We used to be friends || Nohy...

By stormindly

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As férias de verão levaram Jeno embora. Donghyuck se pergunta o que diabos aconteceu com o garoto que antes e... More

Ouch, isso doeu
Então é de mudanças que estamos falando?
Mas ele foi mirar justo no hétero...
Eu acho que estou entrando em colapso
Cheguei no fundo do poço, finalmente

Pelo o menos eu vou morrer feliz

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By stormindly

Sábado é meu dia da semana favorito.

Não tem aula e ainda posso dormir tarde, porque no dia seguinte também não tem aula. Se quisesse mudar o mundo para melhor, deixaria dois sábados por semana. Isso sim seria viver no céu...

Melhor do que isso, é saber que vou passar meu sábado com meu melhor amigo. Isto é, se eu não estivesse sofrendo de um coração semi quebrado por ele. Mas acho que posso superar essa, hoje tem que ser legal, é sábado e não há sábados ruins. É quase um pecado sequer imaginar essa possibilidade.

Ajeito meu quarto para melhorar um pouco sua aparência, guardo - enrolo e jogo - as roupas no guarda roupa, estendo a toalha molhada e tento de verdade organizar minha escrivaninha, mas tem tantas coisas nela que desisto de fazê-la parecer limpa, há folhas de papel, estojos, canetas que não couberam nos estojos, uma luminária, meu notebook e um livro.

Livro?

Chego mais perto e vejo que na verdade é meu diário secreto que está aqui. Oh... Que baita falta de atenção eu ter deixado isso aqui.

Se alguém ler isso, eu estou ferrado. Principalmente se for Jeno quem colocar as mãos nessa bomba de segredos, para ela estourar, basta folhear cerca de cinco páginas e...

BOOM!!

Merda feita.

Adeus Lee Donghyuck.

Guardo o diário na última gaveta da escrivaninha e sei que não vou precisar mais me preocupar com ele, já que Jeno nunca mexe nas minhas coisas e nem pede para vê-las, os únicos objetos que eu tenho que ele sempre demonstra interesse são meus jogos de videogame.

Aliás, acho que é isso que vamos fazer a tarde toda, jogar na frente da TV.

Sinto o celular vibrar e vejo que são mensagens de Jeno, avisando que está vindo.

Desço as escadas como um rojão, carregando os controles remotos.

- Mãe, ele está vindo! - Aviso e ligo a televisão, conectando os controles em seguida.

- Tudo bem, ele vai passar a noite aqui, certo? - Ela diz da cozinha, enquanto prepara snacks de batata doce para comermos mais tarde.

Sim, minha mãe se animou ao saber que Jeno está mudando os hábitos alimentares e agora está nessa de querer fazer comida fit também. Vê se pode.

- Vai sim, acho que vamos dormir no quintal, Jeno comentou alguma coisa de montar barracas lá... - Não sei se ele falou pra valer, ou foi só uma ideia, mas quando eu disse que tinha barracas aqui em casa, pareceu muito animado para dormir nelas.

- Vocês são bem imprevisíveis, né? Cada vez que se encontram é uma nova, eu amo isso! Me faz lembrar de quando eu era mais nova... - Vai contando e eu instigo-a a continuar falando, ao passo de que vou arrumando o jogo aqui na sala.

Minha mãe tem as melhores histórias. Dessa vez, me conta de quando foi acampar com os amigos e um lagarto gigante invadiu a barraca dela e de sua amiga.

E é por isso que não gosto de mato.

Ouço a campainha e corro abrir a porta, vendo o outro Lee com uma mochila nas costas e o cabelo bem penteado para o lado.

Ele se arrumou para vir aqui?

- Então vamos jogar a tarde toda enquanto comemos porcaria? - Pergunta, olhando para a sala de onde está.

Olho para trás e concordo, rindo e puxando-o para dentro de casa.

- Mas desta vez vamos comer coisa saudável, minha mãe gostou da ideia de virar fitness e tá aprendendo um monte de receitas online... - Digo e aponto para o sofá, indicando que ele poderia deixar a mochila ali.

- Então quer dizer que já virei boa influência? Woa... Me sinto importante. - Coloca a mão no peito e sorri, todo orgulhoso.

- Na verdade é uma péssima influência, vá se ferrar, Jen, olha minha cara de quem quer ficar comendo coisa saudável. - Mostro a língua e espero que mostre de volta.

Mas ele encosta seus lábios na minha bochecha e eu congelo. Não sei se senti certo, ou foi um surto meu.

O que diabos ele está fazendo?

- Quem mostra a língua pede beijo. - É o que me diz depois de quase me fazer desmaiar.

Que grande filho da...

- Por que está me olhando assim? Quer mais um?

Okay.

O que está acontecendo aqui?

E cadê a minha mãe quando eu mais preciso dela?

- Você é bizarro... - Só consigo murmurar isso, porque as palavras correram da minha memória e essas são as únicas que posso me lembrar agora.

Esse abestalhado tem coragem de dar risada da minha cara.

Sabe, às vezes acho que mereço um pouco mais de respeito...

Tirando esse pequeno episódio excêntrico, nossa dia corre bem. Como já imaginava, jogamos a tarde toda e Jen pareceu gostar muito dos chips de batata doce que minha mãe fez, eu até experimentei e não é de todo mal, não.

Mas Doritos é muito melhor e eu não enrolei muito pra subir até meu quarto e descer com o saco do salgadinho laranja e altamente nocivo para a saúde, o abri na maior cara de pau e comi mesmo.

Jeno do meu lado com as batatas doces e eu pleníssimo com meu Doritos, porque é assim que a banda toca.

Pelo o menos eu vou morrer feliz.

A noite chega num piscar de olhos, bem que dizem que quando fazemos algo de legal, o dia passa mais rápido.

Uma baita injustiça.

- Nós vamos dormir na barraca, né? - Fala quando já estamos guardando os controles no meu quarto.

- Achei que não estava falando sério, mas podemos sim, se quiser mesmo. - enrolo os fios e os coloco dentro da gaveta.

- É claro que eu quero, nunca acampei... deve ser divertido, vamos fazer isso algum dia!

Lembro da história do lagarto.

Ah, não mesmo.

- Só se acamparmos num lugar longe de árvores e lagos. - Digo francamente.

- Mas aí não tem graça nenhuma! Temos que ir numa floresta, igual naqueles programas de sobrevivência. - Fala todo animado.

Ele que durma com os lagartos e aranhas, então.

- Tô fora, vai você dormir com os bichos, eu vou ficar bem quentinho e seguro aqui no meu quarto. Boa sorte. - Me levanto e desço as escadas com ele vindo atrás.

- Isso que é amigo... - O encaro rápido o suficiente para pegá-lo revirando os olhos.

Dou risada.

- É o que tenho a oferecer, é pegar ou largar. - Brinco e ele ri também.

- Tá bom, vou chamar o Mark para ir comigo, ele tem cara de quem toparia. - Comenta como se não fosse nada.

Mas meu estômago se embrulha e eu quero chorar de novo. Mas não vou.

- Chama ele, vocês dois juntos não dá um homem inteiro sequer.

Acho que soei meio rude, porque Jeno para de andar e espera que eu o olhe para falar:

- Você nem o conhece, como sabe que ele não é capaz de enfrentar um desafio desse? - levanta uma sobrancelha.

- Sabendo.

Continuo andando e ele segue atrás, não tocamos mais no assunto, vamos até o quartinho que tem na garagem e pegamos as barracas, minha mãe diz que vai montar com meu pai, porque ela sozinha não sabe como fazer e muito menos nós dois.

- Duas barracas? - Jeno questiona com uma expressão confusa.

- É, ué, você quer dividir uma barraca por acaso? - Pergunto achando graça, mas ele concorda com a cabeça, meio envergonhado. - Pera, é sério? Mas tem duas, pra que dividir uma?

Ele coça a nuca, parece pensar no que responder.

- Eu... Tenho medo de dormir sozinho aqui fora.

Ele o que?

Não consigo conter o riso.

- Ainda diz que quer acampar em floresta... Você é inacreditável, Jen. - Falo para irritá-lo, mas ele parece não ligar, apenas ri comigo e balança os ombros.

Guardo a barraca menor e deixo a maior para fora. Meu pai chega do serviço e então jantamos todos juntos, minha mãe e Jeno ficam trocando receitas de comidas, enquanto eu e meu pai falamos do novo filme de ficção científica que vai lançar na próxima semana.

Fico encarregado de lavar a louça, enquanto meus pais montam a barraca e Jeno sobe pegar as cobertas e travesseiros que vamos usar.

Ao terminarmos de ajeitar tudo, lembro de pegar uma lanterna para que não fiquemos num breu completo.

- Que horas são?

Jeno liga a tela do celular.

E a foto que vejo de relance na sua tela de bloqueio parece muito aquela minha, que tirou no restaurante francês.

- Dez e meia, por que? Já quer dormir? - Ele pergunta e desliga o eletrônico novamente.

- Não... Na verdade tá meio cedo, o que a gente faz?

Vejo-o se levantar e abrir o zíper da barraca.

- O que está fazendo?

- Vou buscar minha mochila, esqueci lá dentro e eu trouxe uno. Podemos jogar. - Responde e sai no quintal, esperando minha resposta.

- Uhum, vamos jogar.

Ele vai e após um curto espaço de tempo, ouço-o chamar meu nome repetitivamente, me assustando. Já estou preparado para me levantar, mas logo vejo ele entrando com a mochila no ombro e um negócio na mão, todo sorridente.

- É um trevo de quatro folhas, olha! Tava bem ali, no meio do seu quintal. - Explica, me mostrando a planta.

É realmente um trevo de quatro folhas. Nunca tinha visto um antes. É bem bonito.

- Tava no meu quintal? Que doideira... - Pego o trevinho e observo de mais perto suas folhas, não demorando muito para devolver à ele. - Agora você vai ter sorte, parabéns.

- Não quer ficar com ele? Estava no seu quintal... - Diz, sem pegar o trevo de volta.

- Mas foi você quem achou, toma. - Fico com o braço estendido, mas Jeno nem se interessa em pegar da minha mão.

- Hyuckie... - Se aproxima devagar e encosta sua mão na minha que segura a plantinha, abaixando-a devagar.

Meu coração acelera, esse maldito. Jeno está ficando perigosamente perto de mim e sua mão está encostada na minha.

- Não preciso de mais sorte, já tenho você.

Estou ouvindo coisas muito peculiares esses dias... Devo estar doente.

Ou é ele quem está doente.

- O que... Você quer dizer com isso? - Eu sei bem o que ele quer dizer, mas pergunto só para escutá-lo repetir o que disse.

Os cantos de seus lábios sobem, na medida que um sorriso adorável aparece e ilumina seu rosto perfeito.

- Quero dizer que eu sou um sortudo por te ter e você é um azarado, já que vai ter que me aguentar, então pode ficar com o trevo de quatro folhas. - Responde, se afastando e fuçando em sua própria mochila.

Pega o bendito uno e começa a embaralhar as cartas como se absolutamente nada tivesse acontecido, as distribui em seguida e começa colocando a primeira carta.

Olho minhas cartas e jogo também e assim vamos até que eu anuncio estar apenas com uma carta e venço o jogo.

- É, no final o trevo te deu sorte mesmo, hein. - Da risada e me passa os montes de cartas. - Agora você embaralha.

Respiro fundo e o olho sério.

- Não quero mais jogar.

Eu não quero.

Quero conversar. Passar tudo a limpo e sem mais segredos, já cansei dessa estranheza toda e ele continuar agindo como se nada tivesse ocorrido.

- Jeno, a gente precisa conversar, ok? Você tem agido estranho desde que as aulas voltaram e eu não sei se consigo mais esperar até você resolver me contar o que está acontecendo... - Falo num único suspiro.

Ele me olha de volta e depois desvia o olhar para o chão. Vejo que engole em seco e morde o lábio inferior.

- Tudo bem. É um assunto sério e eu planejava te contar em breve, mas não agora... Porém, se você quer conversar nesse instante, que assim seja.

Eu estou nervoso. Muito nervoso. Nervoso pra caralho.

É que eu já imagino o que seja e, realmente, não sei se estou pronto para ouvir a verdade.

Meu coração está prestes a ser dilacerado, mas ele não sabe que me sinto assim.

Por favor, que eu não me machuque tanto.

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