Vendetta di Lucrézia (Vinganç...

By vaiescrevermaria

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"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem." - Nietzsche. Lucrézia Caccini é uma jovem gen... More

Folha de Rosto
Prefácio:
2- IL DANNATO GIORNO! (O maldito dia!)
3- ADDIO, NONNO! (Adeus, vovô!)
4- SENZA TESTA (Decapitado)
5- SCAPPARE (Fugir)
6- SUCCHIARE, MARTINELLI! (Chupa, Martinelli)
7 - GIOCATO AI LIONS (Jogado aos leões)
8- IL FRIGO (A geladeira)
9- FAMIGLIA UNITA (Família unida)
10- CONOSCI IL TUO NEMICO! (Conheça seu inimigo!)
11- IL ACCORDO (O acordo)
12- IL FIDANZAMENTO (O Noivado)
13- IL MATRIMONIO (O Casamento)
14- IL MATRIMONIO II (O casamento- parte 2)
15- ADDIO AL NUBILATO (Despedida de solteiro)
16- FANTASMI DEL PASSATO (Fantasmas do passado)
17- NOTTE DI NOZZE (Noite de núpcias)
18- NUOVA CASA (Casa nova)
19- VECCHI AMORI (Amores antigos)
20- BUONGIORNO, FAMIGLIA! (Bom dia, família!)
21- IL PRIMO BACIO (O primeiro beijo)
22- USATO (Usado)
23- IL SALVATAGGIO (O resgate)
24- LA MUSICA (A música)
25- SILENZIO PICCOLA PUTTANA! (Silêncio vadiazinha!)
26- CENERE (Cinzas)
27- CENERE II (Cinzas- parte 2)
28- DI COSA SEI CAPACE? (Do que você é capaz?)
29- SFILATA (Desfile)
30- PAGHERAI PER QUELLO (Vai pagar por isso)
⚜- Genealogia
31- CENA DEL CONSIGLIO (Jantar do Conselho)
32- IL PRINCIPE (O príncipe)
33- AL LIMITE (No limite)
34- MEMORIAS (Recordações)
35- MEMORIAS II (Recordações parte 2)
36- CHI SONO? (Quem sou eu?)
37- PER LA FAMIGLIA (Pela família)
38- SOFFOCATO (Sufocada)
39- VOGLIO POTERE (Quero poder)
40- BENVENUTO NEL BUSINESS (Bem vindo aos negócios)!
41- SONO I MIEI OCCHI (São meus olhos)
42- UCCIDIMI, TI PREGO! (Me mate, por favor!)
43- MIE BATTAGLIE (Minhas Batalhas)
44- IL VULCANO ERUTTÒ (O vulcão entrou em erupção).
45 - UN LEONE PER VOLTA (Um leão por vez)
46- TRIONFO DEI NEMECI (Triunfo dos inimigos)
47 - MATRIMONIO CRUENTO (Casamento Sangrento)
48 - NON LASCIARMI, PER FAVORE (Não me deixe, por favor)
49 - RITORNO AL CASINÒ (Volta ao cassino)
50- ACCORDO TRA AMICI (Acordo entre amigos)
51 - LA DISCOTECA DEL GIORDANO'S (A boate dos Giordano's)
52- NO, MAMMA! NO! (Não, mamãe! Não!)
53- NUOVO AMICO (Novo amigo)
54- DESTINO SEGNATO (Destino selado)
55 - SFUMATURE DI ROSSO (Tons de vermelho)
56 - BUCO NERO (Buraco negro)
57-RICOMINCIA (Reiniciar)
58 - SCINTILLA (Fagulha)
59 - ROVINE (Ruínas)
60 - TRIONFO (Triunfo)
61- AFFOGATO (Afogado)
62 - NIKAH (Contrato de casamento)
63- VECCCI AMICOS (Velhos amigos)
64 - DISTRETTO A LUCI ROSSE (Distrito da Luz Vermelha)

1- L'INIZIO DELLA FINE (O começo do fim)

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By vaiescrevermaria

Obs: Caccini se pronuncia com som de "Cattini".

"Eu amo vocês dois, Lucrézia e Matteo! Eu amo mais do que amo a minha própria vida. Nunca suportaria perdê- los também, por isso estou me rendendo. Mas não quero que os dois sintam-se culpados. Entendem isso, não é, bambinos? Não importa o que aconteça ou quanto tempo demore, quando um vulcão entra em erupção é sempre devastador. E, lembrem- se, meus netos, nós somos descendentes do deus Vulcano. Podemos passar até séculos esperando a hora de explodir. Todavia, quando chegar a hora de deixar o fogo que há dentro de vocês queimar, eu tenho dó daqueles que ficarem no caminho de vocês dois. Me prometam que quando for hora certa, vocês destruíram nossos inimigos."

        Essas foram as últimas palavras do meu avô e, mesmo depois de doze anos, ainda ecoam na minha cabeça. São as mesmas palavras em que me apoiei para não desistir dessa merda de vida. Não poderia nunca decepcionar o senhor Francesco Caccini, meu avô e um dos melhores e únicos homens bons que conheci.

       Toda vez que me lembro de suas palavras uma dor forte me corta o peito, me dilascera. Ela dói mais do que qualquer dor física. As lembranças da minha família feliz e completa, por mais vagas que sejam, aquecem meu coração. Sinto tanto falta deles, falta da paz e da segurança que sentia ao lado dos meus familiares amados.

       Ah, Lucrézia! Mas você é muito apegada ao passado, blá, blá, blá... É claro que sou. Há doze anos, tinha uma vida quase perfeita. Era a princesinha do vovô, tinha a minha mãe comigo, minhas preocupações se resumiam a não me atrasar para aulas de metalurgia e ourivesaria com o vovô e brincar o dia inteiro com Matteo.

        Com oito anos, já era uma menina teimosa, arteira e cheia de opiniões, que era neta do homem mais poderoso da máfia milanesa. Sim, meu avô era o grande Don da Máfia, ele comandava o Conselho do Cinco. Nossa famiglia, os Caccini, fazem parte da realeza da máfia na região da Lombardia. Nós éramos ricos, poderosos, respeitados e temidos, é claro.

       Ser temido quando se vive dentro da máfia é necessário para que sua cabeça permaneça no lugar. Bem, era isso que Francesco sempre me dizia, mas comigo e Matteo o vovô era um senhorzinho fofo, carinhoso e dedicado à família. Além de ser extremamente inteligente e culto, ele adorava todo tipo de arte, dentre as suas principais fascinações, destacam-se a mitologia greco-romana e todo tipo de fabricação que envolvesse metal. O que era ótimo, já que o negócio de fachada — sabe, aquele para encobrir o fato de ganharmos dinheiro distribuindo e controlando a venda de heroína, cocaína, metanfetamina e todo tipo de droga que entrava e saia da Itália, e outras coisas ilegais, se e que me entendem — era um rede de joalherias que possuía o mesmo nome da minha família: Joalherias Caccini. Havia uma basicamente em toda grande cidade italiana.

        Como Don, o senhor Caccini era, sem dúvidas, um excelente líder, daqueles incríveis mesmo. O poder e domínio do Conselho dos Cinco sobre Milão triplicou enquanto os Caccini estavam chefiando. Fazia quase um século que minha famiglia comandava e, modéstia à parte, éramos muito bons nisso.

        E, até pouco tempo, tudo indicava que os Caccini continuariam seu legado de grandiosidade por anos. Nonno começara a treinar tio Fabrizzio, ele seria seu sucessor natural, já que a minha mãe, a primogênita, nunca se envolveu muito com os negócios. Ela era tão doce e gentil ao ponto que nunca seria capaz de machucar uma mosca. Tudo ia bem, tio Fabrizzio gostava daquela vida, ele era muito parecido com o vovô. Eu o adorava, no entanto, pouco me lembro dele. Quando tinha seis anos, ele foi assassinado por um dos inimigos da família. Na época não sabia, mas a morte dele foi só o começo da guerra que estaria por vir.

        Guerra? Sim, guerra! A Guerra do Conselho. Não seria a primeira e eu não deixarei ser a última.

         O Conselho do Cinco é formado por cinco clãs familiares, que ficam no topo do comando da máfia — seriam como a "nobreza" da máfia — que se alternam no poder de tempos em tempos. Essas cinco famílias são: Caccini, Martinelli, Giordano, Barone e De Lucca.

         Na maior parte do tempo, as cinco conviviam em harmonia, mas não deixam de ser parasitas, que passam todo o tempo esperando qualquer fraqueza sequer para atacar. É, foi isso que aconteceu, eles esperaram um momento de vulnerabilidade para atacar minha família.

          E que momento foi esse? Então, meu avô era o patriarca dos Caccini, o primogênito da sua geração, ele tinha irmãos mais novos: Tommaso e Monalisa. Tia Monalisa é um amor de pessoa, um pouco difícil também, pena que não posso dizer o mesmo do tio Tommaso, que sempre me causou repulsa, com seu jeito invejoso e traiçoeiro, só que meu avô não viu isso a tempo. Na primeira oportunidade, Tommaso traiu meu avô, traiu a própria família e colaborou para nos levar à ruína.

         O senhor Caccini, vulgo vovô, demorou mais que o habitual para a máfia, pelo menos, para se casar. Disse que só se casaria por amor e assim fez. Francesco e minha avó formaram um casal lindo. Não pude conhecê-la, porém mamãe falava muito bem dela.

        Consequentemente, ele demorou a ter filhos, e , quando teve, veio uma menina, minha mãe: Poliana, a mulher mais incrível desse mundo, tão incrível que esse mundo não a merecia. Entretanto, apesar de estarmos no século XXI, a máfia ainda é um ambiente extremamente machista que apoia palhaçadas como a ideologia de que mulher deve ser submissa. Pois bem, meu avô não se importava com isso, acreditava que o poder deveria ficar nas mãos de quem fosse competente para isso, independente da idade ou sexo, contudo, o resto do Conselho e os associados não viam essa perspectiva com bons olhos.

         Por outro lado, tio Tommaso, ambicioso como só ele, casou-se cedo e com a herdeira dos Giordano, consolidando uma aliança perigosa. E, teve como fruto dessa relação Ezzio Giordano Caccini. Tio Ezzio deve ser quase uns dez anos mais velho que minha mãe e ele também é alguém que me causa desprezo. Juntando a sua ambição com o machismo e senso equivocado de que seria um bom líder, Tommaso conspirou contra o próprio irmão. Queria tomar o poder do meu avô. Meu "amado" tio-avô realmente se achava melhor e mais qualificado por ter um herdeiro homem e ter netos (Lucera e os gêmeos, Alessio e Alessandro), netos homens para continuar a linhagem. Meu cu! Ele era um babaca!

        Eu não posso afirmar com certeza que foi tio Tommaso ou Ezzio, ou os dois juntos que mandaram matar tio Fabrizzio, mas não nego que isso já passou pela minha cabeça várias vezes. Só prefiro acreditar que, apesar de ambiciosos, eles não matariam sangue do seu sangue.

         Depois que o tio Fabrizzio se foi, as coisas não ficaram mais fáceis. Se aquele momento era difícil pra mim, imagina para Matteo. Ele perdeu o pai com oito anos e não fazia nem três anos que havia perdido a mãe para o câncer. Matteo é uma pessoa maravilhosa, doce e muito forte também. Sem ele, eu não estaria aqui hoje. Além de meu primo, é meu melhor amigo e dois anos mais velho que eu. Quando o vovô foi morto, ele tinha dez anos. Talvez por isso ele lembre mais das coisas do que minha pessoa.

        Enfim... A traição de Tommaso e a morte de tio Fabrizzio foram só os primeiros golpes acertados nas costas do senhor Caccini. Os Barone, Giordano e Martinelli ficaram rondando meu avô, como urubus cercando um animal moribundo. No entanto, eles não esperaram o "reinado" de meu avô virar carniça para atacar. Começaram a invadir os quartéis onde vovô comandava as operações, saquearam cargas, mataram homens fiéis e associados. Uma verdadeira guerra estava sendo travada nas ruas de Milão. As regras de não levar violência para casa foram totalmente ignoradas.

       "Nove corpos com a cabeça decepada amanheceram pendurados na ponte." "Perícia tenta identificar cadáver encontrado carbonizado na zona industrial." "Idoso é encontrado ajoelhado e com tiro na nuca."

         Todos os dias a capa do jornal vinha com fotos de um assassinato diferente. Mulheres, idosos e crianças não foram poupados. Todas as regras criadas para manter a paz na máfia, naquele momento, simplesmente não valiam de nada.

        Agora era guerra. Só os fortes ficariam de pé e meu avô teve que enfrentar três clãs e irmão traidor. Os De Lucca foram os únicos que permaneceram leais ao meu avô, mas não era o bastante. Ter expandido tanto o domínio do Conselho custou muito dinheiro e drenou muito recursos dos Caccini. Travar uma guerra com orçamento apertado e inimigos vindo de todos os lados, problemas familiares estourando não era nada fácil. E, considerando que meu avô não era mais tão jovem assim para lutar... Me dói dizer isso, porém acho que vovô também sabia, essa batalha estava perdida antes mesmo de começar. Como o bom líder que ele era, e orgulhoso também, não se daria por vencido. Se fosse pra cair, ele cairia lutando. Esse era o meu avô! Francesco Caccini lutaria até seu último suspiro.

        Os horrores da guerra se estenderam por meses. Os assassinatos, chacinas, incêndios criminosos, acidentes de carros suspeitos, rebeliões das facções dentro da prisão se intensificaram. A máfia estava explodindo de dentro pra fora. Até a polícia, que recebia muito bem para ficar fora dos negócios do Conselho, estava começando a se mobilizar. A situação era caótica e a sensação era que logo, logo tudo ia desmoronar.

         Não deve fazer nem uma semana que literalmente explodiram uma bomba no meio do desfile da nova coleção de jóias da Joalheria Caccini. Me lembro de ouvir o burburinho sobre o ataque, na mansão do vovô. Todos nós estamos morando lá agora. Vovô disse que era mais seguro. Meu pai estava odiando a estadia na casa, ele e vovô sempre se estranharam.

        Eu passava o dia tentando distrair e animar Matteo. Podia fazer dois anos, mas a morte do pai dele ainda o fazia perambular pela casa com o olhar vago e distante. Às vezes parecia que ele estava em outra dimensão.

Continua...

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