limits of attraction • JJK

By byloveyoon

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LIMITES DE ATRAÇÃO Ao mesmo tempo em que ele é afável e sensível, demostra ser petulante e protervo. Sua pers... More

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Depois do fim pt. 1
Depois do fim pt. 2

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By byloveyoon

BOA LEITURA.

PARK JIMIN

Ao clarear da manhã, a luz transmitida pela janela fora leve, o vento a acompanhava, eram seis da manhã, o tempo estava gratificante. Mas o que me fez sair da cama — infelizmente — havia de ser o interfone, que não parava de tocar por nada.
Desci as escadas devagar, por ainda estar com sono e apertei o botão, dando a liberdade para a outra pessoa se comunicar.

- Sim? - Pronunciei quase inaudível, sem receber alguma resposta em troca. - Quem é? - Tentei novamente. -

Mas não recebi alguma resposta sequer, eu poderia reclamar por ali mesmo até os ouvidos da outra pessoa estourar ou poderia simplismente abrir a porta, optei pela segunda opção. Ao abrir-lá, com os celhos franzidos e confuso, perguntei.

- Jungkook? - Coçando os olhos perguntei, talvez retórico. - O que está fazendo em Busan, na minha casa, me perturbando as seis da manhã em pleno sábado? - Resmunguei. -

Ele continuou a me olhar, quieto.
Inclinou a cabeça para o lado e piscou devagar, fazendo-me arquear os celhos.
Totalmente confuso com tal ato.
Devagar me afastei, dando espaço para ele entrar.

- Três anos se passaram e você continua o mesmo. - Pronunciou, dando um mero sorriso quando, novamente, meus olhos retornaram a si. -

Aquela voz razoável e serena.
O sorriso tímido e pouco visível.
As roupas largas e pouco coloridas, dando um belo contraste ao corpo forte.
Os cabelos presos para trás, libertando o rosto bonito.
Como eu não notei algo tão óbvio?

- Jeon!? - Exclamei. O vendo assentir risonho. - M-mas... Como? - Perguntei-lhe confuso. - Quando retornou a luz?

- Faz pouco tempo. - Respondeu simplista, debruçando nas costas do sofá. - Jungkook ainda não permite que eu volte, então eu a pego sem ele desconfiar e o bloqueio. - Contou. - Isso causa uma forte dor na cabeça, mas é o único jeito.

Eu não respondi algo, observando toda a sua feição.
Eu ainda não acreditava que Jeon estava ali, parado bem na minha frente, depois de tantos anos.
Quando ele notou, sorriu, aproximou-se de mim e dando-me um abraço forte.

- Eu também senti sua falta, Ji. - Ele disse, gentilmente. - Você sempre foi o meu melhor amigo, desde pequeno.

- Parece diferente agora. - Eu disse. -

- E é, mas é por que estou distante. - Explicou. - Mas eu vou voltar, vou voltar para a luz. Jungkook não deveria ter feito o que fez, ele não tem esse poder.

Permaneci em silêncio, o observando.
Ele fazia o mesmo, porém sem querer intimidar ou analisar alguma expressão, estava apenas esperando uma resposta.
Jungkook o baniu da luz por três anos, é um fato, o proibiu de continuar seus afazeres, sua rotina e prosseguir com a vida que levava.
Dificilmente, mas não impossível, creio que Jeon se revolte contra Jungkook, por ter o afastado a tanto tempo, nem mesmo o deixar retornar e observar, cada passo sem que Jeon o bloqueasse.
Eu não sabia se Jeon havia voltado melhor ou pior que antes, vingativo ou disposto a achar o melhor caminho para ambos. Mas sei que há uma guerra interna, que irá de machucar-lós dolorosamente.

- O que você quer? - Perguntei por fim, saindo daquele transe momentâneo. -

- Preciso reencontrar o doutor Philips. - Ele disse, disposto. Eu rapidamente neguei com a cabeça. - Sim, eu preciso.

- Não, Jeon. - Neguei. - Você sabe o que aconteceu da última vez, sabe o que Jungkook acha disso.

- Jungkook não está aqui, Jimin. Eu estou. - Contestou. - E ele não irá de voltar hoje.

- Primeiro, me diz o porquê quer reencontrar Philips? - Exigi, o vendo desviar nossos olhares pela primeira vez desde que está conversa começou. -

- Quero reencontrar meus pais, doutor Philips vai me ajudar, ele irá me fazer retomar ao controle total, disponibilizar a luz ao Jungkook apenas quando eu quiser. - Afirmou, seguro. - Assim como era antes.

- Sabemos que Philips nunca foi bom para Jungkook, o motivo eu não sei, mas responda-me, que tipo de psiquiatra ele é? - Contestei. - Segundo a internet, psicologia foi criada para entender o ser humano, seus comportamentos e afins, não julgar, contestar e escolher uma personalidade favorita. Porque você gostando ou não, é o que esse doutor faz.

- Jungkook nunca gostou do doutor Philips porque não suportou a perda da doutora Petras, por esse motivo nunca ouve uma relação adequada entre ambos. - Explicou. -

- Mesmo se esse for o motivo, Jeon. A função de um psiquiatra é ajudar, independente de qualquer coisa. - Afirmei. - Por esse motivo há três anos vocês deixaram de continuar com a terapia.

- Jimin, você pode ou não me ajudar? - Suspirou um pouco antes de continuar. - Eu tenho que fazer isso.

Suspirei contragosto, varrendo o chão com o olhar por breves segundos.

- Tudo bem, Jeon. - Confirmei. - Vamos ao consultório de Philips, mas com uma condição.

- Diga logo. - Revirou seus olhos quando pediu. -

- Me deixe entrar com você. - Exigi. Ele apenas assentiu uma única vez depois de hesitar responder durante um tempo. - Certo, deixe-me me arrumar e comer algo. - Eu disse, indo em direção as escadas. -

- Demore o tempo que for. - Pediu baixo, mas o suficiente para eu ouvir antes de continuar a subir. -

Eu não disse nada, apenas subi e fui direto para o quarto.
Tomei banho e após sair, ainda com o roupão sobre o corpo, mandei mensagem para Namjoon, por sorte eu tinha seu contato.

- Jeon está aqui, em Busan, quer encontrar Philips

6h20

Posicionei o celular na cômoda e continuei a me arrumar, esperando que ele me respondesse logo.
Namjoon era o único que conhecia Jeon e Jungkook tão bem como eu.

Namjoon

- Como ele conseguiu retornar a luz!?

6h27

- Ele consegue pegar a luz sem que Jungkook saiba e consegue o bloquear também. Ele quer que eu o acompanhe até o consultório daquele verme

6h27

Namjoon

- Não acho prudente, principalmente se Jungkook retornar quando estiverem conversando
- Mas vá com ele, irá sem ou com você de qualquer forma

6h28

- É o que pretendo

6h29

Namjoon

- Apenas não entendi o porquê ele não me procurou primeiro

6h30

- Como eu disse, estou em Busan, mais perto do consultório.

6h30

Namjoon

- Certo, me mantenha informado

6h30

- É o que vou fazer

6h31

Após a última mensagem, novamente dei atenção ao que estava fazendo, me arrumei devidamente e novamente desci. Jeon via na TV um documentário sobre raias, enquanto bebia água, concentrado.
O que céus passa na cabeça desse garoto?

Eu ri, relembrando que ele adorava ver esse tipo de coisa.

Sem dizer algo caminhei até a cozinha, fiz qualquer coisa leve para comer e novamente subi para escovar os dentes, por fim eu já estava pronto e no andar abaixo.

- Vamos, já são oito horas. - Avisei o vendo desligar a TV em seguida. - Você veio de carro? - Brinquei, o vendo abrir a porta enquanto revirava os olhos. -

- E eu lá sei dirigir um carro, Jimin? - Perguntou incrédulo. - É melhor irmos logo, não quero que isso dure mais que o necessário.

- Como quiser. - Eu disse por fim. -

Chegamos ao consultório rápido, mas infelizmente não fomos atendidos com a mesma sorte porque Jeon não havia marcado nenhuma consulta. Doutor Philips nos atendeu apenas quando um de seus pacientes não apareceu — isso depois de quase quatro horas esperando — provavelmente eu já estaria com alguma pequena raiva por estar ali vendo e ouvindo delírios por tanto tempo.
Eu realmente não me sinto confortável em lugares assim.

- Jeon, meu querido! - Pronunciou entusiasmado, sorrindo enquanto abraçava Jeon, que logo retribuiu. -

- Quanto tempo, doutor. - Jeon disse, ainda com os braços envolta do doutor. -

- Vamos direto ao assunto, o que lhe trás aqui? - O doutor se soltou dele, voltando para o seu assento. -

Por breves segundos Jeon me olhou, gesticulando para que eu sentasse no estofado branco ali presente.

- Eu quero reencontrar meus pais, e preciso que me ajude a tirar Jungkook do comando. - Pediu enquanto sentava-se, como sempre, desleixado. -

Com os braços debruçados sobre a mesa e as pernas se movimentando devagar.
Mas antes de responder algo a ele, o doutor se virou a mim.

- Você já pode se retirar, rapaz. - Ele pediu apontando para porta, mas eu não disse algo, tampouco me movi dali. -

- Não. - Jeon se apressou a contraditar. - Jimin pode ficar, não há problema nisso. - Garantiu. -

- Como você achar melhor, Jeon. - Ele aceitou, pouco contragosto. - Porque não diz o que aconteceu nesses três anos?

- Jungkook me baniu da luz durante todos esses anos. - Ele disse, fazendo o doutor juntar as sobrancelhas, confuso. - Depois daquele dia... Faltava bem pouco para mim reencontrar meus pais... - Jeon relembrava devagar, esfregando a mão direita no pescoço, claramente desconfortável. - Mas Jungkook voltou antes do previsto, mesmo eu o bloqueando, ele sentiu que algo estava errado. Na mesma noite, isso aconteceu. - Subiu a manga do moletom e mostrou a cicatriz. -

- Pelo céus, Jeon... - Negou sem acreditar. - Como?

- Eu me estressei, doutor... - Deu de ombros, piscando rápido. - Sei que foi uma estupidez de minha parte, mas não acho justo, Jungkook ter me afastado durante tanto tempo.

- Compreendo a situação, você cometeu um pequeno deslize, por sorte estão vivos e bem, mas realmente não foi justo o comportamento de Jungkook. - Contrapôs. - Não deveria resolver as coisas desse jeito, isso apenas lhe afetou mais.

Semi-cerrei os olhos ao ouvir tal pronúncia.
Jungkook havia sido injusto, sempre concordei com isso.
Mas e o incentivo do doutor? Ele havia esquecido tal ato?

- Quero reencontrar meus pais. - Afirmou decidido. - E quero retomar ao controle.

- Como foi o comportamento de Jungkook durante esses três anos? - Perguntou o doutor. - Claro, responda caso ele não tenha o bloqueado também.

- Ainda continua administrando a herança da tia, cursa faculdade de psicologia, e atualmente... - Fez suspense, levantando uma das mãos, mostrando-o um anel, aparentemente de compromisso, em seu dedo anelar. - Está namorando.

- Confesso que estou surpreso. - O doutor disse, nos mostrando um sorriso debochado. - Quem diria que uma personalidade fosse capaz de realizar tantas coisas assim, principalmente namorar.

- Confesso que também sempre estive surpreendido com sua posição, Philips. - Esbravejei sorrindo contragosto. - Um psiquiatra renomado, bem sucedido, suponho. Ser descarado o suficiente a ponto de escolher uma personalidade favorita, ao invés de tentar fazer-lós se adaptarem e conviverem juntos.

- Guarde sua opinião para quem deseja ouvir-lás, rapaz. - Rebateu. - E fique em silêncio, caso contrário, terá que sair.

Revirei os olhos encontrando um ponto aleatório para encarar, enquanto ouvia novamente ele se pronunciar com Jeon.

- Jeon? - Ele o chamou. -

Jeon piscou forte, levando os cabelos — que agora se encontravam soltos — para trás, novamente direcionou o olhar ao doutor, com alguma pequena raiva.
Enquanto a minha já havia crescido um pouco a mais, ele realmente é um psiquiatra?
Eu apenas suspirei e continuei observando-os.

- Doutor, Jungkook está bloqueado  e inquieto, ele desconfia de algo. - Garantiu sério. - Não diga essas coisas, eu não gosto. Em relação a namorada dele, ela é linda e faz Jungkook extremamente feliz.

- Certo, Jeon. - Foi a única coisa que ele disse de imediato. - Para você retomar ao controle, Jungkook precisa estar vulnerável, você sabe o quanto desnorteado ele fica ao ter uma intensa tristeza, foi a primeira coisa que notei quando nos conhecemos. Ele quase nunca aparecia, você retornava o interrompendo, isso pela ausência da doutora Petras.

- Jungkook precisa estar vulnerável para mim retomar ao controle, compreendi. - Jeon afirmou. -

- Jungkook é uma personalidade extremamente forte, prepotente e arbitrário, não é fácil deixá-lo triste, e é por isso que ele obtém tanto a autoridade. - Philips disse. - Comanda a luz porque sua única fraqueza, nunca está presente.

- Então eu preciso deixá-lo extremamente triste para retornar. - Confirmou a si mesmo. - Não será fácil. - Confessou. -

- Talvez a garota possa ajudar ou ser útil para isso. - Philips deu um sorriso inexplicável, e eu sabia que não era coisa boa. -

- Doutor, não. - Ele disse, um pouco alterado. - Eu jamais faria algo contra alguém, o senhor sabe! Meu problema é e sempre foi o outro alter, a injustiça dele e toda a maldade que aquela personalidade carrega.

- Ouça, Jeon... - Ele chamou, parando a fala ao notar o comportamento do mesmo. -

Jeon gemeu alto, com fortes dores na cabeça, ele a segurava com ambas mãos enquanto espremia os olhos com força.
Rapidamente o doutor pegou algo em uma seringa e foi até ele.

- Está tendo um colapso mental. - Garantiu, o segurando com alguma força. - Irei aplicar um sedativo para que se acalme.

- E o que isso significa!? - Perguntei-lhe, pouco nervoso. -

- Significa que estão em conflito, Jungkook quer voltar. - Explicou, tirando a tampa da seringa com a boca. -

E quando ele estava prestes a aplicar o sedativo em seu braço, foi detido.
Ele retornou a olhar e sabia que alí, não estava mais Jeon.
O olhar intensamente odioso, os celhos franzidos, o maxilar tensionado e a respiração desregulada pelo recente acontecimento.
Era Jungkook.

- Você não vai injetar nada em mim, Philips. - Esbravejou o afastando, quase empurrando. - Por sua culpa, Jeon quase acabou com tudo!

- Oras, Jungkook! Não é um direito dele? Jeon Jungkook quer reencontrar seus pais! - Ele disse, também pouco alterado, enquanto largava a seringa na mesa. - Teme algo?

Jungkook semi-cerrou os olhos, ele sabia que o doutor referia-se a Jeon como "Jeon Jungkook" apenas para irritar-ló.

- Não seja estúpido, Philips. Sabemos que você está longe de ser um. - Sorriu, pressionando os lábios em seguida. - Sabemos bem como é a família Jeon, ambiciosa e tosca, se importam apenas em ter e ser mais que os outros. - Ele riu seco, sentando-se na cadeira ali perto. - Acha mesmo que eles vão querer um filho que tenha dupla personalidade? - Perguntou retórico. - Não, iriam internar-ló em uma clínica psiquiátrica.

- E você acha que pode controlar-ló até quando? Huh? - O doutor perguntou, sínico. - Sabemos que sua fraqueza é o abandono, a rejeição. Sabemos que para Jeon retornar, você precisa ter uma intensa tristeza, estar vulnerável...

O doutor dizia, junto a um sorriso sínico por avistar Jungkook dançar os olhos no chão, pouco desnorteado.

- Jeon mencionou sobre sua namorada, disse que ela é muito linda a propósito. - Relembrou, abrindo mais o sorriso quando Jungkook novamente o fitou. - Sabe o que ele disse? Que nem sequer consegue se aproximar da luz quando ela está presente, que há uma conexão forte entre vocês, uma força inexplicável...

Cretino, em momento algum, Jeon mencionou não conseguir se aproximar da luz.
Mas porque ele está dizendo tudo isso? O que ele pretende?

Jungkook o olhou meio confuso, com os celhos franzidos.

- Oras, Jungkook. - Riu seco. - Junte os pauzinhos. - Simulou, usando duas canetas. - Sabemos que o gatilho de personalidade do Jeon, são os pais, por isso você não quer deixar-ló reencontrar-lós, porque sabe que ele se tornará forte e facilmente pode retomar ao controle da luz. Mas algo me diz, ou essa garota é valiosa demais para você, ou ela pode ser o seu gatilho de personalidade, por alguma razão inexplicável.

Jungkook permaneceu quieto, estalando repetitivamente os dedos enquanto olhava um ponto aleatório, distante daquela realidade.

- E como Jeon quer retomar ao controle, ele precisa usufruir dessa oportunidade, afastar o seu gatilho. - O doutor finalizou. - Assim como você fez com seus pais.

No momento seguinte, apenas vislumbrei, Jungkook se levantar rapidamente, puxar o antebraço do doutor e o empurrar, fazendo-o chocar contra a parede clara.
O doutor riu, seco, mostrando um sorriso debochado para ele.
Com isso, Jungkook levou uma das mãos até a mandíbula do doutor, o surpreendendo.

- Quer me eliminar, Jungkook? - O provocou, sentindo Jungkook posicionar a mão em sua traquéia. - Quer me...

No mesmo instante, Jungkook forçou sua mão ali, o impedindo de falar algo, o sufocando.
Era visível até as veias em seus braços pulsando, por ele ainda estar se controlando.

Me apressei em encontrar-lós, segurando o braço que Jungkook forçava no pescoço do mais velho.

- Jungkook, pare. - Pedi, sendo em vão. - Jungkook, já chega! Basta! - Alterei a voz. -

Ele o soltou, depois de hesitar um pouco e o empurrou para o lado. Afastou-se de nós e tentou se recompor aos poucos.
O doutor tossiu por breves segundos, tocando o pescoço.

- Essa é sua deixa, Jungkook, sua passagem direta para a clínica psiquiátrica. - O doutor afirmou, se recuperando do acontecimento recente. -

- Porquê, o que ele fez? - Perguntei-lhe rápidamente, ingênuo. -

- Não seja ridículo, rapaz. - Esbravejou o doutor. - Viu claramente que ele quase esmaga o meu pescoço.

- Não, as coisas não aconteceram assim. - Contestei. - Jungkook apenas se exaltou um pouco quando você disse que sua namorada poderia ser o seu gatilho, na verdade, quando você disse que Jeon deveria a afastar dele. Huh, mas... não foi por querer.

- Como pode ser tão sínico. - Questionou, me fazendo rir. - Não vê que os atos dele são perigoso?

- Philips, faça-me o favor, foi o que aconteceu! - Encorajei a mentira. -

O doutor semi-cerrou os olhos e gesticulou para porta.

- Fora daqui. - Ordenou. -

- Seu desejo é uma ordem, doutor! - Eu disse, sarcástico, dando as costas e indo até a porta. - Vamos logo, não aguento mais ficar aqui. - Me referi a Jungkook. -

Jungkook suspirou devagar e caminhou até mim, prestes a abrir a porta, novamente ouvimos a voz familiar.

- As respostas que está procurando, estão aqui. - O cretino disse, posicionando uma pilha pequena de documentos sobre a mesa. - Para entendermos o presente, precisamos retornar ao passado. - Ergueu uma de suas sobrancelhas. - Não acha?

- Que documentos são esses? - Perguntou Jungkook, com os celhos franzidos. -

- Vou lhe mostrar. - Afirmou. - Peça para seu amigo esperar lá fora. - Exigiu. -

- Jungkook... - Repreendi baixinho. -

- Está tudo bem, Park. - Garantiu. - Espere-me lá fora, eu já lhe alcanço.

Ele deu as costas, mas antes que se aproximasse novamente de Philips, eu o detive, segurando em seu ombro.

- Sua tentação é tão grande que nem ao menos supôs o que ele quer. - Repreendi novamente, conversando baixo. - Você sabe que se encostar um dedo nele, imediatamente lhe encaminharam para o manicômio. É a sua palavra contra a dele, põem na balança, Jungkook.

Jungkook me olhou por breves segundos, tirando minha mão de seu ombro e se virando melhor em minha direção.
Teimoso como era, minhas palavras certamente foram em vão.

- Põem na balança, é a palavra de um psiquiatra contra a de um portador de TDI! - Me alterei um pouco, ainda mantendo a voz baixa. - Não sei o que aconteceu minutos atrás, mas você quase estrangulou o cara, por pouco não surta. Apenas entenda que se eu não estiver presente, não terá um aliado.

- Não se preocupe, Park. - Pediu firmemente, fazendo-me revirar os olhos. - Me espere lá fora, não demoro.

Eu não disse nada, apenas neguei e sai por aquela porta. Por não me sentir confortável naquele ambiente, preferi sair do consultório também.
Caminhei até o carro e apenas abri uma das portas, sentando-me e pegando o aparelho celular.
Namjoon provavelmente estaria esperando novidades.

- Chego a sentir raiva, pela teimosia de Jungkook.

- O que aconteceu?

- Não vou dar detalhes pelo celular, mas Jungkook quase quebra a traquéia de Philips.

- Céus... E aonde ele está?

- Cometendo burrada, é o que ele faz de melhor. E torça, Namjoon.
Torça para que sua próxima visita a Jungkook, não seja em uma clínica psiquiátrica.

- Está me deixando mais nervoso do que eu estava antes, Jimin.

- Ouça, vou fazer o possível, sim?
Não entendo o porquê Jeon me chamou para está loucura, mas farei o que estiver ao meu alcance.

- Vocês se conhecem desde pequenos, ele confia em você. Sem mencionar que você sempre passa o fim de semana em Busan, era o que ele precisava.

- Nos distanciamos a tantos anos...

Na infância, Jeon e eu éramos grandes amigos. Mas quando descobri que ele tinha TDI, eu me afastei. Tanto por me sentir desconfortável como também por não saber como deveria lidar com aquilo.
Eu tinha quinze anos quando o ocorrido aconteceu.
Nos reencontramos novamente quando já estávamos na maioridade.
Eu me desculpei, é claro.
Jeon entendeu perfeitamente e desde então, estamos assim.

- Eu sei dessa história da cabeça aos pés, não precisa explicar. O mais importante agora, são eles.

- Estou esperando Jungkook do lado de fora, lhe mantenho informado.

- Se cuidem.

Não respondi algo, apenas encerrei a chamada e joguei o celular no banco de trás.
Tempo depois, Jungkook saiu do consultório do doutor, caminhou até o carro e entrou, sem dizer nada.

[...]

Ao longo do caminho, avistei.
Jungkook aparentava estar nervoso, se controlando para não ter um surto. Respirava devagar, estalava os dedos e o pescoço, esfregava as mãos com alguma pressão em suas coxas e apertava o próprio antebraço.
Me pronunciei apenas quando já havíamos retornado para minha casa.

- O que ele disse? - Perguntei-lhe. - Estava se controlando muito, durante o retorno.

- Não importa. - Bufou, jogando os cabelos longos para trás. -

- É claro que importa. - Contestei. -

- Não importa para você. - Corrigiu-se completando. -

- É claro que importa! - Reafirmei. - Porquê me pediu ajuda?

- Não foi eu, foi Jeon. - Negou. - Infelizmente ele confia mais em você do que em Namjoon, por ser meu melhor amigo, a pessoa que sempre esteve comigo, que foi paciente e firme, ele pode achar que Namjoon esteja contra ele, agora você... - Ergueu uma de suas sobrancelhas e me olhou de baixo para cima. - Que se afastou quando ele mais precisava de um amigo.

Franzi os celhos, relembrando.
Jungkook continua o mesmo de sempre, opressor e autoritário, que sente prazer em ver o sofrimento alheio.

- Felizmente eu lhe conheço bem o suficiente para saber do seu prazer em oprimir as pessoas. - Neguei devagar, sorrindo triste. - Você usa dá cicatriz, para deixar-lá novamente exposta. Repreende e manipula, para conseguir o que quer, a culpa.

- É a sua suposição? - Perguntou, ousando dar um mero sorriso. -

- É a verdade, você gosta que se sintam culpados. - Afirmei contragosto. - Mas sinto em dizer, suas armações não funcionam comigo, sei bem do que precisa para se impor.

Jungkook continuou a me olhar, sem dizer nada.

- Não venha me incriminar nessa altura do rond, Jungkook. - Pedi, pouco enojado. - Jeon entendeu meu posicionamento, sabe como me sinto em relação a isso, é o suficiente. Agora você, que o baniu da luz por três anos, pelo simples fato de ser egoísta e não gostar de dividir a luz, não tem direito de julgar-me.

- Sou o alter-ego, devo preservar este corpo, fazer o melhor para ambos. - Esbravejou calmo. - Infelizmente a estupidez de Jeon, gera reação em ambos nós.

- Acha que ele ficou alegre por ser afastado durante esses três anos? - Perguntei retórico. - Jeon mudou, e infelizmente eu não posso lhe dizer se ele está melhor ou pior do que antes.

- A vida é uma experiência cruel, Park. - Queixou, detestável. - Primeiro vem o teste e depois a lição. Esse foi o teste de Jeon, sobreviver.

- Espero que faça as escolhas certas, Jungkook. - Suspirei baixo. - Não lhe culpo por essa atitude repentina porque sei que algo lá dentro, enquanto esteve a sós com Philips, lhe atormentou. Não é obrigado a me dizer absolutamente nada, mas saiba que nunca mais irei cometer aquele erro.

- É o que espero. - Ele disse, antes de abrir a porta. -

- Philips mentiu, Jeon não disse nada sobre Anna e nem imagina que ela possa ser o seu gatilho. - Informei, o vendo prestar atenção. - O que ainda, me parece mentira. Você não deveria acreditar em nada do que ele disse.

- Mesmo sendo um cretino e não seguindo a ética, Philips tem uma norma a seguir com os pacientes. - Suspirou, jogando os cabelos para trás. - Sem dizer que, tudo o que ele disse, é verdade.

- O que ele disse? - Perguntei, baixo. -

- Eu preciso ir.

Despediu-se e agradeceu com um mero "obrigado" antes de sair pela porta.
Respirei fundo após trancar-lá.

- O que havia naqueles documentos, o que você disse Philips... - Murmurei baixo, tentando assimilar. - O que está por vim?

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A estrelinha!!!⭐
Feliz ano novo! Espero que este ano seja abençoado para cada um de vocês.🤗
Feliz 2K adiantado!!✨

Obs: Teorias?
Mês que vem eu volto, a paz do senhor e tchau tchau.🤓
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