Eu me sentia incomodada pelo jeito que as coisas estavam correndo naquele momento, Karin estava me examinando mais uma vez. Eu já estava farta de estar me sentindo como um brinquedo quebrado, algo que estava precisando de conserto.
— Se vocês continuarem me olhando assim, juro que vou ter um ataque, vou partir para a agressão. Eu já quebrei sua costela uma vez, posso muito bem fazer de novo. — Ameacei olhando da direção do Sasuke.
Ele continuava me olhando com aquela expressão preocupada, fui em sua direção, esperando que ele ao menos tremesse com aquele olhar. Mas quando eu já estava perto o suficiente, ele colocou a mão sobre a minha barriga.
— Não queremos te tratar assim. — Karin disse num tom baixo, enquanto analisava algumas das minhas fichas. — Mas até mesmo você pode entrar em uma situação de risco, você não está tão estável como quando estava em Konoha, não tem acesso a todas as vitaminas, não têm acesso a um hospital realmente decente como aquele que você está acostumada a comandar. Qualquer ser humano, não importa o quão forte seja, tem seu corpo deteriorado se deixa de ter os cuidados que precisa. Ainda mais na situação em que você está.
Eu precisava concordar, não é que eu não me alimentava bem, mas eu estava fazendo um esforço que não estava adaptada em Konoha, eu sequer podia discordar dela. Seria muita ingratidão da minha parte.
Eu apenas balancei a cabeça positivamente, aceitando o fato que aos olhos deles eu tinha me tornado uma pirralha de cinco anos. Não, acho que uma pirralha de cinco anos ainda teria mais autonomia do que eu naquele momento, mas eu estava de mão atadas.
— E se eu a levasse de volta? — Sasuke perguntou, quando eu já estava dando as costas em busca de algum ar fresco.
— Está disposto a passar mais de nove meses em Konoha? Mesmo com a sua situação?
Mas que situação?
— Você sabe que eu não posso. — Ele respondeu simplesmente, o olhar um tanto frio na direção da ruiva.
Meus sentidos ficavam todos aguçados quando Sasuke agia daquele modo, porque sempre tinha algo que ele achava que eu não precisava saber ou só não achava que era hora de me contar naquele momento.
Me deixando com um ponto de interrogação enorme sobre a cabeça, o que aqueles dois não estavam me contando? Não parecia nada relacionado a minha grávidez, tinha muito mais a ver com a volta de Sasuke a Konoha. Mas com tudo que estava acontecendo naquele momento, achei melhor esperar ele tomar a iniciativa de me contar.
— Precisamos levá-la de volta, fale com o Juugo, vamos voltar para Konoha e precisamos de companhia caso aconteça algum imprevisto.
Eu podia fazer muitas coisas, mas testar os limites de Sasuke estava fora de cogitação. Eu não gostava de empurrá-lo até o seu limite, sabia que não podia fazer isso. Mas ele não poderia fazer isso comigo, não podia me empurrar até o meu limite. E aquela ideia de voltar a Konoha, aquilo era extrapolar todos os meus limites e mais do que isso, era me magoar profundamente.
— Eu não vou voltar... — Disse voltando a conversa, fazendo-os lembrar que eu ainda estava ali. — Você nem pense nisso.
— Sakura, podemos não ter outra escolha e...
— E nada! — Gritei com ele, tão alterada que até mesmo eu estava surpresa com a minha atitude. — Você não pode decidir nada por mim, eu não vou passar por isso sozinha, Sasuke-kun!
Estava decidida, sentindo o nó se formar em minha garganta, me sentindo ferida. Eu senti meu coração acelerar, antes de uma dor fina atingir meu baixo ventre, fazendo eu me encolher um tantinho.
Ele fez menção de se aproximar, mas eu estendi minha mão, mandando-o ficar no lugar. Mas não liguei para a aproximação de Karin, ela colocou a mão em meu ombro enquanto olhava feio na direção de Sasuke.
— Não vou falar droga nenhuma com o Juugo, você devia se envergonhar de sugerir algo assim, ainda mais depois do que eu já te contei ontem. Casos como o da Sakura são raros, quase inexistentes. Não teste os limites dela agora, por favor!
Ela disse, o tom de voz nada agradável aos meus ouvidos, ela tinha se tornando minha amiga mais improvável em muito tempo.
— Que tal você ir deitar um pouco? — Ela perguntou de forma delicada, tentando acalmar os ânimos para que eu pudesse me acalmar também.
Balancei a cabeça positivamente, com ela me ajudando a chegar no quarto improvisado da forma mais confortável, feito naquele esconderijo estranho. Assim que eu sentei na cama, ela me olhou com benevolência.
— Ele não quis dizer aquilo, Sasuke só não sabe lidar com uma situação como essas, ele sempre fica nervoso quando o assunto é relacionado a você. Só está preocupado, está com a mente muito coturbada. — Ela diz com um olhar cuidadoso, buscando mais algum sinal de dor em meu corpo.
— Isso não justifica. — Minha voz já estava embargada, o nó em minha garganta se tornando mais pesado, as lágrimas querendo brotar em meus olhos.
— Eu entendo. Mas, só tente entender que as coisas são difíceis pra ele. — Eu sabia que ela estava certa, mas eu me sentia tão magoada.
— E pra mim não é difícil? Ele queria me largar sozinha em Konoha para eu me virar sozinha com essa gravidez, como eu ia encarar algo assim sem ele? Eu estou grávida, preciso do meu marido comigo, mas ele está mais preocupado em me mandar para longe do que ver a situação no geral. Eu sequer consigo ficar mais de dez minutos longe dele sem começar a sentir um mal estar, em que momento ele pensou que quando chegar a hora, quando nosso bebê estiver pronto, eu vou precisar dele comigo.
— Sakura. — Ela disse meu nome de forma tão séria que chegou a me assustar. — Se for escolha sua, eu acompanho o resto da viagem de vocês, serei sua médica para que não tenha que se preocupar... sei que não somos amigas próximas, mas essa criança é importante pra você e para ele.
Meu coração já estava tão acelerado que chegava a incomodar, ela me olhava de uma forma que eu nunca vi antes. Ela apenas balançou a cabeça positivamente, antes de se erguer e seguir em direção à porta.
— Por favor, não hesite em me chamar se sentir qualquer coisa. — Ela disse com um sorriso, antes de sair.
Senti aquela dor estranha novamente, coloquei a mão sobre a barriga já em evidência, alisando minha pele embaixo do tecido da minha blusa. Não sei quanto tempo passou, mas sentia que a noite já estava chegando, o clima naquele lugar sempre se tornava estranhamente frio à noite.
— Você pode se contentar apenas com a mamãe hoje? Sinto que se seu pai se aproximar de mim hoje, vou deixar a cabeça dele oca, porque vou arrancar aquele cérebro não-pensante dele.
Voltei a sentir aquela sensação estranha na minha barriga, aquilo não parecia uma dor comum, intensificando meus toques na barriga.
— Você está deixando a mamãe ansiosa, o que há? — Eu senti meus olhos ficarem marejados, não pela raiva que eu sentia de Sasuke naquele momento, mas sim pela pura felicidade que senti naquele instante. — Você está se mexendo? Mas ainda é muito cedo..
Eu podia sentir mais claramente aquele pequeno tumulto na minha barriga, meu bebê está mesmo se mexendo.
— Por Kami! Você já é tão extraordinário. — Quase gritei, me ajoelhando naquela cama e colocando as duas mãos sobre a barriga, sentindo algo parecido com borboletas voando e esbarrando nas paredes do meu ventre.
— Sakura... O que houve? — Ouvi a voz grossa dele da porta, sua expressão preocupada surgindo logo em seguida e se tornando cada vez mais apavorada quando viu as lágrimas em meu rosto. — O que está sentindo? Onde está doendo?
— Sasuke-kun, venha cá... — Chamei, vendo ele dar passos apressados até a mim. — Fique quietinho e sinta.
Segurei sua mão e a coloquei sobre minha barriga, ele ergueu uma sobrancelha, como se não estivesse entendendo o que eu estava dizendo.
— Relaxe e fique quietinho, preste atenção, Sasuke-kun. — Eu lhe disse, esquecendo-me completamente da minha chateação de alguns segundos atrás.
Vi seus olhos se abrirem um tanto mais, deixando uma expressão surpresa estampada em seu rosto.
— I-isso é... — Ele não conseguiu falar naquele momento, apenas prestou mais atenção na minha barriga, antes de colocar seu ouvido mais próximo e deitar sua cabeça sobre minha barriga por um instante.
— Sim! — Quase gritei em animação. — Está mexendo, você consegue sentir, parece uma borboletinha batendo as asas na minha barriga.
— E-eu... Kami, isso é tão... lindo. — Ele disse com um sorriso. — Nosso bebê.
O sorriso de Sasuke era algo que me destruía por completo, qualquer barreira feita por uma briga, qualquer desavença seria esquecida no instante que ele sorrisse daquela forma.
— Sasuke-kun... — O chamei, meu coração voltando a acelerar quando ele me olhou daquela forma.
— Desculpa. — Ele disse quando encostou sua testa na minha e acariciou minha bochecha. — Eu não estava pensando no seu bem estar, eu só... estou preocupado, se você precisar de algo que eu não possa alcançar rápido, se precisar de mais cuidados do que Karin pode oferecer.
— Não precisa se preocupar tanto, não tente tomar decisões por mim. — Digo num tom baixo, acariciando seus cabelos negros.
— Eu só estou com medo. — Ele disse, seu olhar chegando ao meu. — Eu não sei o que fazer se você estiver sofrendo, me machuca sempre que você está pálida ou vomitando.
Eu ri, quem diria que eu estaria vendo esse lado do Sasuke.
— Está sendo bobo! — Disse quando ele se ergueu. — Eu estou grávida, lidei com mulheres grávidas e posso dizer com propriedade que isso é normal, é a consequência de estar gerando a nossa criança.
— Arigatou, Sakura!
Era nostálgico ouvir aquilo dele naquele momento, me lembrava a nossa despedida naqueles portões quando ele tocou a minha testa, no seu ato de amor.
— Pelo que está me agradecendo? — Perguntei, curiosa.
— Por me amar, por me dar uma família, por não desistir mesmo quando estou sendo teimoso.
Ele se sentou na cama, envergonhando para continuar me encarando enquanto tentava abrir seu coração, ao menos um pouco. O abracei, sentindo ele soltar o ar que estava prendendo.
— Você tem todo o meu coração, jamais desistiria de você. Mas a próxima vez que tentar tomar decisões por mim, eu quebro suas costelas de novo.
Ele riu, um riso tão belo que soava como música aos meus ouvidos.
[precisamos conversar]
Eu queria conversar um pouquinho com vocês, então por favor, não pulem essas notas finais.
Depois do último capítulo, eu recebi uma penca de críticas. Por mensagens e afins. Por isso eu demorei tanto com a atualização, eu não conseguia escrever. Eu estava com um receio enorme de postar esse capitulo, porque muitos não souberam falar comigo e só me tacaram um monte de críticas, então eu fiquei muito insegura com o rumo que eu tinha planejado para essa história.
Eu queria esclarecer algo com vocês, no atual momento, eu estou fazendo três cursos diferentes, entre eles, o de línguas. Então conseguem imaginar quanta dedicação é necessária para aprender um novo idioma? Agora eu também tenho que trabalhar, e não é como se eu tivesse muita escolha sobre o emprego que vou ter, e meu horário é muito puxado (1h da tarde até às 10h da noite). Podem imaginar como eu fico esgotada todos os dias? Não estou querendo bancar uma de vitimo ou fazer drama, só quero que entendam minha situação.
Conseguem imaginar todo o esforço que tenho que fazer todo dia e ainda arranjar tempo para escrever? Fora o fato de que meu notebook deu p*u e eu precisei comprar outro o mais rápido possível por conta da escrita e dos meus cursos, tive que desembolsar mais de 2k para comprar um novo.
Algumas pessoas não gostaram do fato da gravidez da Sakura ser de risco, e sim, isso foi baseado em crepúsculo, está bem na cara para quem era uma adolescente louca por o universo literário, a única exceção é que ninguém ali é um vampiro doido para enfiar as presas em alguém. Até mesmo vieram me explicar coisas sobre o Universo Naruto, queria dizer que foi bom receber opiniões e críticas construtivas etc, mas muitas das coisas que me disseram, eu já sei... Mas isso não é canon, é uma fanfic, sendo assim ela é aberta a minha interpretação.
E na minha interpretação, Sakura não se arriscaria fora de Konoha por pura teimosia, como uma criança mimada que bate o pezinho para conseguir o que quer, que no caso seria apenas não querer deixar o Sasuke. Por essa razão, Sakura está passando por todos esses acontecimentos descritos nos capítulos, é como se precisasse de uma razão real para continuar se mantendo ao lado dele. Me digam, se vocês estivessem grávidas (pelo amor de Deus, se protejam, só tenham neném quando estiverem prontas de verdade), e se fosse uma grávidez de risco, vocês iriam passar por isso sozinhas ou iriam preferir ter o apoio do seu companheiro? Fora o fato que em Konoha ela tem toda uma escrutura, uma vida diferente, onde ela tem suas vitaminas prontas a todo momento. Então imaginem mudar sua alimentação, não ter mais suas vitaminas a disposição. São muitos fatores que podem enfraquecer um corpo, não importa o quão forte ele seja.
Eu tenho as minhas razões para escrever da forma que venho escrevendo, se eu puder pedir algo a vocês, se não gostarem de determinada coisa sobre a história, por favor, não me critiquem da forma que fizeram. Não foi agradável ver mensagens explicando para mim como eu deveria fazer a minha história, gente, eu assistia Naruto desde criança e literalmente estudei a história antes de começar a escrever essa fanfic. Eu disponibilizo meu tempo para escrever, porque eu amo fazer isso, mas me sinto péssima quando recebo criticas ou "aulas" de como eu deveria fazer algo que eu amo e já sei como funciona.
Não me interpretem mal, por favor! Só estou desabafando e tirando esse peso dos meus ombros. Obrigada a cada um de vocês que tiram algum tempinho para ler a minha história.
Não esqueçam de me seguir aqui no wattpad, tenho notado que muitas das leitoras estão vindo pelas divulgações pelo facebook, mas estou sendo um tanto barrada por lá. Por vezes minhas publicações são removidas (sim, o facebook é um porre!), então tenham certeza que vão receber as notificações de atualizações.
Me desculpem por notas tão grandes, eu costumo fazer notas mais compactas kkk
Obrigada a cada um que ainda está lendo essa história, vocês são uma grande inspiração!
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