evitar a perda de sangue. Agradecera mentalmente, ainda que insatisfeito, a sugestão de acampar à noite. Precisava cuidar daquele ferimento, antes que infeccionasse. Não podia se colocar numa posição vulnerável, especialmente com Halina se mostrando tão irresponsável.

      Os soldados lhe informaram que havia um lugar adequado para passarem o pernoite, o grupo seguiu para o local. As tendas foram rapidamente montadas, cada indivíduo se incumbiu de uma tarefa que tornasse a estadia mais fácil. Malya se afastou um pouco do acampamento à procura de lenha para uma fogueira, ouviu grunhidos entre os galhos secos do deserto. Buscou a origem do som e encontrou o príncipe smaragdino tentando limpar o orifício da flechada, o rosto se contorcia de dor. Ela quis dá meia volta e fingir que não tinha o visto, porém se forçou a falar.

      — Está sendo tolo ao não aceitar a ajuda do palladiano. – assustou o príncipe, o qual acreditava estar sozinho.

     — Preocupada comigo? – lutou contra a dor para implicar com a moça.

     — Eu ficaria feliz se ao invés de uma única flechada sua perna tivesse sido inteiramente arrancada. – foi perigosamente sincera. – No entanto, você é quem conduz nossa caminhada então é bom para mim que se mantenha minimamente saudável.

     — Já disse que não quero. – seguia resistente.

    — Patético. Faça isso pela sua irmã. – atacou sem piedade.

     — O que sabe sobre Halina? – a irritação crescia em sua voz.

     —  É evidente que ela não tem a menor pretensão de sair viva disso tudo. –  arrumou os galhos nos braços.

     — Como ousas? – levantou-se de supetão, caindo logo em seguida. Gemeu.

     — Vou chamar o palladiano. – informou, deixando-o sozinho.

    Kale e Skadi conversavam, do primeiro fluía júbilo, já o segundo permanecia calmo. Todavia, Kale era quem borbadeava a ivoriana de perguntas, invertendo a situação anterior. O rapaz pálido parecia não se incomodar com as dúvidas do outro, vez ou outra deixava um sorisso tímido escapar.

     — Desculpe, Kale. Sei que deve está ansioso para saber de tudo, mas poderia ajudar o príncipe antes? – Malya pediu um pouco constrangida.

    — Claro que sim. – ele se levantou. – Quer vim comigo, Skadi? Acho que o príncipe não vai se incomodar de ter um observador.

     — Acho melhor que vá sozinho, o príncipe não está muito bem. Smaragdinos não gostam de se sentirem vulneráveis, precisam estar acima de todos o tempo todo. – a celosiana alertou.

    Não queria que smaragdino depositasse sua ira em nenhum dos dois. E conhecendo o pouco de Skadi, sabia que muito provavelmente não teria o menor tato para lidar com o ego aflorado do príncipe. A ivoriana concordou.

      Kale entrou na floresta seca tocando a maior quantidade de superfícies que podia, estava exultante com sua vinda para a terra firme. Não era sempre um palladiano podia ir aos reinos da terra firme, e as poucas vezes que isso acontecia havia uma série de restrições a serem respeitada.

       No momento em que os anciões disseram seu nome, ele vibrou de felicidade. Evidentemente, não era um completo ingênuo e conhecia os riscos da situação. Sabia que as probabilidades de não sair vivo da jornada eram grandes, lutar contra Tenebris estava longe de ser uma missão fácil. Entretanto, como palladiano via a morte naturalmente, uma fase. O momento em que seu corpo retornaria a fazer parte integralmente do resto da natureza. Um fenômeno que deveria chegar na hora certa e pelas circunstâncias apropriadas.

     — Encontrei. – exclamou ao achar o príncipe.

     Arden estava insatisfeito, isso era visível em suas feições. Kale percebeu o desconforto do outro, mas preferiu não comentar. A celosiana havia alertado sobre os valores do smaragdino, era melhor não provocar nenhuma reação violenta. Kale pegou algumas das ervas que trazia na sua sacola, colocou-as dentro da cumbuca e acrescentou a água de um dos frascos que carregava. Mexeu devagar a mistura, precisava chegar na consistência correta.

     — Não vai doer. – informou antes de colocar o húmus sobre o machucado.

     Arden desviou o olhar, sentia-se terrivelmente impotente com aquela situação. Já não bastara a surra que levara do amaranto, agora tinha um homem adulto apalpando sua coxa. Aquilo era vergonhoso para um smaragdino.

     — Prontinho. Já terminei, agora é só esperar um pouco e tirar a mistura em seguida. – falou satisfeito.

     — Obrigado. – prosseguia sem olhar para o outro.

    — Disponha. Estou aqui para ajudar. – aconchegou-se em uma rocha.

    — Acho que sou capaz de retirar o húmus sozinho, apenas preciso que me informe quanto tempo devo esperar. – Arden queria que ele saísse.

    — Ah, não. Vou esperar, para garantir que tudo corra bem. – afirmou.

    O príncipe suspirou derrotado.

   — Você é muito habilidoso com o machado, vi como se defendeu da segunda flecha. É tão bom assim com a espada? – Kale apontou para arma que outro carregava na bainha.

    — Meus oponentes diriam que sim.

    — Deve ter lutado muitas batalhas, lá em Palladian se fala das atividades bélicas de Smaragdine. – aprofundou o assunto.

    — Fazemos o possível para manter nosso reino próspero. – estava mais calmo.

    — Imagino. Até Palladian já tentaram invadir. Desviaram do mar Asiri para não serem encurralados pelas Sirenas, mas falharam ao tentar atracar. – tentou soar brincalhão, mas não recebeu o retorno esperado.

    — Como eu disse, nós smaragdinos fazemos o necessário para suprir as ambições de nosso povo. E Palladian, quais são as ambições de sua terra? – questionou interessando.

     — Não temos ambições.

     — Duvido. Toda aquela proteção deve ter um propósito. – negou-se a acreditar no outro.

    — Temos o propósito de preservar o contato com a natureza. Aos palladiano foi dado o privilégio de se sentir uno com o resto do elementos vivos, é o bem mais importante que possuímos. E é por isso, que não temos tanto contato com vocês da terra firme. Vocês possuem outros valores... Outros propósitos. – explicou, não queria soar grosseiro.

     — Não achas um pouco de egoísmo que teu povo esconda remédios tão potentes dos outros reinos irmãos? – provocou o príncipe, queria ver até onde ia a amabilidade do outro.

     — Pelos meus estudos, menores seriam os males e doenças se Smaragdine não invadisse os outros territórios. Não é verdade que teu reino se impõe como irmão senhor de todos? – seguia gentil.

    — Não nos envergonhamos de nossa força. – replicou exasperado.

    — Nem nós de nos mantermos afastado dos conflitos de terra firme. – o palladiano completou afável. – Agora, acho que está hora de tirar a mistura.

     O recém-chegado tirou o húmus do machucado, revelando o corte fechado e apenas uma cicatriz. Arden queria abrir a boca admirado, mas permaneceu tácito. Os dois se levantaram e andaram até o acampamento, sem conversar dessa vez.

      — Oh, você pegou lebres! – Kale exclamou ao ver amaranto arrancar a pele de três lebres gordas.

     — Espero que não se incomode, visto que todos os seres vivos são seus familiares. Eu não quis desrespeitá-lo. – estava receoso, a serpente vermelha seguia parada enrolada ao braço de pele escura.

     — Não se preocupe, eu como carne. A morte faz parte do ciclo da vida, a lebre que nos alimentará hoje, comeu ervas que foram fertilizada pela morte de outros seres. Assim como nós fertilizaremos o solo um dia. – declarou. – Veja, eu tenho algumas ervas para temperá-las. – entregou as folhas para Zaire, que acenou em agradecimento.

     Malya chegou trazendo mais lenha, montou uma estrutura rústica para assar as lebres que Zaire estava tratando. Gostava de se sentir útil.

      — Não jogue as cartilagens, uma sopa forte pode ser feita com elas daqui alguns dias. Dá para preservá-las com um pouco de sal e areia. – pediu ela para o amaranto.

     — Tudo bem, vou deixá-las separada.

    — Não há necessidade de guardar restos, amanhã estaremos em Amaranto. Lá, terá comida de sobra nos esperando. – Esteban interferiu.

     — Deixem que guardem, Esteban. Para o caso de alguma adversidade. – Arden olhou amistoso para seu súdito.

     — Certo, senhor. – Esteban acenou.

     Além dele, havia apenas outros cinco soldados. O Conselho dos Magos deixou claro que poucos deveriam intervim na jornada dos escolhidos, o destino não deveria ter intercessores.

     — A moça loira não vem comer com a gente? – Kale indagou enquanto pegava sua parte de lebre.

     Malya fora quem dividira as porções, ainda que não quisesse os smaragdinos se alimentando da carne que assara em sua lenha. Tinha consciência que o grupo precisava de proteína, especialmente depois do ataque dos ladrões, o qual roubara parte importante das forças de todos.

      — Ela nunca come conosco. – Skadi começou, estava apoiada nas costelas de seus familiar que roncava baixinho. – Está triste, pois seu noivo foi levado para Tenebris. Tal situação já se mostrou um perigo para a missão, fomos emboscado por conta da imperícia dela. – finalizou, como se falasse uma banalidade. Sem nenhum receio.

    Todos olharam para o ivoriano. Dava-se para cortar a tensão com uma faca, a atmosfera entre o grupo nunca fora a mais amigável. Contudo, a falta de habilidade social de Skadi aumentara o desconforto.

     — Espero que fique bem logo. – Kale rompeu o silêncio.

    — Vai ser uma aventura interessante. – Zaire murmurou para si mesmo, mais cedo enquanto caçava as lebres pensara em fugir. Entretanto, lembrou-se do acordo com o rei Fergus e retornou fracassado para o acampamento.

     — Obrigada pela carne. – Malya sussurrou para ele.

    — Disponha. Espero que tenhamos mais comida em Amaranto. – falou, ainda comendo.

    — É claro que terá, é Amaranto. A terra da colheita infinita. – Kale entrou na conversa, sentando entre os dois que sussurravam, mesmo sem ser convidado.

    — Não tem sido assim nas últimas estações. – seus olhos se entristeceram.

    — Está dizendo que estão tendo problemas com comida em Amaranto? – Mayla inquiriu cética.

     — Já tivemos tempos melhores, a terra parece estar enfraquecendo. – encarou as próprias mãos.

    Skadi olhou para o grupo que conversava separado, parecia refletir em se juntar a eles, mas desistiu seguindo para sua tenda com seu familiar.

     — É Tenebris. O reino das trevas suga a força vital dessa terra a cada vez que se aproxima da superfície. – era primeira oportunidade que o palladiano se mostrava preocupado. – As águas de Palladian começaram a diminuir seu ritmo. Nossa conexão com os outros vivos também foi afetada.

      — Não percebeu nada em Celosia? Até Smaragdine vem sofrendo com a falta de recursos. – Zaire buscou o rosto da garota morena.

      — Não. Em Celosia tudo sempre foi escasso. – fixou os olhos no chão.

      — Sinto muito, Malya. Tenho certeza que depois de enfretarmos Nocti as coisas melhoraram. – o otimismo do rapaz de cabelos longos era constrangedor para os outros.

     — E como sabe disso? – o amaranto franziu as sobrancelhas.

     — Não tem fé no seu propósito? – Kale parecia surpreso.

     — Qual propósito? Virar um mártir nunca foi meu desejo. Estou aqui, pois não há como fugir ou doar o meu lugar a outro. – odiava estar naquele lugar.

     — Zaire, não seremos mártir. Seremos guerreiros sagrados. Não entendo porque não está feliz com essa honra. – insistiu o palladiano.

     — Como se sentir honrado com uma morte quase certa. Se o rei Fergus não tivesse prometido proteção e recursos vitalícios para minha família, eu fugiria até não conseguir mais. – falou sem nenhum pudor.

     — A honra de lutar pelo seu povo. – o palladiano estava inconformado. – Fomos escolhidos pela pureza em nossos corações.

     Pureza. – a voz amedrontadora ecoou na cabeça de Mayla. – Que pureza achas que tem?

     Vá embora. – Mayla disse mentalmente, agarrando a pedra do colar contra o peito.

      — Nem todos são tão dignos quanto você, Kale. – argumentou concisa.

     — Você sim, Malya. Vejo em seus olhos. – tocou no joelho na moça. – Bem, agora eu vou descansar. Meu amigo Skadi ofereceu um lugar em sua tenda, obrigada pela conversa. – despediu-se sorrindo.

     — Estou na mesma tenda que vocês, irei junto para não acordá-los durante a noite. – Zaire contou. – Boa noite. – cumprimentou a única restante.

     Os dois saíram, deixando apenas Mayla e Arden próximos à fogueira.

    — E você celosiana, onde pretende pernoitar? Não acho que vá querer dormir em minha tenda outra vez. – o príncipe limpava as mãos.

     Mayla enrubesceu, não sabia que a tenda, na qual acordara mais cedo era a dele.

    — Não se preocupe comigo, majestade. Acharei minha própria cama. – zombou.

  ༄༄༄

     Assim que o dia raiou, Malya se levantou. Dormira do lado de fora, tinha uma manta protetora dentro da sacola que isolava dos perigos que o deserto poderia lhe causar. Pensou em guardar o tecido de volta, para que ninguém o visse. Entretanto, duvidou que alguém poderia saber do poder mágico do artefato. Fora feito pelas próprias Feiticeiras das Dunas, era uma peça única. Vestiu-o como uma capa, tomando cuidado para que suas espadas presas nas costas não lhe rasgassem.

      — Levantou antes que todos. – Zaire disse, estava comendo frutas desidratadas. Passou uma porção para ela.

     — Obrigada. – meneou com a cabeça.

    — Vamos, levantem-se todos. – Arden rugiu saindo de sua tenda.

     Em poucos instantes, todos já estavam montados em cavalos. Exceto Skadi que usava seu familiar, e Kale que chamara um canidae, um coiote gigante do deserto. Quando o bicho surgiu das dunas, o grupo se assustou, principalmente Malya que conhecia a fama da fera. Porém, o palladiano explicara que o canidae estava ali pacificamente para lhe transportar.

       Quanto mais o tempo passava, mais sentiam o calor amenizar. Estavam indo para Amaranto pelo o norte, se afastando da Fronteira Mortem e da fumaça tímida que saía do Almirante Rubro. Quando as primeiras árvores surgiram no horizonte, sabiam que o destino estava próximo. A tarde já estava no meio, as areias do deserto se transformaram aos poucos em um solo úmido e sedimentar. Kale liberou o canidae, pegando carona no voldsom que aceitou o peso do outro homem. Não debateram muito durante a viagem, estavam tensos com a emboscada dos ladrões.

      Já estavam dentro de Amaranto, o príncipe anunciou que em uma hora estariam na base que forneceria os suplementos.  Quando finalmente, estavam na estrada para adentrar no local, uma pessoa armada apareceu no caminho.

     — Parem imediatamente! – a figura surgiu no meio da estrada.

    

     

    
    

   

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