Através da fenda, minha visão foi direcionada para o vasto mar. Para minha surpresa, vi que nuvens escuras pairavam sobre os arredores, flutuando perto da superfície do mar como se estivessem grudadas nele. O acúmulo de nuvens escuras de aparência idêntica seguiu na direção do barco, parecendo um esquadrão de pessoas bem treinadas para pilotar aeronaves.
Não havia absolutamente nenhuma razão para o navio pirata estar seguindo o bando de pássaros , mas essas aves migratórias dependiam do campo magnético natural do ambiente para determinar a direção em que estavam indo. Portanto, para que esse fenômeno inconcebível aparecesse, a única explicação possível era que havia um campo magnético muito maior, mais forte do que o da Terra, colocado nesta nave. Essa força não apenas influenciou o vôo dos pássaros, mas também alterou o curso de direção do navio!
Lembrei-me do que Agares havia dito anteriormente, e não pude deixar de olhar para o contorno de seu rosto afiado, que estava inclinado para um lado. Honestamente, era difícil acreditar que os tritões possuíam uma força tremenda que ultrapassava os limites do que alguém consideraria normal. Realmente superou completamente minha imaginação. Eu disse a ele: "Isso - isso é obra sua..." Engoli em seco e perguntei: "Para onde você pretende nos levar?"
Agares não respondeu imediatamente à minha pergunta, e seus longos cílios caíram em suas bochechas. Seu olhar parecia estar desvanecendo nas profundezas incomensuráveis como nuvens, chegando ao fim distante do mar antes de mergulhar ainda mais fundo no abismo sem fundo, como se ele estivesse imerso nas memórias de um passado distante. Demorou um pouco antes que ele murmurasse em voz baixa, "Lemegeton..."
Meu corpo todo tremia enquanto cada parte do meu corpo vibrava de excitação.
Eu já tinha ouvido essa palavra antes, e você poderia até dizer que eu estava extremamente familiarizado com ela. Era uma lenda centrada em uma ilha que se dizia nunca ter existido. Porém, assim que ouvi falar dele, acreditei na sua existência do início ao fim e até li muitos dados sobre ele em livros e revistas.
Suspeitei que fosse uma ilha histórica deixada na superfície do mar pela Atlântida que havia afundado no mar, mas nunca havia pisado na ilha, pois não tinha acesso a ela. Então, no final, eu não consegui encontrar nenhuma evidência para apoiar a existência da ilha, então minha especulação ainda era apenas uma especulação.
Tudo começou durante os primeiros estágios do meu projeto de pesquisa sobre tritões. Fiz uma visita a um cientista que havia passado muitos anos em uma missão para procurar bombas nucleares com o navio de Exploração da União Soviética - o professor Vinogreider.
Ele já havia publicado um livro de memórias no jornal sobre o que tinha visto. No meio de sua missão de busca de bomba nuclear, eles pegam uma sereia sob a água nas proximidades de uma ilha próxima. Eles tentaram coletar informações a partir dele e, usando um padrão de comunicação especial, chegaram à conclusão de que a linguagem cultural desta sereia originou-se da Atlântida que havia desaparecido.
Eu me lembrei do professor Vinogreider me dizendo claramente que a ilha habitada por esta sereia era chamada de “Lemegeton” por eles.
Era uma ilha flutuante que só apareceu em um determinado período na superfície do mar, e quando eles voltaram depois de apenas alguns dias, ela já havia desaparecido sem deixar vestígios como uma miragem . A sereia capturada havia roubado seu precioso gravador de vídeo junto com um membro da tripulação, e eles desapareceram misteriosamente todos juntos, quase como se a sereia nunca tivesse sequer aparecido.
O professor Vinogreider foi incapaz de se recuperar desse revés, e suas memórias escritas logo foram reduzidas a algo tão falso e falso.
Entre os vários alunos que entrevistei naquela época, apenas eu permaneci incomparável e acreditava firmemente em suas lembranças. Eu até usei seus métodos de pesquisa baseados em seus estudos para encontrar rastros de tritões, e este foi um pré-requisito que me ajudou a obter o reconhecimento de Rhine.
“Lemegeton ... Lemegeton!”
Murmurei em voz alta, e todo o meu corpo parecia que iria explodir com a imensa sensação de deleite que me envolveu. Eu senti como se tivesse recebido iluminação e muita fortuna dos céus. Por um momento, esqueci que estava em um lugar desconhecido, e foi só quando Agares se aproximou de minha vizinhança que fui abruptamente retirado de minhas memórias.
Seus olhos brilharam vagamente com um traço de nervosismo e excitação. Suas mãos palmadas acariciavam minha bochecha com grande cautela, como se eu fosse um objeto precioso e frágil. Eu inconscientemente tentei virar meu rosto para me esconder dele, mas não consegui, enquanto os lábios de Agares beijavam minhas orelhas, um por um, antes de passar para minhas têmporas. Em uma voz profunda e atraente, as palavras fluíram de sua boca em murmúrios baixos.
“Você vai gostar do Lemegeton… Mas tome cuidado… Não vá embora… Porque você é delicioso…”
Quando o significado por trás de suas palavras clicou, o cabelo das minhas costas se arrepiou de horror. Agares me disse que, uma vez que chegássemos a Lemegeton, eu não poderia deixar seu lado. Isso significava que naquela ilha, além de Agares, havia outros tritões?
De repente, percebi que, enquanto estava imerso na alegria de saber que essa ilha existia, havia esquecido o lado negativo das coisas. Como o Lemegeton era o habitat dos tritões, naturalmente haveria mais deles por aí, e eles eram bestas como Agares . Se o tritão da população de lá também se interessasse por machos humanos... Meu Deus!
Não, não, não vai acontecer... Isso não corresponde às características naturais e hábitos de outros seres.
Eu tentei meticulosamente me tranquilizar enquanto Agares estava me encarando com olhos fixos. Suas pupilas flutuaram junto com a mudança de minha luta mental que foi expressa em meu rosto e soltou um sorriso como se estivesse satisfeito em detectar traços de meu medo, "Não tenha medo, eu protegerei Desharow..."
Seus lábios se demoraram na ponta do meu nariz, e o tom baixo de sua voz soou como se ele estivesse acalmando uma criança. Com isso, ele abaixou a cabeça e me beijou, e a garra que estava na minha nuca se aproveitou de mim em um estado atordoado, deslizou até minha bunda e a massageou com os dedos. A ponta de sua cauda enroscou-se em minhas panturrilhas e lentamente começou a esfregar obscenamente contra elas.
"Odioso... eu não preciso de você para me protegerm.. Sua besta selvagem estúpida, seu demônio do sexo, vá embora!", Essa maneira de declarar abertamente sua posse fez com que meus sentimentos mudassem de vergonha para raiva. Por reflexo, usei meu joelho para empurrar contra Agares na tentativa de separar minhas pernas de sua cauda áspera, mas flexível, mas forte. Foi nessa hora que um grupo de passos ecoou pelo teto da cabana.
Agares parou suas ações e olhou para cima ao mesmo tempo que eu. De repente, a porta da escotilha à frente foi aberta, resultando em um grande estrondo, antes que um corpo que estava todo amarrado fosse jogado na água como um saco de areia, criando um barulho alto. No minuto em que a porta da escotilha se fechou novamente, ouviu-se um barulho de água espirrando no canto, depois metade do corpo de uma pessoa saltou debaixo d'água.
Meus nervos dispararam. É Rhine, ele ainda está vivo!
Eu instintivamente quis chamá-lo, mas antes que pudesse fazer um som, minha boca foi completamente coberta pela garra de Agares. A cauda que estava enredada na minha perna prontamente mergulhou na água, desaparecendo. Agares usou a parte superior de seu corpo para me prender silenciosamente no canto da parede, e suas costas largas me sombrearam completamente na escuridão. Era quase como se ele temesse que Rhine fosse me arrebatar e, além disso, mesmo nesse momento crítico, ele inesperadamente abaixou a cabeça e tentou beijar meu pescoço.
Droga! Com meu cotovelo, segurei a cabeça de Agares que estava tentando travar no meu peito, enquanto meus olhos latejavam violentamente em descrença. Este grupo de piratas ignorantes não percebe o que poderia acontecer se nós três fôssemos confinados nesta cabana. Ai, meu Deus, não consigo imaginar o que aconteceria se Rhine e Agares entrassem em conflito. Só espero que não possamos nos ver no escuro!
Parecia que Rhine de fato ainda não nos tinha visto no escuro. Ele simplesmente olhou para baixo como se estivesse cuidando da própria vida e começou a morder as cordas que prendiam suas mãos e corpo, revelando a característica peculiar de um soldado. Mesmo estando amarrado, a força de seus dentes ainda era notável. Nem mesmo um minuto se passou antes que ele já tivesse afrouxado as cordas ao redor de seu corpo, e da água ele se endireitou e começou a observar o ambiente ao redor.
No final das contas, o cenário que mais me preocupava e esperava que não acontecesse era inevitável.
Os olhos de Rhine varreram todos os cantos e recantos da cabana, antes de finalmente pousarem sobre nós, e naquele momento, seus olhos se arregalaram de repente. Seu rosto resoluto e firme, num piscar de olhos, mudou para revelar choque e indigência , sua expressão original havia desaparecido. Ele estava lívido. As mãos ao lado de seu corpo tornaram-se punhos cerrados e os nós dos dedos estalaram.
Ainda assim, em comparação com o humor agitado de Rhine, Agares simplesmente fez ouvidos moucos e me segurou pela cintura, depois mostrou a língua e lambeu desenfreadamente minha clavícula. Ele chegou ao ponto de fazer um barulho indecente, vergonhoso e úmido. Ele estava retaliando a provocação que Rhine fez no navio, e não só não se preocupou em escondê-la, como também esfregou o fato de que eu pertencia a ele como uma esposa na cara de Rhine. Essa era uma das maneiras mais comuns de qualquer homem declarar guerra a outro no ambiente natural.
Devido a esse sentimento de vergonha, afundei-me desesperadamente mais fundo na água, mas fui impedido por Agares que virou meu corpo. Um par de garras desenfreadas percorreu todo o meu corpo, alto e baixo. Ele acariciou-os com as unhas e até rasgou minha calça, apoiando minhas duas pernas enrolando-as na cintura. Ele então pegou sua enorme arma e a esfregou fortemente contra o lado da minha perna.
Essa besta estava pensando em me matar na frente do Reno!? Fiquei envergonhado além das palavras e mordi firmemente o dedo de Agares, esperando que isso o forçasse a cessar aquele ato bárbaro. No entanto, não ajudou em nada, pois Agares era realmente uma besta. Ele realmente não entendia o que era chamado de sentimento de vergonha. Ele estava usando seu próprio jeito estranho de mostrar às pessoas que eu era sua companheira.
Não! Lutei para mover meu pescoço quase impossível de manobrar. Com o canto dos olhos, vi Rhine se agachando na água, procurando algo perto de seus pés. Ele então segurou uma protuberância irregular na parede enquanto se endireitava e, antes que eu percebesse, ele já estava correndo em direção a Agares e eu com uma adaga militar brilhando em sua mão.
Mais precisamente, ele estava saltando em direção à parte da cauda de Agares que foi exposta pela água. Naquele instante, a longa cauda em forma de cobra ergueu-se da água, criando ondas ao redor, e chicoteou em direção ao corpo de Rhine na velocidade da luz, mas Rhine foi rápido em se esquivar. No entanto, quando Rhine estava evitando, ele acidentalmente caiu na água, mas sua mão conseguiu agarrar com força a cauda do tritão, onde ele empalou a adaga nas extremidades caudais da cauda de peixe.
O corpo de Agares imediatamente disparou, sua garganta emitindo um silvo baixo. Ele virou o rabo na direção oposta e lançou um ataque surpresa. Imediatamente, o corpo inteiro de Rhine voou contra a parede, criando um baque assustadoramente alto. Antes que Rhine pudesse soltar um suspiro, ele caiu diretamente na água. Por um momento, acreditei completamente que ele estava morto e não esperava que ele aparecesse da água depois de alguns segundos. Rhine encostou-se à parede, ofegante, e seu rosto estava coberto de sangue. Ele ainda estava segurando a adaga, olhando tenazmente para Agares. Uma batalha feroz estava prestes a começar.