Mais rápido do que eu pude processar, Chaeyoung já estava completando cinco meses de vida.
Cada mês de vida de minha menina era uma descoberta nova e um novo surto por minha parte e por parte de Taehyung. Devo admitir que mais por minha parte, já que isso era 100% inédito pra mim.
No segundo mês de vida, Chaeyoung passou a sorrir mais em nossa direção e sabíamos que, agora, o sorriso era direcionado para nós. A primeira vez que ela sorriu pra mim, eu estava dando banho nela, terminando de passar o xampu em seu cabelinho loiro, quando ela se assustou com um pouco de água morna que caiu em sua testa e sorriu pra mim em seguida.
Se eu chorei? Ninguém precisa saber!
No terceiro mês de vida, Chaeyoung já tinha a cabeça mais durinha e movimentava mais os braços e pernas. O que era a alegria de Minjae e Minseo, já que agora a bebê resmungava de volta quando elas tentavam conversar com ela e também conseguia segurar os brinquedos que as meninas colocavam em sua mãozinha. Mas ela perdia o interesse rápido, o que deixava minhas meninas um pouco tristes e frustradas, mas logo as duas também já estavam procurando outras coisas para fazer e esqueciam a suposta "rejeição" da irmã mais nova.
No quarto mês, Birdie já dormia quase a noite toda e mamava menos vezes por dia. Ela também já se mostrava mais interessada nas coisas que aconteciam ao seu redor e sempre gritava empolgada todas as vezes que via o papai Taehyung chegar do trabalho, gargalhando a risada mais gostosa que eu já havia ouvido na vida e puxando com total empolgação o cabelo das irmãs quando elas vinham mimá-la.
Em dezembro, que foi quando Birdie fez o seu quarto mês de vida, fizemos uma pequena reunião familiar para comemorar os meus 24 anos e eu não podia ter tido aniversário melhor, com toda a minha família, amigos, meu marido e minhas três filhas para apagar as velinhas comigo.
No quinto mês de Birdie ela já estava com as covinhas fundas em suas bochechas, completamente idênticas às do pai e Taehyung adorava exibir as meninas por aí e dizer que ele "fazia lindas filhas".
Em uma das consultas com o pediatra, ele havia me aconselhado a pôr Chae deitada de bruços no chão, porque isso ajudaria no seu desenvolvimento e fortalecimento dos seus músculos. Ela também já ficava sentada sozinha por um tempo, mas logo seu corpinho pendia para a frente e alguém tinha que segurá-la.
Birdie era uma bebê sorridente e simpático, assim como a genética Kim exigia.
Uma tradição mensal também estava sendo fazer um pequeno bolo para comemorar todas as etapas da neném, até que ela finalmente fizesse 1 ano.
Minha sogra era quem ficava encarregada dos bolos, já que ela fez questão que fosse assim. jennie ficava com a decoração, o que eu, depois do primeiro mês, percebi ter sido um erro, já que ela era exagerada demais e a cada mês ficava mais grandioso e parecido com um festa de aniversário.
Todos os meses nós tínhamos temas e o desse mês era abelha. Quando Jennie me propôs, achei que não ficaria tão legal, mas olhando agora, vendo toda a decoração amarela, com girassóis espalhados pela minha sala e recortes de abelha por todo o lugar, tenho que admitir ter adorado a ideia.
— Olha quem acordou, papai. — Ouço a voz de meu marido e me viro, vendo ele caminhar em minha direção todo sorridente enquanto usava uma simples camiseta branca, uma bermuda jeans e chinelos nos pés. Eu amava ele em toda a sua informalidade, ficava sexy e tão lindo.
— Oi, filha, você quer mamar? — Ao ouvir minha voz, Birdie imediatamente levanta a cabeça do ombro do pai, largando a chupeta para que caísse no chão, sorrindo em minha direção e esticando os braços para que eu a pegasse. — Ajuda a Jennie a terminar aqui, Taehyung. Eu vou dar mamá pra ela.
— Ajudo sim, meu amor. — Taehyung então me deu um selinho e se abaixou, pegando a chupeta de Birdie e colocando no bolso, talvez para não correr o risco de alguma das meninas pegar por engano e dar para a bebê.
Fui até o sofá e levantei a camiseta, dando o peito a Birdie, que começou a sugar o bico imediatamente, algumas vezes largando seu mamá para olhar os barulhos que aconteciam em volta e depois voltar ao seu alimento novamente.
Vivendo momentos como esse, em que minhas meninas corriam pela casa enquanto estávamos organizando a comemoração dos cinco meses da minha neném, era que eu sabia que todo o cansaço dos últimos meses valeu a pena. E não era pouco cansaço, desde o nascimento de Birdie a minha vida tem virado uma loucura total, mas eu não trocaria isso por nada.
De onde estava sentado, eu podia ver Taehyung ajudando Jennie a colocar alguns cupcakes com cobertura amarela e algumas abelhinhas em cima da mesa. Estava tudo ficando tão fofo.
Quando olho para baixo novamente, me deparo com birdie me olhando com seus grandes olhos. Sorrio para minha filha e ela larga o bico do meu peito para sorrir de volta, fazendo meu coração se derreter por completo.
O resto da tarde correu perfeitamente como o planejado. Minha mãe e minha família não conseguiram vir dessa vez, mas Jimin e
jungkook estavam aqui com o pequeno Zion de dois anos e pouco, que era muito arteiro e quando se juntava com um Kwan de dois anos não dava sossego para ninguém.
Chaeyoung estava totalmente empolgada com toda a bagunça enquanto estava no colo de Taehyung, puxando impiedosamente o cabelo de cada pessoa que ousava se aproximar dela para lhe dar os "parabéns".
No final da tarde, todos voltaram para suas casas e Taehyung e eu ficamos encarregados de arrumar a bagunça e colocar as meninas para dormir.
Agora, aos cinco meses, estamos adicionando coisas sólidas à dieta de Chae. Ela amava as bananas amassadas que dávamos a ela. O que também era algo herdado do lado Kim da família, já que era a fruta favorita de Taehyung, de Minjae e de Minseo. Eu também fazia sucos naturais para hidratá-la e ela amava, principalmente o de laranja.
O som de sua risada era disparado o meu som favorito no mundo. Nada me fazia mais feliz do que ouvir o som do riso das minhas quatro pessoas favoritas na vida.
Sinto braços fortes me abraçarem por trás e não posso evitar de sorrir quando um beijo é depositado em meu pescoço.
— Dormiram? — Perguntei a Taehyung, que murmurou uma afirmação. Me virei em seu abraço e ficamos frente a frente. Passei meus braços ao redor do seu pescoço e fiquei na ponta dos pés para alcançar sua boca, enquanto ele se inclinava levemente em minha direção e escorregava suas mãos até minha bunda, apertando a mesma entre seus dedos enquanto sua língua invadia minha boca.
Eu, com 24 anos recém completos, e Taehyung, prestes a completar 28 anos, com três filhas pra criar, agindo feito adolescentes nos agarrando na cozinha da nossa casa.
— Vamos lá pra cima? — Taehyung sugeriu, começando a dar passos em direção a saída da cozinha, me obrigando a andar junto com ele enquanto ainda tínhamos as bocas explorando uma a outra. — As meninas tiveram a sua atenção pelo dia todo, agora é a minha vez.
E então tudo virou uma bagunça de roupas espalhadas pelo chão de nosso quarto, mãos se agarrando por todos os lados e gemidos sussurrados de ambas as partes enquanto Taehyung ia e vinha dentro de mim, nos dando prazer e reafirmando da forma mais carnal e primitiva possível o quanto nos amávamos.
O próximo mês passou como um borrão e era meu último mês em casa antes de assumir novamente minha turma. Eu andava pensando seriamente sobre voltar a trabalhar. Não era como se eu não gostasse do que fazia, mas deixar minhas meninas em casa sob o cuidado de outras pessoas me partia o coração.
Eu havia me acostumado com a rotina dos últimos meses. Era somente Birdie e eu dentro de casa pelo período da manhã e uma parte da tarde enquanto Taehyung e as meninas estavam fora e só chegavam por volta das quatro da tarde.
Eu havia acabado de dar mamá para a neném e a colocado para dormir, almoçado uma comida leve, já que meu estômago não estava muito bem nessa última semana, e estava lavando um pouco de roupas quando senti uma leve tontura.
Sai da área de serviço e fui até a cozinha, arrastando uma cadeira e me sentando ali, deixando aquele mal estar que tomou conta de mim passar. Talvez eu esteja assim por não ter me alimentado direito, então decido fazer um pão com frios e um copo de leite para tentar me sentir um pouco melhor, mas percebo que a idéia não fui muito boa quando, assim que acabo de comer, tenho que correr até o banheiro do andar de baixo para pôr toda a comida para fora.
Eu odiava vomitar! Como eu odiava.
Me levanto de frente do vaso e dou descarga, parando em frente a pia e lavando o rosto para tentar espantar um pouco daquela palidez que eu nem tinha notado estar ali. Escovo os dentes e volto aos meus afazeres, me sentindo melhor agora.
Em algum momento do dia Birdie acordou e eu já estava com meu serviço quase todo terminado, então passei um tempo dando atenção a minha garotinha exigente, até que ouço a porta da frente ser aberta e duas cabeças cheias de cabelos castanhos virem correndo em minha direção.
— Papai!
— Papai!
Elas exclamaram juntas e Birdie gritou animada ao vê-las, batendo as mãozinhas no ar para que as meninas fossem até ela e assim elas fizeram.
— Oi, coisinhas, como foi o dia de vocês? — Vi Taehyung largar sua pasta no aparador ao lado da porta de entrada e caminhar em minha direção enquanto abria os botões de sua camisa social, deixando seu peitoral sexy a mostra e causando um desconforto no pé de minha barriga. Minha libido tinha aumentado consideravelmente nos últimos dias e não era algo que nem Taehyung e muito menos eu estávamos reclamando.
— A Chae tá de fralda suja, papai. — Minseo fez uma careta ao me dizer e eu ri, porque elas gostavam de me ajudar com tudo em relação aos cuidados com a irmã, mas Minjae odiava quando tínhamos fraldas a serem trocadas.
— Então troca ela, bobinha. — Eu brinquei, bagunçado seu cabelo e ganhando mais uma careta como resposta.
— Eca, não, não. — Eu estava muito triste e orgulhoso na mesma intensidade ao ver minhas meninas crescendo. Ver como agora elas já estavam com o vocabulário melhor e cada vez errando menos palavras. Era um misto de sensações que me fez ter vontade de chorar, mas eu me contive assim que ouvi a voz de Chloe me alcançar.
— Eu te ajuda, papai. — Ela propôs animada.
— Amor? Você pode se encarregar disso enquanto levo Loki para passear? — Eu pedi, levantando de uma única vez e sentindo tudo rodar ao meu redor.
— Hobi? — Antes que eu pudesse processar o que havia acontecido, Taehyung já estava ao meu lado segurando meu braço e me obrigando a sentar de volta no sofá.
— Papai? Que foi? — Minseo veio ao encontro do pai, me segurando pelo outro braço enquanto Minjae apoiava Birdie para que ela não caísse do sofá.
— Me deu uma tontura, mas já passou. — Eu esfreguei dois de meus dedos em minha têmpora para me recuperar.
— Eu passeio com o Loki, você fica em casa com as meninas. — Taehyung assim sugeriu, me fazendo concordar.
— Não vo ajuda a tocar falda. — Minseo se negou, balançando a cabeça de um lado para o outro e me levando a rir.
Logo Taehyung, Minseo e Loki já estavam na rua enquanto Birdie, Minjae e eu estávamos no quarto da neném.
— Segura ela pro papai, meu amor? — Eu ofereci Birdie para Minjae e ela foi até a cadeira de amamentação, se sentando ali e estendendo a mão para que eu colocasse a bebê em seu colo.
— Quem é a bebê mais linda da irmãzinha? — Ela fez uma voz ainda mais infantil do que já tinha e Birdie soltou mais uma gargalhada para as gracinhas que a irmã fazia pra ela.
Enchi a banheira com água morna e um pouco de essência de banho para bebês. Minjae me ajudou a banhar a irmã, já que agora Birdie ficava sentada em sua banheira, e as duas ficaram brincando com o patinho de borracha que a bebê tanto gostava.
Quando Taehyung voltou, soltou Loki dentro de casa e as meninas ficaram brincando com o cachorro por um tempo, enquanto Taehyung e eu preparávamos nosso jantar.
— Daqui duas semanas já é seu aniversário, Sun, o que vamos fazer? — Abordei o assunto enquanto picava um pouco de cebola para preparar a sopa de legumes.
— Não sei, amor, talvez só um jantar mesmo. — Taehyung cortava algumas batatas em uma tábua quando lhe perguntei.
— Talvez um churrasco? O que acha? — Despejei o alho dentro da panela, junto com a cebola e deixei dourar.
— Soa bem pra mim. — Taehyung passou por mim carregando as batatas e me deu um selinho. — Vou falar com James e com Jackson e a gente decide, pode ser?
— Sim. — Comecei a espremer as laranjas para fazer um suco, separando o das meninas sem gelo e açúcar.
Não muito tempo depois já tínhamos nossas três garotas alimentadas, banhadas e quase dormindo.
Eu estava no quarto terminando de amamentar Birdie e Taehyung se encarregou de pôr Minseo e Minjae para dormir, não sem que antes eu lhes desse um beijo de boa noite.
— Ela dormiu? — Meu marido perguntou.
— Sim, tem que colocar pra arrotar. — Avisei, passando a bebê para seu colo e indo em direção ao banheiro para tomar meu banho.
Alguns minutos depois e Taehyung se juntou a mim no banho, me abraçando por trás e beijando meu pescoço. Fizemos amor ali mesmo, nos demorando nas carícias pelo corpo um do outro até que estivéssemos satisfeitos.
E a noite foi tranquila nos braços do homem da minha vida, recheada de sonhos tranquilos, até que Birdie nos acordasse exigindo a nossa atenção.
•••
Os preparativos para o aniversário de Taehyung estavam a todo vapor. Mesmo que fosse algo simples, eu fazia o máximo de questão de que fosse tudo muito bem organizado, porque meu homem merecia todo o capricho e dedicação do mundo.
Ele acabou por decidir chamar alguns de seus amigos do serviço. Iríamos mesmo fazer um churrasco e eu estava picando alguns tomates para fazer uma vinagrete como acompanhamento quando aquele mesmo desconforto que vinha me acompanhando a dias me atingiu. Como já estava se tornando algo corriqueiro, apenas me sentei na cadeira até que finalmente passasse. E foi nesse momento que Taehyung entrou pela cozinha, trazendoalguns pacotes de carne para serem lavadas e temperadas.
— Amor? — Ele me chamou, largando as carnes em cima da mesa e se abaixando em minha frente. — Hobi? Você está passando mal de novo? — Seu tom não era preocupado mas sim divertido (?) e aquilo me fez erguer a cabeça para olhá-lo com indignação.
— O que é tão engraçado pra você com o fato de eu estar passando mal? — Fiquei um pouco irritado com a risada que ele deu. Como ele ousa?
— Hobi, você já pensou na possibilidade de estar grávido? — Ele insinuou e eu me levantei o mais rápido que pude.
— Tá maluco, Taehyung? Claro que não estou. — Revirei os olhos e voltei a cortar os tomates que tinham sido abandonados em cima da pia.
— Amor, mas- — Ele tentou contra argumentar, mas eu não permiti.
— Tempera logo essas carnes. — Eu apontei em sua direção com a faca ainda nas mãos, em uma pose ameaçadora.
— Hobi, mas voc-
— Tempera as carnes, Taehyung! — Fui um pouco mais autoritário.
Claro que eu não estava grávido. Não era possível. Birdie tinha acabado de nascer e seria inviável trazer mais um bebê para o mundo agora. Eu juro que não daria conta.
O aniversário de Taehyung mesmo seria apenas amanhã, mas decidimos comemorar um dia antes porque foi o único dia que se encaixou na agenda de todos.
Sun trouxe o bolo e Jennie, como sempre, se encarregou de decorar a mesa. Taehyung havia exigido algo bem simples e assim ela fez, deixando algo apenas em tons de preto na mesa para que desse um toque. Ficou bonito.
As pessoas começaram a chegar e foi uma loucura. Mesmo que os convidados fossem poucos, minha mãe veio de Doncaster com meus irmãos.
Foi um dia muito agradável, tirando as partes em que Taehyung me importunou para fazer um teste de gravidez.
Na hora de apagar as velinhas, nós dois nos reunimos junto com nossas três meninas atrás da mesa do bolo, enquanto todos cantavam parabéns. Birdie ficou muito animada ao ouvir as palmas, batendo as mãos unidas de forma desajeitada e levando todos a darem risada.
Era em momentos como esse que meu coração se aquecia de uma forma insuportavelmente gostosa e eu me sentia completo.
— Parabéns, meu genro favorito. — Minha mãe foi até Taehyung, o abraçando e lhe estendendo um pacote de presente.
— Ei! — o namorado da minha irmã protestou, mas San apenas revirou os olhos e ficou aguardando Taehyung abrir o pacote, revelando uma camisa social florida preta com uma leve transparência. Meu Taehyung iria ficar lindo vestido nela, eu já podia imaginar.
Todo o resto da família se reuniu ao redor de Taehyung para lhe dar os parabéns e ele tinha Birdie no colo, que sorria para todos enquanto mordia sua própria mãozinha, choramingando incomodada algumas vezes enquanto ficava esmagada em meio a um abraço.
— Ei, bonitão. — Eu me aproximei. — Você fica sexy com uma criança no colo. — Eu brinquei, ganhando uma risada como resposta.
— Acho que eu ficaria mais sexy ainda com mais uma criança no colo. — Revirei os olhos para sua provocação.
— Cala a boca. — Lhe estendi a pequena sacola onde tinha meu presente e as meninas vieram correndo ao nosso encontro, trazendo os envelopes com seus presentes nas mãos.
— Oh, presentes para o papai? — Ele perguntou, pegando os envelopes das mãos de cada uma delas, tendo que desviar das pequenas mãozinhas ágeis de Birdie, que tentou tirar o papel do seu domínio.
— Eu desenho o papai, o papa, a Bidie, a Mijae e eu. — Minseo lhe explicou seu presente, que nada mais era do que um desenho de nossa família em um parque.
— Que lindo, filha. O papai amou. — Ele lhe beijou a bochecha, voltando o desenho para o envelope e abrindo agora o de Minjae. Que era basicamente a mesma coisa em um cenário diferente. — Obrigado, meu amor, vocês são muito talentosas. Onde vocês querem que o papai coloque os desenhos?
— No trabalho do papa. — Minjae pediu.
— O papa vai levar o presente das duas para o escritório então. — Ele garantiu.
Taehyung tinha uma especie de mural em uma das paredes de seu sofisticado escritório, onde ele deixava fotos de nossa família e desenhos dados pelas meninas. Eu acabei adotando a ideia e fiz um também em nosso quarto e outro em nosso corredor, pregando ali os desenhos que as meninas nos davam quase que diariamente.
— E você? O que comprou pra mim? — Ele perguntou, passando Birdie para o meu colo e abrindo a sacola, encontrando uma caixinha onde tinham dois anéis, um no formato de uma rosa e outro com uma pedra quadrada vermelha.
É difícil presentear quem já tem de tudo, mas anéis eram algo que sempre o fazia feliz. Então acabei encontrando esses dois que eram a sua cara e pelo jeito acertei no presente, já que ele colocou o sorriso mais bonito no rosto e os anéis em seus dedos.
Depois disso, não demorou para que todos os nossos convidados fossem embora. O dia havia sido produtivo, já que pude conversar bastante com minha mãe e matar um pouco a saudade.
Depois de pôr as meninas para dormir, completamente cansadas por correrem com as crianças pra cima e pra baixo, estava pronto para tomar um banho quando Taehyung abriu a porta do quarto trazendo uma sacolinha na mão.
— O que você tem aí? — Perguntei desconfiado quando ele me estendeu a sacola.
— Olha aí. — Ele apontou e eu espiei dentro, vendo pelo menos uns seis testes de gravidez lá dentro.
— Taehyung! — Exclamei, incrédulo.
— O que custa você fazer? Está passando mal há dias. — Ele protestou
— Qual parte de: "eu acabei de ganhar a Chaeyoung" você não entendeu? — Coloquei as mãos na cintura, batendo os pés no chão e ainda segurando a sacola.
— E daí? Desde quando o fato de você ter acabado de sair de uma gravidez te impede de ter outra? — Ele também tentava defender o seu lado. — E outra, a Birdie já está quase fazendo sete meses. Tempo mais do que suficiente pra você estar grávido novamente.
— Você jura que quer outro bebê agora? — Questionei.
— Você jura que não quer? — Ele sorriu ao me devolver a pergunta. — Amor, não é o fato de querer outro bebê ou não. O que acontece é que eu acho que você está grávido de novo e, se estiver, será muito bem vindo.
— Eu vou fazer os testes. — Me virei em direção ao banheiro, sentindo quando ele começou a me acompanhar. — Você fica, vai me esperar aqui.
Bati a porta do banheiro com um pouco de força, abrindo cada um dos testes e começando o processo de fazer xixi em cada um dos palitinhos.
Eu queria outro bebê, claro que sim. Mas não agora. Será que eu nunca vou conseguir planejar algo em minha vida e seguir o plano? Será que sempre vão existir esses acasos (maravilhosos, diga-se de passagem) que fazem tudo sair dos trilhos?
Me sento na tampa do vaso esperando os minutos se passarem para ver o resultado.
— Hoseok? — Taehyung da três batidas na porta e eu posso imaginar ele andando de um lado para o outro em ansiedade.
Não respondo, começando a roer minhas unhas, olhando para os testes.
Os minutos que eu passei trancado dentro daquele banheiro pareceram horas até que tive os seis testes com os resultados.
Taehyung ainda batia na porta e eu não dava nenhuma resposta.
Finalmente tomando coragem, peguei os seis palitinhos em minhas mãos e fui até a saída do banheiro, destrancando a porta e colocando apenas metade do corpo para fora. Taehyung estava tão próximo da porta que eu podia ver perfeitamente todos os defeitos que seu rosto não tinha.
— E então? — Ele me perguntou. Aquele canalha! Ele já tinha certeza absoluta.
— Vá agora na farmácia e me traga mais testes porque esses todos deram errado. — Abri sua mão e depositei todos os testes lá. Seis testes com duas listrinhas rosas.
Achei que Taehyung iria protestar, mas eu fui tão categórico que ele nem ousou.
Aproveitei o tempo que ele levou comprando Deus sabe mais quantos testes e tomei meu banho, passando meus cremes de pele e colocando meu pijama leve e confortável.
Quando saí do banheiro, Taehyung abriu a porta do quarto ao mesmo tempo. O sorriso pregado em seu rosto era tão lindo que eu tive vontade de sorrir de volta, mas apenas revirei os olhos.
— Aqui. — Ele me estendeu uma sacolinha com mais três testes dentro.
Sem dizer uma única palavra, voltei pra dentro do banheiro e fiz os três testes. Mais uma vez, depois de alguns minutos, as duas listrinhas rosas.
Me dando por vencido, peguei os três testes e fui novamente até o quarto. Taehyung tentou conter o sorriso quando me viu. Tentou.
— E então? — Ele voltou a repetir a pergunta.
— Eu não acredito que você me engravidou de novo, Taehyung! — Empurrei os testes em sua direção e ele me segurou pelo pulso, me puxando para ele.
— Parabéns, papai. — Passou a distribuir beijos por meu rosto, me apertando cada vez mais forte em seus braços.
— Eu estou falando sério, Kim Taehyung. — Eu continuei. — Isso é um ultraje! A Chaeyoung nem saiu dos seis meses ainda.
— E já teremos outro bebezinho, amor. — Eu não iria deixar a sua felicidade me contagiar. Eu estava bravo agora e precisava manter a pose.
— Onde estamos indo? Recriar doze é demais? — Eu perguntei, mas a única coisa que ele fez foi olhar no relógio.
— Já passou da meia noite. Tem noção que já é meu aniversário? — Ele sorria cada vez maior e eu já estava começando a ceder. — Obrigado pelo melhor presente que já ganhei na vida. Eu te amo muito.
Acabei soltando um suspiro em derrota.
— Eu estou bravo com você. — Mas, pelo tom de minha voz, ele soube que eu não estava de fato bravo. — Você nem me deu tempo e já colocou outro bebê dentro de mim.
— Eu adoro isso. — A palma de sua mão fez seu caminho até minha barriga e ele a deixou ali, começando a acariciar o local. — Terei você grávido por mais alguns meses. Eu estava sentindo falta de você barrigudinho. — Ele continuava a tagarelar e eu comecei a sorrir ao ouvi-lo. — E, você sabe, eu faço lindos bebês.
— Convencido. — Revirei os olhos pela milésima vez naquele dia. — Feliz aniversário. — Fiquei na ponta dos pés para deixar um beijo em sua boca.
— Obrigado, eu te amo. — Ele me levou até a cama, me deitando lá e vindo por cima de mim, me enchendo de beijos pelo rosto até estar satisfeito, indo até minha barriga e subindo a minha camiseta do pijama. — Oi, meu amor, você é o presente de aniversário mais valioso que o papai já ganhou.
E lá vamos nós mais uma vez.
Gravidez, enjoos, desejos, Taehyung conversando com a minha barriga.
É, parece que eu posso me acostumar com isso fácil mais uma vez.
— Como eu vou contar para as pessoas que estou grávido de novo? — Eu perguntei, passando os dedos por entre os fios de seus cabelos.
— Contando, ué. — Como se fosse simples assim.
— O que as pessoas vão falar? — Eu continuava a divagar.
— As pessoas não têm que falar nada. Eu sou seu marido, pai do bebê que cresce aqui. — Depositou mais um beijo em meu ventre. — E estou estupidamente feliz agora. É com isso que você tem que se importar.
E Taehyung estava certo. Eu não tinha que ligar para o que as pessoas iriam falar. Eu tinha um marido explodindo de felicidade e isso era a única coisaque importava.
Ficamos um tempo conversando, fazendo planos para o novo bebê e idealizando como seria o futuro com, agora, quatro filhos pra cuidar. E a única conclusão que eu cheguei com tudo isso? A vida não poderia estar melhor.
•••
Então mais um bebê para completar a creche. kdjfk
O que vocês acham que vai ser?
Menina de novo.
Menino.
Gêmeos.
Façam suas apostas. :)