1. The Misterious Mr. Tomlinson

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Naquela terça-feira, Harry gemeu preguiçoso ao acordar e olhar para a janela de cortinas fluidas do seu quarto, o sol da manhã entrava por ali e iluminava o cômodo confortável e aconchegante. Seria um ambiente perfeito se o despertador infeliz não estivesse gritando em sua mesinha de cabeceira o lembrando que era um dia útil e ele precisava sair daquele edredom quentinho e do colchão macio para ir ao trabalho, já que não tinha nascido em uma família podre de rica para sustentar seus luxos sem precisar levantar um dedo.

Desligou o despertador e se sentou na cama, piscando devagarinho e com os cachos arrepiados ao redor de seu rosto inchado de sono. Estranhamente estava com uma boa sensação, um sentimento de esperança que indicava que seu dia começaria com o pé direito, que seria um ótimo dia. Geralmente sua intuição não o abençoava com aquelas sensações otimistas, apenas o alertava em casos ruins, mas naquele dia parecia que tudo daria certo para ele.

Levantou-se da cama e se esticou, o que fez suas costas estalarem ao som de creck creck. Tinha o hábito de se alongar e assim o fez, aquilo o ajudava a evitar dores, já que passava o dia todo sentado no trabalho e era frequente sua ida a spas para poder ser massageado e aliviar um pouco as dores de sua coluna.

Caminhou pelo seu pequeno apartamento, morava sozinho e não via porque ter uma moradia maior se era somente ele; primeiro porque viver em Los Angeles era caríssimo e não torraria seu suado dinheirinho com o aluguel de um espaço maior e, segundo, porque um apartamento pequeno era mais fácil de limpar. Harry tinha sérios problemas em contratar empregadas domésticas ou faxineiras, para ele não era fácil permitir que uma pessoa desconhecida permanecesse em sua casa enquanto estivesse no trabalho, então preferia limpar ele mesmo e, honestamente, seu cantinho ficava um brinco.

Foi ao banheiro e sorriu ao se ver no espelho, ainda com o rosto inchado de sono e com os cabelos arrepiados, mas seu bom humor não o deixava abater. Escovou os dentes por longos minutos, com o intuito de deixá-los bem branquinhos para realçar a cor rosada natural de seus lábios gordinhos e poder dar sorrisos arrebatadores para quem quer que fosse seu objeto de flerte daquele dia. Tomou um banho rápido e lavou os cabelos que já estavam na altura dos ombros, estava deixando crescer para doar, mas tinha sérias dúvidas se conseguiria, acabou criando um vínculo com seus cachinhos e nunca se sentiu tão confiante com sua aparência antes.

Sabia que deveria cortar seus cabelos e seguir com o plano inicial, com certeza alguém precisava mais dos fios do que ele, alguém que não teria seus próprios cabelos crescendo por um longo período e Harry era um homem perfeitamente saudável, poderia muito bem esperar que seus cachos crescessem de novo. Sabia que, se o plano inicial era doar, deveria seguí-lo, mas era tão difícil pensar naquilo depois de se sentir tão seguro de si depois de anos! Porém, deixaria a possibilidade de cortar em aberto.

Lavou seu corpo com cuidado, ele adorava aqueles rituais de beleza e cuidados consigo mesmo, gostava muito de se amar com aqueles pequenos gestos e simplesmente esfregou seu couro cabeludo com paciência, depois passou o sabonete por toda a sua pele e enxaguou antes de se enrolar em uma toalha. Enxugou-se todo e foi para o quarto novamente, apanhou uma boxer preta, uma calça de alfaiataria folgada e de cintura alta e uma camisa branca, seu trabalho exigia certa formalidade, mesmo que as normas não exigissem um código de vestimenta específico, Harry não queria ser o único a aparecer ali de jeans e tênis.

Vestido, voltou ao banheiro, passou um hidratante no rosto e o protetor solar, ajeitou seu cabelo com um pouco de creme com cheirinho de frutas vermelhas, depois penteou e se apressou para ir até a cozinha. Apanhou sua bolsa de couro, era ali que ficavam as agendas caóticas de seu chefe, pelas quais Harry era responsável. Não deveria levá-las para a casa e não era exigido dele isso, mas gostava e tinha prazer em fazer seu trabalho bem feito. Mesmo que os calendários e eventos estivessem disponíveis nos celulares e computadores, ele gostava de ter as anotações em papel para tirar qualquer dúvida de seu superior fora do expediente.

Shanghai | Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora