Ran Before The Storm - Remus...

By JuLovegood

367K 40K 26.2K

Luna foi nomeada pelo nome do único satélite natural deste planeta. Remus por inúmeras vezes odiou a lua. Rem... More

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
35
36
37
38
39
40
41
Epílogo

34

6.8K 748 566
By JuLovegood

- Dumbledore encontrará com vocês a alguns minutos daqui, vocês caminharão com o maior silencio possível e esperarão exatamente no local que ele nos informou, entenderam? – Delilah perguntou autoritária, James acenou, havia ouvido parte da conversa entre os dois bruxos e sabia onde deveriam encontrar o diretor.

Havia poucos minutos que Delilah conseguira estabelecer uma conexão com Dumbledore que, muito gentilmente, não os entregara para o ministério. Ele havia definido um local para encontro com os alunos não muito próximo dali para não haver risco de serem pegos e, consequentemente, virem o diretor da maior escola de bruxaria do mundo – ele mesmo afirmava – protegendo e cooperando com foras da lei bruxa.

- E vocês? – Luna perguntou já com semblante preocupado.

- Nós vamos girar... onde Dê conseguir nos levar. E aí... – Antes que Guildo terminasse sua fala, Luna enfiou seu rosto na barriga do tio em um abraço desajeitado e desesperado. – Ei... logo, logo a gente se vê, combinado, si?

Luna fungou e assentiu com a cabeça.

- Fiquem bem. Por favor. – A voz de Luna saiu com um fio de voz. Guildo a respondeu afagando seus cabelos escorridos e a apertando mais no abraço.

- Vou estar a dois giros de distância. – Ele piscou maroto para a sobrinha. - E, ei! - ele chamou atenção de Luna. 

Guildo pousou dois dedos em cima do cotovelo direito, tal como as meninas faziam. Uma declaração silenciosa e íntima. 

"Eu te amo. Até logo."

*

- Ele j-já deveriam ter chegado. – James olhou aos arredores.

- Provavelmente está a caminho. Deve estar tomando cuidado redobrado para não nos colocar em mais problemas. – Sirius enxugou a testa molhada pelo suor causado pelo enorme esforço que fizera para apoiar o amigo ferido. Peter parecia suar mais ainda quando não estava caminhando por si só.

- Eu preciso descansar. – Romina se jogou sentada num tronco e bebeu um grande e sedento gole de água. O cabelo estava desgrenhado e tinha uma faixa vermelha cortando as bochechas e o nariz da menina, culpa da exposição exagerada ao sol. – Parece que andamos por dias! – ela massageou o pé esquerdo, o havia torcido ao pisar em uma raiz exposta, mas ainda assim caminhara até o ponto de encontro combinado sozinha.

- Foram só algumas horinhas, Reusser. – James piscou e Romina deu de ombros. – Alguém tá com fome?

Luna observou a liderança nata de James. Ele havia ficado com a bolsa de Delilah com alimento para os sustentarem até a chegada de Dumbledore, que deveria acontecer em poucos instantes.

- Uh, pãozinho com pimenta! – Sirius ergueu o pequeno pão no ar como se o venerasse. Seus olhos cinzentos brilharam e quase ficaram brancos pelo reflexo da luz solar.

- Água! – Remus puxou outra garrafa e quase terminou com o conteúdo já morno dentro da mesma, mas antes estendeu a garrafa para Luna que não demorou em finalizar com o liquido.

Romina também ofereceu um pouco de água a Peter que conseguiu beber com pouca dificuldade, ele parecia mais abatido que Remus.

Os amigos se sentaram e esperaram.

Uma hora.

Três horas.

Nada.

- Merda. – Remus olhou para cima. O céu tomava tons avermelhados e pouco se via do sol no horizonte.

- Calma aí, Moony. Ele vai chegar. – James sorriu e apoiou as duas mãos nos quadris. Já parecia não acreditar em suas palavras.

- Por via das dúvidas... Luna poderia levar Romina para algum lugar mais... seguro. Eu e os meninos seguramos o Remus caso ele sinta que...

- E se me amarrarem? – Remus tinha a cabeça baixa e não fez questão de erguer os olhos para encarar os amigos. Se sentia cansado, dolorido, e, pior que inútil, sentia que poderia ferir seus amigos.

- Com... o que? – James ergueu as mãos. – Não temos correntes de prata aqui, Dom Juan.

- Cordas devem segurá-lo por um tempo... cansar o lobisomem, pelo menos. – Luna disse com os olhos fixados na testa suja de sangue do namorado. Namorado. Ela quase não conseguiu segurar um sorriso. Em breve completariam um longo e desastroso primeiro dia de namoro.

Sirius olhou de relance para Romina que encarava os pés. Sentiu medo por ela. Ela parecia tão frágil...  olhando suas bochechas rosadas até diria que a vida nunca fora difícil para ela, mas se lembrou de sua mãe e do período que ficou fora de Hogwarts. Ela não se fechara para o mundo, pelo contrário, ainda parecia uma criança feliz e inocente, mesmo conhecendo a morte de perto.

Naquele momento, prometeu a si mesmo que faria de tudo para proteger Romina Shirley Reusser. Porque ela merecia. Porque ela era boa demais para aquele mundo.

- Falta... quanto tempo? – Ouviram a voz de Peter pela primeira vez desde que se separaram de Guildo.

- Umas... duas horas. – Remus respondeu já ofegante. Sentia suas unhas doerem, sentia a besta dilacerar seus órgãos internos. Não demoraria até que saísse.

- Vamos... nos transformar? – Luna abraçou seu corpo com os braços.

- Eu... não tenho ideia melhor para o caso de o Dumbledore não chegar em menos de uma hora. – James a olhou com tristeza no olhar. Decepção talvez. Dumbledore nunca os deixaria naquela situação. Talvez... algo havia acontecido. O diretor não os abandonaria. Não nessa situação.

- OK. – Luna respondeu num suspiro.

- Por que não aparatamos para perto de Hogwarts? – Peter coçou os olhos. Parecia grogue.

- Hã... você já aparatou antes, wormy? – Remus o respondeu.

- Uma vez... na aula.

- Preferimos retornar à escola inteiros. – Remus ergueu as duas sobrancelhas para o amigo e declarou a discussão por finalizada.

- Acho melhor... Você e Romina... – Sirius indicou um lado qualquer por entre as grandes rochas que os cercavam.

- OK. – Luna sacudiu a cabeça e foi em direção de Remus. – Te vejo em breve?

- Nem que eu tenha que lutar contra um lobisomem. – ele sorriu e fechou os olhos para sentir o carinho da namorada no rosto. – Toma cuidado, tá?

Ao sentir o par de olhos amendoados em si, sentiu tantos sentimentos que passavam pela mente de Remus... Medo, zelo, dor, carinho e... amor. Acima de tudo. Amava todos que estavam ali.

- Talvez eu também tenha que derrubar um pelo caminho. – Ela respondeu sorrindo com os olhos marejados. Se ela pudesse dar a vida para descobrir a cura para a licantropia, assim o faria.

Remus sorriu e beijou o dorso da mão da menina, que suspirou e deixou um beijo demorado nos lábios do rapaz, colocando um pequeno pacote de chocolate no bolso de seu suéter.

Romina já a esperava encarando o horizonte. Esfrega as mãos uma nas outras e segurava o choro.

- É... como que a gente foi parar nessa loucura, hein?! – Ela sorriu e deixou uma lagrima escapar enquanto encarava Luna.

- Eu deixo você montar de cavalinho depois que me transformar.

- SÉRIO? – Romina relaxou os músculos do rosto. Desde que Luna a confidenciara sua animagia, Romina sonhava em montar na leoa, mesmo que não houvesse altura suficiente para carrega-la. Era um sonho estranho e ela sabia, mas ainda assim, ela queria.

- Se cuidem. E voltem inteiras. – James sorriu depois de abraçar cada uma das meninas.

- Por favor voltem inteiras! – Sirius fez um gesto exagerado no ar. – Guildo nos mataria e faria picadinho para dar aos porcos se algo acontecesse com vocês. – Ele fez uma careta.

- Ao menos, eu seria um picadinho delicioso. – James piscou para as meninas e deu uma leve cotovelada nas costelas de Luna.

- Se precisarem de uma mãozinha... ou pata... – Luna os encarou com seriedade.

- Cuida da Romina, Santiago. – Siirus apertou o ombro da mais baixa. – Esse lobisomem aqui a gente já conhece de cabo a rabo.

Ao dar as costas para o grupo, James disse em voz alta.

- É melhor já se transformar, Lu!

- Ele só tá dizendo isso porque adora te ver transformar. – Sirius deu-lhe um tapa na nuca.

- Ele tem razão. Vai ser mais seguro pra vocês. – Remus estava de pé, apoiado em uma árvore e tinha um sorriso sereno nos olhos. Um fio de medo percorreu o corpo de Luna. Ela não queria que aquela fosse a ultima imagem que tinha do namorado, mas sentia que algo errado, algo muito ruim estava para acontecer.

Empurrando o pensamento para uma parte escura de se cérebro, Luna saltou e caiu como uma leoa forte no chão.

- Como ela consegue fazer isso parecer tão fácil e... gracioso? – Sirius observava a recém transformada leoa a sua frente. Logo também se transformando em sua forma animaga com o auxílio de sua varinha, afirmando que conseguiria farejar Dumbledore se estivesse por perto e, já que estariam quebrando regras e que provavelmente seriam expulsos, que quebrassem por tempo suficiente para se divertirem.

Remus estava sentado num tronco úmido que estava caído, a respiração estava pesada e os olhos marejados. Cada osso de seu corpo doía e ele só queria chorar até amanhecer.

Ele bateu as mãos nas laterais do corpo para afastar a dor que sentia em seus rins, e então sentiu o pequeno pacote de chocolate. Ele sorriu e suspirou.

A relação deles era tão gostosa e leve, sequer parecia que eram envoltos em maldições e perigos o tempo todo. Luna era como um raio de sol em seus dias frios e doloridos.

- Falta muito? – Peter brincava com a barra da blusa enquanto olhava para o pôr do sol. Não gastaria energia se transformando enquanto não fosse necessário.

- Alguns minutos. – a voz de Lupin soou tão triste e frágil que James apertou os punhos. Odiava ver seu amigo daquele jeito.

Trinta minutos depois, James recolheu as roupas de Remus, o deixando apenas com suas roupas íntimas para ter o que usar quando a transformação acabasse, visto que ninguém trouxera uma muda extra de roupas.

Era o ritual deles. Os animais se retiravam do quarto na casa dos gritos e só retornavam quando o lobisomem já houvesse tomado posto.

Eles até tentaram acompanhar as transformações, mas nenhum deles se sentiu confortável vendo o amigo se contorcer e ter a pele e os músculos dilacerados pela besta, sem mencionar, é claro, a nudez do menino que já era comum para os amigos. Os amigos concordavam silenciosamente que o momento tinha de ser um momento íntimo e individual do rapaz.

- A gente tá aqui por você. – James o encarou sentimental. Remus assentiu sem olhar para o amigo. Gemidos de dor já começavam a preencher o oco das madeiras ao redor. Respirar fundo já era impossível e o ar parecia queimar seus pulmões.

James se virou e, juntamente com Peter, se transformou. Permaneceram de costas. James tinha os dentes cerrados e os músculos das costas estavam tensionados. Odiava aquilo. Odiava.

Quando o primeiro urro de dor saiu dos lábios de Remus, a leoa há alguns metros dali grunhiu. Ela sentiu que começaria a chorar a qualquer momento. Seus batimentos cardíacos se aceleraram e ela quase se pôs a correr na direção do som. Ouviu tanto o tio chorar de dor e agora parecia estar em um déjà vu.

- Fica tranquila, Lu. – Romina afagou a cabeça da leoa. – Estamos seguras aqui, não é?

A duas estavam em uma pequena caverna no alto de um morro que encontraram por acaso. Romina estava encolhida no pequeno vão que se formara pelas águas da chuva que acabaram cavando uma pequena toca na rocha. Luna se deitara na entrada, bloqueando qualquer contato com o exterior e estando atenta para quaisquer sons diferentes ao redor.

A primeira opção das duas, claro, fora subirem em uma árvore, mas o pé de Romina estava inchado e não havia força suficiente em seus finos braços para uma escalada. Portanto, a pequena toca fora a melhor das opções que conseguiram pensar.

Outro urro. Dessa vez, um urro lupino característico que Luna tão bem conhecia.

Luna se levantou e entrou em posição de ataque, atenta para qualquer movimentação por entre a vegetação rasteira do lugar.

A quinhentos metros dali, o lobisomem estava agitado e desorientado. Havia retomado seu corpo por tantos anos no mesmo lugar e agora se encontrava em um habitat totalmente diferente do seu. Era bom. Conseguia farejar tantos animais e sangue. Se sentia avido, como não o permitiram ser por todos aqueles anos.

Ele se pôs a caminhar por entre as árvores, tentando seguir o cheiro de sangue humano que sentia, entretanto, tinha sempre sua rota desviada por outros animais.

Por fim, se viu novamente em seu lugar de origem. Bufou frustrado. Estava sedento. Passava noites demais estando preso em uma casa maltrapida e, agora, estando em liberdade, aproveitaria.

O cachorro tentou distrai-lo puxando sua orelha e depois mordendo seu rabo. Entretanto, apenas o fez mais irritado. Em um golpe com a pata dianteira e a sua cabeça, o lobisomem jogou o animal contra um tronco em um arremesso tão forte que o cervo pode ouvir ruídos de coisas se quebrando, ela torceu para que fosse da casca da árvore e não as costelas de seu amigo.

O rato ergueu o olhar para o lobisomem. Nunca o vira tão... selvagem. A besta estava violenta e faria o que fosse necessário para saciar seu desejo de carne.

Ao ver o animal correndo na direção que as meninas foram, o cervo galopou e empurrou o animal com sua galhada. O fazendo rolar no chão e bater com as costas em uma pedra. Quando se levantou, havia uma mancha de sangue cobrindo a rocha onde a lombar do animal atingira. James xingou mentalmente:

Merda.

O rato serpenteou por entre as pernas da besta, o confundindo por míseros segundos até o acertar com um coice com sua pata e o jogar três metros para trás, fazendo o rato ralar o pelo na terra com pedregulhos em sua queda.

O lobisomem correu como um guepardo em direção das meninas, O cervo em seu encalço tentando empurrá-lo e atrair sua atenção. Ele conseguiu alcançar a besta apenas quando essa parou. As presas expostas, os olhos raivosos mirando a leoa a sua frente.

A leoa tinha as patas da frente flexionadas e expunha as presas ocasionalmente. Estava concentrada em cada misero movimento do lobisomem.

O cervo correu o olhar ao redor buscando por Romina. Que ela esteja segura, ele pensou.

Em seu momento de distração, o lobisomem tentou contornar a guarda da leoa, que o acompanhou e bateu com a pata no ar, tentando o afastar. James quase conseguiu ouvir Luna praguejando:

"Por favor, eu não quero te machucar, por favor."

Enquanto investia com as patas contra o lobisomem, Luna conseguiu ver o brilho assassino em seu olhar quando os olhos dele encontraram o corpo de Romina. O lobisomem investiu contra a leoa ao ver que ela o estava impedindo de atingir sua presa.

Os dois corpos se chocaram. Garras, dentes e patas. Empurrões e cabeçadas. O cervo se pôs a correr, calculando milimetricamente o local onde enfiar sua galhada para não ferir a leoa. Um segundo antes do impacto, o lobisomem jogou Luna contra o cervo. O corpo pesado e musculoso da leoa atingindo em cheio as pernas finas e frágeis do cervo. Um "crec" fez a leoa se levantar e, cambaleando, rosnou para o lobisomem.

O cervo grunhiu e mancou para a frente da toca de Romina. Sangue saia de sua pata dianteira direita, mas a dor era suportável.

Luna sentiu os ombros quase relaxarem ao encontrar com o par de olhos cinzentos do grande cão negro se posicionando ao seu lado. Ajuda.

Os dois mordiam e puxavam o lobisomem para longe. Empurravam, davam-lhe cabeçadas.

Estavam exaustos quando notaram que o lobisomem sequer se cansara.

Persistiram. As respirações ofegantes e as patas doloridas. Ao derrubar os dois animais insistentes ao seu lado, o lobisomem correu em direção a Romina. Luna conseguiu ver em câmera lenta a besta correndo.

Romina, por sua vez, encarou os olhos da besta. Nem de longe pareciam os olhos gentis e amáveis de Remus. Estavam tingidos de vinho, a lembravam sangue. Ela se perguntou se seria seu fim, se morreria ali.

Não conseguia respirar fundo, tamanha era o pânico em seu coração. A corrida do lobisomem vinha em câmera lenta para seus sentidos. Ela desejou que Remus não se culpasse por sua morte. Ela não o culparia. Jamais. Ela amava o amigo e sabia que não era sua culpa. Desejou que voltasse como um fantasma, para que pudesse continuar ao lado de Luna e explicar para todos que estavam bem.

Uma paz atingiu seu coração. Romina sentiu seus membros formigarem a medida que o lobisomem se aproximava. Não havia para onde correr. Ela fechou os olhos e viu sua mãe sorrindo, os longos e pálidos cabelos voando enquanto caminhavam em volta do poluído lago próximo a sua casa. Viu seu pai sorrindo enquanto a empurrava num balanço, viu Luna passando sorvete em seu nariz e gargalhando, viu os marotos gargalhando e dançando ao redor do lago, viu Ava a fazendo cafuné e dizendo que ela era linda, viu Cristal a abraçando e celebrando la boa nota em herbologia.

Abriu os olhos e aceitou seu destino. A última coisa que se lembraria, era do pelo macio da leoa se chocando contra seu corpo esguio.

*

- Mi hija! Mi amada hija!

Luna sorria ao ver o pai a girando nos braços. Seu abraço ainda era quente e firme. Ela gargalhou ao sentir o bigode espesso do pai roçando seu pescoço.

- Senti tanta saudade! – a menina afundou o rosto nas roupas de Eduardo, a gargalhada grave e melodiosa do pai a deixou feliz. Ela sorriu.

- Onde estamos, papá? – Ela perguntou assim que ele a colocou no chão. Olhou ao redor.

- Estamos juntos, hija. Venha! Sua mãe está com saudades também.

Ele a guiou puxando a pela mão e olhando para trás sempre para se assegurar que a filha estava o seguindo.

Entraram no atelier de sua mãe. Ela estava vestindo o mesmo vestido azul que Luna tanto amava.

- Mamá?

- Mi preciosa! – Angelita tinha leves rugas abaixo dos olhos que eram cobertas por grossas lentes de leitura, ela abriu os braços e aninhou a filha. – Como está linda! Deixa eu te ver! – ela se afastou, tirou os óculos e posicionou as mãos dos dois lados do rosto da filha a analisando. – Linda! Tão forte! Tão linda!

- Eu senti saudades, mamá. – Luna recebeu um carinho nos cabelos.

- Eu não, sabia? – Angelita tinha um sorriso carinhoso nos lábios. Luna tombou a cabeça para o lado. – Não saí do seu lado nem por um instante. – ela acariciou da sobrancelha ao queixo da filha. – Seu avô me contou o quanto você o orgulhou. Seu tio está fazendo um belo trabalho, huh? Você está se comportando bem? – a mais velha sorriu largamente e sentiu seus olhos marejarem.

- M-mamá...

- Estaremos com você. Venha, seus amigos estão te esperando.

Luna sentiu a mão firme do pai apertando-lhe o ombro.

- Hija, não se esqueça que existem mais joias preciosas escondidas em corações maltrapilhos que naqueles cujo brilho reluzem. 

- O que quer dizer com isso, papa? – Luna juntou as sobrancelhas e encarou o bigode de seu pai.

- Cuidado com suas joias, mi hija. - Luna tentou questionar novamente, mas sua mãe acariciou sua cabeça.

- "Tormentas podem vir, mas a fúria das tempestades não me arrancará de teus braços." – sua mãe cantarolou uma canção familiar próximo ao ouvido de Luna, fazendo-a esquecer sua dúvida e se concentrar na melodia.

- "Eu me agarrarei ao que há de bom e verdadeiro." – seu pai continuou, e embora tentasse, não conseguia se lembrar de onde conhecia tal canção.

- "Naquela noite eu corri, corri antes da tempestade."

Era hora de partir.




Amanhã é meu aniversário e resolvi postar esse capitulo grandão <3 

Agora TODAS vocês me devem um abraço. 

Para quem tiver curiosidade, a musica que os pais da Luna cantam (e é o nome da fanfic) se chama Ran Before The Storm e é do (muy hermoso e talentoso) Roo Panes. Tive a ideia pra essa fanfic ouvindo o album dele. NÃO MORRAM SEM OUVIR ROO PANES!

Espero que gostem <3 

Continue Reading

You'll Also Like

2.3M 128K 70
"Você é minha querendo ou não, Alles!!" ⚠️VAI CONTER NESSA HISTÓRIA ⚠️ •Drogas ilícitas; •Abuso sexual; •Agressões físicas e verbais; •Palavras de ba...
My Luna By Malu

Fanfiction

239K 20.8K 27
Ela: A nerd ômega considerada frágil e fraca Ele: Um Alfa lúpus, além de ser o valentão mais gato e cobiçado da escola Ele sempre fez bullying com el...
338K 18.5K 93
Imagines House Of The Dragon. Apenas fique sabendo que nenhum capítulo é revisado, ele só é corrigido quando eu vou ler, então pode haver alguns err...
25.7K 2.7K 17
O amor deles é tão forte que a salvou. Onde ela ainda o ama, mesmo depois de tudo que ele fez. créditos dos gráficos: @divyxnshi • • Tradução Aut...