Motivos Para Não Amá-la

By Doce_Harley

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Dylan Collins foi adotado ainda bebê, ganhando todo o amor possível de seus pais e de sua querida irmã, Skyli... More

Prólogo | REVISADO
Apresentação/Avisos
001 - Everglow | REVISADO
003 - Let Her Go | REVISADO
004 - I've Hurt myself | REVISADO
005 - Minutes Away | REVISADO
006 - Forgive Myself (Special Chapter)
007 - Who is She?
008 - Be Kind
009 - We Have History
010 - Been In Pain Like Me?
011 - Back Home
012 - Don't let me down
013 - It's a New Life
014 - I Wish I Could Love You
015 - My Sister? No Way!
016 - My School
017 - Memories
018 - Jealousy
019 - Troubled Girl
020 - The Courage Cake (Special Chapter)
021 - Your Dream
022 - I Feel Safe
023 - It's Not You, It's Me
025 - I'm sorry, Dad!

002 - Changes | REVISADO

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By Doce_Harley

"Eu só quero ser o melhor de mim.
Mesmo que às vezes eu esqueça de respirar. Para que eu possa ser o melhor para você."

 – Changes (Justin Bieber).

"10 anos atrás"...

29/4/2008. 15h:56m

Charlotte - Carolina do Norte. EUA

— A comida está na mesa e estamos te esperando para o jantar! — disse, após entrar no quarto de minha irmã e a encontrar deitada na cama, olhando o que parecia ser um porta retrato. —Hey, de onde tirou isso? Não é o porta-retrato que fica no escritório do papai? — perguntei ao me aproximar, arrancando o objeto de suas mãos, ele continha uma fotografia de mamãe, papai, eu e ela.

Na foto estávamos no que parecia ser no quarto de um hospital, mamãe estava deitada em uma cama com fios de máquinas ligados ao corpo, mas ainda assim exibia um belo sorriso, em seu lado direito da cama estava eu, aparentemente com uns 2 ou 3 anos de idade, dormindo tranquilamente. Já papai estava segurando em seu colo Sky, que parecia ter poucos dias de vida.

— Skylinn, não devia mexer nas coisas de papai, se você quer essa foto eu posso te dar, tenho uma cópia dela, mas não piore as coisas entre vocês que eu não quero ver ele mal, tá bom? — falei, saindo do quarto com o porta-retrato em mãos, para voltar a guardá-lo em seu devido lugar.

— Voxê acha mesmo... — Ia embora, mas parei assim que ouvi a voz azucrinante da menina —, que ele me odeia? — terminou sua frase, me causando uma sensação estranha por ter que respondê-la, a gente não costumava conversar muito ultimamente.

— Sabe como é o papai, ele costuma dizer coisas sem sentido quando está nervoso — respondi sem graça.

— Ele não só dixe isso, ele age como se me odiaxe de verdade! — redarguiu ela, com o seu vocabulário pouco desenvolvido para uma criança de 6 anos.

— Skylinn, você também não facilita às vezes, se você fosse menos... menos "você" e fosse mais como eu, não teria motivos para ele brigar tanto contigo! — falei confiante e, novamente quando ia sair de seu quarto, sua pergunta inesperada pareceu prender meus pés.

— Também acha que matei a mamãe? Que ela está morta por minha culpa? — perguntou, seus olhos brilhavam para mim, como se estivesse aguardando a resposta mais importante de sua vida.

— Ai, Sky, para de pensar besteira, vai logo pra mesa que a comida está esfriando — disse para fugir do assunto.

— Eu não tenho fome! — afirmou, se jogando na cama e cobrindo com a sua manta metade de seu pequeno corpo.

— Sabe que é lasanha, né? Sua comida favorita!

— Eu xei, senti o cheilo, Dylan vai embola — falou a pequena, se cobrindo até a cabeça.

— Tem certeza? A sobremesa é sorvete! — Não, a sobremesa não era sorvete, mas tentei alegrá-la e realmente pensei que conseguiria tirá-la da cama usando sua comida e sobremesa favorita como pretexto, todavia, nada melhorava o humor de Skylinn, por isso, resolvi deixá-la sozinha. Quando ia ao escritório de papai guardar o seu porta-retrato, acabei percebendo que havia chegado visitas.

— Eu sei que às vezes eu exagero, me exalto com facilidade, grito com ela e falo coisas sem pensar, mas eu nunca deixei faltar nada pra essa menina, sempre fiz meu papel de pai! — ouviu-se a voz de meu pai por detrás da porta. Não era a minha intenção nem hábito escutar atrás de portas, mas naquele momento a curiosidade falou mais alto.

— A gente sabe, você sempre deu tudo para ela, paga até os melhores colégios, mas não dá o mais importante: amor! Skyzinha precisa de amor, Richard! — E essa era voz de tio Luke.

"Com que então, eles falavam sobre a Skylinn?"

— Está querendo dizer que eu não amo a minha filha? — papai perguntou e, pelo seu tom nada agradável, era fácil perceber que faltava pouco para a gritaria começar, caso a conversa seguisse adiante. Digamos que os dois não sabiam desenvolver um assunto polémico, sem que este terminasse em confusão.

— Você mesmo disse que à odeia! — rebateu tio Luke.

— Por favor, Luke, aquilo foi no calor do momento, quantas e quantas vezes você já não falou merda em momentos de raiva? — questionou papai na defensiva, já alterado.

— Meninos, estamos aqui para ter uma conversa civilizada, acalmem-se por favor! — Dessa vez se tratava de uma voz feminina, a qual não reconheci no momento. Pelos vistos havia mais gente na sala.

— Ficarem gritando um com o outro não vai nos levar a lugar nenhum. Estamos aqui procurando fazer o que será melhor para a minha neta! — E depois se ouviu a voz de um homem, mas essa não tinha como não reconhecer, era a inconfundível voz de Bates, pai de minha mãe, meu avô, e a senhora que falou antes dele deveria ser Kate, sua mulher, minha avó. Mas eles moram no Canadá, só nos vemos uma vez por ano nas férias de natal. "O que estariam fazendo aqui?"

— VOCÊS NÃO VÃO TIRAR A SKYLINN DE MIM! — gritou o papai.

— VOCÊ NÃO ESTÁ EM CONDIÇÕES DE CUIDAR DELA, RICHARD! — gritou mais alto o tio Luke.

AI, SEGURA ELES, BATES! — E dessa vez o grito foi de Kate, minha avó parecia desesperada.

— Luke, eu falei pra você ter calma! — disse meu avô, que parecia ser o único tranquilo.

— É MINHA FILHA, MINHA! EU DECIDO COMO A EDUCAR, COMO A TRATAR E COM QUEM ELA FICA! — vociferou novamente o papai, que parecia fora de si.

— Ah, se não nos der ela por bem, vai ser a mal, porque é só chamar um assistente social pra você perder a guarda da menina, o que vai ser muito fácil, já que você é um inconsequente quando se trata dela! — tio Luke ameaçou. Eu estava completamente confuso, nunca tinha os visto brigar daquele jeito, o que estava acontecendo?

— VOCÊ NÃO SE ATREVA! — berrou meu pai e no mesmo instante, ouvi algo se quebrar.

— Que glitaria é essa? — A voz de  Skylinn me fez sobresaltar em susto. A menina que surgiu repentinamente, tinha a sua feição assustada.

 — Nada. Não é nada, vamos voltar para o quarto! — falei, ao pegar minha irmã pelos ombros e dirigi-la até seu quarto, não queria que se apercebesse do motivo da briga familiar.

— PARE, RICHARD, SAI DE CIMA DELE! — ecoou o apelo de vô Bates.

— Aquela é a voz do vovô? — perguntou a garota curiosa, ao parar de andar.

— Não, Sky, você ouviu errado! — retorqui, ao tentar arrastá-la para longe daquele  cômodo.

— Não! Me solte, Dylan! Eu xei o que eu ouvi! — reclamou, ao me empurrar e correr para o escritório, fazendo com que eu fosse a sua atrás. Assim que Skylinn abriu a porta, todo barulho cessou, nos tornando o centro das atenções, papai estava em cima de tio Luke, este se encontrava no chão com parte de seu rosto avermelhado. Perto deles um vaso quebrado e meus avôs estavam em torno, certamente tentando apaziguar a situação.

— Vovô! — gritou a pequena entusiasmada, surpreendendo a todos ao correr para pular no colo de vovô Bates. Skylinn ignorou completamente o fato de ter interrompido uma briga.

— Desculpe, pai, eu não consegui segurá-la e nem a impedir que viesse!  — disse envergonhado, atraindo olhares para mim.

— Dylan, meu amor, está tão grande! — declarou a senhora de cabelo grisalho, vindo me abraçar. Correspondi ao seu abraço, pois de fato, também senti saudades.

— O que voxês tão fazendo aqui? — perguntou Sky, no colo de vovô.

— A gente veio ver vocês! Estávamos com saudades de nossos netos! — brincou o homem, que possuía um curto cabelo branco muito bem ajeitado e penteado, sua barba que parecia estar sempre por fazer deveria o deixar com um visual mais descontraído, porém, o dava uma aparência mais hostil, avô Bates tinha um corpo forte que o permitia passar a sua particular imagem de velho vaidoso, muito bem cuidado para a sua idade.

— E porquê voxês estavam bligando? — perguntou a menina.

— O quê? A gente não estava brigando, era só uma conversa, não é mesmo, Luke? — disse meu avô para o tio Luke, que se levantava do chão.

— Claro! — respondeu ele, tentando forçar um sorriso, tentativa falha, pois sua expressão de dor tomou conta de seu semblante, provavelmente pelo golpe dado por meu pai.

— Queridos, a gente queria conversar com vocês um pouco, pode ser? — perguntou minha avó, se referindo a mim e a Skylinn.

— Pode ser... — respondi cabisbaixo por os ver mentir, podia ter apenas 8 anos, mas era inteligente o suficiente para conseguir perceber o que estava acontecendo.

— Vocês dois podem nos deixar com os nossos netos a sós, por favor? — perguntou minha avó para o seu filho e genro.

— Vocês só podem estar de brincadeira comigo! — falou meu pai, que ria com deboche.

— Richard, por favor! — disse meu avô, autoritário e rude, fazendo meu pai sair sem pensar duas vezes, junto de tio Luke.

— Queridos, sentem-se aqui, andem! — pediu a senhora, com o seu jeito meigo e carinhoso de sempre, nos guiando para o pequeno sofá que tinha naquele escritório. — Como vocês estão? —perguntou, puxando uma cadeira e sentando-se de frente para nós.

— A gente está bem! — respondi, sendo curto e grosso, antes de Skylinn.

— Não, Dylan, não responda pelos dois. Skylinn, Você está bem? — voltou a perguntar.

— Xim! — respondeu Sky, após olhar para mim.

— Sabem por quê estamos aqui? — questionou vovô Bates.

— Xim, porque xentiram xaudades? — indagou Skylinn com entusiasmo.

— Sim, por isso também — respondeu com um sorriso no rosto o homem que raramente via sorrir.

— A gente recebeu uma chamada do vosso tio, que se demonstrou muito preocupado com vocês! Segundo ele o vosso pai não tem vos cuidado como deveria! Disse que praticamente estão sendo criados pela babá, porque ele quase que não para em casa, e quando está, ele grita muito e até bate...

— Isso é mentira! Meu pai nunca tocou na gente! — afirmei com segurança, me levantando e interrompendo minha avó.

— Se acalme, Dylan, a gente só quer saber de vocês! — respondeu avó Kate, ao fazer-me sentar novamente.

— E você, Skylinn? O que tem a dizer sobre isso? — questionou avô Bates. Skylinn parecia nervosa,  a menina me olhava como se precisasse de aprovação, antes de responder a qualquer pergunta.

— Papai nunca tocou na gente! — falou, repetindo exatamente as minhas palavras.

— Querida, você pode se sentir à vontade para falar comigo, seu pai te trata bem? — perguntou vovó, ao pousar sua mão no ombro da neta.

— É claro que ele trata! — afirmei.

— Dylan! — repreendeu meu avô.

— Ele grita muito comigo quando chega bêbado e me fala coisas que me machucam, mas nunca bateu em mim ou no Dylan! — justificou minha irmã, ela parecia nervosa.

— É sério? E o que ele fala pra você? — perguntou o avô.

— Sky, não... — sussurrei, na esperança de que ela ouvisse e parasse de falar, já que eu sabia onde isso nos levaria, ela iria mencionar sobre o último ocorrido que tivemos com o papai bêbado.

— Que... eu sou uma menina má, que por minha culpa mamãe morreu! — falou sussurrando, sem conseguir encarar a senhora em nossa frente, obviamente desconfortável. Eu sabia... estava prevendo estas palavras saírem de sua boca, há exatamente duas semanas que Skylinn não tirava isso da cabeça, há duas semanas que ela se encontra triste e cabisbaixa, sendo incapaz de esquecer as palavras de papai após ter chegado em casa bêbado.

— Meu Deus! — sussurrou vovó no mesmo tom, ao colocar a mão sobre seus lábios. Ela parecia chocada com a informação dada pela menina.

— Ele estava bêbado, não foi por mal! — tentei defendê-lo, porque por algum motivo, sentia que se tratava de um julgamento sem a presença do acusado para se defender.

— É aí que começa o problema! Um bêbado cuidando de duas crianças! — redarguiu meu avô, parecendo pensativo. Eu não aguentava mais, não suportava ver toda aquela conspiração contra o meu progenitor.

— E o que mais você notou em seu pai que não te agradou? —  avó Kate perguntou, na tentativa de arrancar mais informações de Skylinn. A garotinha então olhou para mim receosa, por ter que responder aquelas perguntas em minha presença, certamente, sabia que por mim só deveríamos falar maravilhas de nosso pai, e que eu brigaria com ela por estar revelando a nossa realidade.

— Pode falar, querida... a gente quer te ajudar, quem sabe até não fazer seu pai mudar de atitude, ham? — disse a senhora para a neta, mostrando o seu mais lindo sorriso acolhedor.

— Ele não vai mudar comigo, parexe me odiar  — falou minha irmã, e pelo seu tom de voz, eu sabia exatamente que o teatro começaria. Ela choraria em 3, 2, 1... Fungou o nariz, limpando a lágrima que escorreu de seu olho. "Como ela consegue chorar tão fácil? Hollywood estaria orgulhosa de tal atuação"  — pensei.

— Para de drama, está sendo ridícula! — Não consegui me conter e  manter minha boca fechada. Às vezes, Sky conseguia me tirar do sério.

— Pra voxê é tudo muito fáxilnão é? Voxê sempre teve a atenxão dele, o amor, os melores plesentes, tudo! Voxê é o filho que ele ama e eu tou canxada de ficar sobrando! — Skylinn se levantou e gritou enraivecida, enquanto chorava.

— NÃO GRITA COMIGO! NÃO GRITA... — vociferei também me levantando, até ser empurrado pela menina e cair sentado no sofá

— Como se atreve? — Quando estive prestes a  realizar o meu enorme desejo de batê-la, fui parado por minha avó. — Opa, opa, parou, os dois, Já! — disse ela.

— (ELA/ELE) QUE COMEÇOU! — Skylinn e eu nos acusamos em simultâneo.

— HEY! NÃO OUVIRAM A VOSSA AVÓ? — repreendeu o senhor.

— Papai tem toda razão quando te culpa pela morte de mamãe, ele te odeia e eu também te odeio! Se você não fosse tão chata e irritante a gente ainda teria ela!  — alfinetei, ignorando o aviso de meu avô.

— CALA A BOCA, DYLAN — berrou avó Kate!

— Você matou ela, você matou a mamãe! — continuei falando, até ser atingido por um tapa de vô Bates. O golpe foi tão forte que me jogou contra o chão e me fez perder as forças para levantar, enquanto isso, ainda conseguia ouvir o som do barulho irritante do choro de Skylinn.

— Bates! — gritou minha avó, após seu marido ter me batido.

Meu avô nunca foi violento, sempre foi muito carinhoso, principalmente com Skylinn, comigo não sei o que acontecia, mas sentia uma certa frieza de sua parte. Ele nunca me tratou mal, mas sua indiferença comigo era o que mais me machucava.

— Nunca! Mas nunca mais repita isso pra ela ou para alguém, você me ouviu? Você me ouviu? — Avô Bates puxou pela gola de minha camisa me tirando do chão, deixando-me assim cara a cara com ele, pois o mesmo se encontrava agachado.

Ainda com as minhas mãos sobre a bochecha, pegando no local atingindo pelo tapa que ainda ardia, meneei a cabeça em afirmação. Eu chorava e sentia como se cada lágrima que caísse provocasse um ardor maior em minha face.

— Garoto mimado! — falou, me jogando de volta contra o sofá. — Eu não sei como o Richard consegue dar mais amor para um filho da puta de merda como esse, com a porcaria de sangue latino! — afirmou o senhor revoltado para a mulher, que ainda tentava fazer a neta parar de chorar.

— Bates, por favor, não deve dizer isso na frente deles! — repreendeu minha avó, parecendo embaraçada com a situação.

E aquele foi um dos piores dias da minha vida, não por ser a primeira vez que alguém bateu em mim, mas por perceber o motivo da indiferença de meu avô. Eu sou adotado e latino. Para ele é bem mais fácil amar a neta biológica de olhos azuis e cabelo claro do que amar um "filho da puta de merda com sangue latino". Eu sempre soube de minhas origens, meus pais nunca me esconderam nada, sempre tive orgulho de ser quem sou. Fui adotado com 2 anos de idade e a única coisa que me lembro de meu passado antes de me tornar um Collins, é de "meu antigo nome ser Diego".

Para mim, minha mãe sempre foi Lynn, meu pai sempre será Richard... os Collins são a minha família. Mamãe nunca me tratou com indiferença por não ter vindo de seu ventre, sempre me senti amado, mesmo depois da chegada de Skylinn. Com o meu pai era o mesmo, mas isso mudou com a morte de mamãe. Desde então, ele só tem se focado em mim. Toda a atenção, amor e carinho por minha irmã parecia desvanecer a cada dia, e o pior foi a mesma ter notado.

Eu estava sob forte influência de papai, só pensava em mim, no quanto precisava fazer para ser o filho perfeito, não me importando com a exclusão de Skylinn e muito menos com os seus sentimentos. Para mim, só agradar meu pai me importava, ele era a melhor pessoa do mundo, afinal, entre tantas outras crianças ele havia me escolhido para ser seu filho, eu devo isso a ele. Uma gratidão por toda vida, por isso, sempre que puder o defenderei com unhas e dentes.

— Querida, acalme-se. Você não matou sua mãe. Você não foi culpada, aquilo foi uma tragédia, não tinha como você saber! — falou vó Kate, limpando o rosto de sua neta com as mãos.

— O Dylan também acha que... — falava a pequena que ainda soluçava, até ser interrompida por vovó.

— Até parece que você não conhece o seu irmão, ele acredita cegamente em qualquer coisa que seu pai disser, mas seu pai estava bêbado quando disse isso, não deve levar a sério! — falou a senhora, que finalmente a fez parar de chorar, quando depositou a cabeça da neta sobre seu peito, para acariciar seus fios de cabelo.

— Luke tem razão, não podemos deixar essa menina nas mãos do Richard, ele que fique com o seu filho postiço! — disse o homem enraivecido, se referindo a mim.

— Já falei pra não falar assim na frente deles, Bates! — vociferou vovó com a voz autoritária, parecendo querer se exaltar , para em seguida seu olhar penoso recair sobre mim.

Eu ainda me encontrava estático, encolhido no sofá do escritório com minha mão sobre a bochecha dolorida.

— Não me venha defender esse bastardo agora! — reclamou ele.

— Sinceramente! — resmungou vovó.

— Dylan, querido, vá para o seu quarto, vai! — disse avó Kate com a voz meiga, me fazendo sair correndo daquele lugar.

— Dylan, Dylan! O que ele perguntou pra você, Dylan? — questionou curioso meu pai, quando me viu passar pela sala, mas tudo o que fiz foi continuar correndo e subir os degraus da escada com enorme pressa, queria logo chegar em meu quarto e assim que o fiz me joguei na cama, chorando como nunca...

Eu estava com raiva, raiva por tudo que estava acontecendo. Já tinha se passado 1 ano desde a morte de mamãe, era suposto termos superado. Mas é difícil superar a partida de alguém que representa a nossa felicidade. Lynn Collins se foi levando parte de nossas almas junto com ela. Como se... como se perdêssemos a nossa essência. Eu só a queria aqui e agora.

"Precisava de minha mãe de volta para voltar a ser eu mesmo". A ausência dela em nossas vidas era uma mudança que eu me recusava aceitar.

Notas da autora:

O que é um incesto?

"Incesto é a união sexual entre parentes consanguíneos, especialmente entre pais e filhos, ou entre irmãos".

•Sendo assim, não se trata de um incesto sendo que Dylan e Skylinn não possuem o mesmo laço sanguíneo. Na verdade, nem entendi o porquê de muita gente surtar, sendo que eu havia deixado claro na descrição da história o facto de o personagem ser adotado. Isso me leva a pensar que muita gente ignora a descrição e prefere deixar-se surpreender com o que a obra tem para oferecer, o que também não é nada mal...

(Leitor): certo que não possuem laços sanguíneos, mas não deixam de ser irmãos já que Dylan faz parte da família, então continua sendo errado!

Exato! Mas você já parou para ler o título da obra? Por ser errado, Dylan procura motivos para não amá-la!

Ao longo do livro vocês entenderão melhor como esta loucura aconteceu, mais ou menos até no quarto capítulo irão entender que nem tudo é o que parece, só peço uma oportunidade e que não me julguem precipitadamente, porque eu jamais romantizaria um incesto!

•Aos que me cancelaram na hora por este motivo, obrigada por ao menos lerem, e aos que continuam me acompanhando, "são vocês os meus doces favoritos e eu só tenho é a agradecer!"

•Eu espero que tenha gostado do capítulo, se gostou não se esqueça de votar e deixar seu comentário. Me desculpe pelas notas grandes mas era necessário. Obrigada por ler e... boa leitura para o próximo capítulo.

Doces Beijos ♡

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