Uma Nova Oportunidade

By nywphadora

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[Tradução de "Una Nueva Oportunidad"] A segunda guerra bruxa terminou, mas levou muitas vidas, entre elas a d... More

Prólogo
Conversa com Dumbledore, e o primeiro jantar
Começando com a atuação
Entre verdades e lembranças
Rubores à vista e "O que significa isso?"
Um descuido muda um pouco as coisas
Muitas perguntas para nenhuma resposta
Passo a passo
Momentos especiais
Muita paz é pedir muito
Lembranças e mal entendidos
Retrocesso
Verdades
Uma história a contar - parte 1
Uma história a contar - parte 2
Uma noite com imprevistos
Ao estilo maroto
Suspeitas e planos
O caminho escolhido
Traições que doem
O peso das palavras
Aproximações
A última horcrux
Epílogo
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Isso não é um adeus

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By nywphadora

Disclaimer: a fanfic foi escrita por leona19, a tradução foi realizada por mim e esse capítulo foi escrito por mim.

Isso não é um adeus.

Tonks caiu direto em um chão de pedra, tossindo e engasgando, os seus pulmões procurando desesperadamente por ar, expulsando a água que tinha entrado quando ela quase se afogou. Sua mão direita foi imediatamente para o bolso de seu casaco, desesperada pela simples ideia da horcrux ter se perdido no lago. Se tivesse caído...

Mas estava lá.

Piscou os olhos algumas vezes quando duas mãos a viraram no chão, tentando afastar a água do seu ponto de vista, e então viu o rosto preocupado de Sirius.

— Mas o que...? — tentou perguntar, ainda tossindo.

— Nós estávamos no Salão Comunal e do nada Harry surtou, disse que não conseguiriam sair da caverna — o seu primo começou a falar — Então eu fui falar com Regulus...

— Onde está Albus? — obrigou-se a se sentar, sentindo o mundo girar no mesmo instante.

— Ala Hospitalar. Monstro trouxe ele, aí contou que você tinha se afogado — disse Harry ao seu lado, visivelmente preocupado.

Deixou-se cair de novo no chão, respirando fundo e tentando acalmar as batidas do seu coração.

Por um segundo, pensou que ia morrer.

— Conseguiu? — escutou a voz de James em algum canto da sala.

Pôs a mão dentro do bolso do casaco e tirou o maldito medalhão, mostrando a eles.

— É, eu consegui.

Pensaram que seria mais prudente se ela fosse levada até a Ala Hospitalar, Harry e Sirius ajudaram-na a se levantar e caminhar até lá. As cortinas estavam corridas ao redor da cama do diretor, mas provavelmente ele não estava muito bem depois de tomar a poção.

— Ninguém pode saber disso — Madame Pomfrey declarou — Podem imaginar como a escola ficaria se soubesse que o diretor está fragilizado na cama.

Ainda mais os Comensais da Morte, que passavam informações para Voldemort.

Acordou no meio da madrugada, sentindo-se bem melhor do que quando tomou a poção para dormir, e percebeu que foi Remus quem a acordou.

— Desculpa, não quis te acordar — ele sussurrou, segurando a capa da invisibilidade nas mãos.

— Não tem problema.

Ergueu-se com dificuldade.

— O professor Dumbledore fugiu da Madame Pomfrey há algumas horas — ele comentou.

Virando-se para o lado oposto, viu que era verdade. A cama com o cortinado antes corrido agora estava vazia.

— Que grande exemplo — brincou, um leve sorriso em seu rosto.

— Não é? — ele deu um sorriso de lado, mas ficou sério logo depois.

Poderia ficar horas acordada observando o seu rosto, iluminado apenas pela luz da lua minguante que passava pela janela aberta. Arrastou-se para a outra ponta da cama, que não era nem de perto confortável e espaçosa como a dos dormitórios.

— Eu prometi que dormiríamos juntos, lembra? — explicou-se.

— Madame Pomfrey vai nos matar — mas mesmo assim, ele afastou o lençol e deitou-se ao seu lado.

Acomodou-se mais próxima dele e deitou a cabeça em seu peito, escutando as batidas de seu coração. Não queria voltar a dormir, isso só aproximaria o momento em que teriam de se despedir, e mesmo que ele fosse se esquecer dela, não queria ver aquela expressão em seu rosto outra vez.

— Não acha que você devia esquecer também?

Tonks levantou a cabeça para tentar entender do que ele estava falando.

— Quando voltar ao seu tempo, vai continuar se lembrando de tudo o que aconteceu — Remus explicou — Mesmo que as coisas mudem... não acha que devia se esquecer também?

— Acho que você tem razão. Seria potencialmente problemático eu ficar falando de coisas que nunca aconteceram — voltou a deitar-se — Mas eu vou ter lembranças desse tempo que eu não vivi? Isso tudo é tão confuso.

— Acho que vai se lembrar com o tempo. Afinal, continuará sendo você mesma.

Fazia sentido. Não seriam duas Tonks vivendo no mesmo período ao mesmo tempo.

— E então nós vamos viver a nossa vida — ela disse.

Remus moveu-se para que pudessem olhar um para o outro de frente.

— Me conta o que aconteceu na caverna — ele pediu.

— Por quê? — ela franziu levemente o cenho.

— Porque eu não quero dormir, e eu preciso escutar a sua voz pela última vez.

Sentiu os seus olhos lacrimejarem, mas piscou algumas vezes para afastar as lágrimas.

— Encontrei com Albus no hall de entrada...

Depois que contou o que aconteceu na caverna, nos mínimos detalhes, contou sobre as vezes em que eles e Sirius ficaram bebendo e conversando em Grimmauld Place, contou sobre a sua época de escola. Coisas que não tinha contado antes porque não era importante para a missão.

Acompanhou nos olhos de Remus como a luz da lua foi desaparecendo e dando lugar ao fraco sol da manhã. Tentou fazer com que ele reagisse ao que contava algumas vezes, contando piadas sem graça, mas na maior parte do tempo ele se manteve calado, prestando total atenção no que dizia, sem desviar o olhar de seu rosto.

Em algum momento, ele estendeu a mão, hesitando a alguns centímetros de sua pele, como se tivesse medo de tocá-la — o que era uma ideia absurda, considerando todas as vezes que se tocaram antes.

— Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Soltou uma risada chorosa. Não conseguia ver como podia ser verdade. Os marotos tinham sido o seu apoio desde que se conheceram, os seus primeiros e únicos amigos, transformaram-se em animagos para poderem estar com ele durante as luas cheias. O que ela tinha feito comparado a isso?

— Quem tem problemas de autoestima agora? — ele ergueu uma sobrancelha.

— Quem lê a mente do outro como se soubesse tudo sobre ele agora? — ela retrucou.

Passou a mão pelo próprio rosto, secando uma lágrima traiçoeira.

— Acho que é melhor você ir, antes que Madame Pomfrey nos veja aqui — disse, por mais que não fosse o que queria.

Remus assentiu e então puxou-a para um dos mais profundos e apaixonados beijos que já deram na vida. Tinha uma pontada de desespero também, das saudades antecipadas pelos anos que passariam afastados.

Se eles tivessem tido mais tempo...

Ele levantou-se e pegou a capa da invisibilidade caída no chão. Observou-o caminhar até a saída da Ala Hospitalar e desaparecer sob a capa.

Ficou alguns minutos na mesma posição, observando o ponto vazio no chão, e então deixou-se deitar. Devia estar um desastre, as olheiras enormes por baixo dos olhos, e a cara amassada pelas poucas horas de sono. Não demorou muito tempo para que Madame Pomfrey saísse de sua salinha e parasse a meio caminho de sua cama, percebendo que a cama do diretor estava vazia. Enquanto resmungava sobre responsabilidades, deu uma última checada na garota antes de dá-la alta.

Os corredores da escola ainda estavam vazios, já que era sábado e não tinha aula.

Não encontrar uma única alma viva enquanto caminhava a fez se lembrar da Batalha de Hogwarts. Conforme amanhecia, o sol iluminava os corredores cobertos de destroços e corpos perdidos. Balançou a cabeça, tentando ignorar a imagem que se formou. Imaginou que fosse cedo até para o café da manhã, então seguiu as escadas movimentadas até o Salão Comunal da Gryffindor.

Aparentemente, Harry, James e Lily tinham passado a noite conversando. Sirius estava roncando no sofá, tinha um bigode de chantilly em cima da boca.

— Bom dia — Harry sussurrou, movendo as sobrancelhas, sugestivo.

— Eu estava na enfermaria, seu pervertido — retrucou, pegando uma almofada de cima da perna de Sirius para jogar em sua direção.

James desviou o olhar, soltando uma tosse suspeita. Parece que o pequeno Potter tinha se lembrado de contar a eles sobre a vez em que flagrou Remus e Tonks n'A Toca. Que bom que eles se esqueceriam disso em algumas horas.

— O professor disse alguma coisa? — Tonks perguntou, aproximando-se da família e sentando-se no tapete junto com eles.

Podia ver algumas embalagens de comida vazias jogadas no chão, e não pôde evitar que um leve sorriso se estendesse por seu rosto ao imaginar Harry se divertindo com os seus pais e padrinho, como sempre deveria ter sido. Como seria dali em diante.

— Nada ainda — respondeu o moreno — É tão estranho...

— Não estar no comando pela primeira vez? — ela arriscou-se a adivinhar o resto da frase.

Harry procurou por muitas horcruxes e teve que se encarregar quase que pessoalmente da destruição de cada uma delas. Já tinha sido estranho não ir até a caverna no dia anterior, deixando tudo nas mãos de Tonks, e agora ele não veria Dumbledore usar fogomaldito em todas as relíquias reunidas.

— Eu imaginei que ele levaria mais tempo para se recuperar depois de ontem — disse Lily, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— O homem é forte. Ele já tem 96 anos e é como se ainda tivesse a nossa idade — respondeu James.

— Como você sabe a idade dele? — ela ergueu uma sobrancelha.

— Só 96? Pensei que ele era mais velho — comentou Harry.

— É obrigação moral de vocês fazer uma festa de 100 anos para ele daqui a 4 anos — disse Tonks.

— Se eu me lembrar desse diálogo, pode deixar — respondeu James, antes de virar-se para a namorada — Eu sei de muitas coisas.

— Daqui a 4 anos, Harry já vai ter nascido — disse Lily.

— Olha que coisa boa, nem vão precisar esperar muito — falou Tonks.

— Menos tempo do que o Remus... — murmurou Harry, mas foi escutado mesmo assim.

A ruiva deu um olhar para o filho, como se estivesse o repreendendo pelo comentário.

— Eu vou tomar um banho — anunciou a metamorfomaga, levantando-se para deixar a família a sós por mais um tempo.

Não precisava de um anúncio para saber que iam começar as despedidas.

— Espera, Amy!

Já tinha até se desacostumado a escutar aquele nome falso, mas entendeu que não podiam chamar a si mesmos por seus nomes verdadeiros perto de outras pessoas. Lily vinha subindo as escadas internas do dormitório feminino atrás dela e a surpreendeu com um abraço.

— Não queria roubar os seus últimos momentos com Remus — ela se justificou, assim que se afastou — Então eu já estou me despedindo.

— Lily...

— Eu vou sentir a sua falta.

E então voltou para as escadas sem deixá-la responder.

Resolveu se apressar, observando rapidamente o dormitório em que dormiu nos últimos meses. Apesar do Salão Comunal da Grifinória ser confortável, ainda preferia o Salão Comunal da Lufa Lufa, a sua casa, mas tinha sido necessária essa mudança para ficar mais próxima dos marotos.

Pegou as mesmas roupas que vestia no dia em que chegou ao castelo, sentindo que era uma boa forma de ir embora. Banhou-se rapidamente, expulsando toda a sujeira impregnada do dia anterior. Não queria nem pensar que tinha mergulhado em um lago cheio de cadáveres apodrecidos, estremeceu.

Quando desceu as escadas, viu que os marotos — Sirius já acordado e sem bigode —, Harry e Lily esperavam por ela.

— Até que enfim! Estou morrendo de fome! — o seu primo reclamou.

— Quando você não está? — o empurrou fraco quando passou do seu lado.

Como quase não tinha comido no jantar do dia anterior, estava faminta. Ficou quieta, observando como os marotos se esforçavam para manter um clima agradável, agindo como todos os outros dias.

Em certo momento do café da manhã, um aluno mais novo deixou um pedaço de pergaminho com Harry, como Dumbledore sempre se comunicava com eles. O moreno levantou o olhar para ela, com uma mistura de ansiedade com medo.

— Precisamos ir.

Tonks assentiu.

Lily, James, Sirius e Remus deixaram seus pratos pela metade, andando junto com eles até o escritório do diretor.

Não acreditava que finalmente estavam indo para casa.

— Diabinhos de pimenta — Harry disse à gárgula, que moveu-se para o lado, dando passagem ao pequeno grupo.

Dumbledore parecia melhor, concluiu Tonks, assim que entraram no escritório — depois de bater na porta, claro. Nem parecia que tinha feito uma excursão e tomado uma poção tenebrosa horrível. Esperava que ele não tivesse nenhum efeito colateral tardio.

— Bom dia a todos — o professor não questionou a presença dos marotos e Lily.

Em cima da sua mesa, estavam o diário, o diadema, o medalhão, a taça e o anel. Todos apresentando sinais de queimadura e rachados, todos destruídos.

— É uma lástima — Lily lamentou, observando o diadema — Relíquias históricas tão importantes acabando assim.

— O diadema esteve desaparecido por séculos, não vai fazer diferença — disse James.

Dumbledore assentiu e levantou-se de sua cadeira. Pegou de dentro de uma de suas gavetas o mesmo vira-tempo que tinha trazido Harry e Tonks para aquele tempo, tinha permanecido guardado com toda a proteção todos aqueles meses.

— Está na hora — ele declarou.

Harry olhou para os seus pais, seguravam as mãos para dar apoio um ao outro naquele momento. Sabia que sua mãe precisaria, já que seria a única do grupo a se lembrar de tudo o que contaram a eles. O trabalho ainda não tinha terminado, ele sabia disso, mas tinham feito tudo o que puderam, tiraram de Voldemort os seus bens mais preciosos. Mesmo que vissem um pouco da guerra, sabia que não passariam por tudo o que ele tinha passado. Pettigrew tinha sido afastado, ele não poderia mais traí-los, Sirius não seria mandado mais a Azkaban.

Foi seu pai que o puxou para um abraço apertado, que sua mãe rapidamente se uniu. Por que todas as vezes em que se abraçavam eram momentos banhados de tristeza?

— Nos vemos logo — ele sussurrou, antes de afastar-se.

Observou Tonks e Remus abraçarem-se como se nunca quisessem se separar. Permitiu-se sentir esperanças, por mais que a fisgada no seu estômago tentasse deixá-lo com os pés no chão. Todas as vezes em que acreditou que as coisas dariam certo, elas davam terrivelmente errado.

— Ei.

Sirius pôs uma mão em seu ombro, como se entendesse o que ele estava sentindo.

— Vai dar certo — ele disse com uma confiança que o obrigava a acreditar em suas palavras.

— Vamos logo com isso — Tonks disse, sem conseguir segurar as lágrimas dessa vez.

Ela pôde ver alguns frascos de poções perto da mesa, que provavelmente seriam tomadas logo assim que eles se fossem.

Harry pegou o vira-tempo em suas mãos e passou a corrente por trás dela, rodeando-os. Seguraram juntos o pequeno objeto e, com um último suspiro e uma última visão dos marotos daquele tempo, apertaram o botão.

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