Eu sou, de longe, uma das pessoas mais azaradas dessa vida quando o assunto é amor.
Sabe aquele ditado popular que diz "Azar no jogo, sorte no amor"? Pois é, comigo é azar no jogo e no amor. Prazer, eu sou Jeon AzarentoKook.
Meu infortúnio no amor começou quando eu tinha 12 anos e meu pai me abandonou com a minha madrasta porque ele não a amava mais e, aparentemente, não me amava também. Até hoje o homem não me ligou mais e nem procurou saber de mim. Mas de qualquer maneira ele nunca me fez muita falta, estando ou não presente na minha vida, porque desde que minha mãe faleceu quando eu estava com meus 3 anos ele se distanciou e se fechou apenas para o trabalho.
Mais tarde, no ensino médio, eu tive minha primeira paixãozinha de colegial. Sabe, aquela paixão que te deixa nervoso, as mãos começam a suar e o coração palpita forte quando a pessoa se aproxima, o índice de presença na escola aumenta porque você não quer faltar só para vê-la.
Pois é, essa paixão.
Mas na época eu era um pateta que não sabia chegar em ninguém, então eu colocava bilhetes anônimos no armário da garota, até que um dia ela me viu tentando enfiar um papel gordinho pela fresta do armário e me deu um fora elegante com as seguintes palavras: "Você é um garoto legal, mas eu sou muito nova para querer um relacionamento agora e você parece querer algo sério."
Pura balela porque depois de 2 semanas ela apareceu namorando o garoto magricela do terceiro ano.
Não posso deixar de relembrar do primeiro garoto que eu gostei quando ainda estava no ensino médio, ele era obcecado por coisas sobrenaturais; quando eu fui na casa dele, ele queria brincar de chamar espírito. Depois disso eu nunca mais falei com o garoto e acho que não dormi por umas 3 noites seguidas.
Eu poderia fazer um livro de desgraças amorosas de tanta coisa que eu já passei tentando encontrar minha metade da laranja. E bom, azar no jogo também porque nem pular amarelinha eu sei, eu sempre pisava no número errado.
Atualmente eu simplesmente desisti de forçar encontrar um amor ou ter sorte em qualquer coisa e sigo minha vida normalmente. Acordando cedo todos os dias para trabalhar no mercado do centro de Seul como caixa junto do meu melhor amigo, Kim Taehyung, que é o empacotador.
Eu saí de Busan, minha cidade natal, assim que terminei o ensino médio com a ideia de que iria para Seul fazer uma faculdade. Mas a verdade é que eu nunca me interessei realmente por algo, é só aquela baboseira que todo mundo tenta enfiar na mente dos estudantes de que você tem que fazer uma faculdade pra ser alguém na vida, você tem que continuar estudando mais mesmo depois de passar a vida estudando e isso é um porre. Então, eu apenas comecei a trabalhar em lugares pequenos até conseguir um emprego bom no maior mercado de Seul onde eu já estou há uns 5 anos e também onde eu conheci o Taehyung, que saiu de Daegu para encontrar um novo rumo em outro lugar.
— Vai lá em casa hoje pra gente fazer nada, Tae. — Digo ao maior quando chego no trabalho depois de colocar meu uniforme e me sento na cadeira preparando tudo para quando o mercado abrir.
— Boa, mané. A gente pode comer alguns hambúrgueres de microondas por lá. — Ele responde se encostando no caixa.
Logo o mercado abriu e por ser segunda-feira o movimento não estava tão grande, então nos pequenos intervalos livres eu conversava com Taehyung sobre assuntos aleatórios, até que algo chamou minha atenção. Quando meu turno estava prestes a acabar, um garoto baixo, com cabelos loiros tão sedosos que parecia que o mesmo estava participando de um comercial de shampoo, entrou rapidamente no mercado e foi direto para a fileira dos salgados, ele parecia estar com pressa.
— Tae, você viu o que eu vi? — Pergunto ao maior do meu lado que nega. — Aquele loirinho ali pegando o salgadinho fedido. — Digo apontando discretamente com a cabeça para o garoto que logo começou a caminhar novamente rumo a outra prateleira.
— Lá vem você se apaixonando por desconhecidos, Jeon. — Ele reclama e faz uma negação com a cabeça.
— Não, você não tá ligado, esse cara aí não é um simples desconhecido. Eu preciso saber quem ele é, Taehyung. — Exclamo como se minha vida dependesse disso e assim que termino a fala percebo o garoto loiro parado na frente do meu caixa esperando eu percebê-lo para cobrar sua compra.
Enquanto passo suas poucas coisas, fico procurando disfarçadamente algo que pudesse me indicar algo sobre ele, nome ou qualquer coisa do tipo, mas apenas quando ele pega seu cartão para pagar, eu consigo ler de relance um "Park" escrito no mesmo.
Maldita miopia.
— Débito ou crédito? — Pergunto olhando-o descaradamente, mais do que eu realmente queria.
— Débito. — Ele responde sorrindo sem graça e eu desvio o olhar até o mesmo se retirar do mercado, me apaixonando ainda mais depois de ouvir sua voz.
— Taehyung, você ouviu a voz dele? Que voz linda, meu Deus. E aquele cabelo? Eu juro que se esse cara não é um modelo ou um ator ele tá desperdiçando aquele rosto perfeito. — Digo rapidamente quase atropelando as palavras enquanto andava junto com Taehyung de volta para minha casa.
— Jungkook, você não sabe nem se o homem namora, se tá interessado em você ou, principalmente, se corta para o outro lado. — Ele me diz e eu nego rindo.
— Meu gaydar apitou absurdamente, Taehyung, se aquele homem não for pelo menos bi minha vida inteira vai ser uma mentira. — Respondo dramaticamente.
— Você realmente não vai desistir até levar um fora dele, não é? Sorte sua que seu melhor amigo aqui é melhor que o FBI— Ele diz se vangloriando e eu o acompanhei à risada.
Nós seguimos falando qualquer baboseira que chegasse a nossa mente até finalmente entrar em minha casa e, enquanto Taehyung abria meu computador para procurar o Park, eu fui em direção a cozinha para descongelar nossos hambúrgueres.
Por morar sozinho e ser muito preguiçoso eu não sou de cozinhar muito, apesar de cozinhar bem, e na maior parte do meu tempo livre eu estou com Taehyung, que também é um desastre na cozinha, então normalmente sempre optamos por comer algo congelado ou pedir comida pronta.
— Achei o Facebook dele, eu sou demais. — Ouço Taehyung falando quando volto para a sala equilibrando dois pratos com os lanches e os copos de Coca-Cola em cima.
— É por isso que eu te amo. — Me sento no sofá ao seu lado e pego o notebook, para fuçar no Facebook. — Park Jimin o nome dele, ficaria lindo se fosse Jeon ali no lugar. — Comento e Taehyung quase se engasga com a Coca-Cola quando começa a rir.
— Se sair Coca-Cola pelo meu nariz eu vou te quebrar, Jungkook. — Ele diz ainda rindo. — Para de ser iludido, garoto.
— Eu não estou me iludindo… Estou apenas pensando na roupa que eu vou no dia do nosso casamento. — Digo sorrindo fazendo uma pausa teatral entre uma frase e outra. — Não tem muitas informações no Facebook dele, que droga. Mas aqui consta que ele é solteiro, já é algo. — Sorrio com esperança.
— Ele trabalha para a polícia. — Taehyung afirma apontando para a tela do notebook.
— Eu vou ligar pra lá. — Falo me levantando para pegar meu celular, mas Taehyung me impede.
— Você pirou? Vai ligar e dizer o quê? É o trabalho dele, Jungkook, um trabalho muito sério, por sinal.
— Poxa, são apenas alguns segundinhos, não vou matar ninguém pra isso. — Respondo fazendo um bico involuntário e pego meu celular.
— Manda mensagem no Facebook dele, sua anta. — Ouço ao mesmo tempo que recebo um tapa na cabeça.
— A última postagem dele foi em 2018, Taehyung, ele nem deve mexer nisso mais. — Respondo ameaçando dar um soco em troca.
— Eu não quero nem ouvir. Se ele ficar puto com você eu vou rir. — Ele diz e se levanta, levando os pratos e os copos para a cozinha.
— O que pode dar errado? — Falo sozinho e disco o número da polícia.
— 911, qual é sua emergência? — Escuto e reconheço que talvez seja a voz dele.
Não é possível que logo ele me atenda de primeira, eu tenho certeza que é o destino agindo para ficarmos juntos e sermos um casal feliz.
— É Park Jimin que está falando? — Pergunto tentando usar um vocabulário mais refinado para parecer sério.
— Quem fala? Você está com alguma emergência? — Ele perguntou e eu pude perceber nitidamente seu tom confuso.
— Estou. O Sr. roubou meu coração quando passou no Lotte Mart hoje de tarde e minha única cura é o número do seu celular. — Digo em um surto de coragem.
— Puta que pariu. — Ouço Taehyung exclamar, praticamente do outro lado da casa e seguro fortemente a risada.
— Eu não sei que tipo de palhaçada é essa, se você é um stalker ou coisa assim, mas esse aqui é o meu trabalho e não um… — Ele começa a falar, prestes a desligar o telefone, mas eu o corto.
— Não desliga, foi a única maneira que eu achei de te contatar, por favor. — Imploro por mais algum tempo e quando ele percebe que eu não pretendo parar tão cedo, me passa seu numero para que eu pare encher seu saco. — Consegui, Taehyung. Chupa. — Digo rindo enquanto salvo seu número.
— Quem garante que ele não te passou um número aleatório só pra você parar de ser um idiota? — Ele responde voltando a se sentar do meu lado.
— Vamos descobrir agora.
Depois de mandar mensagem para o Park Jimin eu tiro meu celular do silencioso e o deixo de lado, porque ele provavelmente só vai responder quando sair do trabalho, isso se responder. Enquanto espero, eu e Taehyung colocamos Diário de uma paixão na TV para assistir depois que a Taeyeon, irmã do Tae, encheu nosso saco para assistir, dizendo que chorou a noite inteira quando terminou.
No geral eu sou uma pessoa que se emociona fácil, qualquer briga antes mesmo de abrir a boca para falar, meus olhos já estão se afogando nas lágrimas e eu já estou parecendo um neném quando quer algo no mercado. Quando o filme acaba, ficamos eu e Taehyung tentando discretamente limpar as lágrimas que caíram durante praticamente metade do filme.
— Que porra de filme triste. — Ele diz e nós começamos a rir quando olhamos no rosto inchado e vermelho um do outro.
Depois de um tempo para nos recuperar mentalmente do filme anterior, estávamos decidindo qual outro filme assistir, que convenhamos demora mais do que assistir de fato, e meu celular apitou.
— É ele, Taehyung. — Digo desbloqueando o celular começando a me tremer já.
— O que ele disse? — Ele perguntou curioso, se aproximando de mim para ler a conversa também.
Jungkook (08:00 P.M.)
Park Jimin?
Futuro amor da minha vida (10:20 P.M)
Stalker?
Quem é você?
— Taehyung ele salvou meu contato, a foto dele tá aparecendo, meu Deus, olha como ele é lindo. — Digo surtando.
— Foco, garoto, responde o homem— Ele me repreendeu e eu volto a atenção para o celular.
Jungkook (10:23 P.M.)
Não sou stalker.
Hoje mais cedo você passou no Lotte Mart, eu trabalho lá, você passou sua compra no meu caixa.
Meu nome é Jeon Jungkook.
Você é muito lindo, aliás.
— Jungkook você está parecendo um maníaco já, para de elogiar o cara, conversa que nem gente. — Taehyung me repreendeu mais uma vez.
— Não tenho culpa que eu sou muito romântico. — Respondo e sorrio quando recebo mais uma mensagem.
Futuro amor da minha vida (10:25 P.M.)
Oh! Acho que me lembro de você.
Não era mais fácil você ter pedido meu número lá, em vez de me achar de alguma forma e ligar para o meu trabalho?
Jungkook (10:25 P.M.)
Parando para pensar agora, realmente…
Desculpa, por isso.
— Você é um lesado mesmo. — Taehyung diz rindo.
— Você também, seu tapado, nem pra me dar uma luz.
Futuro amor da minha vida (10:26 P.M.)
Certo.
Fiquei com certo medo quando ligou perguntando por mim.
Mas enfim, o que você quer?
Jungkook (10:26 P.M.)
Sendo totalmente sincero…
Eu quero te chamar pra sair.
Futuro amor da minha vida (10:30 P.M.)
Mas eu nem te conheço, e se você for um assassino e quiser me matar ou algo assim?
Jungkook (10:30 P.M.)
Eu não sou um assassino.
— Isso é exatamente o que um assassino diria. — Ouço a voz de Taehyung no meu ouvido ao mesmo tempo em que leio a mensagem que chega.
Futuro amor da minha vida (10:31 P.M.)
Isso é exatamente o que um assassino diria.
— Porra, vocês falaram a mesma coisa. — Digo surpreso.
Jungkook (10:32 P.M.)
Se você aceitar sair comigo sexta-feira às 19 horas, vai ter a semana inteira para me conhecer, assim posso te provar que não sou um assassino.
Futuro amor da minha vida (10:39 P.M.)
Veremos, Jeon.
Futuro amor da minha vida está offline
— Ele aceitou? Não é? — Pergunto confuso e surpreso, com uma ponta de esperança crescendo dentro de mim.
— Não disse que sim, mas também não disse que não. — Taehyung responde igualmente surpreso. — Achei que você ia levar um fora maior que aquela vez que você chamou a Hyejin do açougue para sair. — Ele relembra rindo e eu dou um soco fraco em seu braço.
— E você e o tal do Yoongi, deu em algo? — Pergunto e percebo seu sorriso diminuir e seus ombros cair, sabendo que não tem coisa boa por vir.
Passamos o resto da noite conversando sobre nossa vida e falando um pouco da vida dos outros também, foi a única forma de acalmar meu interior com o nervosismo para Sexta-feira, mas quando nós fomos dormir, meu consciência não me deixou em paz tão cedo, pensando em como será o encontro, se eu vou fazer alguma merda como eu sempre faço, se ele vai gostar de mim. Foram milhares de perguntas até eu finalmente conseguir pegar no sono quando já passavam das três horas da manhã, quase me fazendo atrasar para o trabalho no dia seguinte, se não fosse Taehyung para me acordar.
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Cheguei com uma bebê nova, o que acharam?
Essa semana não teve e não vai ter atualização de "Meu colega de classe?" porque eu estava trabalhando nessa fanfic, mas logo logo ela chega.
Essa fanfic era pra ser uma One shot, mas eu, particularmente, não gosto de colocar muitas coisas em um capítulo só, ele ia ficar enorme, então eu dividi ele em dois, a segunda parte logo sai também.
Enfim, espero de coração que tenham gostado, eu tive essa ideia meio do nada e depois de desenvolver melhor o plot eu escrevi e estou gostando do resultado, torço para que vocês também.
Agradeço a alascoux_ por me ajudar com a betagem do capítulo ♥️.
Comentem bastante e não esqueçam do votinho que é super importante para mim ✨.
Até o próximo 👣.