Chicago 1945

By stylesg1rl_

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Deena Jones foi obrigada a largar sua vida e seus sonhos para se dedicar ao seu casamento com James Harringto... More

CHICAGO 1945.
CHAPTER I
CHAPTER II
CHAPTER III
CHAPTER V
CHAPTER VI
CHAPTER VII
CHAPTER VIII
CHAPTER IX
CHAPTER X
CHAPTER XI
CHAPTER XII
CHAPTER XIII.
CHAPTER XIV
CHAPTER XV
CHAPTER XVI
CHAPTER XVII
CHAPTER XVIII
CHAPTER XIX
CHAPTER XX
CHAPTER XXI
CHAPTER XXII
CHAPTER XXIII
CHAPTER XXIV
CHAPTER XXV
CHAPTER XXVI
CHAPTER XXVII
CHAPTER XXVIII
CHAPTER XXIX
CHAPTER - XXX
CHAPTER XXXI
CHAPTER XXXII
CHAPTER XXXIII
CHAPTER XXXIV

CHAPTER IV

212 19 66
By stylesg1rl_


Chicago, Illinois
Estados Unidos

Acordei horas depois com James abrindo gavetas completamente transtornado. Me levantei em um salto vendo o tonto de roupas jogadas do chão.

— O que você tá fazendo? — Perguntei irritada. James me encarou sério, mas não respondeu nada, voltando a dar continuidade na busca por algo dentro das gavetas. — Você poderia me responder o que está acontecendo? — Cruzei os braços.

James me ignorou, abrindo outra gaveta até sorrir antes de tirar um revólver prateado de dentro dela. Arregalei os olhos ao ver o objeto em suas mãos. James o analisou como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Dei três passos para trás. James guardou o revólver na cintura e me encarou como se pudesse ver minha alma através dos meus olhos.

— Assassinaram Dom ontem a noite e Luke está desaparecido. Seja lá quem está por trás disso, eu vou caçar essa pessoa até o inferno. — Respondeu firme antes de virar e sair do quarto em passos rápidos.

Soltei a respiração que durante todo esse tempo estava segurando sem perceber.

Fiquei um bom tempo encarando a porta do quarto extremamente extasiada com a cena que eu acabei de ver. É impossível não pensar em Luke. Ele era a única pessoa envolvida com James que eu tinha um certo tipo de carinho. Por muitas vezes ele foi a minha companhia quando James viajava ou estava comendo alguma vadia por aí.

James saiu me deixando completamente sozinha em casa. Aproveitei para fazer o almoço, já que não tinha nada para fazer. Enquanto eu cozinhava, minha mente voava até Michael e nossos último encontro na noite anterior. Era muito estranho não conseguir parar de pensar em uma pessoa que eu nem sequer havia beijado ou tido algum toque a mais.

Comi almoço sozinha e voltei para o quarto, onde assisti televisão e dormi pelo resto do dia.

. . .

Seis dias haviam se passado e James mais uma vez não estava em casa. Ele passou os últimos dias trancado em seu galpão no centro da cidade, tentando descobrir ou achar provas de onde Luke poderia estar. Confesso que estou muito preocupada com Luke. Ninguém sabe o que está acontecendo, muito menos sabia algo sobre o inimigo que está a solta em busca de vingança. Todo receio é pouco.

A campainha tocou chamando a minha atenção. Apressei meus passos abrindo a enorme porta de madeira branca. Dei de cara com Taylor, um dos capangas de James me encarando sério com uma caixa em mãos.

— Ei, Taylor. — O cumprimentei encarando a caixa.

— Deixaram essa caixa na caixinha do correio. É para o senhor Harrington. — Me entregou a caixa e eu sorri. Taylor era uma boa pessoa, por mais que ele estivesse envolvido nos esquemas de James, ele tinha um bom coração.

— Obrigada, Taylor. — Agradeci antes de fechar a porta.

Caminhei até a mesa de jantar analisando a pequena caixa preta com um lacinho vermelho e a deixo ali, esperando pela a hora que James chegasse e a abrisse.

Esquentei o jantar, colocado-o na mesa, mas o tempo todo levando meu olhar até a misteriosa caixa preta no centro da mesa. James chegou logo depois, sozinho, com uma expressão irritada em seu rosto. Respirei fundo e continuei arrumando a mesa. James passou por trás de mim deixando um tapa forte na minha bunda antes de sentar em sua cadeira.

— Espero que saiba que a minha sobremesa será você. — Seus olhos escuros me encaram brilhantes. Ignoro arrumando os pratos.

— Deixaram essa caixa para você. — Peguei a caixa, colocando-a na frente de James.

— Abra para mim. — James olhou a caixa por alguns segundos e deu de ombros focado em colocar comida no prato.

Peguei a caixa colocando-a na minha frente, desfiz o laço e abri a tampa com cuidado. Um grito escapou dos meus lábios assim que vi o verdadeiro conteúdo da caixa, fazendo James levantar-se rapidamente da cadeira.

A mão tatuada de Luke estava dentro da caixa, ao lado de um cartão vermelho.

Levei minhas minhas mãos até a boca, dando alguns passos para trás. James fica completamente transtornado. Suas mãos vão até dentro da caixa retirando o cartão vermelho de lá enquanto eu o encaro aflita.

— "Estamos chegando" — James lê em voz alta. — Quem deixou a porra dessa caixa aqui? — Gritou me encarado furioso. — Quem, Deena?

— T-Taylor — Gaguejei nervosa e James caminha até a sala, pegando o telefone e ligando para que Taylor viesse rapidamente. — James, Taylor apenas entregou a caixa, eu sei que ele não tem nada a ver com isso... — Supliquei com medo de sua reação.

— Cala a porra dessa boca! — Apontou para mim, gritando antes de devolver o telefone pro gancho.

Ainda estou completamente em choque com o que eu acabei de ver. A porta abriu rapidamente revelando Josh e Taylor, que entraram na sala feito um furacão.

James veio até a mesa de jantar, pegando a caixa e a jogando furiosamente nos pés de Taylor que arregalou os olhos assim que viu o conteúdo da caixa. Josh também se assustou, mas não disse nada.

— James, e-eu não fazia ideia. — Taylor gaguejou encarando James.

— Quem deixou essa caixa aqui? — James perguntou pausadamente tentando manter a calma e esperando uma explicação plausível.

— E-eu não vi, juro que não vi. — Passou às mãos pelo rosto. — Quando eu cheguei a caixa estava na caixinha do correio. — Taylor olhou para James desesperado, enquanto James apenas o encara com um olhar de ódio.

— James... — Tento chamar sua atenção para mim e aliviar o peso de Taylor. Ele me olha. — Você sabe que ele não tem nada a ver com isso, não é? — Ainda no cantinho da sala, tento contar meu nervosismo diante da cena.

— Mentira. — James diz calmamente sacando a arma da cintura dando três tiros no peito de Taylor. Josh fechou os olhos e o corpo de Taylor, sem vida, caiu ao seu lado.

Soltei um grito levando minhas mãos até meus lábios trêmulos. Lágrimas grossas descem rapidamente pelo o meu rosto. Em todos esses anos eu nunca vi algo tão brutal e cruel como isso bem na minha frente. Como James conseguia ser tão ruim? Tão cruel?

— Isso é pra vocês verem o que acontece com aqueles que traem a minha confiança. — James apontou para o corpo de Taylor. — Josh, suma com esse corpo.

James virou as coisas e saiu da sala em passos calmos. Ele acabou de assassinar uma pessoa e sai assim?

Josh me olhou sem demonstrar nenhum tipo de reação e foi até o corpo de Taylor. Virei o rosto tentando não ver a cena. Rapidamente fui até a mesinha pegando as chaves do meu carro.

— Onde você pensa que vai? — Escuto a voz firme de Josh.

— Ficar aqui vendo essa cena é que eu não vou. — Limpei minhas lágrimas e sai dali.

Dirijo pelas ruas de Chicago sentindo lágrimas e mais lágrimas descerem pelo o meu rosto. A cada dia que passava, as coisas se tornavam piores e mais difíceis. James se revela ser um monstro a cada dia, a cada minuto e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso.

Enquanto dirigia pelas ruas de Englewood l, não pude deixar de perceber como as coisas se tornavam mais estranhas. As ruas estavam mais vazias e alguns comércios começavam a fechar suas portas. Tudo começava a virar um caos aos poucos.

Estacionei meu carro em frente ao apartamento de Annie. Limpei as minhas lágrimas e respirei fundo algumas vezes tentando conter meu corpo trêmulo.

Subi os cinco lances de escada rapidamente. Encarei a porta de madeira marrom a minha frente, levando alguns segundos para tomar coragem e dar três batidas. Ouvi uma movimentação no fundo e logo Annie apareceu vestida em um roupão azul.

— Hey. — Sorriu animada. — Matt está aqui também, entre. — Deu espaço e entrei. Vejo Matt sentado no sofá e aceno para ele, que acena de volta.

O apartamento de Annie era como os clássicos apartamentos de subúrbio. A parede era revestida por tijolos, a decoração era simples e havia uma janela com saída para a escada de incêndio.

Annie foi até a cozinha, voltando logo em seguida com uma garrafa de cerveja em mãos. Me sentei ao lado de Matt no sofá de couro marrom e Annie se jogou no sofá da frente. Não pude deixar de reparar em como Annie estava mais magra desde a última vez que nos vimos.

— Bom... que grande honra, hein? — Annie sorriu me estendendo a garrafa.

— Eu diria que sim. — Soltei uma risada fraca pegando a garrafa das mãos de Annie. Bebo o conteúdo. — Quais são as novidades?

— Nenhuma. —  Matt respondeu.

— O que aconteceu, Deena? — Annie me analisa de cima a baixo com cenho franzido.

— Apenas brigas com James. — Suspiro abaixando a cabeça. Matt acaricia meu ombro em forma de conforto.

Eu definitivamente não quero falar sobre isso. Como eu iria contar aos meus amigos que meu marido assassinou um homem injustamente dentro da nossa casa?

— Tudo bem... — Respondeu desconfiada, mas se dando por vencida.

— Até agora não acharam nenhuma notícia de Luke. Todos estavam comentando sobre isso no bar hoje. — Matt bebeu sua cerveja.

— Luke é uma pessoa tão boa. Não há razões para terem feito algo com ele. — Annie respondeu pensativa.

— E desde quando você conhece Luke? — Perguntei confusa.

— Desde quando nós fodemos bem gostoso no chão dessa sala. — Piscou soltando uma risada antes de beber o líquido da sua garrafa. Matt gargalhou.

— Você e Luke...? O que? — Gritei chocada e Annie gargalhou.

— Ele é um gostoso, Deena. — Beberica sua cerveja novamente antes de continuar. — Mas eu estou realmente preocupada com ele. Espero que ele tenha ido resolver algo de sua família. Luke não é de sumir assim. — Disse baixo.

— Eu pensei que você e Matt estavam... — Apontei para Matt e tentei gesticular de forma que ela entendesse.

Annie me olhou com os olhos arregalados e o cenho franzindo como quem acabou de ouvir um dos maiores absurdos do mundo.

— Deena, Não! — Gritou fazendo cara de nojo. Olhou para Matt e sorriu. — O Matt... bom... — Mordeu os lábios segurando uma risada e Matt escondeu seu rosto em suas mãos.

— Eu sou gay, Deena — Respondeu tímido.

Meu queixo caiu.

— Mas vocês disseram no bar uma vez que vocês estavam tendo um caso. — Falei incrédula enquanto olho Matt, que está completamente envergonhado.

— Bom... são apenas aparências. — Annie diz cruzando as pernas. Matt respira fundo.

— Como assim? — Pergunto confusa.

— Deena, a minha vida já é difícil por ser um homem preto, o que você acha que as pessoas dirão quando souberem que eu sou gay? Eles vão me assassinar em praça pública. — Matt respondeu baixinho, com um olhar triste.

Meu coração se parte em pedaços minúsculos.

— Matt, eu não sabia... — Acariciei seus braços. — Tá tudo bem, eu amo você do mesmo jeito. — Matt sorriu assentindo com a cabeça.

Decidi não prolongar aquele assunto e logo estávamos conversamos sobre outras coisas. Era ótimo estar com Annie e Matt, eles eram pessoas incríveis que eu sabia que podia contar a qualquer momento. Annie era sempre muito espontânea e sincera, enquanto Matt era mais tímido e observador. Eram raras as vezes que conseguíamos nos encontrar, mas sempre que conseguíamos, era como se estivéssemos em um mundo só nosso.

— Eu estou de fato preocupado com esses assassinatos. As pessoas estão com medo de saírem de casa — Matt diz pensativo. — Apenas pessoas envolvidas com James estão sendo mortas.

— Eu tenho medo de que algo aconteça com Deena. — Annie me encarou preocupada.

— Quem será que está por trás disso? — Matt perguntou nos encarando.

— Não faço a mínima ideia. — Me remexo desconfortável no sofá.

— Vamos chamá-lo de bandido sorrateiro. — Annie levantou do sofá indo em direção a cozinha em busca de outra cerveja.

— Bandido sorrateiro? — Perguntei segurando a risada. Matt gargalhou.

— É, você sabe... — Annie apareceu abrindo a garrafa com a boca. — Ele é esperto, faz as coisas na encolha e ninguém tem noção de quem seja. Vamos chamá-lo assim, acho legal. — Deu de ombros, sentou no sofá e bebeu a cerveja.

— É um belo nome — Respondeu Matt.

— Matt, você tem visto Michael? — Pergunto como quem não quer nada. Anne cerra os olhos e sorri maliciosamente.

— Faz uns bons dias que ele não aparece no bar. A última vez que eu o vi foi na noite do show e você estava com ele. — Me encarou confuso.

— Estranho... — Respondo por fim.

— Já deu um beijo nele, Deena? — Annie passou a língua entre os lábios, sorriu e bebeu o líquido da garrafa novamente.

— Não! — Respondo de forma rápida e incrédula, pegando almofada e jogando em cima dela, que desvia rindo. — Michael e eu somos apenas amigos.

— Já falei que você deveria aproveitar a chance e ficar com ele. Ele é bonito, gostoso e tem cara de te dará milhões de orgasmos. — Annie disse com uma voz sensual enquanto gesticulava.

— Eu concordo. — Responde Matt rindo das palhaçadas de Annie. — E ele parece estar bem afim de Deena.

— E você está afim dele? — Annie arqueou a sobrancelha.

— Acho que sim, não sei. — Respondo tímida enquanto Matt e Annie comemoram. — Mas eu não sei nada sobre ele. Única coisa que sei é que ele mora em West Lawn, porém sua irmã mora na rua de trás e eles são bem próximos.

— Se você se permitir, vocês terão muito o que conhecer um do outro. — Matt respondeu calmo.

— Como? Eu nem sei onde encontrá-lo. — Suspirei.

— A gente dá um jeito. — Matt sorriu.

— Mudando de assunto um pouquinho... — Annie se remexeu animadamente no sofá. — Sábado que vem terá uma apresentação minha no Break of Dawn e eu espero muito que vocês estejam lá. — Fez um biquinho.

— Ainda falta uma semana, Annie. — Matt responde desanimado e Annie joga o travesseiro nele.

— Exatos sete dias, ok? Espero vocês lá e não aceito não como resposta. — Ela colocou suas mãos na cintura, me fazendo rir de sua cara de brava.

Ficamos mais algumas horas conversando no apartamento de Annie e logo fomos embora.

Aproveito que estava de carro para dar carona a Matt até seu apartamento antes de refazer meu caminho para o último lugar que eu queria ir: Minha casa.

Estacionei o carro na garagem e fui até o hall de entrada em passos lentos. Assim que entro, sinto a atmosfera pesada daquela casa. Nada me fará esquecer que um homem morreu aqui.

Caminhei em passos rápidos até o meu quarto e fechei a porta rapidamente atrás de mim, me sentindo estava sufocada.

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