We used to be friends || Nohy...

By stormindly

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As férias de verão levaram Jeno embora. Donghyuck se pergunta o que diabos aconteceu com o garoto que antes e... More

Ouch, isso doeu
Então é de mudanças que estamos falando?
Eu acho que estou entrando em colapso
Pelo o menos eu vou morrer feliz
Cheguei no fundo do poço, finalmente

Mas ele foi mirar justo no hétero...

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By stormindly


Já é sexta-feira e devo dizer que não foi tão difícil assim me acostumar com o "novo Jeno". A única dúvida que ainda tenho é: Por que essa mudança repentina?

Será que lhe ocorreu algo muito ruim a ponto de fazê-lo mudar? Ou ele só achou um estilo novo legal e resolveu tentar? Jeno está tentando chamar a atenção de alguém?

A última pergunta me abala um pouco. E se ele gosta de alguém e não me contou? Imaginá-lo chegando com uma pessoa, dizendo "Oi, Hyuck, queria te apresentar minha namorada!", me parece tão real agora... Na verdade eu nem sei a razão de eu ainda gostar tanto desse garoto. Só o fato de sua sua orientação sexual não ser a mesma que a minha, já é motivo para que eu desista logo dessa merda toda, porque está mais do que na cara que o final disso não vai prestar.

Ah, não vai mesmo.

E não estou nem um pouco preparado para passar um tempo trancado no quarto chorando pelo meu amor não correspondido. Até porque isso soa bem imaturo da minha parte, contudo é inevitável. Sou sensível mesmo e meu coraçãozinho aperta quando algo de ruim acontece. Foram uns anos aí de paixonite aguda pelo meu melhor amigo, me decepciona eu ter gastado esse tempo gostando de alguém que não gosta de meninos e muito menos de mim. Ao menos tenho sua amizade... Não posso perdê-la de modo algum. Não posso.

Caminhando ao lado dele nessa calçada de asfalto úmido pela recente chuva, me sinto um idiota por estar ignorando o que diz. É impossível prestar atenção quando minha mente não para de borbulhar com perguntas e outros pensamentos levemente nocivos.

- Jeno, onde estamos indo? - Pergunto, cortando sua fala. Precisava dizer algo, antes que minha cabeça explodisse.

- Ué, Hyuck... Para casa. Para onde mais iríamos? - Da uma risadinha e me olha.

- Podemos caminhar um pouco no parque? Não estou afim de voltar para casa agora... - Preciso esfriar a mente, mas pensando bem, não tenho certeza se convidá-lo para vir junto foi uma boa ideia, visto que ele é o próprio dono dessa minha inquietude toda.

- Tudo bem, mas não quer deixar nossas mochilas em casa primeiro? Não é bom ficar abusando das nossa colunas.

- Tá bom, nos encontramos lá então? - Merda, já estou arrependido. Deveria ter ficado calado e assim poderia ir sozinho tentar colocar meus pensamentos em ordem longe de quem os bagunçou. Mas agora já foi.

- Fechado, Dong.

Ele me chamou do que?

- O que disse? - Devo de ter ouvido errado.

- O que?

- O que você disse, Jeno?

- Eu disse "fechado", significa que tá combinado. - Explica, mas minha paciência já foi embora.

- Não, caralho. Do que você me chamou? - Só falta me pedir para desenhar.

- Ah sim... Te chamei de Dong... Não gostou? - Abaixa um pouco o tom de voz. Está com medo da minha resposta.

- Eu não sei... Você nunca me chamou assim.

- Eu só pensei num apelido novo, mas se não gostou, tudo bem. - Fala e sorri com seus lábios finos. Para de sorrir, Lee Jeno, isso me enfraquece.

- Eu só não tô acostumado com ele ainda. Pode me chamar assim, se quiser, com o tempo eu paro de estranhar. - Na verdade eu achei bem sem sal. Não soou carinhoso, talvez seja só impressão minha, eu sei lá.

O resto do caminho foi quieto. Não falamos mais nada, até virarmos as ruas diferente que tomamos para chegarmos em casa. Jeno mora um pouquinho longe de mim.

Deixo a mochila na cadeira da minha escrivaninha assim que entro no meu quarto, me jogando na cama em seguida. Que inferno. Lee Jeno o que está acontecendo?

Não enrolo muito para me arrumar, apenas troco de roupa e penteio o cabelo para não parecer tão acabado. Caminho até o parque e acabo encontrando Jeno logo na entrada, ele até que se arrumou bastante, sinto-me um desleixado perto dele. Cumprimento-o com um acenar, o qual logo é retribuído e então começamos a andar lado a lado em silêncio, que só se quebra quando encontramos um canto bem traquilo para nos sentarmos.

- Então... o que te deixa com a mente tão carregada, Hyuck? - Pergunta, me olhando enquanto fala.

- São as matérias da escola. Tem muita coisa e estou preocupado em como serão as provas. - É uma mentira que não é tão mentira assim, então não me sinto mal por contá-la.

- Você preocupado com a escola? - Faz uma careta engraçada, mas não dou risada. - Está com febre? Ou algum alienígena te abduziu durante as férias? - Força uma expressão de surpresa, segurando meus ombros e balançando-os devagar. - Quem é você e o que fez com meu melhor amigo?

Não sei se esse é o momento certo para isso, mas em sua última fala encontro uma brecha para lhe devolver seu próprio questionamento.

- Eu é que pergunto, Jeno. Quem é você e o que fez com meu melhor amigo? - Não uso meu tom brincalhão, desta vez eu pergunto-o olhando no fundo de seus olhos brilhantes. E ele parece entender o recado, já que desfaz o sorriso ao passo de que não me vê reteibuindo-o, deixando sua expressão mais séria e até preocupada.

- O que quer saber exatamente, Donghyuck? - Tenta se fazer de besta. Mas com certeza sabe muito bem o que eu quero ouvir como resposta.

- Quero saber o que houve para mudar assim de repente. - Afirmo o óbvio e Jeno respira fundo, seus olhos estão perdidos porque está apreensivo.

- Só quis mudar... É bom passar por algumas mudanças, não é? - Seu sorriso é tão forçado que me deixa clara sua mentira. Clara feita as águas dos mares do Caribe. Por que mente para mim?

- Não, não é isso. Alguma coisa aconteceu e você não quer me contar.

- Me desculpa... É que agora não posso te falar nada. Não posso porque não me sinto preparado. Ainda não, portanto eu peço que espere... Aguarde só um pouco, tudo bem? Pode fazer isso por enquanto?- Ele me encara, agora com o olhar mais suplicante do que qualquer outra coisa.

- Tudo bem.

Eu gosto desse momento. Eu e Jeno estamos numa sorveteria, ela é nova no bairro e ele me chamou para visitá-la. Prefiro pensar que não há um motivo especial para nos encontrarmos hoje, apenas avaliar os sabores de sorvetes do novo estabelecimento.

- Qual sua nota? - Me questiona, levantando uma sobrancelha, como se realmente minha resposta fosse algo super relevante.

- Acho que vou dar um 9,5 para o sabor cereja. Não que eu não tenha gostado, na verdade é muito bom, mas mereceria um 10 se eu tivesse colocado as gotinhas de chocolate... Sabia que sentiria falta delas! - Sou sincero.

- Você está sendo injusto com o sorvete, Dong! Não tá valorizando-o por si só, mas se sente que ele precisa de outra coisa, além dele mesmo, para ser perfeito, então talvez a nota não deva ser 10, de fato. - Me responde, fazendo um pequeno bico ao finalizar sua fala.

Vou ignorar o sentimento de desconforto que sinto ao ouvir o bendito apelido de novo.

- Tem razão, acho que ele é bom, mas ainda falta algo para ser perfeito. - Espero que ele entenda que não me refiro apenas ao sorvete. - E você? Qual nota dá para o sabor que escolheu?

Seus olhos piscam algumas vezes, suspira fundo para então me responde:

- 10 para o sabor baunilha, mas acho que não tem como arruinar um sorvete de baunilha, até hoje nunca experimentei um que não fosse digno de uma avaliação menor do que 10. - Diz com um sorriso já se formando no rosto.

Ele definitivamente não pegou o que eu quis dizer antes, mas nem esperava que entendesse, foi mais uma interpretação pessoal minha do que uma indireta, na verdade.

Continuamos a jogar conversa fora, já que nenhum dos dois está no clima de tocar no assunto que ansiamos tanto para passar a limpo, até que um garoto de repente aparece com as bochechas vermelhas, pela atenção recebida assim que para na nossa mesa.

Ele olha para mim e depois para Jeno e entrega um pequeno pedaço de papel para ele, com um número escrito.

- Me desculpem o incômodo, mas é que te achei muito bonito, então pensei em deixar meu número... - Ele fala com timidez, mas é clara a convicção em seu dito.

Sinto pena do garoto, se tivesse pedido meu número teria acertado mais o alvo, mesmo que eu já tenha olhos para alguém, mas ele foi mirar justo no hétero...

- Oh, obrigado, você também é muito bonito, mas é que eu já gosto de outro menino.

Ou nem tão hétero assim.

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