No capítulo anterior...
- Obrigado por salvar minha vida Joshua, inclusive duas vezes, porque você teve que fazer o esforço de fazer respiração boca a boca em mim e me esquentar para eu não morrer de frio. – Disse debochado.
- Você o que? – Perguntei sentindo um arrepio em minha espinha só de imaginar seus lábios no meu depois de tanto tempo.
- Tá reclamando? – perguntou horrorizado e suspirei.
- Para! Que merda, chega! – Reclamei jogando minha cabeça para trás. – Obrigada por ter salvo a merda da minha vida, embora eu preferisse morrer ao ter que passar o resto dos meus minutos ouvindo você jogar na minha cara o que fez. – Falei baixo.
Agora...
ANY GABRIELLY
Ficamos em um silêncio constrangedor por longos minutos ou horas, sei lá. Não tinha nenhuma noção de tempo, só sentia o sol ardente queimar meu corpo.
Estávamos deitados um de frente para o outro, meus pés estavam ao lado da sua cabeça e seus pés ao lado da minha.
Por fora eu estava tranquila, por dentro estava chorando igual uma garotinha.
– Será que vai demorar muito para morrermos? Estou entediado. - Joshua disse irônico.
– Eu sei que está assustado também, para de tentar fingir. - Falei olhando para cima.
– Eu passei a noite inteira acordado e me conformei com a morte. - Disse e o olhei.
– Não, temos que lutar, não podemos nos entregar assim. - Falei determinada.
– Claro, porque se nada der certo nadamos até a cidade, que por um caso nem sabemos em que direção fica. Se dermos sorte nenhum dos milhares de tubarões nos matam até o final desse trajeto ridiculamente impossível – Disse grosso e me segurei para não chorar, eu estava desesperada.
Me sentia em um corredor da morte, eu pensava em minha família, no meu trabalho, nos meus amigos e em Sav. Eles devem estar preocupados e eu não posso fazer nada, nem ao menos me despedi.
– Eu não quero morrer. - Confessei baixo.
– Foi mal, exagerei um pouco. - Disse suspirando. – Vamos tentar nos distrair enquanto morremos... Que tal um quis?
– Fala sério. - Falei
– Qual é a sua cor favorita? - Perguntou e revirei os olhos.
– Azul. - Respondi – Mas você já sabia, quando éramos pequenos você não se conformava por eu gostar de uma “cor de menino”, Minha vez! Que macumba você fez para Savannah gostar de você?- Ele riu e revirou os olhos.
- Por incrível que pareça nenhuma. Sav me conquistou de uma maneira ótima, ela me fez ser uma pessoa melhor. - Disse e senti uma pontada no estômago, eu não fiquei feliz com aquela declaração.
– Sav deveria ter te conhecido na época de escola então. - Falei rindo amarelo.
– Minha vez, Porque você estava bebendo tanto ontem? - Perguntou e engoli seco.
– Fui para cama com Noah. - Falei baixo e ele arregalou os olhos.
– VOCE O QUE? Você é louca? Você tinha acabado de o conhecer! - Disse revoltado.
– Eu estava nervosa e tinha tomado muito vinho, e também eu nem cheguei a transar de verdade com ele, eu fiz ele broxar. - Falei e ele ainda parecia nervoso.
– Ir para cama no primeiro encontro é ridículo, é coisa de...
– Vadia? - Perguntei irritada – Saiba que você é o último que pode me dizer o que é certo e errado de fazer, não se esqueça do que me fez. - Falei com raiva.
– E voltamos ao mesmo ponto novamente. - Disse jogando a cabeça para trás.
– Idiota. - Resmunguei e notei que ele me olhava hipnotizado. – O que está olhando?
– Olha aquilo. - Disse apontando para atrás de mim, olhei e arregalei os olhos.
– O que será aquilo? – Perguntei estreitando os olhos.
– Vamos ir lá para ver. - Disse e começou a tentar remar com as mãos, o ajudei e de maneira bem lenta fomos nos aproximando daquele lugar estranho.
– É uma ilha, Any, uma ilha. – Disse feliz rindo sem parar.
– Estamos salvos! – eu falei sorrindo sem parar e nos abraçamos rindo. Joshua passou as mãos em meu cabelo e acariciei sua nuca. Quando me toquei do que estava acontecendo, o empurrei e olhei para a ilha que agora estava a menos de 200 metros de nós.
– Vamos continuar a remar. - Falei e ele assentiu calado.
Quando chegamos perto da areia descemos do bote e o puxamos até a terra firme.
– Será que tem alguém aqui? - Perguntou Joshua olhando em nossa volta.
A ilha tinha uma areia bem branquinha e um pouco mais a frente tinha uma espécie de floresta.
– Acredito que sim, parece algo turístico aqui. - Falei e o olhei – Vamos dar uma olhada.
Começamos andar em direção a floresta e meus pés descalços começaram a doer ao pisar em galhos caídos no chão.
– Uma bananeira. - Disse e olhei.
– Graças a Deus, estou morrendo de fome. - Falei pegando duas bananas e comendo Joshua riu e o olhei. – O que?- Perguntei com a boca cheia.
– Nada. - Disse parando de rir.
– Não vai comer? - Perguntei e ele negou.
– Vou comer na primeira casa que nos acolher aqui, quero comida de verdade. – Disse e revirei os olhos.
– Mais banana para mim. - Falei devorando mais uma.
– Vamos voltar a procurar, vem. - Me chamou e voltamos a andar pela ilha.
Andamos muito até que encontramos uma cachoeira, que por sinal era linda.
-Vou molhar meus pés, eles estão doloridos - Quando ia colocar o pé na água Joshua me impediu, puxando meu corpo contra o seu.
– Olha na água. - Disse em meu ouvido e me arrepiei, meu coração disparou ao ver o tamanho da cobra e segurei mais forte no braço de Joshua.
– Savannah iria me matar se eu voltasse sem você. - Disse e me soltei dele voltando a andar.
– Se você continuar sendo um idiota sou eu quem volta sem você. - Resmunguei e ele riu.
A noite ia chegando e eu ficando cansada de tanto andar, não havíamos encontrado ninguém, nem uma casa, nem nada.
Joshua estava ficando desesperado e tudo pirou quando voltamos para o mesmo lugar que começamos a procurar.
– Tem algo errado. – Disse.
– Não tem ninguém aqui. - Falei e ele me olhou.
–Tem que ter... Não podemos ficar morando aqui, isso só da certo em filme. - disse apavorado.
– Vamos acabar morrendo! – Falei sentindo uma vontade imensa de chora.
– Não, não vamos, tenho uma idéia. - Disse sério e começou a voltar para a praia enquanto recolhia alguns galhos secos.
Ele juntou todos e começou esfregar um no outro.
– Isso não vai dar certo, isso é ridículo, você não é o Tarzan. - Falei inconformada e ele se levantou ficando em minha frente.
- Para de reclamar, se quer morrer vai em frente! Tem um mar para se afogar, varias cobras para te picar e inúmeros lugares para você bater a cabeça. Faça o que quiser, só não fica enchendo a porra do meu saco, porque eu NÃO quero morrer. - Gritou me olhando e meus olhos encheram de lágrimas.
Eu não iria chorar na frente desse imbecil, não iria dar esse prazer para ele.
Me virei e dei passos pesados para longe dele.
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VAI SER DIFÍCIL ESSES DOIS TEREM UMA BOA CONVIVÊNCIA VIU.
VOTEM E COMENTEM.
BEIJOS DA ANA😘